Jornal Cocamar Novembro 2016
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65 | <strong>Jornal</strong> de Serviço <strong>Cocamar</strong> | <strong>Novembro</strong> <strong>2016</strong><br />
DEPOIMENTO<br />
Problemas básicos e estruturais<br />
dificultam o desenvolvimento<br />
do agronegócio brasileiro<br />
Historicamente ligado ao cooperativismo, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, faz uma<br />
radiografia do setor mais relevante para a economia brasileira no momento e disse estar otimista com a<br />
superação dos desafios que o governo Temer vem enfrentando para atender às principais demandas do campo<br />
Oex-ministro da Agricultura,<br />
Pecuária e<br />
do Abastecimento<br />
(Mapa), Roberto Rodrigues,<br />
defende ser necessário<br />
investir mais no desenvolvimento<br />
tecnológico do<br />
agronegócio para aumentar<br />
a produtividade. No entanto,<br />
isso ainda esbarra em questões<br />
básicas, segundo ele, como<br />
a falta de treinamento de<br />
funcionários, o conhecimento<br />
da legislação e a expertise<br />
no manuseio de recursos.<br />
Além disso, falta, no Brasil,<br />
incentivos como um seguro<br />
rural. “Outros países<br />
protegem a agricultura não<br />
para salvar agricultores,<br />
mas porque é a única garantia<br />
de segurança alimentar e<br />
energética. Essa proteção é<br />
para que a sociedade tenha<br />
garantia de alimentos”, observou<br />
Rodrigues, ressaltando<br />
que no Brasil essa visão<br />
não existe, lembrando que o<br />
atual ministro da Agricultura,<br />
Blairo Maggi, conhece<br />
bem o assunto e trabalha<br />
junto a uma comissão de seguro<br />
rural para tentar evoluir<br />
nessa pendência.<br />
ESTRATÉGIA - Para Rodrigues,<br />
que é engenheiro agrônomo<br />
e já foi presidente da<br />
Organização das Cooperativas<br />
Brasileiras (OCB) e da<br />
Aliança Cooperativa Internacional<br />
(ACI), tendo visitado<br />
muitas vezes a <strong>Cocamar</strong> ao<br />
longo das últimas duas décadas,<br />
falta uma estratégia na<br />
Outros países protegem a agricultura<br />
não para salvar agricultores, mas<br />
porque é a única garantia de<br />
segurança alimentar e energética.<br />
Essa proteção é para que a sociedade<br />
tenha garantia de alimentos”<br />
agricultura. “A última vez<br />
que houve estratégia para o<br />
setor foi em 1973, quando da<br />
criação da Embrapa”, recordou,<br />
mencionando também<br />
os velhos e tão conhecidos<br />
problemas de logística e de<br />
infraestrutura. “Perde-se competitividade<br />
na logística. Este<br />
é um tema central e o maior<br />
gargalo do agronegócio<br />
hoje.”<br />
Rodrigues: “Temos<br />
que injetar mais<br />
recursos e permitir<br />
que a empresa<br />
[Embrapa] cresça”