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Revista Apólice #239

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Ano 23 - nº 239<br />

Dezembro 2018


2


editorial<br />

Ano 23 - nº 239<br />

Dezembro 2018<br />

Esta revista é uma<br />

publicação independente<br />

da Correcta Editora Ltda<br />

e de público dirigido<br />

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15.000 exemplares<br />

Circulação:<br />

Nacional<br />

Periodicidade:<br />

Mensal<br />

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Tel. (11) 5082-1472 / 5082-2158<br />

Os artigos assinados são de responsabilidade<br />

exclusiva de seus autores, não<br />

representando, necessariamente, a<br />

opinião desta revista.<br />

Muitas boas<br />

perspectivas<br />

para 2019<br />

Bola pra frente. 2019 já bate à nossa porta cheio de novidades.<br />

Segundo os economistas, ele deve vir respaldado<br />

por novos investimentos e pela volta do crescimento do PIB,<br />

cujas projeções de expansão indicam alta de 2,53% no próximo<br />

ano. Este número seria bem melhor que o 1,3 projetado<br />

para 2018.<br />

Esta esperança de crescimento vem da lua-de-mel do<br />

mercado com o novo Governo e das perspectivas de reformas,<br />

como a da Previdência, que pode ser fatiada para<br />

facilitar as negociações. A proposta de reforma da previdência<br />

social sempre gera boas expectativas para o mercado de<br />

seguros.<br />

Também traz otimismo ao setor o fato da indústria de<br />

automóveis ter voltado a crescer. Até o mês de outubro, o<br />

setor havia alcançado 15,3% de aumento. Em um tempo em<br />

que se discute no mundo os novos caminhos para os carros<br />

autônomos, por aqui as novidades ainda estão centradas<br />

em políticas de ampliação da frota em circulação. Entretanto,<br />

cabe ao mercado buscar soluções inclusivas, para trazer<br />

ao setor os veículos mais antigos que nunca conheceram a<br />

cobertura do seguro.<br />

A tecnologia também deve trazer um novo impacto para<br />

o nosso mercado. O surgimento de novas empresas e o investimento<br />

das tradicionais deve tornar os produtos cada vez<br />

mais customizados e adequados ao risco de cada cidadão. As<br />

startups não param de aparecer e as novidades brevemente<br />

começarão a dar frutos. A gente vai conferir com vocês.<br />

Boa leitura!<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />

Diretora de Redação<br />

Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para redacao@revistaapolice.com.br<br />

3


sumário<br />

6<br />

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4<br />

| painel<br />

| gente<br />

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|<br />

capa<br />

Status Consultoria quer ser a maior corretora de seguros de acidentes pessoais<br />

do Brasil. Negócio nasceu a partir da atuação da empresa com crédito<br />

consignado<br />

previdência<br />

Segmento guarda boas perspectivas para 2019, com a sinalização do Governo<br />

da votação da Reforma da Previdência e a retomada do crescimento<br />

econômico<br />

economia<br />

Não basta a confiança do mercado financeiro para o setor voltar a crescer.<br />

A retomada dos investimentos estatais e privados é que deve impulsionar a<br />

volta do aumento de dois dígitos<br />

artigo<br />

Estudo divulgado pela MetLife mostra as tendências de benefícios para<br />

empregados. Estes continuam sendo uma forte ferramenta para retenção<br />

de talentos nas instituições<br />

transporte<br />

6º Simpósio organizado pelo Clube Internacional de Seguros de Transporte<br />

– CIST – mostrou que a recuperação do setor já começou, mesmo que<br />

lentamente<br />

longevidade<br />

Para envelhecer bem é preciso poupar dinheiro, investir em conhecimento<br />

e em qualidade de vida, sempre tendo em vista um propósito para a vida<br />

confraternização<br />

SindSeg MG/GO/MT/DF reúne lideranças do setor para prestar homenagem<br />

aos líderes que atuam pelo desenvolvimento regional do mercado de seguros<br />

insurance meeting<br />

A Revolução Digital já é uma realidade no mercado de seguros e o setor<br />

precisa entender isso ou estará fadado a ficar para trá<br />

brq<br />

insurtech promove transformação digital das operações de inspeção, vistoria<br />

e sinistro<br />

entidades<br />

Muitas comemorações marcaram a despedida do ano de 2018. Veja o que<br />

aconteceu nas confraternizações em diversas partes do País<br />

encontro<br />

1º Congresso de Corretores de Seguros da Região Norte mostrou que a região<br />

possui um grande potencial de desenvolvimento no setor<br />

internacional<br />

A china cresce a taxas de dois dígitos e continua como o principal motor<br />

para o aumento dos prêmios globais de seguros, apesar de ter desacelerado<br />

o seu ritmo<br />

| comunicação<br />

24<br />

47<br />

14<br />

37


5


painel<br />

• ntecnologia<br />

Mercado não acompanha a<br />

inovação e a conectividade<br />

A Liberty apresentou a corretores e parceiros o Next5, estudo<br />

que mapeou as principais tendências para os próximos cinco<br />

anos em diversos setores da economia. Segundo o levantamento,<br />

as principais preocupações para os corretores e seguradoras<br />

dizem respeito à conectividade e à inovação no setor.<br />

Patricia Chacon, diretora de Marketing e Estratégia da Liberty,<br />

disse que o componente mais importante da inovação não<br />

é a tecnologia, como muitos pensam, mas as pessoas. “São os<br />

profissionais que fazem a inovação para outros. Acredito que se<br />

todos os funcionários conseguissem dar ideias nas seguradoras,<br />

teríamos soluções melhores e mais inovadoras”. Ela conta ainda<br />

que a diversidade também é importante para que haja inovação.<br />

“Onde são respeitadas as diferenças, há mudança e disrupção,<br />

pois é isso que nos permite sair do comum”.<br />

Marcos Machini, responsável pela Área Comercial da Liberty,<br />

disse quem a inovação pode significar sustos para o corretor.<br />

“O que vai acontecer com esses profissionais nesse cenário?”,<br />

perguntou. Ele ressaltou que a tecnologia deve ser vista como<br />

uma ferramenta de trabalho. “Os novos meios permitem que<br />

os corretores possam executar as coisas sem a participação da<br />

seguradora. Tudo que esse profissional puder fazer sozinho ele<br />

deve fazer. Ele não precisa mais esperar resposta da empresa<br />

para nada”.<br />

“A Tecnologia é a chave. Devemos pensar em proteção de<br />

dados e ferramentas de cotação. Mas sem abrir mão da relação<br />

corretor-seguradora”, continuou Machini. “Até pouco tempo o<br />

mercado não gostava do multicálculo, porque um corretor usava<br />

o sistema para cotar com 10 seguradoras diferentes. Mas isso<br />

já passou. Não temos mais dúvidas. Estamos trazendo robôs<br />

para dentro da companhia para que esse cálculo seja ainda mais<br />

fidedigno. Devemos trabalhar em conjunto”, completou.<br />

• nsaúde<br />

ANS repassou R$ 365 milhões<br />

ao SUS no primeiro semestre<br />

No primeiro semestre de 2018, a Agência Nacional<br />

de Saúde Suplementar – ANS - repassou ao Sistema<br />

Único de Saúde (SUS) um total de R$ 365,13 milhões<br />

relativos ao ressarcimento. O valor representa mais<br />

de 62% do total repassado ao longo do ano inteiro<br />

de 2017. Os dados consolidados do período estão na<br />

sexta edição do Boletim Informativo do Ressarcimento,<br />

divulgado nesta quinta-feira (22).<br />

“Os resultados alcançados até junho nos permitem<br />

concluir com segurança que teremos, em 2018,<br />

um novo recorde de repasse ao SUS. Esses valores<br />

crescentes demonstram o acerto das melhorias implementadas<br />

no processo de cobrança pela ANS”,<br />

avalia o diretor de Desenvolvimento Setorial Rodrigo<br />

Aguiar. “Com a divulgação desse boletim, a Agência<br />

confere a transparência necessária para que a sociedade<br />

compreenda e acompanhe aperfeiçoamento<br />

do ressarcimento no setor de saúde suplementar”,<br />

acrescenta o diretor.<br />

Desde 2000, ano em que a agência reguladora<br />

foi criada e iniciaram as cobranças, a ANS cobrou das<br />

operadoras de planos de saúde R$ 3,74 bilhões, que<br />

equivalem a cerca de 2,5 milhões de atendimentos<br />

realizados no SUS. Desse total, R$ 2,43 bilhões (cerca<br />

de 65%) foram pagos pelas operadoras e encaminhados<br />

ao Fundo Nacional de Saúde. Do saldo restante,<br />

R$ 1,01 bilhão são débitos vencidos e não pagos, dos<br />

quais R$ 685,39 milhões já foram inscritos em dívida<br />

ativa; e R$ 292,46 milhões estão com a cobrança suspensa<br />

por decisão judicial. Nesse período, 2017 foi o<br />

ano em que a ANS alcançou o maior valor anual já<br />

repassado ao Fundo, totalizando R$ 585,41 milhões.<br />

Isso representa um incremento de 85,52% em comparação<br />

ao ano de 2016.<br />

6


• nserviço<br />

Assistência 24 horas é completamente internalizada<br />

Com foco em prestar o melhor serviço<br />

a seus corretores, assessorias e clientes, a<br />

Tokio Marine concluiu a internalização da<br />

Assistência 24 Horas do Seguro Automóvel.<br />

Com a entrada em operação da Tokio<br />

Marine Serviços (TMS) no estado de São<br />

Paulo, a companhia agora é a responsável<br />

por receber as solicitações dos clientes de<br />

todo o País. Desde o mês de abril passado,<br />

quando o projeto foi iniciado nas regiões<br />

Centro-Oeste e Norte, a TMS recebeu<br />

quase 70 mil chamados para atendimentos,<br />

que ocasionaram a realização de quase<br />

100 mil serviços.<br />

“Somos uma seguradora focada<br />

em inovação e na contínua melhoria<br />

dos nossos processos e serviços. Essa<br />

iniciativa é uma decisão estratégica para<br />

complementar o portfólio de serviços<br />

disponibilizados pela Tokio Marine para<br />

reforçar a parceria com nossos corretores<br />

e assessorias, além de melhorar a<br />

percepção sobre a qualidade do nosso<br />

trabalho junto aos clientes”, afirma o<br />

Diretor Comercial Regional II, José<br />

Luís Ferreira da Silva, que foi o Gestor<br />

de Negócio do Projeto.<br />

A TMS atende e encaminha as solicitações<br />

dos 1,7 milhão de segurados<br />

Auto quanto a serviços de guincho,<br />

troca de pneus, assistência em caso<br />

de pane seca, remoção em casos de<br />

colisão etc. O acionamento pode ser<br />

feito tradicionalmente, por telefone, ou<br />

pelo aplicativo Tokio Marine Serviços.<br />

A Companhia investiu R$ 20 milhões<br />

na internalização, que começou pela<br />

carteira de Automóvel e deve ser expandida<br />

para outros segmentos no ano<br />

que vem.<br />

7


painel<br />

• nsaúde 2<br />

Excelência no atendimento<br />

por José Silva dos Santos - Diretor Superintendente da<br />

Ameplan Saúde<br />

Nos últimos<br />

anos, e principalmente<br />

em 2018, a<br />

indústria da saúde<br />

no Brasil vem<br />

passando por um<br />

grande processo<br />

de consolidação,<br />

em que grandes<br />

grupos nacionais,<br />

fundos de investimentos<br />

internacionais<br />

e investidores<br />

institucionais vem<br />

adquirindo operadoras<br />

de saúde, hospitais, clínicas, laboratórios e centros<br />

de diagnósticos numa velocidade nunca vista.<br />

Esta movimentação do mercado provoca grandes<br />

mudanças, e muita concorrência nos preços, um<br />

controle cada vez mais fino dos custos assistenciais,<br />

além da verticalização dos recursos instalados.<br />

Desta forma, num ambiente de concorrência<br />

acirrada, o que vai fazer a diferença é o atendimento<br />

que vamos oferecer aos nossos beneficiários. Nosso<br />

Grupo está também num processo avançado de<br />

verticalização.<br />

Temos que nos conscientizar de que devemos<br />

ter foco no atendimento que os nossos clientes<br />

desejam e esperam de nós. Os clientes hoje são<br />

muito bem informados e exigentes e temos que<br />

estar preparados para atendê-los de forma ética,<br />

assertiva e humanizada.<br />

A Integração de Excelência e Humanização no<br />

Atendimento neste mercado de alta competição<br />

tem que ser o nosso diferencial mercadológico,<br />

pois Excelência é fazer o que todos fazem como<br />

ninguém faz.<br />

Para tanto, ampliamos e modernizamos nossos<br />

Serviços de Atendimento aos Clientes (SAC), visando<br />

oferecer o melhor atendimento do mercado e sermos<br />

reconhecidos por isso.<br />

Para que isto aconteça, cada um de nós do Grupo<br />

tem que ter o atendimento no coração, gostar<br />

de pessoas, de acolher e tratar bem, ter compaixão<br />

e sobretudo ter o atendimento humanizado e diferenciado<br />

como uma missão.<br />

Em 2019, trabalhando juntos, seremos os melhores.<br />

(Working Together)<br />

• npme<br />

O momento é de intensificar oferta de<br />

seguros empresariais<br />

Ao mencionar a expectativa de crescimento do mercado brasileiro<br />

em 2019, calculada em 2,4% pelo Banco Central, o diretor da área de<br />

Pequenas e Médias Empresas (PME) da Chubb, Alessandro Gomes,<br />

considera que o período será bastante propício para o setor de seguros,<br />

que tem expandido acima do PIB nacional nos últimos anos. “Em<br />

especial, o corretor poderá intensificar a oferta de proteções para que<br />

as pequenas e médias empresas se defendam dos riscos que ameaçam<br />

o crescimento projetado para o próximo ano”, afirma.<br />

Segundo Alessandro, uma parte expressiva do segmento de PME<br />

sequer dispõe de coberturas tradicionais para riscos patrimoniais tais<br />

como incêndio, raio e explosão. Diz ele que isso é muito preocupante,<br />

pois os sinistros em patrimônios são muito comuns no setor de PME e,<br />

em geral, compreendem incêndios<br />

causados pelos mais diversos motivos.<br />

“Não raramente esses incidentes<br />

também causam prejuízos<br />

a terceiros, agravando o problema.<br />

Se houver óbitos, as perdas são<br />

geralmente severas. Nesse caso,<br />

provavelmente a justiça determinará<br />

uma indenização equivalente<br />

à renda que as vítimas deixaram<br />

de obter, caso permanecessem<br />

vivas, o que pode significar o<br />

encerramento das atividades da<br />

organização”, comenta.<br />

• naplicativo<br />

Corretores medem apetite de risco dos<br />

segurados<br />

A Zurich apresentou aos profissionais brasileiros o aplicativo<br />

Risk Appetite. Disponível para smartphones e tablets iOS e Android,<br />

o app traz um quadro completo dos produtos, serviços, coberturas,<br />

capacidade e expertise para riscos envolvendo os seguros de linhas<br />

empresariais da seguradora e algumas outras funcionalidades.<br />

“O Risk Appetite serve como um guia para nossos corretores e<br />

parceiros de distribuição com uma visão geral sobre nossas ofertas<br />

de produtos e serviços em todo<br />

o mundo e uma ampla indicação<br />

dos tipos de riscos que<br />

somos capazes de subscrever.<br />

É uma maneira rápida e fácil<br />

de acessar os nossos recursos,<br />

otimizando a composição de<br />

propostas”, afirma Daniela<br />

Reia, diretora Comercial P&C<br />

da Zurich no Brasil.<br />

8


• nmarketing<br />

Cid Moreira chama a atenção do público sobre proteção e seguro<br />

A Bradesco Seguros lançou uma campanha de<br />

marketing que traz a voz mais conhecida da TV brasileira.<br />

Com o lendário locutor Cid Moreira, um tom<br />

bem-humorado sobre os grandes momentos da vida<br />

das pessoas e o bordão “Você sabe o que isso quer<br />

dizer?”, a campanha – veiculada na TV aberta, meios<br />

digitais, rádio e mídia exterior – identifica episódios<br />

cotidianos que despertam a necessidade de se fazer<br />

um seguro de forma preventiva, pensando no presente<br />

e no futuro, além da simplicidade da contratação.<br />

Além de um bordão marcante, outro desafio<br />

foi criar uma campanha com alto potencial de engajamento.<br />

“Apostamos em uma linguagem leve e<br />

bem-humorada e em uma voz reconhecida, por ser<br />

uma das mais marcantes da televisão brasileira”,<br />

conta o diretor de Marketing do Grupo Bradesco<br />

Seguros, Alexandre Nogueira. “Cid Moreira também<br />

conversa com a marca por sua credibilidade,<br />

memória afetiva e longevidade. É como alguém da<br />

família”, acrescenta.<br />

9


painel<br />

• nvoluntariado<br />

Dia da Cidadania oferece exames e<br />

atendimento médico<br />

no Rio de Janeiro<br />

A SulAmérica realizou em 10 de novembro o Dia da Cidadania.<br />

A praça da estação do metrô Estácio, no bairro da Cidade<br />

Nova, onde está localizada a matriz da seguradora no Rio de<br />

Janeiro, foi o palco das atrações do dia, que incluíram serviços<br />

gratuitos de saúde, cultura e lazer. A ação contou com o apoio de<br />

aproximadamente 30 parceiros, incluindo prestadores médicos<br />

da rede referenciada e fornecedores da companhia, organizações<br />

sociais locais, órgãos públicos e funcionários voluntários da<br />

companhia.<br />

“O acesso à saúde e ao bem-estar norteia nossa estratégia de<br />

responsabilidade social e temos uma enorme satisfação em promover<br />

esta iniciativa.<br />

Desde a primeira edição<br />

do Dia Da Cidadania,<br />

vemos o número de participantes<br />

crescer, percebendo<br />

a importância<br />

dos atendimentos para<br />

a população que vive no<br />

entorno de nossa sede”,<br />

declarou Patrícia Coimbra,<br />

diretora de Capital<br />

Humano e Sustentabilidade<br />

da seguradora.<br />

• nproduto<br />

Seguro para moto de baixa<br />

cilindrada é relançado<br />

De janeiro a setembro, as<br />

fabricantes de motocicletas<br />

tiveram um aumento na produção<br />

de 19,2% e de 17,8%<br />

nas vendas diárias, comparado<br />

ao mesmo período de<br />

2017, segundo a Associação<br />

Brasileira dos Fabricantes de<br />

Motocicletas, Ciclomotores,<br />

Motonetas, Bicicletas e Similares<br />

(Abraciclo).<br />

Visando atender a crescente demanda no setor, o Porto<br />

Seguro Moto foi relançado e passa a oferecer duas novas<br />

opções de seguros para motos de baixa e de alta cilindrada.<br />

“Mesmo com o crescimento do mercado de motocicletas,<br />

muitas pessoas ainda não possuem seguros para<br />

suas motos. A ideia é personalizar o produto e torná-lo<br />

mais atrativo”, afirma Jaime Soares, diretor do Porto<br />

Seguro Auto.<br />

O produto, que até o momento era único, agora será<br />

dividido em duas categorias: uma que abrange motos de 50<br />

até 300 cilindradas (para quem usa a moto como meio de<br />

locomoção diária, para ir e voltar do trabalho, por exemplo),<br />

e outra que contempla motos a partir de 301 cilindradas<br />

(para quem utiliza a moto para lazer e percorre viagens de<br />

longa duração).<br />

• nplanejamento<br />

Rede de corretores realiza reunião de alinhamento<br />

estratégico para 2019<br />

A Rede Lojacorr recebeu cerca de 100<br />

profissionais da rede para a reunião de alinhamento<br />

estratégico das Unidades para 2019,<br />

que aconteceu nos dias 27 e 28 de novembro.<br />

Foram dois dias de intensos debates entre<br />

diretores executivos, gestores das sedes administrativa<br />

e comercial, diretores regionais,<br />

e responsáveis pelas Unidades, compartilhando<br />

experiências e melhores práticas.<br />

Na abertura do encontro, o presidente da<br />

Rede Lojacorr, Diogo Arndt Silva, destacou a<br />

importância de uma reunião com todos os<br />

líderes e como a união e compartilhamento<br />

podem ajudar no desenvolvimento da rede.<br />

“Temos como propósito ajudar os brasileiros<br />

a se protegerem mais e melhor”, enfatizou.<br />

10


11


GENTE<br />

De saída<br />

O executivo Marco<br />

Antonio Gonçalves comunicou<br />

oficialmente o seu<br />

afastamento da Bradesco<br />

Seguros. Inicialmente, Gonçalves<br />

deve dedicar-se a<br />

projetos pessoais. No futuro,<br />

o profissional pretende<br />

contribuir com a evolução<br />

do setor no Brasil, atuando<br />

em iniciativas relacionadas<br />

a canais de distribuição e corretores de seguros. Há anos<br />

à frente da Diretoria Geral da Organização de Vendas da<br />

Bradesco Seguros, Marco Antonio deixa um legado de<br />

muito aprendizado e sai da seguradora com um profundo<br />

sentimento de gratidão.<br />

Planejamento Comercial<br />

A SulAmérica anunciou a<br />

chegada de Marcelo Mascaretti<br />

para o cargo de diretor<br />

de Planejamento Comercial.<br />

O executivo liderará projetos<br />

e iniciativas relacionadas à<br />

distribuição comercial da companhia.<br />

Com mais de 20 anos<br />

de experiência profissional,<br />

Mascaretti já liderou as áreas<br />

comercial, financeira, desenvolvimento<br />

de negócios e produtos<br />

e planejamento estratégico, tanto no Brasil quanto no exterior.<br />

Novo Diretor Técnico de<br />

Seguros<br />

Thiago Henrique Soares<br />

assume a Diretoria Técnica de<br />

Seguros da Previsul Seguradora.<br />

O executivo será responsável<br />

por implantar uma agenda técnica<br />

na companhia, alinhada<br />

com as demais diretorias. Com<br />

isso, a empresa atenderá o Canal<br />

Corretor com um viés mais<br />

técnico, avaliando riscos e auxiliando<br />

o profissional a tornar<br />

a sua carteira mais saudável.<br />

Superintendente<br />

de Planejamento e<br />

Administração<br />

A Brasilprev anunciou<br />

Vicente Montt Blanchard<br />

como superintendente de Planejamento<br />

e Administração.<br />

Desde 2013, Blanchard atua<br />

na Cuprum AFP, empresa<br />

da americana Principal (que<br />

é acionista da Brasilprev juntamente<br />

com a BB Seguros),<br />

onde respondeu por projetos<br />

financeiros em conjunto com<br />

as equipes da companhia no<br />

Chile, Estados Unidos, México e Brasil.<br />

Gerente para o Sul<br />

Leandro Medeiros é<br />

o novo gerente comercial<br />

da Metlife para Curitiba,<br />

Londrina, Blumenau e Joinville,<br />

nos estados do Paraná<br />

e Santa Catarina. Executivo<br />

responderá diretamente a<br />

João Levandowski, diretor<br />

responsável pela região Sul<br />

do país. Medeiros tem como<br />

objetivo incrementar os resultados<br />

da companhia na<br />

região e atrair novas parcerias comerciais para produtos<br />

individuais e para o mercado de PME.<br />

Executivo para projetos de<br />

infraestrutura de TI<br />

Paulo Cesar Parcesepe é o novo superintendente de<br />

Infraestrutura de Tecnologia<br />

da Informação (TI) da Sompo<br />

Seguros. Executivo, que<br />

conta com quase 40 anos<br />

de experiência na área de<br />

serviços de TI para o setor<br />

financeiro, chega para contribuir<br />

na gestão de projetos que<br />

integram os investimentos da<br />

companhia em incremento<br />

das soluções de tecnologia e<br />

transformação digital.<br />

12


13


capa | status consultoria<br />

Foco no objetivo<br />

de longo prazo<br />

Eduardo Stanzinny<br />

e Selma Brittes<br />

14


A Status Consultoria quer ser a maior corretora<br />

de seguros de acidentes pessoais do Brasil, nos<br />

próximos anos. Empresa nasceu para suprir as<br />

demandas dos clientes que já adquiriam crédito<br />

consignado e para todos que necessitam de<br />

qualquer produto de seguros<br />

Ser o maior vendedor de seguros<br />

de acidentes pessoais em diversas<br />

seguradoras não é uma<br />

tarefa das mais fáceis. Além da<br />

produção em si, conta também a qualidade<br />

da carteira, a assertividade nas vendas<br />

e permanência do cliente na seguradora.<br />

Estes são os diferenciais da empresa.<br />

Pensando sempre neste objetivo, a<br />

Status Consultoria conseguiu amealhar<br />

mais de 500 mil clientes na carteira de seguros<br />

de vida e acidentes pessoais individuais.<br />

O seu olhar sempre foi direcionado<br />

para as necessidades do mercado e foi a<br />

partir daí que a corretora passou a crescer<br />

exponencialmente. O crescimento é fruto<br />

de uma observação crítica e analítica por<br />

parte da empresa, adequando os produtos<br />

a cada cliente de forma customizada.<br />

Esta é uma preparação para os projetos<br />

que estão por vir, de produtos de seguros<br />

corporativos e empresariais.<br />

No princípio, a Status Consultoria<br />

era uma empresa que realizava operações<br />

de empréstimo consignado. Porém, seu<br />

fundador e atual presidente, Eduardo<br />

Stanzinny, identificou a necessidade das<br />

pessoas de adquirirem também um produto<br />

complementar, que lhes oferecesse<br />

a segurança de que teriam recursos para<br />

cumprir o acordo previamente realizado.<br />

“As pessoas passaram a ter consciência<br />

de que ter um seguro nos dias atuais é<br />

de extrema importância. Também mostramos<br />

a elas que um produto de seguro<br />

pode trazer tranquilidade, proteção,<br />

segurança financeira, comodidade e<br />

satisfação”, pondera.<br />

A distribuição dos produtos da corretora<br />

é realizada em todo o território<br />

nacional. A matriz está localizada em<br />

Nova Iguaçu e há filiais em todo o estado<br />

do Rio de Janeiro e nas cidades de São<br />

Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília,<br />

Curitiba, Fortaleza e Vitória. Estes<br />

locais são a porta de entrada para a produção<br />

da Status. Neles, os parceiros são<br />

atendidos de maneira personalizada, para<br />

a primeira verificação das novas propostas<br />

de contratos e acompanhamento dos negócios<br />

em andamento. A empresa utiliza<br />

vários recursos para realizar vendas com<br />

sistemas de gravações e vendas diretas<br />

presenciais. Além disso, aplica tecnologia<br />

e inovação para utilizar sistemas digitais.<br />

“Isso amplia nossa forma de agregar mais<br />

valores para alavancar a quantidade de<br />

clientes”, comemora Stanzinny.<br />

A missão da empresa é ter parceiros<br />

sólidos, que apresentem soluções<br />

personalizadas e diferenciadas para<br />

cada cliente. “Aos nossos colaboradores<br />

oferecemos as melhores condições de<br />

trabalho, para que cada vez mais eles<br />

possam realizar seus sonhos e tenham<br />

acesso às novas oportunidades de desenvolvimento<br />

pessoal e profissional”,<br />

destaca Stanzinny.<br />

O começo de tudo<br />

Para contribuir com a evolução da<br />

sociedade, a Status oferece produtos de<br />

qualidade, a partir do empréstimo consignado,<br />

mas não necessariamente. Atualmente,<br />

a empresa fornece produtos em<br />

15


status consultoria<br />

parceria com mais de dez seguradoras,<br />

destacando as principais como: Sabemi,<br />

Previsul, Chubb e Zurich.<br />

Além desse trabalho realizado com<br />

tanta precisão, o grupo Status disponibiliza<br />

outros produtos e serviços, tais<br />

como; gestão em cobrança, gestão em<br />

RH, ramo da alimentação, moda, beleza,<br />

lojas de colchões, joalherias, patrocinador<br />

de times de futebol entre outras<br />

atividades. O grupo vem crescendo cada<br />

vez mais e se aperfeiçoando em várias<br />

atividades diferenciadas. Não existem<br />

limites para os pensamentos e criatividade<br />

nos investimentos atuais e futuros.<br />

A ideia do Grupo partiu de Eduardo<br />

Stanzinny, um ex-camelô que já fez de<br />

tudo antes de chegar ao mercado de seguros.<br />

Após vender produtos na rua, ele se<br />

interessou pelo setor de moda. Decidiu,<br />

então, estudar fora do País, em Londres.<br />

Em seu retorno ao Brasil, trabalhou para<br />

algumas marcas famosas, mas ainda se<br />

sentia inquieto.<br />

Foi então que conheceu alguém muito<br />

importante, que hoje é mãe de seus três<br />

filhos, Ana Paula Sousa. Ela o apresentou<br />

ao mundo dos empréstimos consignados.<br />

Vendo isso como uma oportunidade, ele<br />

não pensou duas vezes e logo, com o<br />

apoio da mais importante pessoa em sua<br />

vida, sua mãe Selma Brittes, atual vice-<br />

-presidente da Status, abraçou a causa e<br />

investiu para dar inicio ao seu primeiro<br />

16<br />

negócio, que surgiu há nove anos e evoluiu<br />

para o mercado de seguros.<br />

Stanzinny ressalta os valores que<br />

envolvem a atuação do Grupo Status.<br />

“Somos uma empresa familiar, em todos<br />

os seus níveis. Este espírito nós gostamos<br />

de transmitir também aos nossos colaboradores,<br />

para que eles sintam e conduzam<br />

seus negócios como em uma família, que<br />

enfrenta os desafios de forma conjunta<br />

e que comunga da alegria e do afeto das<br />

suas conquistas”. Na essência, a Status é<br />

uma empresa familiar, gerida por membros<br />

ligados ao seu presidente.<br />

O grupo Status prioriza todos os<br />

seus produtos e negócios e está inovando<br />

mais uma vez, desenvolvendo seu próprio<br />

seguro, o Status Assist.<br />

Status Assist<br />

Além dos produtos de seguros, a corretora<br />

já oferece também o seu produto<br />

próprio de assistência, todos ligados aos<br />

seguros de acidentes pessoais.<br />

Ao adquirir o seguro é possível acoplar<br />

a Assistência Funeral Individual ou<br />

Familiar (para cônjuges e filhos). No caso<br />

de morte do associado ou de algum beneficiário<br />

coberto, o serviço faz o translado<br />

do corpo, funeral, sepultamento e<br />

a transmissão de mensagens urgentes.<br />

O produto também disponibiliza alguns<br />

benefícios extras, como convênios<br />

de descontos, clube de férias, desconto<br />

em medicamentos, clube de odontologia,<br />

sorteios mensais em dinheiro, entre outros.<br />

Desta forma o segurado/cliente tem<br />

mais opções de benefícios para desfrutar<br />

de sua adesão ao plano.<br />

A jornada do cliente na empresa<br />

é caracterizada pelo atendimento personalizado,<br />

realizado por uma equipe<br />

especializada e pronta para atender o<br />

segurado de maneira que ele se sinta<br />

realmente interagindo com o produto<br />

adquirido. Ao identificar o perfil de cada<br />

cliente é possível analisar suas necessidades.<br />

Mas para manter este cliente satisfeito<br />

é preciso investir nos pontos que o<br />

atraem, como a credibilidade de que está<br />

adquirindo o produto certo. “Assim, ele<br />

tem tranquilidade no caso da ocorrência<br />

de sinistros, excelente custo-benefício<br />

e comodidade, o que se traduz na sua<br />

satisfação”, explica Stanzinny.<br />

Como será o amanhã?<br />

Com as perspectivas de melhora na<br />

economia, a maioria das empresas já<br />

sente um viés positivo para o próximo<br />

ano. Se no período de maior fragilidade<br />

econômica a Status conseguiu bons<br />

resultados, seus executivos estimam um<br />

crescimento grandioso com a recuperação<br />

econômica. Até aqui a Status surfou<br />

na onda contrária à crise.<br />

O Grupo Status, atualmente, é uma<br />

das maiores empresas de produção de


crédito consignado no Brasil. “Por isso,<br />

temos um projeto de nos tornarmos uma<br />

instituição financeira no futuro, capaz<br />

de oferecer também crédito pessoal,<br />

crédito consignado, cartões de créditos<br />

entre outros produtos financeiros”, prevê<br />

Stanzinny.<br />

Para isso, a estrutura da empresa<br />

também será ampliada. Hoje, 200 colaboradores<br />

trabalham na matriz em Nova<br />

Iguaçu/RJ e existem ainda outros 100<br />

colaboradores espalhados Brasil afora.<br />

Para realizar o atendimento ao cliente,<br />

existe uma equipe de especialistas no esclarecimento<br />

de dúvidas do pós-vendas.<br />

Estes especialistas recebem treinamento<br />

de uma equipe dedicada a identificar<br />

as demandas do atendimento ao<br />

cliente, além de ministrar cursos também<br />

sobre mudanças de produtos ou para<br />

agregar novas coberturas aos produtos<br />

existentes. A Status possui também uma<br />

equipe especializada e certificada em perito<br />

de documentoscopia e grafotécnico<br />

“Nós crescemos muito<br />

nos últimos anos.<br />

Com a mudança de<br />

Governo no início<br />

do ano, certamente<br />

haverá mais<br />

investimentos e maior<br />

número de empregos,<br />

o que é muito positivo<br />

para o setor de<br />

seguros como<br />

um todo”<br />

para análise de documentos.<br />

Na rua, a Status conta com equipes de<br />

campo que, entre outras coisas, também<br />

observam as movimentações do mercado.<br />

“Buscamos oferecer sempre as melhores<br />

condições com os melhores preços”,<br />

analisa Stanzinny. Com condições tão<br />

favoráveis, é natural que os corretores de<br />

seguros busquem na Status um parceiro.<br />

Hoje, 4 mil corretores já comercializam<br />

os produtos da empresa, mas há perspectivas<br />

para que este número dobre nos<br />

próximos meses.<br />

Stanzinny confessa que a sua expectativa<br />

para 2019, apesar de toda a<br />

crise enfrentada pelo Brasil, é a melhor<br />

possível. “Nós crescemos muito nos últimos<br />

anos. Com a mudança de Governo<br />

no início do ano, certamente haverá mais<br />

investimentos e maior número de empregos,<br />

o que é muito positivo para o setor<br />

de seguros como um todo”.<br />

Uma das ferramentas aplicadas para<br />

esta expansão será o marketing. A Status<br />

marca presença em várias frentes, como<br />

as mídias sociais, por exemplo, para<br />

ampliar a sua visibilidade. Tornando-se<br />

conhecida pelo público a empresa abre<br />

portas para que os vendedores possam<br />

oferecer seus produtos. “É uma estratégia<br />

conservadora que ainda apresenta bons<br />

resultados”, enfatiza Stanzinny.<br />

17


perspectivas | previdência<br />

Virando a página<br />

18


Depois de levar o título de ovelha negra do<br />

mercado de seguros neste ano, o segmento<br />

de previdência privada guarda perspectivas um<br />

pouco mais favoráveis para 2019. A isenção de<br />

taxas em meio ao acirramento da concorrência e<br />

a tão aguardada reforma da aposentadoria oficial,<br />

caso seja implementada, podem servir de motor<br />

para o desempenho do setor no próximo ano<br />

Manuela Almeida<br />

O<br />

telefone toca às 19 horas.<br />

Ninguém mais está na seguradora<br />

para atender. Normal.<br />

Em locais administrativos,<br />

geralmente, o turno termina às 18 horas.<br />

O diretor regional da Icatu Seguros em<br />

Minas Gerais, Sergio Prates, puxa a ligação.<br />

Do outro lado da linha, uma pessoa<br />

de 30 anos quer informações sobre como<br />

adquirir uma previdência privada. Em<br />

duas décadas de experiência no setor,<br />

Prates jamais avistara uma situação semelhante.<br />

“Sempre tivemos de provocar<br />

as pessoas para o tema. Hoje, já vemos o<br />

interesse vir dos próprios consumidores”,<br />

diz o especialista no tema.<br />

A narrativa sintetiza a tremenda<br />

oportunidade que o segmento tem pela<br />

frente. Seja para complementar a aposentadoria<br />

oficial ou para garantir a manutenção<br />

do padrão de vida no futuro, a previdência<br />

privada ainda tem muito espaço<br />

para crescer no Brasil a despeito de não<br />

ter tido um bom ano em termos de vendas.<br />

São apenas 13 milhões de indivíduos<br />

que possuem um plano privado no País,<br />

de acordo com a Federação Nacional de<br />

Previdência Privada e Vida (FenaPrevi).<br />

Esse contingente representa pouco mais<br />

de 6% da população brasileira. Não bastassem<br />

os ventos contrários da economia<br />

brasileira, que demora a retomar um<br />

desempenho mais vigoroso, elevar essa<br />

proporção ficou ainda mais desafiador<br />

este ano em meio ao patamar da Selic,<br />

taxa básica de juros da economia, na<br />

comparação com 2017. A diferença pesou<br />

na rentabilidade dos fundos, que também<br />

foi afetada pela volatilidade gerada em<br />

torno das incertezas eleitorais, afastando<br />

novos investidores. Como consequência,<br />

o segmento de previdência privada<br />

amarga queda de quase 36% na captação<br />

líquida de recursos (diferença de entradas<br />

e saídas) no acumulado de janeiro<br />

a outubro, totalizando R$ 28,5 bilhões<br />

em relação a idêntico intervalo do ano<br />

passado, conforme dados mais recentes<br />

divulgados pela FenaPrevi. A redução<br />

do segmento fez não só gigantes do setor<br />

como Bradesco e BB Seguridade, que<br />

controla a Brasilprev, líder do segmento,<br />

revisarem suas projeções de desempenho<br />

para o ano de 2018 bem como também<br />

forçou o mercado de seguros a rever seus<br />

números para este exercício.<br />

A boa notícia fica, contudo, do lado<br />

das reservas. De janeiro a outubro, o saldo<br />

dos planos de previdência privada aberta<br />

totalizou R$ 817,4 bilhões, uma expansão<br />

de 10,3%, segundo a FenaPrevi. A trajetória<br />

de crescimento reforça a importância<br />

do segmento, mas o montante ainda é<br />

baixo em relação à sua participação no<br />

Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.<br />

Considerando apenas os planos abertos,<br />

as reservas técnicas previdenciárias equivalem<br />

hoje a 12% da atividade do País. A<br />

baixa penetração, de acordo com o presidente<br />

da FenaPrevi, Edson Franco, reforça<br />

o potencial de expansão para o segmento.<br />

Tanto é que para 2019 ele aposta em um<br />

bom desempenho para o setor, visto que<br />

este mercado ainda é “jovem e está em<br />

fase de acumulação”. “Recente pesquisa<br />

feita pelo Ipsos a pedido da FenaPrevi<br />

mostra que hoje 60% dos brasileiros<br />

acham necessário ter um plano de previdência<br />

complementar para se preparar<br />

para a aposentadoria”, enfatiza Franco.<br />

19


previdência<br />

Entre os executivos do segmento já há<br />

um maior otimismo em relação ao próprio<br />

quarto trimestre deste ano, período tradicionalmente<br />

mais forte para o setor por<br />

conta das declarações anuais do imposto<br />

de renda. O diretor de Gestão Corporativa<br />

e Relações com Investidores da BB<br />

Seguridade, Werner Romera Süffert, diz<br />

que a companhia espera que a Brasilprev,<br />

que tem o Principal Financial Group como<br />

acionista, tenha um trimestre “muito mais<br />

agressivo”, dando sequência ao desempenho<br />

visto nos três meses anteriores, que<br />

já representaram o melhor período em<br />

contribuição bruta no ano.<br />

O potencial do mercado de previdência<br />

é tamanho que atrai, inclusive,<br />

players novos para o segmento. No início<br />

de dezembro, a Marisa, tradicional marca<br />

feminina de moda e lingerie do País,<br />

reforçou a parceria com a Icatu Seguros<br />

e anunciou o lançamento do seu próprio<br />

produto de previdência privada. Trata-se<br />

da primeira varejista a comercializar<br />

um plano para pessoas físicas e que será<br />

voltado exclusivamente para os clientes<br />

que têm o cartão da loja, com apetite<br />

de aportes mensais entre R$ 70,00 e<br />

R$ 100,00. Embora em sua maioria o<br />

interesse das varejistas no tocante a produtos<br />

financeiros esteja, principalmente,<br />

calcado nos ganhos gerados como uma<br />

alternativa para a diversificação de receitas,<br />

o ingresso de novos entrantes no<br />

mercado de previdência privada reforça<br />

o espaço de crescimento do setor no País.<br />

Tanto é que nos últimos anos a quantidade<br />

de players se multiplicou. Seja por<br />

iniciativas digitais ou no tradicional<br />

boca a boca, nomes como a corretora<br />

de investimentos XP, que estrutura uma<br />

seguradora do zero com foco inicial no<br />

segmento de previdência privada, e o<br />

banco de investimentos BTG Pactual<br />

passaram a investir mais pesadamente<br />

no segmento, aquecendo a concorrência<br />

entre os grupos consolidados.<br />

A reforma<br />

Apesar do potencial do setor de<br />

previdência privada no País, em seu<br />

cenário de perspectivas, a agência de<br />

classificação de risco Fitch Ratings não<br />

acredita na possibilidade de o segmento<br />

retornar à média histórica de crescimento<br />

20<br />

❙❙<br />

Sergio Prates, da Icatu Seguros<br />

no próximo ano. Projeta para o próximo<br />

exercício alta ainda modesta dos planos<br />

Vida Gerador de Benefícios Livres<br />

(VGBLs), para quem declara o imposto<br />

de renda (IR) no modelo simplificado,<br />

e Plano Gerador de Benefícios Livres<br />

(PGBLs), voltado aos que fazem o IR<br />

completo, que compõem mais de um<br />

terço dos prêmios. Como justificativa, a<br />

classificadora cita justamente o fato de o<br />

mercado, historicamente, ter relação positiva<br />

com a taxa de juros, que não deve<br />

mudar significativamente em 2019. Estacionada<br />

em 6,5% ao ano, a Selic deve ter<br />

leve alta no próximo exercício, chegando<br />

a 7,75% ao ano, conforme expectativas<br />

do mercado financeiro.<br />

A favor do segmento de previdência<br />

❙❙Edson Franco, da FenaPrevi<br />

privada no Brasil e, principalmente,<br />

das forças de vendas do produto está<br />

o aquecimento do debate em torno da<br />

reforma da Previdência Social no governo<br />

do presidente eleito Jair Bolsonaro<br />

(PSL). Tida como medida essencial para<br />

equalizar a situação fiscal do País, há a<br />

expectativa no mercado financeiro – ou<br />

ao menos a torcida – de que algum ajuste<br />

avance no próximo exercício. A expectativa<br />

prevalece a despeito de o filho do<br />

presidente eleito, Eduardo Bolsonaro,<br />

ter afirmado a investidores estrangeiros<br />

que o governo “talvez não consiga” votos<br />

no Congresso para aprovar a reforma<br />

da Previdência. Imediatamente seu pai<br />

minimizou a fala e disse que o filho pode<br />

ter se equivocado ao falar sobre o tema.<br />

Reafirmou, inclusive, o compromisso de<br />

enviar alguma proposta de reforma da<br />

Previdência. A ideia de Bolsonaro, até<br />

aqui, é uma proposta fatiada e gradual,<br />

aproveitando trechos das sugestões feitas<br />

pelo governo Michel Temer e que já<br />

estão na Câmara. A definição de uma<br />

idade mínima para aposentadoria, com<br />

diferença para homens e mulheres, tende<br />

a ser o primeiro tema trabalhado pela<br />

equipe de Bolsonaro.<br />

As falas quase que diárias do presidente<br />

eleito têm conseguido manter a<br />

expectativa do mercado financeiro em<br />

torno da implementação da reforma da<br />

Previdência já no próximo ano. Para a<br />

iniciativa privada, o reaquecimento do<br />

debate é visto como um potencial chamariz<br />

de novos investidores no médio e<br />

longo prazos. “Não há dúvida de que esse<br />

ambiente deixa as pessoas mais sensíveis<br />

para discutir o assunto, mas não há um<br />

reflexo tão imediato em termos de aumento<br />

da carteira de previdência”, avalia o<br />

gerente de Gestão da Bradesco Vida e Previdência,<br />

Daniel Crispim, acrescentando<br />

que no médio e longo prazos a reforma da<br />

Previdência sensibilizará tanto empresas<br />

quanto pessoas físicas para o tema.<br />

Diante da importância que o ajuste<br />

na aposentadoria oficial tem para o País<br />

e para o mercado de seguros, a iniciativa<br />

privada preparou uma proposta alternativa<br />

para o futuro governo. Capitaneado<br />

pela Fundação Instituto de Pesquisas<br />

Econômicas da USP (FIPE-USP), o estudo<br />

propõe uma mudança baseada no


21


previdência<br />

❙❙Werner Süffert, da BB Seguridade<br />

projeto atual da reforma da Previdência<br />

e outra paralela com base em quatro<br />

pilares que visam a aprimorar o modelo<br />

atual. “Nossa proposta tem uma ênfase<br />

na preocupação social. O objetivo desse<br />

modelo é atender prioritariamente a base<br />

da pirâmide social. O INSS tem um teto<br />

de R$ 5,6 mil ao passo que a renda média<br />

do brasileiro é de R$ 2,2 mil. Em nenhum<br />

país do mundo é assim. O teto tem de ser<br />

uma fração da renda média ou, no máximo,<br />

a renda média”, explica o professor<br />

da Fipe, Hélio Zylberstajn, responsável<br />

pela proposta da FenaPrevi ao governo,<br />

em entrevista à <strong>Apólice</strong>.<br />

De acordo com ele, ajustar essa<br />

diferença com uma proposta menos<br />

ambiciosa é o primeiro passo a ser dado<br />

❙❙Hélio Zylberstajn, da Fipe<br />

22<br />

para ajustar a aposentadoria oficial e,<br />

de quebra, estimular a formalização do<br />

trabalho e a geração de empregos. As<br />

sugestões da FenaPrevi para a reforma<br />

da Previdência, acrescenta o professor,<br />

incluem ainda um tratamento igualitário<br />

a todos os contribuintes, independente<br />

de funcionalismo público, privado ou<br />

militares, e mudanças para os novos contribuintes.<br />

Na mira, estão trabalhadores<br />

que nunca contribuíram com o sistema<br />

oficial , começando no ano de 2020, com<br />

idade em torno dos 25 anos. A FenaPrevi<br />

defende ainda que contribuintes do modelo<br />

atual também possam migrar para o<br />

novo sistema além de uma reforma paramétrica<br />

que faça um ajuste mais gradual<br />

e suave. A idade mínima defendida na<br />

proposta da iniciativa privada, conforme<br />

Zylberstajn, é entre 57 anos e 58 anos,<br />

com aumento de um ano a cada dois<br />

exercícios. “Em 30 anos, todos estarão se<br />

aposentando com no mínimo 65 anos”,<br />

calcula o professor da Fipe.<br />

Vilões do bem<br />

Enquanto a reforma da Previdência<br />

não proporciona benefícios mais<br />

concretos para o setor privado como,<br />

por exemplo, o aumento das vendas, a<br />

queda dos juros básicos, que diminui a<br />

rentabilidade dos fundos, e o baixo ritmo<br />

econômico têm impulsionado a concorrência<br />

no segmento. Um efeito evidente<br />

foi a isenção de taxas de carregamento<br />

tanto no ingresso dos investidores nos<br />

planos bem como na saída. Movimento<br />

puxado, principalmente, pelas seguradoras<br />

independentes, ganhou escala este<br />

ano com a adesão de grandes bancos de<br />

varejo. Numa outra frente, o mercado<br />

também tem apostado na diversificação<br />

de produtos a partir de portfólios mais<br />

atrativos para os investidores. Crispim,<br />

da Bradesco, classifica o cenário atual<br />

como a “quarta onda” no setor de previdência<br />

privada, caracterizada pela<br />

busca dos clientes por performance e<br />

diversificação. “Isso exige uma gestão<br />

mais dinâmica e criativa, em especial por<br />

conta do cenário de redução acentuada<br />

das taxas básicas de juros”, admite o<br />

especialista.<br />

Ele relembra que, desde que foi<br />

implantado no Brasil, o segmento de<br />

Proposta privada<br />

A proposta de reforma da Previdência<br />

proposta pela FenaPrevi, em<br />

parceria com a Fipe, está calcada em<br />

quatro pilares:<br />

❱❱<br />

Primeiro: visa a cobrir a renda básica<br />

da população idosa no valor de R$<br />

550,00;<br />

❱❱<br />

Segundo: básico e universal, sugere<br />

alteral o teto da Previdência Oficial<br />

de R$ 5,6 mil para R$ 1,650 mil para<br />

todos;<br />

❱❱<br />

Terceiro: Fundo de Garantia do<br />

Tempo de Serviço (FGTS) passa a ter<br />

dupla função:seguro desemprego<br />

e aposentadoria complementar capitalizada<br />

para novos entrantes. As<br />

contas terão de ser vinculadas ao CPF<br />

do contribuinte e não mais ao emprego.<br />

Para quem ganha até R$ 2,2<br />

mil, nada muda. Trabalhadores com<br />

salários superiores terão de contratar<br />

um plano na iniciativa privada com<br />

no mínimo 30% dos aportes mensais.<br />

❱❱<br />

Quarto: Cada um por si. Previdência<br />

privada nos moldes atuais, incluindo<br />

os sistemas abertos e também os<br />

fechados.<br />

previdência privada viveu quatro ciclos<br />

bem definidos: o início da indústria, no<br />

final dos anos 70, começo dos 80; criação<br />

dos planos PGBL e VGBL, com tratamento<br />

tributário diferenciado, nos anos<br />

90; implantação do regime tributário<br />

regressivo, nos anos 2000, e, por fim,<br />

a procura dos investidores por desempenho<br />

e diversificação nos dias atuais.<br />

Segundo Franco, da FenaPrevi, com<br />

a queda da taxa de juros ocorreu um<br />

movimento maior de diversificação de<br />

investidores em busca de retorno maior.<br />

Já é possível, inclusive, conforme ele,<br />

perceber o início de uma migração para<br />

ativos mais arriscados. Até 2016, apenas<br />

5,7% dos ativos estavam alocados em<br />

fundos multimercado. Este ano, no mês<br />

de setembro, esse porcentual era de 9,8%.<br />

“Com o cenário de juros baixos o participante<br />

está se deslocando para fundos de<br />

maior risco que oferecem potencialmente<br />

retorno melhor no médio e longo prazos”,<br />

conclui o presidente da FenaPrevi.


23


especial perspectivas nichos | rc economia profissional<br />

Subindo a rampa<br />

Reformas e retomada de<br />

investimentos injetam otimismo<br />

em seguradoras e corretores<br />

de que o próximo ano será de<br />

crescimento mais parrudo para<br />

o segmento. Apesar do olhar<br />

otimista de executivos para 2019, a<br />

ressalva permanece: a economia<br />

brasileira tem de ajudar<br />

Manuela Almeida<br />

Após ter seu desempenho impactado pela previdência<br />

privada ao longo deste ano, o mercado<br />

de seguros credita a 2019 a definitiva volta ao<br />

crescimento de dois dígitos. Se não for possível<br />

cravar tal expansão, a expectativa do segmento é de, ao<br />

menos, se aproximar deste patamar, que no passado era<br />

quase que uma regra em termos de desempenho para o<br />

setor. Debruçados na confecção de orçamentos para o<br />

próximo exercício, seguradoras e corretores se dizem<br />

mais otimistas com o ano que se avizinha após exercícios<br />

consecutivos de projeções frustradas para a economia brasileira.<br />

Sustenta o olhar de executivos ouvidos por <strong>Apólice</strong><br />

a expectativa de retomada dos investimentos por parte do<br />

setor corporativo e as tão prometidas reformas no governo<br />

do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). A continuidade<br />

de um maior fôlego de consumo por parte das pessoas<br />

24


físicas, que têm garantido ritmo à economia<br />

brasileira juntamente com o setor<br />

de agronegócios, também faz com que o<br />

mercado de seguros brasileiro trabalhe<br />

com um horizonte mais promissor para<br />

o próximo exercício. Somadas, essas<br />

vertentes tendem a permitir que a economia<br />

brasileira definitivamente decole,<br />

rumo a taxas de crescimento maiores. As<br />

projeções de expansão para o Produto Interno<br />

Bruto (PIB) do País indicam alta de<br />

2,53% em 2019, conforme levantamento<br />

com mais de 100 instituições financeiras<br />

compilado no conhecido relatório Focus,<br />

do Banco Central, na primeira semana de<br />

dezembro. A projeção, se concretizada,<br />

representará uma aceleração quando<br />

comparada com a perspectiva para o<br />

ano vigente, de avanço de 1,32%. Os<br />

mais otimistas apostam em crescimento<br />

acima dos 3% no próximo exercício. A<br />

ressalva, contudo, é que as reformas<br />

econômicas que estão em banho maria<br />

precisam ser implementadas no governo<br />

de Bolsonaro. Estão nessa lista os ajustes<br />

na Previdência Oficial e também no que<br />

tange à arquitetura tributária do País. O<br />

presidente de uma gigante global no País<br />

diz que o mercado de seguros local tem<br />

“boa chance” de emplacar dois dígitos de<br />

crescimento em 2019. “Se passar alguma<br />

reforma de Previdência aí (o desempenho<br />

do mercado brasileiro de seguros) explode”,<br />

prevê ele, na condição de anonimato.<br />

Estruturalmente, sem as reformas<br />

econômicas necessárias, o PIB brasileiro<br />

corre sérios riscos de seguir com taxas<br />

de crescimento “medíocres”. De acordo<br />

com cenários calculados pelo Instituto<br />

de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),<br />

o País caminharia para uma taxa média<br />

de expansão de 0,5% ao ano entre os<br />

exercícios de 2020 a 2031. Com as reformas,<br />

a taxa média de crescimento,<br />

contudo, subiria a 2,2% ao ano. Por ora,<br />

o que tem se visto é um ritmo de avanço<br />

calcado em uma economia recém-saída<br />

de uma de suas crises mais graves – a<br />

segunda maior da história brasileira<br />

após as revisões estatísticas calculadas<br />

pelo Instituto Brasileiro de Geografia<br />

e Estatística (IBGE) – e, portanto, com<br />

uma base de comparação extremamente<br />

fraca. No terceiro trimestre, o PIB brasileiro,<br />

divulgado no final de novembro,<br />

cresceu 0,8% ante o segundo e 1,3% no<br />

comparativo anual. Trata-se do sétimo<br />

trimestre consecutivo de expansão na<br />

economia brasileira.<br />

O mercado de seguros deve crescer<br />

mais que o PIB local neste ano, mas seu<br />

desempenho foi impactado pelo segmento<br />

de previdência privada e impactado<br />

pelo ambiente de volatilidade de ativos<br />

concorrentes. De janeiro a setembro, o<br />

segmento – sem considerar saúde – encolheu<br />

0,9% ante o mesmo período do<br />

ano passado, totalizando cerca de R$<br />

179 billhões em faturamento, conforme<br />

números da Superintendência de Seguros<br />

Privados (Susep), compilados pela<br />

Confederação Nacional das Seguradoras<br />

(CNseg). Sem considerar o seguro<br />

obrigatório (DPVAT), que teve sua tarifa<br />

reduzida, o decréscimo do mercado vai<br />

a 0,2% no acumulado do ano, o que o<br />

segmento encara como um “um estado<br />

de estabilidade” em termos nominais. A<br />

CNseg, que tem chamado atenção para o<br />

desempenho recortado de cada modalidade<br />

ao invés de o tradicional olhar geral<br />

para o setor de seguros, espera, contudo,<br />

que essa rota mude ainda neste ano, com<br />

crescimento de 3,3% em relação a 2017.<br />

Na melhor das hipóteses, a entidade projeta<br />

incremento de 5,2% no faturamento<br />

das seguradoras neste ano. Para o próximo<br />

exercício, as projeções – ao menos até<br />

aqui – indicam um desempenho ainda<br />

mais favorável do mercado de seguros,<br />

podendo, considerando um cenário<br />

otimista previsto pela CNseg, dobrar o<br />

ritmo de expansão visto ao longo deste<br />

exercício. “O desempenho do mercado de<br />

seguros é consequência do ritmo da economia<br />

brasileira. A correlação é direta.<br />

Com mais pessoas empregadas, o setor<br />

de saúde privada voltando, o resultado<br />

do mercado de seguros deve encostar<br />

nos dois dígitos de crescimento”, avalia o<br />

presidente da corretora de seguros MDS<br />

Brasil, Ariel Couto. A partir de uma postura<br />

“mais otimisma” com 2019, o executivo<br />

destaca ainda que há uma influência<br />

grande das eleições presidenciais no País,<br />

uma vez que o discurso da nova gestão<br />

está centralizado na redução do Estado<br />

e privatização de ativos estatais, o que<br />

❙❙Ariel Couto, da MDS Brasil<br />

25


economia<br />

“As transformações<br />

provocadas por novas<br />

tecnologias e a demora<br />

na retomada do<br />

crescimento econômico<br />

foram obstáculos que<br />

exigiram muito trabalho<br />

e dedicação. Creio<br />

que os corretores de<br />

seguros terminam 2018<br />

mais fortes do que<br />

iniciaram”<br />

Armando Vergílio, da Fenacor<br />

também deve abrir oportunidades para<br />

seguradoras e corretores. Tanto é que,<br />

além do claro impulso que deve continuar<br />

vindo das pessoas físicas, do segmento de<br />

agronegócios e de produtos atrelados ao<br />

mercado de crédito como prestamista e<br />

habitacional, seguradoras e corretores<br />

veem como nichos promissores em 2019<br />

justamente aqueles que têm relação com<br />

o setor de infraestrutura e também a<br />

leilões e concessões. Isso porque ainda<br />

que a retomada dos investimentos leve<br />

um tempo a proporcionar mais negócios<br />

em seguros, o mercado já espera reflexos<br />

positivos em 2019.<br />

O presidente da Federação Nacional<br />

dos Corretores (Fenacor), Armando Vergílio,<br />

vê amplo espaço para o mercado de<br />

seguros ocupar na economia visto que<br />

o segmento andou de lado nos últimos<br />

anos. “O mercado de seguros tem papel<br />

26<br />

relevante a cumprir nesse processo de<br />

retomada de crescimento da economia<br />

brasileira, oferecendo a indispensável<br />

gama de produtos e serviços que protejam<br />

os negócios e das pessoas, além<br />

de atuar efetivamente como expressivo<br />

investidor institucional, inclusive com o<br />

financiamento de grandes projetos públicos<br />

ou privados”, avalia ele. Do lado da<br />

regulação, Vergílio defende a continuidade<br />

do trabalho que vem sendo feito pela<br />

Susep, com foco na economia, no intuito<br />

de estimular negócios e o desenvolvimento<br />

do mercado de seguros. Segundo<br />

ele, 2018 foi um ano de “transição” para<br />

os corretores de seguros, que sofreram<br />

naturalmente as consequências do ritmo<br />

lento de recuperação da economia. “As<br />

transformações provocadas por novas<br />

tecnologias e a demora na retomada<br />

do crescimento econômico foram obstáculos<br />

que exigiram muito trabalho e<br />

dedicação. Creio que os corretores de<br />

seguros terminam 2018 mais fortes do<br />

que iniciaram”, diz o presidente da Fenacor,<br />

acrescentando que os corretores<br />

estão prontos para seguir em frente, com<br />

“justificado otimismo”.<br />

Estável<br />

Ainda que por enquanto a economia<br />

não esteja uma maravilha, alguns frutos<br />

já começam a ser colhidos pelo setor de<br />

seguros, quer seja no desempenho de<br />

algumas carteiras ou na visão do mercado<br />

financeiro. Depois de melhorar a<br />

perspectiva de rating do segmento este<br />

ano de negativa para estável, a agência<br />

Fitch Ratings manteve a recomendação<br />

para 2019. Na visão da classificadora,<br />

o ano que vem será um pouco “menos<br />

desafiador” para o setor de seguros<br />

em meio à perspectiva de recuperação<br />

do crescimento dos prêmios e também<br />

por conta da redução das incertezas<br />

políticas após as eleições presidenciais<br />

no País. Além disso, a Fitch acredita na<br />

manutenção dos atualmente favoráveis<br />

indicadores de crédito das seguradoras<br />

para o próximo exercício. A revisão e<br />

manutenção da perspectiva de rating<br />

“estável” para o mercado brasileiro de<br />

seguros ocorre após a classificadora ter<br />

mantido recomendação negativa para o<br />

segmento por três anos consecutivos. A<br />

❙❙<br />

Esin Celasun, da Fitch Ratings<br />

Fitch, contudo, se mantém cautelosa no<br />

campo das expectativas. A agência prevê<br />

modesta recuperação do crescimento dos<br />

prêmios em 2019, mas ainda abaixo dos<br />

5%, em decorrência da sua previsão de<br />

crescimento do PIB brasileiro de 2,3%<br />

em 2019 ante expectativa de alta de<br />

1,3% neste ano. Ressalta que o crescimento<br />

dos prêmios no setor brasileiro<br />

de seguros depende consideravelmente<br />

do cenário macroeconômico. Alerta<br />

ainda para o fato de os juros baixos,<br />

que pressionam a receita financeira das<br />

seguradoras, ainda serem um desafio no<br />

próximo exercício. Para o próximo ano, o<br />

mercado financeiro, conforme o boletim<br />

Focus, do BC, projeta aumento da taxa<br />

básica da economia, a Selic, mas nada<br />

muito alentador sob o ponto de vista de<br />

melhorar o retorno das companhias de<br />

seguros. Atualmente em 6,50% ao ano,<br />

analistas esperam que os juros subam<br />

a 7,68% ao ano para evitar possíveis<br />

choques nos preços (inflação), voltando<br />

ao patamar acima dos 8% somente em<br />

2020. De janeiro a setembro, o resultado<br />

financeiro das seguradoras diminuiu em<br />

cerca de 13%, o equivalente a quase R$<br />

5,5 bilhões, totalizando R$ 36,3 bilhões,<br />

segundo dados da Susep compilados por<br />

<strong>Apólice</strong>, na comparação com o mesmo<br />

período do ano passado. Ante 2016,<br />

quando a taxa Selic encerrou o exercício<br />

em 13,75% ao ano, a queda é ainda maior,<br />

passando dos R$ 11 bilhões que deixaram<br />

de ser computados nos balanços das<br />

seguradoras. “A redução das incertezas<br />

políticas após as eleições de 2018 e a re-


27


economia<br />

❙❙<br />

Marcelo Picanço, da Porto Seguro<br />

cuperação econômica devem contribuir<br />

para o crescimento dos prêmios, mas é<br />

improvável que a receita financeira se<br />

recupere significativamente”, avalia a<br />

diretora da Fitch, Esin Celasun.<br />

Diante disso, segue o mantra de que<br />

as seguradoras têm de se debruçar na melhora<br />

da eficiência e do resultado operacional<br />

para compensar um menor desempenho<br />

do lado financeiro. A Porto Seguro,<br />

por exemplo, tem conseguido colher<br />

frutos desta estratégia. No acumulado do<br />

ano até setembro, o resultado operacional<br />

da companhia foi três vezes maior,<br />

superando o impacto da redução da taxa<br />

de juros em suas aplicações financeiras.<br />

Esse desempenho, destaca o diretor geral<br />

de Relações com Investidores da Porto<br />

Seguro, Marcelo Picanço, confirma que é<br />

possível compensar a queda do resultado<br />

financeiro dentro de um período mais<br />

longo. A Bradesco Seguros, por exemplo,<br />

entregou no terceiro trimestre seu o<br />

melhor desempenho operacional em sete<br />

anos. O diretor-presidente da companhia,<br />

Vinicius Albernaz, diz que a instituição<br />

segue debruçada em segmentos de maior<br />

rentabilidade, do lado financeiro, e trabalha<br />

com ventos mais favoráveis em meio<br />

ao arrefecimento dos índices gerais de<br />

preço (IGPs), que foram impactados pelo<br />

câmbio. “Temos uma perspectiva mais<br />

positiva para o resultado financeiro”,<br />

resume o executivo.<br />

Para o operacional, as seguradoras<br />

também já trabalham com um cenário<br />

mais otimista. Picanço, da Porto, espera<br />

um crescimento maior de venda<br />

28<br />

de apólices no próximo ano em meio à<br />

melhora da economia, com redução nos<br />

índices de desemprego e também nos<br />

indicadores de violência, o que reflete<br />

ainda na sinistralidade. A companhia<br />

está disposta, inclusive, conforme ele,<br />

a flexibilizar seu apetite de riscos, o<br />

que, na prática, significa subscrever<br />

negócios que até então estavam fora do<br />

radar da companhia. “As perspectivas<br />

de crescimento de prêmios para 2019<br />

são melhores, mas isso não significa que<br />

o faturamento crescerá mais. Pode ser<br />

que cresça menos porque quando o risco<br />

cai, o preço do seguro fica mais barato.<br />

Mas, em termos de unidades de apólices,<br />

temos de crescer num ritmo superior”,<br />

avalia o diretor geral de Relações com<br />

Investidores da Porto. No segmento de<br />

veículos, do qual a seguradora é líder de<br />

mercado, o crescimento, conforme ele,<br />

“finalmente” aconteceu no terceiro trimestre<br />

deste ano. “Estamos focados em<br />

crescer a frota, mas dentro de parâmetros<br />

sustentáveis”, destaca Picanço, sem abrir<br />

a meta da companhia para sua carteira<br />

de veículos em 2019.<br />

Desova<br />

O fim das eleições presidenciais no<br />

Brasil deve ajudar o mercado de seguros<br />

a vender mais no próximo exercício, mas<br />

também tende a destravar, conforme<br />

especialistas, uma série de negócios<br />

no âmbito do mercado de fusões e<br />

aquisições (M&A, na sigla em inglês).<br />

Uma das tratativas mais aguardadas é<br />

a continuidade da venda do balcão de<br />

❙❙Cassio Amaral, da Mattos Filho<br />

❙❙<br />

Vinicius Albernaz, da Bradesco Seguros<br />

seguros da Caixa Econômica Federal. O<br />

processo, iniciado no começo deste ano,<br />

atraiu cerca de 20 players do mercado,<br />

incluindo nomes como SulAmérica, BB<br />

Seguridade, holding de seguros do Banco<br />

do Brasil, além da própria francesa CNP<br />

Assurances, que já é sócia do banco em<br />

sua seguradora. Também é esperado<br />

desfecho em tratativas de vendas de<br />

carteiras, cujas conversas se arrastaram<br />

ao longo deste ano. No mercado<br />

de resseguros também são esperados<br />

movimentos. Além das conversas entre<br />

Terra Brasis, do Brasil Plural, e Austral,<br />

da Vinci Partners, outra transação que<br />

se comenta envolve a americana Markel,<br />

cuja operação no Brasil, que compreende<br />

uma seguradora e uma resseguradora,<br />

passou a ser presidida por Carlos<br />

Caputo por conta da saída do ex-IRB Leonardo<br />

Paixão do comando do negócio<br />

securitário do grupo. Além de também<br />

estarem confiantes de que o mercado<br />

de seguros deve voltar à trajetória de<br />

dois dígitos de expansão em 2019, os<br />

advogados sócios do escritório Mattos<br />

Filho especializados em seguros Cassio<br />

Amaral e Thomaz Kastrup veem, inclusive,<br />

a possibilidade do desembarque de<br />

novos players no País. Estrangeiros não<br />

devem, contudo, iniciar operações do<br />

zero como quando da abertura do mercado<br />

de resseguros, há mais de uma década.<br />

“Podemos ter players estrangeiros<br />

fazendo aquisições no Brasil em meio à<br />

retomada da economia e do mercado de<br />

seguros e resseguros no próximo ano”,<br />

prevê Kastrup.


Acabamos de divulgar o “Estudo MetLife de Tendências<br />

de Benefícios para Funcionários” (EBTS,<br />

na sigla em inglês), levantamento feito com 300<br />

empregadores e 500 funcionários de empresas<br />

privadas, de diferentes portes e setores de atuação. Fazemos<br />

essa pesquisa há mais de 10 anos e a cada edição reforçamos<br />

algumas conclusões que já temos. Entre elas, a de<br />

que os benefícios contribuem para a retenção de talentos,<br />

tema fundamental para as empresas. Nove em cada dez<br />

entrevistados compartilham dessa opinião, frente aos 81%<br />

indicados na pesquisa anterior, em 2013. Quase a totalidade<br />

dos entrevistados (99%) veem os benefícios como essenciais<br />

para aumentar a satisfação dos funcionários com o trabalho<br />

(frente a 89% em 2013), enquanto 91% os entendem como<br />

solução para abranger as mais diversas necessidades dos<br />

funcionários (69% na edição anterior).<br />

Outra evidência da importância dos benefícios nos mecanismos<br />

de atração e retenção de pessoas é a valorização, pelos<br />

funcionários, desse tipo de oferta, mostrando-se tão eficaz, no<br />

Brasil, quanto a satisfação com salários ou com chefias, superando<br />

o que se verifica em outras partes do mundo. O engajamento<br />

dos funcionários provocado pelos benefícios cresceu 13% no<br />

País, maior que a expansão vista no Chile (10%) e no México<br />

(11%), e comparável a mercados como Austrália, Reino Unido<br />

e Emirados Árabes Unidos.<br />

Tal retrato se depara com ambientes de trabalho cada vez<br />

mais diversificados, que reúnem indivíduos de diferentes gerações<br />

e origens, com necessidades que também se diferenciam.<br />

Para acompanhar essa tendência, a indústria de benefícios tem<br />

oferecido pacotes cada vez mais variados, além de ferramentas de<br />

relacionamento digitais, de forma a facilitar a escolha, por parte<br />

dos clientes, do que mais se encaixa aos seus estágios de vida.<br />

Funcionários reconhecem a flexibilidade de escolha oferecida<br />

por empregadores, condição que também gera o sentimento<br />

de segurança financeira, de acordo com nossa pesquisa.<br />

Também veem as empresas em que trabalham como fontes<br />

confiáveis e convenientes de benefícios. No Brasil, 64% dos<br />

funcionários entendem que, por meio delas, conseguem meartigo<br />

Política de Benefícios<br />

como diferencial da<br />

estratégia de negócios<br />

por Raphael Carvalho*<br />

lhores preços, e 57% identificam maior facilidade de compra.<br />

Verifica-se, inclusive, disposição de pagar pelos benefícios<br />

que desejam, mesmo que os empregadores não contribuam<br />

financeiramente.<br />

Dar aos funcionários a opção de assumir algum controle<br />

sobre os benefícios se torna uma estratégia cada vez mais importante<br />

para o engajamento. Do total de entrevistados, 61%<br />

dos colaboradores citam que a possibilidade de personalizar<br />

os benefícios é um importante fator para aceitarem uma oferta<br />

de trabalho. A pesquisa também sinaliza que empresas e<br />

funcionários, no Brasil, estão abertos à ideia de personalizar<br />

os benefícios, o que também permite a escolha por produtos<br />

adicionais. Entre os empregadores, 86% acreditam que esse<br />

formato seja uma maneira econômica de agregar valor ao pacote<br />

geral de benefícios, e 84% consideram essa alternativa efetiva<br />

para atender as diferentes necessidades dos funcionários.<br />

A demanda por novos produtos indica uma nova tendência.<br />

Vemos, em seguros de vida, que o brasileiro tem se mostrado<br />

mais preocupado em investir em coberturas que possam ser<br />

aproveitadas em vida, complementando o formato tradicional,<br />

para os casos de morte. Em 2017 (comparado com 2016), tivemos<br />

um aumento nos índices de utilização dessas coberturas<br />

da ordem de 39% para casos de invalidez por doença; 106%<br />

em diárias por incapacidade; e 102% em fratura óssea. Esse<br />

é um indicativo de que o cliente está mais consciente sobre a<br />

necessidade de proteger a qualidade e seu nível de vida, indo<br />

além da preocupação com os bens que deixará para os herdeiros.<br />

Esperamos também uma procura cada vez maior por produtos<br />

de previdência privada, dada a visibilidade que o assunto<br />

tem alcançado e, consequentemente, pela maior conscientização,<br />

por parte das pessoas, dos benefícios desse investimento.<br />

Talentos são escassos e disputados, e ter as melhores<br />

pessoas, e as pessoas certas, é crucial para o desenvolvimento<br />

das empresas. Com a retomada na criação de postos de trabalho<br />

– vista de forma discreta nos últimos meses, mas que<br />

deve ganhar impulso com a esperada recuperação da atividade<br />

econômica –, a oferta de benefícios poderá ser o diferencial<br />

para reter e atrair esses profissionais. Pode, portanto, fazer<br />

toda a diferença na estratégia de negócios.<br />

*Raphael Carvalho é CEO da MetLife<br />

29


evento | transporte<br />

2019 será um ano de recuperação<br />

para o setor de transportes<br />

Simpósio organizado<br />

pelo Clube<br />

Internacional de<br />

Seguros de Transporte<br />

mostrou que a<br />

recuperação do setor já<br />

começou, mesmo que<br />

de forma lenta<br />

Kelly Lubiato<br />

Depois de um longo período de<br />

retração econômica, parece<br />

que 2019 será o ano da retomada<br />

dos investimentos. É o<br />

acreditam os executivos que participaram<br />

do 6º Simpósio do Clube Internacional<br />

de Seguros de Transporte – CIST,<br />

que aconteceu em São Paulo.<br />

O economista Paulo Rabello de<br />

Castro mostrou que o novo Governo tem<br />

todas as condições para proporcionar ao<br />

País um crescimento, mesmo que tímido.<br />

Há fatores que fogem ao controle, como<br />

o cenário externo, a herança fiscal e a<br />

herança da improdutividade (da iniciativa<br />

privada).<br />

Outros fatores, entretanto, dependem<br />

da atuação do Governo, como o<br />

controle das despesas e a retomada dos<br />

investimentos, com a obtenção da anuência<br />

política. “O grande desafio será<br />

controlar as despesas, cuja consequência<br />

é zerar o deficit fiscal”, avaliou Castro.<br />

Para ele, as palavras-chave para<br />

2019 serão: infraestrutura, que envolve<br />

privatizações, novas concessões e a<br />

regularização de empresas lavajatadas<br />

(“quem fez tem que pagar, mas não a<br />

estrutura empresarial”); a reforma tributária,<br />

a desburocratização e o Governo<br />

Eletrônico; e mais acesso ao crédito,<br />

com melhores serviços públicos e capital<br />

interno/externo.<br />

30<br />

❙❙<br />

Salvatore Lombardi, presidente do CIST<br />

Segundo dados da Confederação<br />

Nacional das Empresas de Seguros Gerais,<br />

Previdência Privada e Vida, Saúde<br />

Suplementar e Capitalização-CNseg, o<br />

segmento de Seguro Transportes alcançou<br />

cerca de R$ 1,5 bilhão em Prêmios<br />

Diretos no primeiro semestre de 2018, o<br />

que representa um crescimento de 14,5%<br />

frente ao R$ 1,3 bilhão registrados em<br />

igual período de 2017.<br />

O presidente da Fenseg, João Francisco<br />

Borges, também participou deste<br />

painel para falar sobre a economia. Ele<br />

contou que a CNseg havia se reunido<br />

com o presidente Jair Bolsonaro antes<br />

da eleição para apresentar as demandas<br />

do setor. “Nos ramos de seguros gerais,<br />

nos preocupamos com a nova lei de licitações<br />

de obras públicas, na qual estamos<br />

construindo os seguros de garantias<br />

contratuais”.<br />

“Para o presente, colocamos o combate<br />

ao roubo e furto de mercadorias e<br />

de veículos como necessidade imediata”,<br />

continuou Borges, acrescentando que<br />

espera que haja esforço grande para<br />

aumentar a punição aos receptadores.<br />

Existe uma indústria do crime com<br />

capital financiado por um mercado econômico”,<br />

finalizou.<br />

Salvatore Lombardi, presidente do<br />

CIST, enfatizou que o mercado mostrou<br />

uma pequena reação no segundo<br />

semestre de 2018, pois houve maior<br />

movimentação de mercadorias. “O<br />

transporte internacional cresceu quase<br />

20%. O nacional também cresceu e a<br />

sinistralidade diminuiu, apesar da falta<br />

de apoio do Estado, mas com participação<br />

de todos os entes preocupados com<br />

o gerenciamento dos riscos”.<br />

O Brasil teve posição de destaque nos<br />

prêmios globais de seguros marítimos de<br />

transporte pagos em 2017. Com 5,3% de<br />

participação, o país ficou atrás apenas de<br />

China, Alemanha, Japão e Reino Unido.<br />

Esse foi um dos destaques da palestra<br />

do suíço Nicola Linguerri, Head Marine


Underwrinting Centre da Swiss Re Corporate<br />

Solutions.<br />

Linguerri repercutiu dados divulgados<br />

no último encontro pela IUMI<br />

(International Union of Marine Insurance),<br />

realizado em setembro passado, na<br />

África do Sul. O executivo ressaltou que o<br />

mercado de seguros de transporte/marine<br />

está começando a se estabilizar após um<br />

período de queda, mas ainda há um longo<br />

caminho pela frente. “Precisamos lidar<br />

com o crescente descompasso entre prêmios,<br />

receitas e custos”, disse Linguerri.<br />

Ao abordar o ciclo de subscrição,<br />

o executivo foi claro: “Vamos agir!”. “É<br />

preciso tomar decisões de forma eficaz<br />

e ter coragem para agir contra tendências<br />

de mercado quando for oportuno”,<br />

disse Linguerri. “Evite coberturas não<br />

relacionadas aos seguros de transportes<br />

dentro de uma apólice de transporte e<br />

reduza o potencial de perdas drásticas<br />

e inesperadas ao máximo”, foram os<br />

conselhos do executivo.<br />

❙❙Público na Expocist 2018<br />

31


evento | longevidade<br />

Para envelhecer bem é<br />

preciso ter um propósito<br />

Maisa Kairala, Alexandre Kalache e Marilia Berzins<br />

Especialistas garantem que é preciso poupar,<br />

investir em conhecimento e em qualidade de<br />

vida para garantir um envelhecimento saudável<br />

Kelly Lubiato<br />

Chegar à maior, melhor, idade de<br />

forma digna é um dos grandes<br />

desafios da humanidade, sabendo<br />

que começamos a envelhecer<br />

a partir dos 28 anos, segundo especialistas<br />

no assunto que falaram durante o XIII<br />

Fórum da Longevidade promovido pela<br />

Bradesco Seguros.<br />

Quem hoje tem entre 28 e 58 anos,<br />

daqui a 32 anos fará parte da população<br />

de idosos em 2050. Como sempre faz<br />

questão de ressaltar, Alexandre Kalache,<br />

gerontologista e presidente do Instituto<br />

da Longevidade, o envelhecimento não é<br />

uma corrida de 100 metros, mas sim uma<br />

maratona, que necessita de preparação.<br />

“É preciso integrar os capitais de saúde<br />

e qualidade de vida, de conhecimento,<br />

social e financeiro com um propósito<br />

de vida”.<br />

Vinicius Albernaz, presidente do<br />

Grupo Bradesco Seguros, disse que segundo<br />

dados da Geneve Association, estima-se<br />

que em 2050 haverá 380 milhões<br />

de pessoas com mais de 80 anos, nos<br />

Estados Unidos, Europa e Ásia. “Temos<br />

em curso a aceleração do fenômeno da<br />

longevidade e vemos com orgulho estas<br />

mudanças, porque há 13 anos envelhecer<br />

era quase como sair de cena. Colocamos<br />

o debate desde a prevenção de saúde até<br />

a sua manutenção financeira. Isso reitera<br />

nosso compromisso de manter a visibilidade<br />

desta faixa etária, protegendo-a<br />

sempre. Há outras iniciativas, mas a<br />

melhor forma de reforçar nosso compromisso<br />

é manter a atualidade do debate<br />

através de nossos especialistas”.<br />

O evento contou com a participação<br />

de diversos especialistas para discutir o<br />

futuro da longevidade. Denise Mazzaferro,<br />

especialista em gerontologia, lembrou<br />

que estamos na fase transitória para viver<br />

até os 100 anos e que existirão novos<br />

empregos e habilidades para este período<br />

da vida. “Ter uma situação financeira<br />

resolvida não será tudo. Precisaremos<br />

de um propósito”.<br />

Viver para sempre é o sonho de<br />

muita gente, mas viver bem e com saúde<br />

é o maior desafio. A geneticista Lygia da<br />

Veiga Pereira mostrou alguns avanços<br />

nos estudos do genoma humano e como<br />

eles podem ser aplicados na ampliação<br />

da qualidade de vida das pessoas com<br />

mais idade.<br />

O ser humano é 99,8% semelhante<br />

32


geneticamente. “Apenas 0,2% determinam<br />

as nossas diferenças de aparência<br />

e características de saúde”, informou<br />

a cientista. Ela explicou que o uso do<br />

genoma por seguradoras, por exemplo, é<br />

muito polêmico, “porque se a informação<br />

sobre o nosso genoma for usada contra<br />

nós ninguém vai querer sequer participar<br />

de pesquisas”.<br />

Lygia enfatizou que nos Estados<br />

Unidos já existe uma lei que proíbe o<br />

uso das informações genéticas das pessoas<br />

por empregadores e seguradores,<br />

contra elas próprias. “No Brasil, ainda<br />

não há nada fechado sobre este tema. A<br />

questão da privacidade genética ainda<br />

não foi discutida a ponto de virar uma<br />

legislação”, pontuou.<br />

Os testes genéticos ainda são limitados.<br />

Alguns genes já são um pouco conhecidos,<br />

como o da doença de Parkinson, do<br />

Alzheimer, da hipertensão, do diabetes<br />

e, por isso, o FDA (Food and Drug Administration)<br />

proibiu a divulgação dos<br />

resultados genéticos nos Estados Unidos.<br />

Mais importante de tudo é entender<br />

que as pessoas são fruto do genoma,<br />

mas também da qualidade de vida, pois<br />

é possível modular os efeitos genéticos<br />

com o estilo de vida, tomando cuidados<br />

com obesidade, fumo e outros fatores<br />

externos. “Enquanto a pílula da vida<br />

eterna não vem, precisamos modular<br />

nosso estilo de vida para viver melhor”,<br />

destacou Lygia.<br />

Aging 2.0<br />

O mundo da tecnologia não pode se<br />

desprender do envelhecimento da população.<br />

A evolução etária mostra que em<br />

breve os idosos serão grandes consumidores.<br />

A Aging 2.0 é uma rede global de<br />

startups para melhorar a sociedade com<br />

inovações e para promover a interação<br />

intergeracional.<br />

“Nosso objetivo é construir uma sociedade<br />

inclusiva e inovadora”, afirmou<br />

Stephen Johnston, co-fundador da rede.<br />

Stephen Johnston<br />

Ele insiste para que as pessoas deixem de<br />

ver o envelhecimento de forma negativa,<br />

apenas pelo lado do aumento dos problemas,<br />

como doenças crônicas, isolamento<br />

e solidão. “Nossa ideia de envelhecimen-<br />

33


longevidade<br />

to é tratar este período com sabedoria,<br />

com muitas contribuições para que<br />

façamos coisas melhores e entendamos<br />

mais a maioridade”.<br />

A Aging 2.0 envolve 68 parceiros<br />

globais e 120 empresas membros. Esta<br />

rede desenvolve uma agenda que cobre<br />

novas ideias e conecta tecnologias e<br />

empresas para construir novas ideias.<br />

Johnston citou como exemplo uma<br />

startup que desenvolveu uma plataforma<br />

para que pessoas sozinhas possam receber<br />

jovens que se envolvam em sua vida.<br />

Outra desenvolveu um exoesqueleto que<br />

ajuda o movimento de idosos através do<br />

uso de inteligência artificial, usado por<br />

baixo da roupa.<br />

“Nós não precisamos apenas desenvolver<br />

produtos e serviços inovadores,<br />

mas precisamos inovar o sistema, criando<br />

nova metodologia e nova forma de<br />

pensar o sistema que vivemos.<br />

O jornalista Pedro Doria lembrou<br />

que a atual Revolução Digital é tão<br />

grande quanto a Revolução Industrial<br />

do século XIX. Se na primeira, a força<br />

humana foi substituída pela máquina,<br />

independente da fonte de energia. A<br />

Revolução Digital desenvolve o substituto<br />

para o cérebro humano. Machine<br />

learning vai substituir funções que não<br />

necessitam de criatividade, mas apenas<br />

de repetição. São sistemas que podem ser<br />

automatizados”, enfatizou Doria.<br />

Adaptar uma casa a um idoso será<br />

muito mais fácil com tecnologias que<br />

já estão disponíveis, seja com robôs<br />

que pegam coisas pela casa, ou os que<br />

se comunicam, ou aqueles que podem<br />

tornar a iluminação da casa inteligente,<br />

ou dispositivos ligados ao corpo que<br />

detectam alterações de dados de saúde,<br />

que são monitorados realtime.<br />

Cuidado e financiamento<br />

Quanto mais se vive, mais cara fica<br />

a conta da saúde. Mais do que isso, o<br />

grande desafio será a formação dos novos<br />

cuidadores dos idosos, tarefa que hoje é<br />

atribuída principalmente às mulheres das<br />

famílias. De acordo com Marisa Kairala,<br />

doutora em Saúde Pública, apesar da<br />

quantidade de idosos ter aumentado, a<br />

qualidade de vida não acompanhou esta<br />

progressão. “Os brasileiros querem envelhecer,<br />

mas é estarrecedor o que eles<br />

pensam. Eles têm uma angustia, porque<br />

imaginam a velhice com dependência,<br />

problemas mentais e solidão”, lamenta.<br />

Para envelhecer de forma sustentável é<br />

preciso fazer um monitoramente durante<br />

toda a vida.<br />

“É importante ressaltar que o envelhecimento<br />

é uma conquista e não uma<br />

doença ou problema social. A dimensão<br />

funcional da saúde assume valor crucial<br />

na velhice, mas ainda não foi assimilada<br />

pelas políticas públicas”, esclareceu a<br />

socióloga Marilia Berzins. Ela destacou<br />

é que necessário haver um investimento<br />

maciço na formação de novos cuidadores<br />

para o futuro.<br />

Prêmio Longevidade de Jornalismo<br />

Em reconhecimento à importância da imprensa como formadora<br />

de opinião e difusora de conhecimento, a premiação<br />

busca estimular a elaboração de trabalhos jornalísticos que<br />

tratem o tema da longevidade com criatividade, contemplando<br />

duas modalidades: “Mídia Impressa” (jornais e revistas) e<br />

“Mídia Digital” (TV, rádio e web).<br />

Em Mídia Impressa, André Biernath conquistou o primeiro<br />

lugar com matéria publicada na <strong>Revista</strong> Saúde (Editora Abril);<br />

Lucinthya Maria Gomes da Silva, do Jornal O Povo, de Fortaleza,<br />

ficou com o segundo lugar; e Flávia Furlan Nunes foi a terceira<br />

colocada com reportagem publicada na revista Exame.<br />

Na modalidade Mídia Digital, os vencedores foram Flávia<br />

Peixoto Cardoso de Barros, da TV Brasil de<br />

Brasília, na primeira colocação; Leilane Menezes<br />

do site Metrópoles, também de Brasília,<br />

em segundo lugar; e Marília Rastelli da EPTV<br />

Campinas na terceira posição.<br />

respectivamente, Rute Reghini, de Londrina, Paraná; Lídia<br />

Santos Silva Nascimento de São Paulo e Rosilda Campos<br />

Ugliara, de Frutal, Minas Gerais.<br />

Prêmio Pesquisa em Longevidade<br />

Direcionado à comunidade acadêmica, essa categoria<br />

é composta pelas modalidades “Geriatria” e “Gerontologia”.<br />

Em Geriatria os vencedores foram Tamires Alves<br />

Sarno, de Santos, e Camila Vieira Ligo Teixeira, de Paulínia.<br />

Em Gerontologia foram premiadas as pesquisas de Anne<br />

Carolina Ramos, de Caxias do Sul, e Eric Marcel Viana, de<br />

São Paulo.<br />

Prêmio Longevidade<br />

Histórias de Vida<br />

O objetivo dessa categoria é reconhecer<br />

e estimular a transmissão de conhecimento<br />

entre gerações, incentivando o relato de<br />

histórias que, de alguma forma, contribuam<br />

para disseminar o conceito de longevidade<br />

com qualidade de vida e bem-estar. Em<br />

primeiro, segundo e terceiro lugar ficaram,<br />

❙❙Vencedores do Prêmio Longevidade de Jornalismo<br />

34


confraternização | Sindseg MG/GO/MT/DF<br />

Medalha do Mérito Segurador<br />

reconhece personalidades do mercado<br />

Reconhecer e destacar as personalidades<br />

do mercado e da<br />

sociedade que contribuem<br />

para o fortalecimento do setor.<br />

Esse é o objetivo da Medalha do Mérito<br />

Segurador, premiação concedida pelo<br />

Sindicato das Seguradoras dos Estados<br />

de Minas Gerais, Goiás, do Mato Grosso<br />

e do Distrito Federal (SindSeg MG/GO/<br />

MT/DF), durante o Evento de Confraternização.<br />

Mais de 300 convidados, entre<br />

dirigentes de entidades do mercado,<br />

executivos de seguradoras e corretores,<br />

participaram do evento no dia 30 de<br />

novembro, no Ilustríssimo.<br />

Os agraciados com a medalha foram<br />

Alexandre de Souza Faria, diretor<br />

presidente da Multiseg; Edson Franco,<br />

presidente da FenaPrevi (que não pode<br />

comparecer, por estar em viagem fora<br />

do país) e Edna Damasceno, sócia-fundadora<br />

do Clube de Seguros de Pessoas<br />

de Minas Gerais (CSP-MG), falecida<br />

em julho deste ano. O filho de Edna,<br />

Rodrigo Damasceno Machado, recebeu<br />

a homenagem.<br />

O evento contou com a presença<br />

ilustre dos presidentes dos Sindicatos<br />

dos Corretores dos estados de atuação<br />

do SindSeg: José Cristóvão Martins,<br />

Sincor-MT; Dorival Alves de Sousa,<br />

atual presidente e João Pereira da Silva,<br />

presidente eleito do Sincor-DF e Maria<br />

Filomena Branquinho, do Sincor-MG<br />

e Henderson de Paula Rodrigues, vice<br />

presidente do Sincor-GO<br />

Alexandre Faria e Augusto Matos<br />

Representantes regionais<br />

Marcelo Piccinini,<br />

Juliana Almeida e<br />

Leonardo Semen<br />

Membros das comissões<br />

João Pereira, Dorival Alves, José Cristóvão, MariaFilomena Branquinho,<br />

Augusto Matos , Arnol Lemos e Henderson Rodrigues<br />

Diretoria do SindSeg<br />

Rodrigo Damasceno<br />

e Augusto Matos<br />

Augusto Prado, Luiza Matos,<br />

Augusto Matos, Cristina Matos e Natalia Prado<br />

Salão do evento<br />

36


Caderno de Tecnologia<br />

O futuro está<br />

entre nós<br />

37


especial | insurance meeting<br />

A 12ª edição do Insurance Service Meeting<br />

mostrou que o que se imaginava para um<br />

futuro distante, há 10 anos, já faz parte da<br />

realidade de hoje. Quem demorar para<br />

entender isso, já está atrasado para este páreo.<br />

Kelly Lubiato<br />

CNseg, que o boom de surgimento de<br />

insurtechs no Brasil aconteceu entre<br />

2010 e 2012. Em 2018, foram lançadas<br />

apenas três empresas do tipo. “Temos<br />

78 insurtechs para um mercado de 150<br />

seguradoras. Acho que ainda haverá<br />

uma consolidação destas empresas”,<br />

adiantou Körner.<br />

O<br />

mundo muda rápido demais<br />

e certamente o mercado de<br />

seguros será impactado<br />

por estas transformações.<br />

É possível que em poucos anos alguns<br />

produtos desapareçam, como o seguro<br />

automóvel da forma como é conhecido<br />

hoje. Muitas seguradoras já estão<br />

investindo para conhecer melhor o<br />

seu cliente e caminhamos, ainda que a<br />

passos lentos, para um seguro cada vez<br />

mais customizado e voltado para as necessidades<br />

específicas de cada cliente.<br />

A jornada do cliente é cada vez<br />

mais importante, pois os consumidores<br />

que começam a adquirir produtos de<br />

seguros são os mesmos que acessam<br />

experiências como Netflix, Google,<br />

Amazon. A nova geração de consumidores<br />

espera esta agilidade do mercado<br />

de seguros. “Cabe às seguradoras<br />

tradicionais criarem novos produtos,<br />

com aquisição mais simples e completamente<br />

online. Não adianta apenas<br />

digitalizarem os produtos já existentes”,<br />

acredita Alex Körner, superintendente<br />

de Produtos de Seguros do Banco Santander<br />

Brasil e presidente da Comissão<br />

de Inteligência de Mercado da CNseg.<br />

O executivo mostrou, em sua<br />

palestra no 12º Insurance Service<br />

Meeting, realizado em São Paulo para<br />

❙❙Alex Körner, do Banco Santander Brasil


A questão cultural é a maior impeditiva<br />

da inovação. As lideranças das<br />

organizações acreditam que o modelo<br />

em vigor ainda funciona e que, por<br />

isso, podem aguardar para ver como<br />

a coisa se desenvolve para fazer novos<br />

investimentos.<br />

Transformação digital<br />

A transformação das metrópoles<br />

em cidades inteligentes é uma realidade<br />

que vai tomando forma aos poucos.<br />

Renato de Castro, especialista deste<br />

tema da SmartUp, vê com entusiasmo<br />

as mudanças e afirmou que o mercado<br />

de seguros será um dos setores mais<br />

impactados por esta atualização.<br />

A 4ª Revolução Industrial será a<br />

mais importante de todos os tempos.<br />

Tudo pode ser visto como uma nova<br />

oportunidade de negócios, segundo o<br />

especialista. Para isso, ele apresentou<br />

alguns dados. Em 2030, 70% de toda<br />

a população mundial estará em zonas<br />

urbanas. O que para os brasileiros pode<br />

não ser nenhuma novidade, mas, para<br />

lugares como a Índia e China, este é um<br />

grande problema. Neste caso específico,<br />

a Organização das Nações Unidas<br />

(ONU) nem fala mais em Cidade Inteligente,<br />

mas em Vila Inteligente, que<br />

mantém o cidadão onde ele está.<br />

O aspecto de maior impacto nas<br />

cidades inteligentes é o de mobilidade<br />

urbana, pois 25% da poluição do mundo<br />

é causada por veículos automotores. A<br />

poluição causa 100 milhões de ausências<br />

❙❙Renato de Castro, da SmartUp<br />

Big Data Analytics para o mercado de seguros<br />

A revolução digital chegou à área<br />

de seguros. Toda mudança traz desafios,<br />

porém, é importante destacar<br />

os benefícios percebidos por quem<br />

já utiliza tecnologias aplicadas aos<br />

negócios.<br />

“Não são poucas as empresas que<br />

já adotaram essas inovações em seu<br />

dia a dia. Machine learning, Inteligência<br />

Artificial e Big Data Analytics são<br />

alguns exemplos que têm ajudado<br />

corretoras e seguradoras a aperfeiçoar<br />

seus processos e definir suas estratégias”,<br />

explica Jaime de Paula, CEO da<br />

Neoway.<br />

Na área de seguros, essas ferramentas<br />

podem ser úteis para várias<br />

finalidades, entre elas:<br />

❱❱<br />

Inteligência de mercado – Por<br />

meio da análise de dados, é possível<br />

conhecer o mercado de atuação, encontrar<br />

oportunidades de expansão<br />

e estudar o perfil dos consumidores<br />

para criar novos produtos em muito<br />

menos tempo.<br />

❱❱<br />

Prevenção contra fraudes – Soluções<br />

de machine learning são<br />

capazes de analisar milhares de<br />

informações de comportamento e<br />

classificar o potencial de risco de<br />

cada situação, identificando possíveis<br />

fraudadores. Pode-se verificar<br />

se o segurado possui processos<br />

anteriores, evitando o pagamento<br />

de falsos sinistros, por exemplo.<br />

❱❱<br />

Precificação e aceitação de apólice<br />

– Uma das vantagens de utilizar o Big<br />

Data Analytics é analisar cada cliente<br />

de maneira rápida e consistente para<br />

oferecer o contrato ideal, de acordo<br />

com o perfil (idade, gênero, renda<br />

presumida, entre outras variáveis).<br />

Os dados podem ser levantados<br />

rapidamente, possibilitando um<br />

retorno mais ágil e preciso ao cliente<br />

e, por consequência, gerando mais<br />

produtividade ao corretor.<br />

❱❱<br />

Compliance – É possível mapear<br />

pessoas politicamente expostas,<br />

seus vínculos familiares, societários<br />

e empregatícios com o objetivo<br />

de prevenir crimes como lavagem<br />

❙❙<br />

Jaime de Paula, CEO da Neoway<br />

de dinheiro, ocultação de bens e<br />

conflitos de interesse, além de coibir<br />

o financiamento ao terrorismo,<br />

atendendo a circular 445 da Susep.<br />

❱❱<br />

Análise de prestadores – Seguradoras<br />

podem encontrar oficinas<br />

com os requisitos necessários para<br />

ser credenciadas e atender usuários<br />

de um seguro auto. Nos seguros<br />

saúde, é possível encontrar empresas<br />

ou profissionais para ser parceiros<br />

da organização na ampliação<br />

da rede ou implantação de novos<br />

serviços.<br />

“O Big Data Analytics otimiza processos<br />

e resultados. A implementação<br />

dessa tecnologia aumenta exponencialmente<br />

a competitividade das organizações,<br />

independente do seu porte<br />

ou área de atuação”, destaca Jaime.<br />

As tecnologias estão mudando<br />

a maneira de fazer negócios. Quem<br />

souber tirar o melhor proveito delas,<br />

com certezav sairá na frente de seus<br />

competidores.<br />

Saiba mais informações em<br />

www.bit.ly/neowayseguradoras<br />

especial especial | insurance | seguro meeting de vida


especial | insurance meeting<br />

❙❙<br />

No púlpito, Cassio Dreyfuss, da Gartner<br />

laborais por ano e 400 mil mortes por o gestor da cidade que não fornece<br />

ano. “Estamos falando de um meio de iluminação suficiente nas ruas?<br />

transporte ineficiente, mas que ainda “Mobilidade será o primeiro grande<br />

é responsável pelas maiores carteiras impacto, mas a saúde é que nos mata”,<br />

de seguro. Em 10 anos, o seguro de advertiu. 95% das pessoas sofrem de algum<br />

tipo de doença, segundo o Lanced,<br />

automóvel deve sofrer queda e pode até<br />

desaparecer da forma o conhecemos”, Word Health Organization. O desafio<br />

advertiu.<br />

será predizer o que as pessoas podem<br />

Para ele, com o surgimento dos sofrer de acordo com as informações<br />

carros autônomos chega também a disponíveis, seja em dispositivos wearables<br />

ou em mídias sociais.<br />

discussão de como será o seguro de<br />

Responsabilidade Civil em caso de acidentes.<br />

“O responsável é o programador cação. Segundo a Unesco, 64 milhões<br />

O que mata nosso futuro é a edu-<br />

do veículo, a empresa que construiu o de crianças estavam fora das escolas<br />

carro, a empresa que opera o veículo, em 2017. “A tecnologia pode ser o<br />

❙❙A feira de negócios contou com diversas empresas expositoras<br />

O que pode mudar<br />

no mercado de<br />

seguros?<br />

❱❱<br />

1. Foco no consumidor, com a<br />

criação de experiências para ele,<br />

através de sensores vestíveis, monitoramento<br />

de redes sociais;<br />

❱❱<br />

2. Simplicidade: todo o processo<br />

deve ser dirigido para isso. O<br />

cliente deve ser capaz de emitir o<br />

seguro e receber a indenização de<br />

forma eletrônica;<br />

❱❱<br />

3. Parceria: uma nova era de fusões<br />

e aquisições e muito investimento<br />

em startups e spinoffs;<br />

❱❱<br />

4. Predição, para diminuir os riscos<br />

e atuar ativamente na prevenção<br />

dos sinistros. Evitar que o sinistro<br />

aconteça.<br />

grande fator para mudar esta realidade”,<br />

comemorou Castro.<br />

Ele explicou que cinco pilares<br />

guiam os princípios das cidades inteligentes:<br />

gestão inteligente, orientação<br />

da gestão para o cidadão; valorização<br />

da qualidade de vida; nova economia<br />

(criativa, compartilhada e colaborativa);<br />

e resiliência.<br />

As seguradoras vão se tornar<br />

empresas de hardware. Elas serão as<br />

responsáveis por fornecer os sensores<br />

vestíveis que tornarão o seguro customizado<br />

para as pessoas. O desafio<br />

será tornar os riscos acessíveis para as<br />

pessoas que mais precisam dele, para<br />

aquelas cujos riscos são altos.<br />

O mais importante será harmonizar<br />

a análise crua dos riscos da sociedade do<br />

ponto de vista de comunicação, pois a<br />

imagem do setor poderá ser sensivelmente<br />

afetada. A grande sacada da tecnologia<br />

não é precificar o risco, mas predizer os<br />

sinistros que podem acontecer.<br />

“A transformação digital não é tecnológica,<br />

é muito mais de mentalidade<br />

das pessoas para assimilar a tecnologia”.<br />

Esta foi a definição de Cassio Dreyfuss,<br />

vice-presidente de pesquisa da Gartner.<br />

Seria interessante que as empresas já<br />

tivessem passado da fase de discutir este<br />

assunto e estivessem no plano das ações,<br />

mas a realidade é diferente.


❙❙<br />

Cristiano Barbieri, da SulAmérica<br />

Corroborando a opinião de vários<br />

especialistas, Dreyfuss ressaltou que a<br />

transformação digital mostra que não<br />

devemos fazer mais do mesmo. É outra<br />

coisa: a tecnologia para a educação, por<br />

exemplo, não é apenas utilizar um computador<br />

para apresentar os conteúdos.<br />

“Em um novo conceito, desaparece a<br />

sala de aula física. Hoje, já conseguimos<br />

criar um roteiro de formação individual,<br />

customizado para cada pessoa do planeta,<br />

seguindo seu estilo de aprendizado,<br />

suas experiências e capacidades”. Vale<br />

destacar que as pessoas vão buscar<br />

informações onde elas quiserem e o<br />

professor poderá ser o coach do processo<br />

❙❙Curt Zimmerman, da Bradesco Seguros<br />

de aprendizado, exercendo a parte nobre<br />

da sua profissão.<br />

Trazendo a realidade para o mercado<br />

de seguros, vale ressaltar que<br />

ele vive de tecnologia e informação.<br />

“A transformação é como você busca<br />

a informação e a utiliza”, ensina o<br />

pesquisador.<br />

Como ficou muito claro nos dois<br />

dias do evento, estamos saindo da era<br />

industrial para a era digital. A tecnologia<br />

tomou emprestados os conceitos<br />

da engenharia industrial, como os conceitos<br />

de métrica, processos etc. “Mas<br />

os ambientes não são mais estáveis e<br />

previsíveis. Estamos mudando a maneira<br />

como nos relacionamos e estamos<br />

encontrando novas maneiras de desenvolver<br />

o trabalho”.<br />

No mundo digital, é preciso adotar<br />

novos modelos de trabalho, mais ágeis<br />

e flexíveis, com outras características,<br />

como: ninguém tem autoridade para<br />

dizer a forma como você deve fazer algumas<br />

coisas, os superiores devem dizer<br />

qual é a missão. Ao longo dela aparecem<br />

os desafios que devem ser transpostos.<br />

Transformação das pessoas<br />

O diretor de Tecnologia da SulAmérica,<br />

Cristiano Barbieri, destacou<br />

que a cultura empresarial vigente<br />

contribuiu para tornar as organizações<br />

fortes, mas que agora assiste-se a uma<br />

transformação do cliente. “Principalmente<br />

dos corretores de seguros,<br />

que precisam se adaptar ao mundo da<br />

transformação. Acreditamos que a mudança<br />

precisa ser feita, prototipada em<br />

pequenos modelos de experimentação,<br />

que quando dá certo, vai para a escala”,<br />

garantiu o executivo, que completou: “a<br />

experimentação e as pequenas doses de<br />

valores transformam as pessoas. É uma<br />

guerra cultural”.<br />

Por outro lado, Curt Zimmerman,<br />

diretor de TI da Bradesco Seguros,<br />

pontuou que seria interessante também<br />

provocar o meio acadêmico para que as<br />

pesquisas também fossem direcionadas<br />

à realidade dos mercados. Ele indicou<br />

que seria muito interessante uma parceria<br />

entre as universidades e as aceleradoras,<br />

para a criação de modelo mais<br />

aderentes ao mercado. “Nosso nível de<br />

maturidade precisa aumentar, porque<br />

membros da academia ainda sentem-<br />

-se melindrados com a influencia da<br />

iniciativa privada”<br />

Cibele Cardin, CIO da Chubb<br />

Seguros, afirmou que as empresas<br />

possuem diferentes níveis de aceitação<br />

do erro, que acontece muito na experimentação<br />

de inovações. “Para ser<br />

ágil, errar é bom”, sentenciou. Quem<br />

está mais ágil possui uma visão fluída,<br />

porque a forma como vê o erro muda.<br />

“Convencer o board e fazê-lo entender<br />

que a criaão é uma jornada é um dos<br />

maiores desafios. É preciso mudar a<br />

cabeça das pessoas”, complementou.<br />

especial especial | insurance | seguro meeting de vida


especial | insurance meeting<br />

Insurtech promove a transformação<br />

digital das operações de Inspeção,<br />

Vistoria e Sinistro<br />

Paixão por transformar<br />

negócios com<br />

tecnologia. Esse é<br />

o propósito da BRQ,<br />

empresa brasileira<br />

que há 25 anos apoia<br />

a digitalização de<br />

empresas do setor<br />

financeiro, seguros e<br />

telecom<br />

Em 2016, através de constante<br />

investimento em inovação,<br />

surgiu o BRQ LABS, uma unidade<br />

criada com o propósito<br />

de acrescentar novas ideias, soluções e<br />

produtos ao ecossistema da BRQ. Um<br />

dos resultados obtidos no BRQ LABs<br />

foi a criação da insurtech Inspeção<br />

360°. Trata-se de uma plataforma facilmente<br />

utilizada para inspeção, vistoria<br />

prévia ou sinistros.<br />

O sócio-fundador da BRQ, e responsável<br />

pela BRQ LABs, Antonio<br />

Rodrigues, afirma a importância de se<br />

investir em inovação: “Esta insurtech<br />

foi desenvolvida internamente pela<br />

empresa. Hoje temos uma solução totalmente<br />

disruptiva, que promete transformar<br />

a relação das seguradoras com<br />

o risco, com a prestação de serviços e<br />

o segurado. Superamos as expectativas,<br />

recebemos ótimos feedbacks de nossos<br />

clientes e projetamos um forte crescimento<br />

do Inspeção 360° em 2019”.<br />

Sempre com a visão multirramo,<br />

a solução se tornou uma robusta plataforma<br />

modularizada que compreende<br />

toda a cadeia de vistoria. “O foco inicial<br />

era a gestão da prestação de serviço<br />

em campo e a coleta de feedbacks<br />

dos proponentes. Hoje, possibilitamos<br />

total autonomia para as seguradoras<br />

realizarem atividades operacionais,<br />

gerenciais, financeiras e de auditoria,<br />

além da automatização de processos<br />

que proporcionaram grande redução de<br />

tempo e ganho de escala para grandes<br />

volumes de vistoria”, explica André<br />

Luiz Antunes, diretor de Produtos.<br />

Recentemente a solução recebeu<br />

duas grandes novidades:<br />

♦♦<br />

Módulo antifraude com Inteligência<br />

Artificial e uso de robôs proprietários,<br />

que analisam laudos e o<br />

comportamento das atividades das<br />

vistorias em busca de anomalias que<br />

possam indicar algum tipo de fraude.<br />

♦♦<br />

Módulo de autosserviço, no qual o<br />

segurado faz a própria vistoria.<br />

“O autosserviço está naturalmente<br />

crescendo muito pela comodidade. Consequentemente,<br />

traz significativa redução<br />

de tempo e custos operacionais, além do<br />

aumento da documentação dos riscos.<br />

As informações obtidas são duplamente<br />

validadas, primeiro por Inteligência Artificial<br />

e depois por equipes especializadas<br />

em nosso BPO operacional”. Comenta<br />

Eduardo Sousa, Gerente de Operações.<br />

Analisando alguns resultados,<br />

André Antunes aponta alguns números<br />

obtidos em 2018: “Realizamos mais<br />

de 110 mil vistorias e avaliamos uma<br />

À frente: Rodrigo Copelo, André Antunes e Eduardo Souza.<br />

Atrás: Raphael Carbone, Rafael Cirino, Luis Felipe e Marcello Britto<br />

redução de 60% no tempo total da<br />

geração de laudos, 70% só na coleta<br />

de informação e reduzimos em 80% as<br />

visitas frustradas. Estamos apenas no<br />

início da transformação”.<br />

A solução pode ser contratada em<br />

módulos e em pacotes de inspeção.<br />

Quanto maior o número de inspeções<br />

menor o custo unitário. Esse modelo<br />

permite flexibilidade e aderência aos<br />

diferentes cenários e rápido retorno.<br />

“As seguradoras se surpreendem com<br />

o tamanho da solução, a quantidade de<br />

tecnologias de ponta associadas e com<br />

o baixo investimento a ser realizado”<br />

diz André Antunes<br />

Em constante laboratório, em busca<br />

de inovação e mantendo compromisso<br />

de ser pioneiro nessa transformação,<br />

o time do Inspeção 360° trabalha em<br />

novos desafios para 2019: “A utilização<br />

de drones para inspeções já é uma realidade.<br />

Nosso desafio é a utilização da<br />

realidade aumentada para imersão da<br />

análise de riscos e aumentar a utilização<br />

de IA na análise de dados. Além dos<br />

desafios tecnológicos, vamos continuar<br />

investindo em novos ramos, como o<br />

agrícola e na expansão internacional do<br />

produto”, planeja André Antunes.


eventos<br />

Acoplan celebra ano de<br />

realizações em seu 15º<br />

almoço de confraternização<br />

A Acoplan (Associação dos Corretores de Planos de<br />

Saúde) realizou seu 15º almoço de confraternização de fim<br />

de ano, celebrando os resultados de 2018. A presidente da<br />

entidade, Rosa Antunes, agradeceu a presença de todos e<br />

reiterou seu compromisso de trabalho em prol do setor de<br />

saúde. “Minha entrega é absoluta, pois faço isso com muita<br />

verdade e com muito amor”, afirmou. Segundo a dirigente,<br />

em 2019 a Acoplan estará engajada na aplicação de cursos e<br />

palestras, objetivando dobrar a capacidade de vendas do setor,<br />

atendendo a demanda com a retomada da economia.<br />

U m a g r a n d e<br />

conquista para o setor<br />

em 2018, segundo<br />

Rosa Antunes, foi<br />

a carta sindical que<br />

deu início à atuação<br />

do Sindiplanos, “entidade<br />

que nos ajudará<br />

a profissionalizar<br />

ainda mais o nosso<br />

setor” e a criação do<br />

Selo de Qualidade,<br />

“que irá avaliar as<br />

corretoras de acordo<br />

Alexandre Camillo, presidente do Sincor SP;<br />

Rosa Antunes, presidente da Acoplan e<br />

Silvio Toni, presidente do Sindiplanos<br />

com suas habilidades,<br />

competências e<br />

conhecimentos”.<br />

Academia empossa novos<br />

membros em sua festa de<br />

25 anos<br />

No último dia 06, a Academia Nacional de Seguros e Previdência<br />

- ANSP, realizou em São Paulo sua tradicional Noite<br />

Acadêmica. Na ocasião, a ANSP comemorou seus 25 anos,<br />

empossou 27 novos Acadêmicos e outorgou três comendas.<br />

“Essa Noite Acadêmica foi muito especial, pois comemoramos<br />

25 anos de história com a chegada de novos Acadêmicos<br />

e a presença daqueles que são a base a ANSP”, ressalta João<br />

Marcelo, presidente da ANSP.<br />

Na ocasião também foi realizada a entrega da Comenda<br />

ANSP, concedida a personalidades que tenham contribuído<br />

significativamente para a divulgação, progresso ou desenvolvimento<br />

do setor de seguros brasileiro. Receberam a homenagem<br />

os Acadêmicos Miguel Junqueira Pereira, Paulo Roberto<br />

Campos de Castro e Osmar Bertacini.<br />

UCS celebra 2018 com grande encontro<br />

A UCS (União dos Corretores de Seguros) reuniu em seu<br />

último encontro de 2018 cerca de 200 pessoas, entre associados<br />

e lideranças do setor, em especial aqueles que estiveram com<br />

a entidade ao longo do ano, participando dos eventos mensais.<br />

A presidente da UCS, Mara Borges Sutto, destacou o<br />

papel da entidade em unir os corretores<br />

de seguros, com o objetivo<br />

de intensificar relacionamentos e<br />

promover a troca de conhecimento.<br />

“Com o propósito de nos ajudarmos<br />

mutuamente acabamos estabelecendo<br />

mais do que amizade, formamos uma<br />

família. Nossos associados estão<br />

sempre dispostos a compartilhar<br />

informação, seja em nosso Fórum<br />

pelo email ou em nossos eventos<br />

como o Trocando Ideias. E como<br />

todo grupo de amigos ou familiares<br />

também temos os momentos de cele-<br />

44<br />

brar. Conseguimos superar as dificuldades da economia e do<br />

mercado de seguros em 2018 e seguimos para um ano novo<br />

com grandes expectativas com o novo governo e a retomada<br />

do crescimento. Estaremos juntos em 2019 para identificar e<br />

aproveitar as oportunidades”, declarou.


Aconseg-SP comemora 15<br />

anos de muitas realizações<br />

Durante o evento de<br />

confraternização de fim de<br />

ano da Aconseg-SP, realizado<br />

dia 26 de novembro,<br />

o presidente da associação,<br />

Marcos Colantonio, apresentou<br />

números referentes<br />

às assessorias associadas da<br />

entidade, seus crescimentos<br />

e ações que envolveram os<br />

corretores de seguros.<br />

“Conforme os dados<br />

do terceiro Relatório Econômico-Financeiro da Aconseg-SP,<br />

desenvolvido por Francisco Galiza, são quase 400 profissionais<br />

de assessorias para atender 22 mil corretores de seguros,<br />

em 2016 eram 16 mil, com crescimento de 35% em dois anos,<br />

lembrando que alguns corretores trabalham com duas assessorias.<br />

Algumas seguradoras transferiram bases de corretoras<br />

para assessorias, realizando atendimento focado em aumento<br />

de produção e diversificação de carteira. E segundo, os corretores<br />

estão procurando assessorias para dar suporte e, assim,<br />

aumentando o ganho de produtividade”, comentou Colantonio.<br />

CVG-SP reelege diretoria<br />

mandato 2019/2020<br />

O Clube de Vida em Grupo de São Paulo elegeu em<br />

Assembleia Geral Ordinária a nova diretoria para os dois<br />

próximos anos. A chapa única, nomeada por aclamação,<br />

trouxe a reeleição de Silas Kasahaya.<br />

Para o presidente, as perspectivas são positivas. “Estamos<br />

montando um planejamento forte. O CVG-SP sempre<br />

participou muito ativamente das discussões de mudanças e<br />

novidades que o mercado de seguros traz. Nesse novo cenário<br />

presidencial do nosso país, a tendência é que Seguro de<br />

Pessoas aumente”, afirma.<br />

CCSOR recebe agentes do<br />

mercado para encerrar 2018<br />

Diretoria do Clube dos Corretores de Seguros de<br />

Osasco e Região, no estado de São Paulo, recebeu seus<br />

associados e parceiros seguradores para encerrar sua<br />

atividades no ano de 2018. Sob o comando do mentor<br />

Ednir Fornazzari, a confraternização contou com a<br />

participação de 150 pessoas<br />

CSP-MG comemora<br />

conquistas e homenageia<br />

destaques do mercado<br />

É tempo de celebrar as conquistas de 2018! O Clube de<br />

Seguros de Pessoas de Minas Gerais (CSP-MG) reuniu a<br />

diretoria, associados, beneméritas, conselheiros e parceiros<br />

de mercado para seu tradicional almoço de confraternização,<br />

no dia 5 de dezembro, no Automóvel Clube de Minas Gerais,<br />

em Belo Horizonte.<br />

Entre os homenageados estavam grandes personalidades,<br />

que contribuem de forma notável para o desenvolvimento do<br />

setor: Nilton Molina (presidente do Conselho de Administração<br />

da Mongeral Aegon e do Instituto de Longevidade da Mongeral<br />

Aegon) e Augusto Frederico Costa Rosa de Matos (presidente<br />

do SindSeg MG/GO/MT/DF). Os executivos receberam os troféus<br />

de Mérito Profissional e Personalidade do Ano, respectivamente.<br />

João Paulo Moreira de Mello,<br />

presidente do CSP-MG,<br />

com Wellerson Castro e<br />

Roberto Barbosa,<br />

representantes da Fenacor<br />

45


evento | congresso norte<br />

Região realiza seu<br />

1º Congresso exclusivo<br />

Encontro reuniu no<br />

início de novembro<br />

corretores de seguros<br />

e especialistas para<br />

discutir o futuro do<br />

mercado<br />

Cerca de 800 congressistas, público<br />

composto por corretores<br />

de seguros e agentes do setor,<br />

profissionais da área, convidados<br />

e conferencistas) participaram do<br />

evento realizado pelo Sindicato dos Corretores<br />

de Seguros do Pará (Sincor-PA),<br />

com apoio dos congêneres da região<br />

(Sincor’s do Amazonas, Roraima, Tocantis,<br />

Rondônia e Acre), Fenacor e Escola<br />

Nacional de Seguros. Na programação,<br />

rodadas de negócios, exposições, painéis<br />

e palestras com profissionais da área.<br />

“A região Norte é a que mais cresce<br />

no Brasil inteiro e é onde o mercado de<br />

seguros está encontrando espaço para sua<br />

expansão. Portanto, é muito importante<br />

que este evento ocorra aqui”, enfatizou o<br />

presidente da Fenacor, Armando Vergílio.<br />

O primeiro dia contou com a palestra<br />

“Mulheres Chefes de Família: Avanços<br />

e Desafios”, ministrada pela conferencista<br />

Maria Helena Monteiro (diretora<br />

de ensino técnico da Escola Nacional de<br />

46<br />

Seguros - ENS) que destacou, baseado<br />

em estudos, o crescimento da figura feminina<br />

no Brasil em todos os parâmetros<br />

(econômicos, políticos, educacionais e<br />

outros). Segundo o presidente do Sincor<br />

Pará, João Braga, “Este primeiro congresso<br />

cumpre a missão de fortalecer o<br />

mercado de seguros no nosso Estado e<br />

no norte do Brasil com<br />

a participação de vários<br />

diretores e presidentes<br />

de seguradora”, e agradeceu<br />

“agradeço a Deus,<br />

as famílias presentes e<br />

cada representante de<br />

sindicatos que se encontram<br />

aqui”.<br />

Além das palestras,<br />

o evento contou também<br />

com a Feira do Mercado<br />

Segurador, na qual os<br />

participantes puderam<br />

conhecer os executivos<br />

das companhias em um<br />

ambiente propício para<br />

as seguradoras ouvirem<br />

as sugestões dos<br />

corretores que, por sua<br />

vez ,conheceram as novidades<br />

do mercado.<br />

Na rodada de negócios<br />

houve troca de ideias<br />

sobre futuro, negócios e<br />

oportunidades.<br />

Na programação, os estudantes<br />

do Ensino Médio Regular da Região<br />

Metropolitana de Belém que se inscreveram<br />

no Concurso de Redação do<br />

Sincor Pará e foram classificados no<br />

primeiro, segundo e terceiro lugares,<br />

foram premiados juntamente com suas<br />

respectivas escolas.


internacional | china<br />

Uma terra de<br />

guindastes<br />

Com dois dígitos de<br />

crescimento, o mercado<br />

de seguros chinês<br />

continha sendo o<br />

principal motor para o<br />

aumento dos prêmios<br />

globais, apesar de ter<br />

desacelerado o ritmo.<br />

A nova rota da seda,<br />

que conecta o País<br />

ao comércio global,<br />

deve não só mantê-lo<br />

neste posto bem como<br />

escancarar uma janela<br />

de oportunidade para as<br />

seguradoras investirem<br />

na China<br />

Manuela Almeida<br />

Não é possível andar alguns metros<br />

na China sem avistá-los<br />

no horizonte. Os trambolhos<br />

amarelos quase fazem que<br />

parte da suntuosa arquitetura oriental.<br />

Da desenvolvida Pequim às cidades da<br />

Província de Cantão (Guangzhou), os<br />

guindastes estão por toda parte. Só perdem<br />

para os quadradinhos, os chamados<br />

QR Code, e para as bicicletas compartilhadas.<br />

Na China, a evolução dos tradicionais<br />

códigos de barras é o principal<br />

método de pagamento da população, que<br />

já não carrega mais notas de yuan na carteira.<br />

As bicicletas, que formam pilhas e<br />

pilhas pelas ruas chinesas, também são<br />

pagas e desbloqueadas com a leitura de<br />

um código QR Code. Só é um preciso<br />

um celular. Eles não saem das mãos dos<br />

chineses. Quadradinhos e magrelas à<br />

parte, um desafio interessante quando se<br />

visita a China é contar a quantidade de<br />

guindastes espalhados pelo território local.<br />

Impossível. Perde-se a conta rapidamente.<br />

Os guindastes são um símbolo do<br />

boom de infraestrutura que o País vive,<br />

passados exatos 40 anos da sua abertura<br />

comercial e econômica e a explosão da<br />

demanda que veio a reboque em meio a<br />

uma população de 1,4 bilhão de pessoas.<br />

É de lá também que vem boa parte da<br />

demanda de seguros global, a despeito da<br />

desaceleração econômica que o País atravessa.<br />

No terceiro trimestre deste ano, a<br />

China registrou seu menor crescimento<br />

trimestral em nove anos, ao apresentar<br />

expansão de 6,5% na comparação com<br />

o mesmo período de 2017. Impactada<br />

pelos efeitos da guerra comercial com os<br />

Estados Unidos, a economia chinesa, que<br />

nos últimos anos apresentou crescimento<br />

exponencial, se descolando da brasileira<br />

ao passar dos US$ 12 bilhões, tende a<br />

continuar rodando em ritmo mais lento<br />

daqui para frente. Para se ter uma ideia,<br />

o montante representa um terço do total<br />

de ativos do mercado global de seguros<br />

e resseguros, em torno dos US$ 30 trilhões.<br />

Na visão de economistas, contudo,<br />

o País deve manter um patamar de expansão<br />

anual ao redor dos 6%. Para conter o<br />

processo de desaceleração econômica em<br />

curso, o governo chinês tem reforçado<br />

investimentos em infraestrutura. Ao<br />

mesmo tempo que o segmento contribui<br />

para segurar as pontas do crescimento<br />

do Produto Interno Bruto (PIB) local,<br />

também serve de motor para o mercado<br />

de seguros chinês, o terceiro maior do<br />

mundo, que cresce a uma taxa de dois<br />

dígitos. “Como a mudança do poder<br />

econômico global do Ocidente para o<br />

Oriente prossegue com a mesma força,<br />

a China, e especialmente os mercados<br />

emergentes da Ásia, serão as principais<br />

fontes de demanda de seguros nos próximos<br />

anos”, avalia o economista-chefe do<br />

Grupo Swiss Re, Jérôme Jean Haegeli,<br />

em recente relatório ao mercado.<br />

Dados do estudo Sigma, confeccionado<br />

pela gigante suíça, mostram que a<br />

parcela dos prêmios globais da China<br />

saltou de 0,8% em 2000 para 9,7% em<br />

2017. Estima-se que, de acordo com as<br />

projeções da Swiss Re, essa fatia cresça<br />

para 16% até 2028. Nesse tempo, as<br />

47


china<br />

❙❙Jérôme Jean Haegeli, do Grupo Swiss Re<br />

prioridades quando o assunto é seguro<br />

mudaram para a população chinesa. Um<br />

cidadão cantonês diz que agora as pessoas<br />

na província onde vive - a análise<br />

também se aplicar para a China como<br />

um todo - prezam por investimentos em<br />

saúde e educação, enquanto no passado a<br />

prioridade era o patrimônio. Sem enfrentarem<br />

riscos como segurança e violência<br />

em seu dia a dia, os jovens orientais não<br />

se preocupam com seguros patrimoniais.<br />

Isso porque, diferentemente das gerações<br />

passadas que vivenciaram a escassez de<br />

produtos e serviços e a pobreza local<br />

antes da abertura econômica e comercial<br />

do País, estão ávidos pelo consumo.<br />

Como consequência, conta uma jovem<br />

chinesa, poupam menos que seus pais e<br />

avós. “Em 2018, o mercado de seguros<br />

de vida doméstico passou por um período<br />

de transformação e ajuste. Como a estrutura<br />

de produtos de seguro foi ajustada<br />

e otimizada, por um lado, o ritmo de<br />

queda dos prêmios de seguro de vida vem<br />

diminuindo mês a mês; por outro lado,<br />

os negócios de proteção, como o seguro<br />

de saúde, mostra crescimento”, confirma<br />

a China Re, em relatório de resultados,<br />

acrescentando que esse segmento está<br />

acelerando para voltar a focar na questão<br />

da função da proteção que essas apólices<br />

carregam.<br />

A mudança da visão do povo chinês,<br />

que após o boom econômico das últimas<br />

décadas, prioriza mais as proteções pessoais,<br />

tende a fazer com que o mercado<br />

local lidere a aceleração do mercado de<br />

48<br />

vida nos países emergentes. Mais do que<br />

isso, juntos, devem potencializar o segmento<br />

como um todo ao redor do globo.<br />

O último estudo Sigma do Instituto Swiss<br />

Re “Global economic and insurance outlook<br />

2020” estima que o mercado de seguros<br />

mundial cresça acima dos 3% por<br />

ano, tanto em 2019 como em 2020. Com<br />

demanda tanto do mercado de seguro<br />

de vida como do não-vida, segundo Haegeliem,<br />

em dólares norte-americanos,<br />

a taxa de crescimento dos prêmios de<br />

seguro nos mercados emergentes da Ásia<br />

será três vezes superior à média global<br />

nos próximos dois anos. Isso porque a<br />

riqueza nesses mercados cresceu muito<br />

nos últimos anos e o incremento de um<br />

ponto porcentual no PIB deste ano, por<br />

exemplo, tem um impacto muito mais<br />

significativo em termos de volume de<br />

prêmios do que teria há uma década.<br />

A explicação, conforme a Swiss Re, é<br />

de que muitos mercados progrediram<br />

para a área mais inclinada da “curva S”<br />

de seguros e o impacto do crescimento<br />

da renda sobre a demanda por seguros é<br />

muito maior.<br />

A nova rota da seda<br />

Um dos projetos que vem turbinando<br />

o setor de seguros na China e deve<br />

continuar por assim fazer nos próximos<br />

anos é a nova rota da seda, a chamada<br />

Belt & Road Initiative (BRI). O projeto,<br />

anunciado em 2013 pelo presidente<br />

Xi Jinping, visa a conectar o País aos<br />

grandes mercados globais, reorientando<br />

o comércio chinês rumo à Europa, ao<br />

Sudeste Asiático e à África. Estimada<br />

em US$ 900 bilhões, a nova rota da seda<br />

engloba investimentos na construção de<br />

ferrovias, portos e outros projetos de<br />

infraestrutura em 65 países, o que lhe<br />

credita o título de maior estratégia de<br />

investimento estrangeiro feito por um<br />

único país na história global. “São seis<br />

corredores que vão conectar a China com<br />

os grandes mercados globais”, destaca<br />

o cientista político Maurício Santoro,<br />

professor de relações internacionais da<br />

Universidade do Estado do Rio de Janeiro<br />

(UERJ).<br />

Do lado do seguro, a nova rota da<br />

seda, ponderadas as questões de financiamento,<br />

acidentes de trabalho e suspeitas<br />

de corrupção em algumas obras,<br />

representam um mar de oportunidades<br />

para seguradoras ao redor do mundo.<br />

Além dos projetos já concluídos, que<br />

continuam a render prêmios para as companhias<br />

de seguros, muitos outros estão<br />

em andamento ou devem ser construídos<br />

nos próximos anos. A mega ponte Hong<br />

Kong-Zhuhai-Macau (HZMB), um dos<br />

grandes locais de disputa geopolítica<br />

do século XXI, é um deles. A estrutura<br />

contou com uma apólice de mais de ¥<br />

200 milhões em prêmios de seguros,<br />

equivalente a cerca de R$ 100 milhões,<br />

e visa a engrandecer a baía da Província<br />

de Cantão. Participaram do contrato,<br />

conforme a autoridade responsável pelo<br />

projeto na China, gigantes do mercado<br />

global, como as suíças Swiss Re e Zurich.<br />

Com custos de construção ao redor<br />

dos ¥ 120 bilhões - em torno de R$ 60<br />

bilhões -, a ponte HZMB é considerada<br />

um grande case de seguros da China.<br />

Trata-se da maior ponte marítima do<br />

mundo com 55 quilômetros de extensão<br />

no total. Foram seis anos de estudo e<br />

planejamento e nove para a construção<br />

do projeto, que foi aberto ao público em<br />

outubro último, depois de atrasos por<br />

problemas como acidentes de trabalho<br />

e casos de corrupção. Além do período<br />

de construção, o início da operação da<br />

ponte segue sendo benéfico ao mercado<br />

de seguros local uma vez que os proprietários<br />

dos veículos são obrigados a<br />

contratarem previamente um seguro de<br />

responsabilidade civil para transitar no<br />

local. A apólice varia conforme a legislação<br />

de cada uma das três jurisdições<br />

responsáveis pela HZMB: Hong Kong,<br />

Zhuhai e Macau.<br />

Assim como a super ponte, outros<br />

projetos estão em andamento e tendem<br />

a sustentar a demanda por seguros<br />

na China na área de infraestrutura. É<br />

recorrente, contudo, a preocupação de<br />

companhias locais para os riscos envolvidos<br />

nos projetos. Wang Wen, que dirige<br />

o China Export and Credit Insurance<br />

Corporation (Sinosure), criticou recentemente,<br />

conforme a mídia chinesa, a<br />

gestão de risco nos projetos associados<br />

à nova rota da seda. É preciso, conforme<br />

ele, uma melhor atenção ao tema para<br />

que desastres sejam evitados em meio


à situação preocupante de estruturas de<br />

financiamento em alguns projetos como,<br />

por exemplo, a linha ferroviária entre<br />

Adis Abeba-Djibuti, inaugurada no início<br />

deste ano e que dá acesso marítimo<br />

à Etiópia. O Sinosure, que dá garantia<br />

de pagamento ao empreendimento, já<br />

desembolsou até o momento cerca de<br />

US$ 1 bilhão. Procurada pela reportagem<br />

da <strong>Apólice</strong>, a companhia não comentou<br />

o assunto. O alerta também vem de<br />

outros grupos. Em recente evento para<br />

debater a BRI, o Chairman da China Re<br />

Group, Yuan Linjiang, declarou que há<br />

uma contradição entre o fornecimento<br />

de seguro desequilibrado e insuficiente<br />

e uma demanda crescente de seguros<br />

nos projetos no âmbito da nova rota da<br />

seda. Segundo ele, muitos riscos foram<br />

expostos e “não segurados”.<br />

Embora as seguradoras já estejam<br />

fornecendo coberturas de seguros para<br />

os projetos, a despeito dos riscos envolvidos,<br />

a Belt & Road Initiative também<br />

abre uma oportunidade de investimento<br />

para esses grupos. Isso porque as companhias<br />

de seguros podem participar<br />

de projetos por meio de financiamento<br />

de capital e dívida e títulos de securitização<br />

que podem ser adquiridos por<br />

companhias de seguros e outros investidores<br />

institucionais. “Entre 2015 e 2030,<br />

acreditamos que o déficit total de infraestrutura<br />

na China e em outros países da<br />

BRI poderia atingir US$ 20 trilhões. As<br />

seguradoras estão bem posicionadas para<br />

capitalizar essa oportunidade”, projeta a<br />

Swiss Re, em recente relatório publicado<br />

ao mercado.<br />

No ano passado, o total de ativos do<br />

setor de seguros da China foi de US$ 2,5<br />

trilhões. Empresas estrangeiras investiram<br />

somente ¥ 450 bilhões (US$ 67<br />

bilhões), ou 2,7% do total de ativos de<br />

seguros, conforme a Swiss Re. “Esse patamar<br />

é muito inferior ao limite regulatório<br />

de 15%. As seguradoras globais estão<br />

perdendo uma oportunidade considerável<br />

para investir em projetos da BRI”, alerta<br />

o grupo suíço. De olho no potencial dos<br />

recursos do setor, os reguladores chineses<br />

flexibilizaram, em 2015, as regras para<br />

que as seguradoras pudessem investir<br />

em projetos de infraestrutura. “Embora<br />

encontrar ativos adequados para investimento<br />

seja um desafio, acreditamos que<br />

as seguradoras ainda podem encontrar<br />

oportunidades atraentes de investimento<br />

(na China) para diversificar suas carteiras”,<br />

avalia a Swiss Re.<br />

Oportunidades tupiniquins<br />

A nova rota da seda traz oportunidades<br />

para seguradoras globais, mas<br />

também para as brasileiras. Isso porque<br />

à medida que tem potencial para elevar<br />

os negócios entre os países, consequentemente,<br />

serve de impulso para o crédito<br />

à exportação e o respectivo seguro para a<br />

transação. O superintendente da Unidade<br />

de Comércio Exterior (UE) do Banco do<br />

Brasil, Paulo Guimarães, cita, por exemplo,<br />

players do setor de café. “Eles estão<br />

olhando para o mercado chinês por conta<br />

da mudança de hábito da população,<br />

que antes só tomava chá, mas começa a<br />

consumir mais café”, diz ele.<br />

Santoro, da UERJ, lembra que o<br />

grosso do comércio internacional entre o<br />

Brasil com a China envolve três grandes<br />

conjuntos de commodities: soja, petróleo<br />

e minério de ferro. Segundo ele, há uma<br />

preocupação do equilíbrio dessa relação,<br />

uma vez que o País exporta produtos de<br />

valor baixo e importa outros com preços<br />

baixos, que impactam a concorrência<br />

com as empresas brasileiras. “É um tema<br />

que requer atenção, mas a nova rota da<br />

seda representa oportunidades para<br />

seguradoras e também para empresas<br />

prestadoras de serviços financeiros,<br />

como fintechs e startups”, acrescenta o<br />

especialista. A chinesa Gomo, por exemplo,<br />

vê na iniciativa uma possibilidade<br />

de elevar as receitas com aplicativos,<br />

mercado foco de atuação da companhia<br />

listada na Nasdaq.<br />

Seguradoras especializadas neste<br />

segmento veem a nova rota da seda<br />

como um impulso positivo para a relação<br />

Brasil-China no que tange a seguros. “O<br />

mercado chinês tem um relacionamento<br />

maduro com o Brasil e que conta com<br />

o suporte do seguro de crédito à exportação”,<br />

resume o diretor comercial da<br />

Coface, Everton Fauth.<br />

Quando invertido o sinal, os chineses<br />

seguem de olho no Brasil. Nos<br />

últimos anos, o gigante Fosun tentou<br />

levar o grupo Austral, controlado pela<br />

“Os investimentos diretos<br />

em modernização de<br />

portos e ampliação dos<br />

projetos de infraestrutura<br />

podem beneficiar o Brasil<br />

também, mas empresas<br />

e governo precisam<br />

cumprir sua parte. A nova<br />

rota da seda vai impactar<br />

a Ásia central, onde o<br />

Brasil não tem presença<br />

muito forte”<br />

Maurício Santoro, da UERJ<br />

gestora Vinci Partners, e ainda a seguradora<br />

mineira Pottencial, controlada pela<br />

família Géo e com foco no segmento<br />

de garantia. Em outra frente, os grupos<br />

chineses também se relacionam com<br />

os players locais via o intercâmbio de<br />

prêmios. O ressegurador IRB Brasil Re,<br />

por exemplo, tem negócios com a China<br />

Re e a People’s Insurance Company of<br />

China (PICC). Esses players repassam<br />

resseguro de agronegócio para o brasileiro.<br />

De acordo com uma fonte que<br />

conversou com a <strong>Apólice</strong> na condição<br />

de anonimato, giram em torno de US$<br />

10 milhões de prêmios por ano. Apesar<br />

de pequeno considerando o volume de<br />

resseguro emitido pelo IRB no acumulado<br />

deste ano até setembro, de mais de<br />

R$ 5 bilhões, o negócio é rentável para<br />

o ressegurador brasileiro. E, de quebra,<br />

acrescenta a fonte, funciona como uma<br />

oportunidade de aprendizado.<br />

49


comunicação e expressão<br />

por J. B. Oliveira*<br />

Palavras da mais sábia<br />

das mulheres: a mãe!<br />

Quem não se recorda das palavras de orientação,<br />

fortalecimento e estímulo de sua mãe?<br />

Letrada ou inculta; de destaque social ou humilde;<br />

idosa ou jovem, ela é sempre um repositório de sabedoria<br />

e de conhecimentos universais.<br />

Um poema lembra essa realidade:<br />

“Com o maior dos sacrifícios, tu nos livraste dos<br />

vícios, da mentira e da vaidade. Como uma sombra,<br />

um doce abrigo, teu coração, sempre amigo, foi calma<br />

nas tempestades”!<br />

Relatando sua vida, Marcos Pontes, o primeiro<br />

astronauta de nosso país, narra essa trajetória, desde sua<br />

Bauru, no interior de São Paulo, berço também de outro<br />

grande nome de nossa aviação: a<br />

lenda viva Ozires Silva.<br />

Conta Marcos Pontes que seu<br />

lar era humilde, como tantos outros.<br />

Seu pai, um simples servente<br />

de serviços gerais e sua mãe,<br />

escriturária da Rede Ferroviária<br />

Federal. O pequeno Marcos, entretanto,<br />

queria ser aviador!<br />

Não faltaram os derrotistas,<br />

destruidores de sonhos e pessimistas:<br />

“Imagine! Isso é coisa pra filho de rico!” “Desista:<br />

você nunca vai conseguir realizar esse sonho!”<br />

“Isso é impossível!”<br />

Foi então que, chegando em casa arrasado, sua<br />

mãe, uma brava italiana de olhos muito azuis, chamada<br />

Zuleica, ao ouvir suas lamuriosas palavras, vociferou –<br />

quase profetizando:<br />

– “Você pode ser o que você quiser! Desde que<br />

estude, trabalhe, persista e faça mais do que se espera<br />

de você!”<br />

Alicerçado nessas palavras, ele encontrou forças<br />

para alimentar seus sonhos! Prestou exame de ingresso à<br />

Escola Preparatória de Cadetes do Ar, mas foi reprovado!<br />

Então, após cursar o colegial em escola civil, prestou<br />

novo exame, agora para a Academia da Força Aérea, em<br />

Barbacena, obtendo êxito. Era o primeiro passo rumo à<br />

concretização de seu sonho!<br />

Mais tarde, já oficial-aviador, decidiu ampliar seu<br />

campo de conhecimentos na área. Prestou vestibular para<br />

ingresso no concorrido ITA – Instituto Tecnológico de<br />

Aeronáutica e, aprovado, cursou Engenharia Espacial.<br />

Na sequência, faz mestrado e doutorado em Engenharia<br />

de Sistemas, nos Estados Unidos.<br />

Com isso, tornou-se simultaneamente piloto e engenheiro<br />

de testes, funções até então isoladas! Pilotou<br />

aviões da Força Aérea e da Marinha americanas e também<br />

da Rússia, na década de 1990. Caminhava, passo<br />

a passo, rumo à viabilização de seu sonho máximo:<br />

ser astronauta! Entretanto, havia uma barreira então<br />

intransponível: a atividade de astronauta não existia em<br />

nosso país: só nos Estados Unidos<br />

e exclusivamente para cidadãos<br />

norte-americanos!<br />

É quando se materializa, na<br />

prática, o que reza uma expressão<br />

muito conhecida: quando se quer<br />

firmemente alguma coisa, o universo<br />

conspira a nosso favor! Em<br />

1994, o Brasil cria a Agência Espacial<br />

Brasileira e entra na área de<br />

Astronáutica, com direito a UMA<br />

vaga para astronauta!<br />

Entre cinco candidatos finalistas, Marcos Pontes<br />

é classificado. Segue para o Johnson Space Center, no<br />

Texas, onde, por fim, faz o curso básico de Astronauta!<br />

Contudo, nessa verdadeira corrida de obstáculos,<br />

desponta um novo entrave: o curso teria prosseguimento<br />

na Rússia! Dão-lhe apenas seis meses para se preparar<br />

e, inclusive, aprender o complexo idioma russo! A essa<br />

altura, porém, nada, absolutamente nada mais o detém.<br />

Vence mais essa etapa: conclui o curso, e chega,<br />

enfim, o dia do sonhado voo! Avisam-lhe que dentro<br />

de oito minutos estará navegando no espaço cósmico...!<br />

Então, dentro da nave, vendo sua luva flutuar no<br />

vácuo, lembra das firmes palavras de sua mãe:<br />

“Você pode ser o que você quiser! Desde que<br />

estude, trabalhe, persista e faça mais do que se espera<br />

de você!”<br />

* J. B. Oliveira é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.<br />

É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras<br />

www.jboliveira.com.br – jboliveira@jbo.com.br<br />

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