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Revista Apólice #239

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previdência<br />

❙❙Werner Süffert, da BB Seguridade<br />

projeto atual da reforma da Previdência<br />

e outra paralela com base em quatro<br />

pilares que visam a aprimorar o modelo<br />

atual. “Nossa proposta tem uma ênfase<br />

na preocupação social. O objetivo desse<br />

modelo é atender prioritariamente a base<br />

da pirâmide social. O INSS tem um teto<br />

de R$ 5,6 mil ao passo que a renda média<br />

do brasileiro é de R$ 2,2 mil. Em nenhum<br />

país do mundo é assim. O teto tem de ser<br />

uma fração da renda média ou, no máximo,<br />

a renda média”, explica o professor<br />

da Fipe, Hélio Zylberstajn, responsável<br />

pela proposta da FenaPrevi ao governo,<br />

em entrevista à <strong>Apólice</strong>.<br />

De acordo com ele, ajustar essa<br />

diferença com uma proposta menos<br />

ambiciosa é o primeiro passo a ser dado<br />

❙❙Hélio Zylberstajn, da Fipe<br />

22<br />

para ajustar a aposentadoria oficial e,<br />

de quebra, estimular a formalização do<br />

trabalho e a geração de empregos. As<br />

sugestões da FenaPrevi para a reforma<br />

da Previdência, acrescenta o professor,<br />

incluem ainda um tratamento igualitário<br />

a todos os contribuintes, independente<br />

de funcionalismo público, privado ou<br />

militares, e mudanças para os novos contribuintes.<br />

Na mira, estão trabalhadores<br />

que nunca contribuíram com o sistema<br />

oficial , começando no ano de 2020, com<br />

idade em torno dos 25 anos. A FenaPrevi<br />

defende ainda que contribuintes do modelo<br />

atual também possam migrar para o<br />

novo sistema além de uma reforma paramétrica<br />

que faça um ajuste mais gradual<br />

e suave. A idade mínima defendida na<br />

proposta da iniciativa privada, conforme<br />

Zylberstajn, é entre 57 anos e 58 anos,<br />

com aumento de um ano a cada dois<br />

exercícios. “Em 30 anos, todos estarão se<br />

aposentando com no mínimo 65 anos”,<br />

calcula o professor da Fipe.<br />

Vilões do bem<br />

Enquanto a reforma da Previdência<br />

não proporciona benefícios mais<br />

concretos para o setor privado como,<br />

por exemplo, o aumento das vendas, a<br />

queda dos juros básicos, que diminui a<br />

rentabilidade dos fundos, e o baixo ritmo<br />

econômico têm impulsionado a concorrência<br />

no segmento. Um efeito evidente<br />

foi a isenção de taxas de carregamento<br />

tanto no ingresso dos investidores nos<br />

planos bem como na saída. Movimento<br />

puxado, principalmente, pelas seguradoras<br />

independentes, ganhou escala este<br />

ano com a adesão de grandes bancos de<br />

varejo. Numa outra frente, o mercado<br />

também tem apostado na diversificação<br />

de produtos a partir de portfólios mais<br />

atrativos para os investidores. Crispim,<br />

da Bradesco, classifica o cenário atual<br />

como a “quarta onda” no setor de previdência<br />

privada, caracterizada pela<br />

busca dos clientes por performance e<br />

diversificação. “Isso exige uma gestão<br />

mais dinâmica e criativa, em especial por<br />

conta do cenário de redução acentuada<br />

das taxas básicas de juros”, admite o<br />

especialista.<br />

Ele relembra que, desde que foi<br />

implantado no Brasil, o segmento de<br />

Proposta privada<br />

A proposta de reforma da Previdência<br />

proposta pela FenaPrevi, em<br />

parceria com a Fipe, está calcada em<br />

quatro pilares:<br />

❱❱<br />

Primeiro: visa a cobrir a renda básica<br />

da população idosa no valor de R$<br />

550,00;<br />

❱❱<br />

Segundo: básico e universal, sugere<br />

alteral o teto da Previdência Oficial<br />

de R$ 5,6 mil para R$ 1,650 mil para<br />

todos;<br />

❱❱<br />

Terceiro: Fundo de Garantia do<br />

Tempo de Serviço (FGTS) passa a ter<br />

dupla função:seguro desemprego<br />

e aposentadoria complementar capitalizada<br />

para novos entrantes. As<br />

contas terão de ser vinculadas ao CPF<br />

do contribuinte e não mais ao emprego.<br />

Para quem ganha até R$ 2,2<br />

mil, nada muda. Trabalhadores com<br />

salários superiores terão de contratar<br />

um plano na iniciativa privada com<br />

no mínimo 30% dos aportes mensais.<br />

❱❱<br />

Quarto: Cada um por si. Previdência<br />

privada nos moldes atuais, incluindo<br />

os sistemas abertos e também os<br />

fechados.<br />

previdência privada viveu quatro ciclos<br />

bem definidos: o início da indústria, no<br />

final dos anos 70, começo dos 80; criação<br />

dos planos PGBL e VGBL, com tratamento<br />

tributário diferenciado, nos anos<br />

90; implantação do regime tributário<br />

regressivo, nos anos 2000, e, por fim,<br />

a procura dos investidores por desempenho<br />

e diversificação nos dias atuais.<br />

Segundo Franco, da FenaPrevi, com<br />

a queda da taxa de juros ocorreu um<br />

movimento maior de diversificação de<br />

investidores em busca de retorno maior.<br />

Já é possível, inclusive, conforme ele,<br />

perceber o início de uma migração para<br />

ativos mais arriscados. Até 2016, apenas<br />

5,7% dos ativos estavam alocados em<br />

fundos multimercado. Este ano, no mês<br />

de setembro, esse porcentual era de 9,8%.<br />

“Com o cenário de juros baixos o participante<br />

está se deslocando para fundos de<br />

maior risco que oferecem potencialmente<br />

retorno melhor no médio e longo prazos”,<br />

conclui o presidente da FenaPrevi.

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