economia “As transformações provocadas por novas tecnologias e a demora na retomada do crescimento econômico foram obstáculos que exigiram muito trabalho e dedicação. Creio que os corretores de seguros terminam 2018 mais fortes do que iniciaram” Armando Vergílio, da Fenacor também deve abrir oportunidades para seguradoras e corretores. Tanto é que, além do claro impulso que deve continuar vindo das pessoas físicas, do segmento de agronegócios e de produtos atrelados ao mercado de crédito como prestamista e habitacional, seguradoras e corretores veem como nichos promissores em 2019 justamente aqueles que têm relação com o setor de infraestrutura e também a leilões e concessões. Isso porque ainda que a retomada dos investimentos leve um tempo a proporcionar mais negócios em seguros, o mercado já espera reflexos positivos em 2019. O presidente da Federação Nacional dos Corretores (Fenacor), Armando Vergílio, vê amplo espaço para o mercado de seguros ocupar na economia visto que o segmento andou de lado nos últimos anos. “O mercado de seguros tem papel 26 relevante a cumprir nesse processo de retomada de crescimento da economia brasileira, oferecendo a indispensável gama de produtos e serviços que protejam os negócios e das pessoas, além de atuar efetivamente como expressivo investidor institucional, inclusive com o financiamento de grandes projetos públicos ou privados”, avalia ele. Do lado da regulação, Vergílio defende a continuidade do trabalho que vem sendo feito pela Susep, com foco na economia, no intuito de estimular negócios e o desenvolvimento do mercado de seguros. Segundo ele, 2018 foi um ano de “transição” para os corretores de seguros, que sofreram naturalmente as consequências do ritmo lento de recuperação da economia. “As transformações provocadas por novas tecnologias e a demora na retomada do crescimento econômico foram obstáculos que exigiram muito trabalho e dedicação. Creio que os corretores de seguros terminam 2018 mais fortes do que iniciaram”, diz o presidente da Fenacor, acrescentando que os corretores estão prontos para seguir em frente, com “justificado otimismo”. Estável Ainda que por enquanto a economia não esteja uma maravilha, alguns frutos já começam a ser colhidos pelo setor de seguros, quer seja no desempenho de algumas carteiras ou na visão do mercado financeiro. Depois de melhorar a perspectiva de rating do segmento este ano de negativa para estável, a agência Fitch Ratings manteve a recomendação para 2019. Na visão da classificadora, o ano que vem será um pouco “menos desafiador” para o setor de seguros em meio à perspectiva de recuperação do crescimento dos prêmios e também por conta da redução das incertezas políticas após as eleições presidenciais no País. Além disso, a Fitch acredita na manutenção dos atualmente favoráveis indicadores de crédito das seguradoras para o próximo exercício. A revisão e manutenção da perspectiva de rating “estável” para o mercado brasileiro de seguros ocorre após a classificadora ter mantido recomendação negativa para o segmento por três anos consecutivos. A ❙❙ Esin Celasun, da Fitch Ratings Fitch, contudo, se mantém cautelosa no campo das expectativas. A agência prevê modesta recuperação do crescimento dos prêmios em 2019, mas ainda abaixo dos 5%, em decorrência da sua previsão de crescimento do PIB brasileiro de 2,3% em 2019 ante expectativa de alta de 1,3% neste ano. Ressalta que o crescimento dos prêmios no setor brasileiro de seguros depende consideravelmente do cenário macroeconômico. Alerta ainda para o fato de os juros baixos, que pressionam a receita financeira das seguradoras, ainda serem um desafio no próximo exercício. Para o próximo ano, o mercado financeiro, conforme o boletim Focus, do BC, projeta aumento da taxa básica da economia, a Selic, mas nada muito alentador sob o ponto de vista de melhorar o retorno das companhias de seguros. Atualmente em 6,50% ao ano, analistas esperam que os juros subam a 7,68% ao ano para evitar possíveis choques nos preços (inflação), voltando ao patamar acima dos 8% somente em 2020. De janeiro a setembro, o resultado financeiro das seguradoras diminuiu em cerca de 13%, o equivalente a quase R$ 5,5 bilhões, totalizando R$ 36,3 bilhões, segundo dados da Susep compilados por <strong>Apólice</strong>, na comparação com o mesmo período do ano passado. Ante 2016, quando a taxa Selic encerrou o exercício em 13,75% ao ano, a queda é ainda maior, passando dos R$ 11 bilhões que deixaram de ser computados nos balanços das seguradoras. “A redução das incertezas políticas após as eleições de 2018 e a re-
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