Revista da Sociedade AGOSTO baixa
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Motor<br />
Em 5 de julho de 1979 o Brasil entrava para a história<br />
<strong>da</strong> indústria automotiva com o lançamento do<br />
primeiro carro movido a etanol, produzido em série<br />
no mundo.<br />
Apeli<strong>da</strong>do de “Cachacinha” devido ao odor característico<br />
exalado pelo escapamento, o Fiat 147 a etanol simboliza<br />
um marco importante para a engenharia automotiva<br />
brasileira, que <strong>da</strong>va o primeiro grande passo em busca de<br />
desenvolver tecnologias que permitissem veículos mais eficientes<br />
e menos poluentes.<br />
O desenvolvimento<br />
A história do Fiat 147 a etanol remonta a 1976, quando<br />
as pesquisas de desenvolvimento do motor movido ao<br />
derivado <strong>da</strong> cana-de-açúcar começaram. No mesmo ano a<br />
Fiat deu início à fabricação de seu primeiro carro no Brasil,<br />
o Fiat 147 a gasolina.<br />
Ain<strong>da</strong> em 1976, em sua primeira participação no Salão<br />
do Automóvel de São Paulo, a marca expôs um protótipo<br />
do 147 a etanol com dezenas de milhares de quilômetros<br />
ro<strong>da</strong>dos.<br />
Nessa época o país começava a viver a era do Pró-Álcool,<br />
programa nacional que buscava criar combustíveis alternativos<br />
ao petróleo, que vivia no momento uma de suas<br />
crises.<br />
O ano seguinte foi dedicado ao aperfeiçoamento técnico<br />
do produto, além <strong>da</strong> produção de novas uni<strong>da</strong>des que<br />
foram sendo submeti<strong>da</strong>s a diversos testes.<br />
Em 1978, a Fiat desenvolveu o motor 1.3 de 62 cv<br />
de potência e 11,5 kgfm de torque que, durante os testes,<br />
acabou se mostrando mais adequado para o uso do etanol<br />
do que o propulsor a gasolina de 1.050 cm3, até então utilizado<br />
no 147.<br />
No início <strong>da</strong>quele ano, três Fiat 147 a etanol foram<br />
entregues ao DNER (Departamento Nacional de Estra<strong>da</strong>s<br />
de Ro<strong>da</strong>gem) para serem experimentados no policiamento<br />
<strong>da</strong> Ponte Rio-Niterói.<br />
Em setembro de 1978, um Fiat 147 100% a etanol<br />
realizou o que viria a ser o teste definitivo para criação do<br />
primeiro motor brasileiro do gênero: uma viagem de 12<br />
dias e 6.800 quilômetros de extensão pelo país, percorrendo<br />
uma média superior a 500 km diários, três mil quilômetros<br />
por vias de terra e variações climáticas de mais de 30<br />
graus.<br />
Desafios de uma nova tecnologia<br />
Por ser o pioneiro entre os carros a etanol, o Fiat 147<br />
foi também o primeiro a encarar problemas provocados por<br />
algumas características do combustível, como o baixo po-<br />
<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 09