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Revista Apólice #250

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>>> serviços para os 60+

“Algumas companhias já estão em fase avançada

nesse movimento de preparação para o novo cenário,

mas faltam ainda mais investimentos no estudo de

novos produtos que estejam ao alcance de uma maior

parte da camada de mercado 60+”

modelo de medicina focado na doença

para um modelo focado em prevenção.

“Ao envelhecermos, as doenças crônicas

ficam mais evidentes e são as principais

causas de morte. Mas essas doenças

são controláveis quando cuidadas precocemente,

por isso a necessidade de

prevenção, focando no envelhecimento

saudável”, afirma Marina Miragaia,

diretora técnica e médica da Saúde

Concierge.

Sobreviver às rápidas transformações

e demandas crescentes da área da saúde é

um grande desafio. “Se por um lado existe

o benefício individual evidente de viver

por mais tempo com uma doença, por

outro existe o impacto populacional decorrente

da necessidade de uma estrutura

mais robusta e complexa para assistência

à saúde”, aponta a diretora.

Para as operadoras de saúde, existe

o impacto do fenômeno conhecido como

“seleção adversa”, isto é, aqueles com

mais doenças são, de modo geral, os que

mais buscam o sistema de saúde. A equipe

de saúde que monitora pacientes 60+

é um facilitador para ações preventivas e

para minimizar riscos de médio e longo

prazo. “Essas ações contribuem para

uma melhor qualidade de vida, além de

promover o uso adequado dos recursos

disponibilizados mas, atualmente, esse

ideal está longe da realidade do processo

de envelhecimento pelo qual passa a

maior parte da nossa população. Existe,

dessa forma, uma demanda crescente por

equipes que trabalhem na reabilitação,

na redução de danos e na assistência às

intercorrências clínicas”, avalia Marina.

Os dois aposentados possuem planos

de saúde, mas migraram recentemente

para operadora com foco em idosos, em

virtude do atendimento e do preço mais

acessível. “Mudei para o Prevent Senior

por questão de grana, mas estou gostando.

João Gongora

Ligaram para que eu fizesse prevenção,

pediram check-up, fui muito bem atendida,

não tenho do que reclamar”, conta

Maria Virgínia. “Essa operadora focada

na atenção ao idoso tem um atendimento

nota 10. Minha esposa Zeneide, que tem

71 anos, está com um problema de saúde

e utilizando mais, eles monitoram, têm

atendimento preferencial dependendo

do problema de saúde, é muito especial,

estamos contentes com o atendimento”,

completa Celso Luiz.

Novas iniciativas para ir além

Pensar cada vez mais na experiência

e na solução que irão entregar aos seus

clientes é um desafio para as seguradoras

neste novo cenário, uma vez que a relação

entre essas partes será cada vez mais

longínqua. “As seguradoras precisam se

preocupar mais com a conscientização

da real necessidade do acesso aos seus

produtos em todos os perfis de consumidor,

até mesmo aqueles que dispõem de

baixa disponibilização financeira para

contratação de seguros de vida”, aponta

a superintendente da MetLife.

Na área de saúde, é possível avançar

e realizar uma estratificação de risco da

saúde dos colaboradores e beneficiários,

para identificar os fatores de risco para

doenças crônicas, definir protocolos

de atendimento e estabelecer metas de

melhoria de quadros clínicos, segundo

Tatiane Farah, diretora operacional da

Saúde Concierge.

Na visão do corretor de seguros

João Gongora, as seguradoras devem

ter um olhar mais amplo para então se

especializar no segmento, já que a demanda

crescente abre espaço para novos

negócios. “A ampliação dos serviços de

saúde, seguros de vida e previdência

tendo como perspectiva as verdadeiras

necessidades desta crescente parte da população

se faz cada vez mais necessária.

A aproximação das seguradoras com os

segurados nunca foi tão importante para

se ter conhecimento do que realmente é

preciso e criar produtos personalizados.

Para isso, o corretor de seguros é peça-

-chave”, defende.

Renato Pedroso analisa que as seguradoras

devem estar atentas às demandas

das pessoas entre 55 e 65 anos, que

tinham restrições à contratação de produtos

securitários há alguns anos. “Com a

evolução da expectativa de vida e da vida

produtiva, eles devem ter à sua disposição

produtos com melhores taxas e mais

opções de capitais”, diz o presidente da

Previsul. Para Paula Toguchi, “de modo

geral, as seguradoras estão preparadas no

que se refere a coberturas de seus produtos,

mas ainda não estão preparadas para

dar de fato acesso à população como todo

aos seus produtos a um preço acessível”.

Ainda há passos importantes a serem

dados para a evolução desse atendimento.

“Temos um produto que ainda está

para ser regulamentado pela Susep, o

Universal Life, que mescla capital de

risco e acumulação, e que irá contribuir

muito para o contínuo desenvolvimento

do mercado nacional”, afirma Renato

Pedroso. Segundo ele, esse produto, em

especial, auxiliará no planejamento financeiro

das pessoas no longo prazo, já que o

produto de risco com capital decrescente

ao longo do contrato tem foco na evolução

etária das pessoas e o capital de acumulação

servirá para como complementação

de renda quando as pessoas chegarem na

terceira idade.

“Algumas companhias já estão em

fase avançada nesse movimento de preparação

para o novo cenário, mas faltam

ainda mais investimentos no estudo de

novos produtos que estejam ao alcance

de uma maior parte da camada de mercado

60+”, diz o corretor de seguros João

Gongora. “É notório o crescimento da

população idosa no Brasil e no mundo, o

que representa a abertura de um novo horizonte

de negócios para as companhias,

uma oportunidade da qual os ganhadores

serão os que ousarem em criar modelos

de negócio inovadores focados em saúde

e qualidade de vida, ou seja, focados

verdadeiramente nas pessoas”.

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