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Revista Apólice #250

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Bárbara Bassani, da

Tozzini Freire Advogados

Marcilio Oliveira, da Sensedia

e equilibrando o nível de acesso dos

profissionais na plataforma. Para Terzi,

“é fundamental que seja feita a inclusão

de todos os participantes na plataforma,

pois somente dessa forma será possível

esclarecer para a sociedade a importância

de se estar protegido”. Barbieri

completou: “Isso só é possível através da

transformação digital”.

O executivo da SulAmérica afirmou

que na empresa já há uma grande plataforma

de API’s, na qual são recebidos

mais de 60 milhões de chamados para

compartilhar dados com corretores,

clientes e, às vezes, até com prestadores

de serviços. “O open insurance já existe.

Todas as seguradoras de alguma forma

têm uma plataforma pronta. Entretanto,

ainda não há uma regulação apontando

quais são as nossas obrigações, que tipo

de dado eu vou ser obrigado a compartilhar

e em qual momento”.

Contudo, com um maior compartilhamento

de dados nesse movimento,

aumentam também as chances dessas

plataformas serem invadidas durante um

ataque hacker. O cliente, ou potencial

segurado, que fornece seus dados ao

preencher qualquer tipo de formulário

é detentor dessas informações, isto é

um fato. Mas o que acontece caso esse

material vaze?

A LGPD – Lei Geral de Proteção

de Dados, que entrará em vigor somente

em agosto de 2020, tem como objetivo

garantir ao usuário maior privacidade

e controle sobre seus dados, visando

combater o uso destes por terceiros. A

lei também serve para instruir quando

uma companhia pode tratar um dado

pessoal, ou seja, quando ela pode armazenar,

processar e transferir esses dados.

As penalidades pelo descumprimento da

medida podem envolver proibição total

ou parcial de serviços relacionados a

tratamento de dados e pode trazer prejuízos

financeiros à empresa em forma

de multas. Essas penalizações podem

corresponder até 2% do faturamento da

empresa ou conglomerado, limitado a até

R$ 50 milhões por infração cometida.

Bárbara falou sobre a medida e como

ela afeta as seguradoras, já que atualmente

todas estão utilizando API’s. “Com a

LGPD, há uma mudança de paradigma

no Brasil, o que é muito bom para o país.

Do ponto de vista regulatório de seguros,

não há uma restrição para esse compartilhamento.

Entretanto, é necessário que

fique de maneira clara para o consumidor

qual a finalidade do uso desses dados e

com quem eles serão divididos”.

Já no painel “API’s abrem acesso

dos corretores a qualquer seguradora

com itens publicados”, que contou com a

participação de Terzi; Marcilio Oliveira,

COO da Sensedia; e Celso Paiva, diretor

do Sindseg/SP e da Alfa Seguradora, foi

discutido como o corretor de seguros

pode utilizar aplicações já publicadas,

com produtos e serviços viabilizados pelo

open insurance, e o papel das seguradoras

para disponibilizarem novas possibilidades

para os parceiros.

As API´s são um conjunto de padrões

de programação para ter acesso a uma

aplicação ou plataforma. Elas permitem

que os componentes de sistemas diferentes

se comuniquem e compartilhem informações

de maneira eficiente. Mesmo que as

estruturas de dados, linguagens de desenvolvimento

e arquiteturas de construção

Celso Paiva, da Alfa Seguradora

de cada plataforma sejam completamente

distintas, é possível que companhias façam

esse compartilhamento.

Oliveira mostrou durante o debate

o que a Sensedia tem feito no ramo de

seguros, apresentando alguns cases da

empresa que visa habilitar a tecnologia

das seguradoras a serem mais acessíveis

através das aplicações. De acordo com o

executivo, além do open insurance e das

companhias exporem seus dados para

que possa ser montado o playground de

construção de produtos, também é possível

que as corretoras e as seguradoras

possam montar suas próprias soluções

usando API’s. “Muito mais do que um

plug, estamos falando da possibilidade de

lançar novos serviços ou mudar a audiência

de um produto através de um alcance

maior, usando uma solução digital”.

Paiva apontou a importância dessas

ferramentas e como o open insurance

oferece a viabilização de cross selling para

o corretor. “A gente transformou os nossos

hábitos e comprar seguro também vai ter

que ter uma mudança. A próxima geração

vai consumir produtos de uma maneira

completamente diferente, para isso as

seguradoras estão inovando e o mercado

precisa trocar informações para se manter

de pé e melhorar a qualidade dela”.

Para o CEO da GR1D, toda essa transformação

digital irá alavancar novas possibilidades

de negócios e os corretores de

seguros não precisam temer a tecnologia

e o open insurance. “O seguro é um bem

que depende da informação. Atualmente,

os consumidores buscam novas experiências.

São elas os nossos concorrentes e

devemos buscar sempre oferecer o melhor

atendimento para o cliente”.

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