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comunicação e expressão
por J. B. Oliveira*
Até tu,
Waze?
“Waze é uma aplicação para smartphones ou
dispositivos móveis similares baseada na navegação
por satélite (ex: GPS) e que contém informações de
usuários e detalhes sobre rotas, dependendo da localização
do dispositivo portátil na rede. Foi desenvolvida
pela start-up Waze Mobile de Israel, empresa que foi
adquirida pela Google em 2013..”
Esse genial aplicativo está presente em praticamente
todos os países. Falando a língua de cada um,
é claro. A propósito, meu filho conserva a fonia do
Waze em italiano, desde que o usou por lá. Diz que
é para treinar o idioma...
Satisfeita a curiosidade primeira – sobre a origem
desse sofisticado equipamento – resta esclarecer outra...
Como todo mundo, também me valho do Waze.
Sou testemunha viva, portanto, de como ele facilitou
nossa vida! Antes, recorríamos ao Google Maps:
imprimíamos o mapa de localização do destino e também
o roteiro de todo o percurso... e íamos, desconfortavelmente,
olhando-o durante o deslocamento...
Em épocas anteriores, os recursos eram meramente
físicos: bancas de jornal e postos de gasolina (não
necessariamente o Ipiranga...).
Hoje, você se senta ao volante, faz a conexão com
a “carinha” rechonchuda do aplicativo e já ouve a
mensagem: “Estamos prontos? dirija com segurança”
ou equivalente, e as instruções vão sendo dadas por
fonia, enquanto o visor mostra o caminho a seguir,
com os mais diversos detalhes... Como dizia um personagem
do Jô Soares: “É ‘chose de loc’”
O detalhe é que essa voz que vai falando com o
motorista em seu itinerário pode ser masculina ou
feminina. Há uma com a voz do Sílvio Luiz, com todos
os seus jargões, começando por tratar o motorista
de “campeão”. Outra versão é de um neurastênico
desbocado, que se irrita quando sua instrução não é
seguida: “Seu idiota! Eu disse para virar à esquerda!”
e por aí afora...
A curiosidade, porém, aqui está: quando a voz é
masculina, a orientação que transmite é assim: “Em
mil e duzentos metros, vire à direita, na rua Tal.”
Cala-se e só voltará a falar ao serem cumpridos os
1.200 metros, quando dirá: “Vire à direita na rua
Tal”.
Agora, quando a voz é feminina...! Ela dirá: “Em
mil e duzentos metros, vire à direita, na rua Tal”;
“a novecentos metros, vire à direita na rua Tal”; “a
seiscentos metros, vire à direita, na rua Tal”; “a trezentos
metros, vire à direita, na rua Tal”; “a duzentos
metros, vire à direita, na rua Tal”; “a cem metros,
vire à direita, na rua Tal”; “vire à direita na rua Tal”!
Dia desses, minha nora estava dirigindo, usando
o Waze, junto com minha netinha de quatro anos. A
certa altura, explodiu a menininha: “Puxa! Mamãe,
essa mulher não para de falar!”
Apesar disso eu, particularmente, prefiro a voz
feminina. Ouço-a com toda paciência (afinal, casado
há 47 anos, já estou acostumado...). Só não a ouço
quando vou a algum velório ou enterro. Prefiro não
ouvir a frase: “Você chegou ao seu destino”!
* J. B. Oliveira é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.
É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras
www.jboliveira.com.br – jboliveira@jbo.com.br
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