CONVERSAS COM A SABER12 saber AGOSTO DEZEMBRO 20192019
Rui e Sandra CarvalhoOs amores verdadeiros nem sempre seguemum caminho certo. Muitas vezes, antes de seencontrarem, esses amores deparam-se comencruzilhadas, tendo de tudo suportar e vencer atéque consigam preencher de flores os caminhos maistenebrosos. E, no final, o destino ao qual chegam,faz com que tudo tenha valido a pena. De certaforma, é assim parte da história do Rui e da SandraCarvalho, um casal de sorriso fácil e sincero, queencontrou, um no outro, um amor construído decompreensão, respeito e muita cumplicidade. Comuma vida recheada de experiências, partilhas e umavisão muito própria da sociedade, encaram o futurocom a confiança de quem sabe onde vai e com acerteza de que, de mãos dadas, saberão semprechegar longe.Francisco Gomes.gentilmente cedidas pelos entrevistados.AgradecimentoS: Restaurante do Forte, A Tulipa e Micas Hair Style.FG: Como é que vocês se conheceram?SC: Conhecemo-nos no estádio de futebol, quando estávamos a assistira um jogo do Nacional na Liga Europa. Recordo que ele estava nazona dos convidados, a tirar uma cerveja, mas aquilo não estava a funcionarpara ele… Eu ajudei-o e falámos um pouco, mas as situaçõesnão evoluíram muito, até porque o Rui era casado na altura.RC: A nossa relação não foi algo forçado, nem procurado, mas algoque se desenrolou naturalmente. Quando nos conhecemos, eu eracasado, mas, no espaço de pouco tempo, os nossos caminhos cruzaram-sevárias vezes. Lembro-me que nos cruzámos no Fórum Madeira,quando ela passou pelo estabelecimento que eu tinha na altura, e,mais tarde, na Expo Madeira. Eventualmente, voltamos a nos cruzar,mas, desta feita, em Lisboa, mas já não estava casado. A partir daí, anossa relação passou a desenvolver-se mais e noutros termos, poistínhamos maior disponibilidade um para o outro e para pensar numfuturo em conjunto.FG: Foi fácil apaixonares-te pela Sandra?RC: Sinceramente, foi. Houve uma ligação natural quando nos conhecemos,houve uma química entre nós e, se calhar por causa disso,hoje somos casados. Já estamos juntos há alguns anos, e, hoje, temosum filho com dois anos.FG: E como foi integrar a Sandra nessa vida que é tão especial comoé a vida das pessoas ligadas ao mundo do circo e dos espetáculos?RC: Quando começamos a nossa relação, a Sandra tinha o trabalhodela e a minha vida não me permitia estar sempre no mesmo sítio.A juntar a isto, tinha acabado de gerir o meu divórcio, o que, naturalmente,provocou uma mudança radical na minha vida. Por isso, tivemosque enfrentar, juntos, várias situações que eram preciso gerirpara conseguirmos aquilo que queríamos, que era estarmos juntos.As minhas origens estão ligadas ao circo. Por exemplo, os meus paise os meus avós sempre foram do circo. Eu, quando decidi ir para ocontinente, liguei-me ao negócio dos parques de diversões de circo.Antes disso, tornei-me proprietário de uma clínica dentária em Odivelas,que era da minha mãe, que acabaria por trespassar para umacadeia de clínicas. Na altura, mantinha algum contacto com a Sandra,mas não vivíamos juntos. Mas, certo dia, cruzámo-nos quase acidentalmenteno Centro Comercial Colombo, trocámos contactos e continuámosa falar. Eu tinha que regressar à Madeira, por motivos profissionais,nomeadamente o Parque de Diversões que estava a gerirna Praia Formosa, mas convidei-a a vir cá e passámos esses dias juntos.Dois dias antes dela ter de ir embora decidimos que passaríamosa morar juntos e assim foi. Aliás, recordo que começámos a morarajuntos no dia 25 de Janeiro de 2013.SC: O que nós passámos para ficar juntos foi muito intenso. A históriade amor que tínhamos era muito forte e correu tudo muito bem,pelo que dái resultou o nosso filho e tudo o que temos vindo a construirem conjunto.RC: Na altura, eu não me via naquele sistema de casa/trabalho, trabalho/casa.Pelo contrário, queria que a minha vida fosse algo maise algo de diferente, pelo que passei a dedicar-me mais ao circo. Naaltura, fazia a Europa em temporadas com o circo e com o parque dediversões. Expliquei esta minha vida à Sandra, mas ela adaptou-sebem, até porque gosta de viajar e gosta de viajar de carro. Ela percebeu,desde logo, que a vida do circo e dos espetáculos não é turismo,saber DEZEMBRO 201913