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EDUCAÇÃO
Raquel Lombardi
docente e Coordenadora Erasmus+
O poder da
inteligência
emocional
na escola
INTERNET
As emoções são muito mais antigas do
que o intelecto. Nossos ancestrais pré-
-históricos usavam a suas emoções: o
medo para sobreviver; a alegria para
criar laços afetivos, o amor para procriar; a raiva
para defender seus territórios. As nossas emoções
são importantes para a nossa sobrevivência,
pois servem de alerta e de orientação quando as
nossas necessidades humanas não são encontradas,
por exemplo, quando nos sentimos sós sentimos
necessidade em encontrar outras pessoas.
São uma fonte valiosa de informação, pois ajudam-nos
a tomar decisões (quando as conexões
emocionais de uma pessoa estão danificadas no
cérebro, ela não pode tomar nem mesmo as decisões
simples porque não sentirá nada sobre suas
escolhas); ajudam-nos também a comunicar com
os outros, são a maior fonte potencial de união
entre os seres humanos. E numa organização
tal como é a escola, onde as relações humanas
estão em ênfase, não podemos de maneira alguma
descurar a importância da inteligência emocional.
Goleman, refere que a inteligência emocional
surge como a capacidade de reconhecer
os nossos sentimentos e os dos outros, de nos
motivarmos e de gerirmos bem as emoções em
nós e nas nossas relações. A inteligência emocional
é entendida como a melhor maneira de usar
a nossa perceção e sensibilidade para identificar
os sentimentos que estão por trás da comunicação
interpessoal e, resistir à tentação de reagir
de maneira impulsiva e impensada, sendo recetivos,
autênticos e sinceros. Valorizar as emoções
como base das relações sociais é fundamental
nas organizações escolares, pois estas são compostas
por pessoas , regidas não só pela racionalidade
mas também pelas emoções. Atualmente,
as regras do trabalho encontram-se em mutação,
e a escola tem um papel fundamental na formação
emocional e integral dos seus alunos. Independentemente
da área que estivermos a trabalhar,
hoje sabe-se que não basta as habilitações
académicas (apesar de serem importantes) para
atingir os objetivos. É necessário um conjunto de
competências centradas nas qualidades pessoais
como a empatia, a adaptabilidade, poder de iniciativa,
argumentação e persuasão. É indiscutível
que a escola não se restringe somente à sala de
aula, nem somente às aprendizagens curriculares,
mas sim no facultar ao aluno um conjunto de
experiências extracurriculares, que o estimulem
à pesquisa, criatividade e ao autoconhecimento.
Os laços afetivos e valorização das emoções
são uma prioridade e a união entre comunidade
educativa, famílias e meio envolvente, formam
sinergias pedagógicas geradoras de aprendizagens
significativas. Neste contexto, olhar a escola
como organização inclusiva/emocionalnão se
trata apenas de uma visão integrada e contínua
da abordagem educativa. Trata-se de contribuir
decisivamente para um processo de avaliação
de apoio à aprendizagem (que considera aspetos
académicos, comportamentais, sociais, emocionais
e ambientais do aluno), uma vez que desse
processo resulta toda uma sequência e dinâmica
da intervenção. Nesta visão holística, a escola
toma uma posição mais humanista e emocional,
não só para os alunos, mas também para a toda
a comunidade educativa. s
saber DEZEMBRO 2019
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