Revista da Sociedade JANEIRO 28p web
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Artigo
O
acelerador de partículas brasileiro Sirius
alcançou um marco importante no final de
2019. O projeto científico realizou, pela
primeira vez, um giro de elétrons completo
em sua terceira e principal estrutura, situada em
Campinas – SP.
Orçado em R$ 1,8 bilhão, o acelerador é o mais
grandioso projeto da ciência brasileira na atualidade.
Ele é projetado para ser o mais avançado do
mundo em sua área, com potencial de revolucionar
pesquisas nacionais e internacionais.
“Esse é um marco bem importante para colocar
o Sirius em funcionamento. Foi a primeira volta
dos elétrons no acelerador principal, o que mostra
que todos os sistemas dele estão funcionando.
Terminamos o dia com algumas voltas completas”,
afirmou Antonio José Roque da Silva, diretor do
CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia
e Materiais) e diretor do projeto Sirius.
A estrutura do Sirius tem 518 metros totais de
circunferência e, dentro dela, os elétrons são acelerados
a uma velocidade que se aproxima da velocidade
da luz, com alta energia e produzindo um
altíssimo brilho.
Assim, o acelerador de partículas produz uma
luz síncrontron, que é uma radiação que funciona
como um raio-x para analisar estruturas de materiais
em escalas mínimas, de átomos e moléculas.
“É a primeira vez que tem a integração completa
de todo o sistema. Uma coisa é testar, como
já fizemos, os sistemas individualmente. Só quando
você tem de fato a volta completa é que tem a segurança
de que o conjunto é funcional”, disse Antonio
José Roque da Silva.
O acelerador de partículas teve sua construção
iniciada em 2014, durante o governo Dilma
Rousseff (PT), e foi inaugurado em 2018 pelo então
presidente Michel Temer (PMDB). Ao longo do
projeto, o Sirius tem sofrido com a perda e atraso
de recursos para a área científica nacional.
Revista da Sociedade 09