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INFRAESTRUTURA<br />
O<br />
presidente da Abit (Associação Brasileira<br />
da Indústria Têxtil e de Confecção),<br />
Fernando Pimentel, fez um apelo ao<br />
governo e a Aneel (Agência Nacional de<br />
Energia Elétrica), para reduzir o custo da<br />
energia elétrica do setor industrial, durante o período<br />
de pandemia. Ele defendeu que o pagamento seja<br />
sobre a energia consumida, e não sobre a demanda<br />
contratada, com possibilidade de compensações<br />
após a crise.<br />
“Estamos tendo desligamento de energia de<br />
fábricas e nada aconteceu que pudesse atenuar a<br />
situação das empresas consumidoras de energia. As<br />
empresas estão tendo que pagar uma demanda que<br />
não tiveram que consumir sob o risco de ter a energia<br />
desligada”, pontuou Fernando Pimentel, que também<br />
integra a diretoria da CNI (Confederação Nacional<br />
da Indústria).<br />
Pimentel destacou ainda que somente as empresas<br />
que compram no mercado livre de energia estão<br />
conseguindo negociar, mas lembrou que a grande<br />
maioria está refém das distribuidoras, que, segundo<br />
ele, não estão se mostrando dispostas a negociar.<br />
“A energia vem sendo um custo muito crítico para a<br />
indústria. Dentro desse contexto, há um desespero<br />
enorme. Esta é a verdade do mundo real, daquela<br />
indústria que está sem demanda ou com pouca demanda<br />
durante a pandemia”, defende.<br />
Segundo o presidente da Abit, o setor industrial<br />
precisa, com urgência, que o setor público adote<br />
medidas para atenuar o peso da energia sobre os<br />
segmentos para, assim, atravessar a crise e retomar<br />
a produção. “Ninguém quer dinheiro jogado de helicóptero.<br />
Mas precisamos de fôlego para religar o<br />
processo produtivo. O setor não quer favor, quer respirar<br />
para atravessar o deserto”, afirmou.<br />
Para Fernando Pimentel, a inovação será um dos<br />
fatores essenciais para empresas sobreviverem e preservarem<br />
empregos. Segundo ele, muitas indústrias<br />
anteciparam planejamentos que tinham o horizonte<br />
de três anos e implementaram soluções inovadoras<br />
em três meses. “É hora de ousar em propostas. É um<br />
momento oportuno de avançarmos com proposições<br />
ousadas, já que uma crise como essa, com grandes<br />
perdas, também nos traz boas lições”, frisou.<br />
REDUÇÃO DE ENCARGOS<br />
O presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, alertou<br />
que, antes mesmo da pandemia do novo coronavírus,<br />
a normalidade do país era de energia barata e conta<br />
cara, em razão de impostos, encargos e distorções.<br />
Pedrosa defendeu a redução ou a extinção de encar-<br />
36 referenciaindustrial.com.br JUNHO <strong>2020</strong>