FAZENDA DO PARAÍZO Por: José Carlos Reis de Souza Fotos: Lívia Pádua “Localizada no município Vale da Flores, região Sul Fluminense a 170 km do Rio de Janeiro, na divisa do Estado de Minas Gerais, próximo a cidade de Valença (RJ). Edificada entre 1845 e 1853 pelo Visconde de Rio Preto, e conserva sua originalidade estrutural até os dias atuais. “ 04 Durante o século XIX, a região do Estado do Rio de Janeiro conhecida como “Vale do Café”, foi responsável por mais de <strong>75</strong>% do café consumido no mundo. Nestes arredores existem diversas fazendas históricas que outrora foram as principais produtoras de grãos de café. Dentre elas está a “Fazenda do Paraizo”, (Paraizo com “z”). Localizada no município Vale da Flores, região Sul Fluminense a 170 km do Rio de Janeiro, na divisa do Estado de Minas Gerais, próximo a cidade de Valença (RJ). Edificada entre 1845 e 1853 pelo Visconde de Rio Preto, conserva sua originalidade estrutural até os dias atuais. Em 1912 a fazenda foi comercializada para a família Belford Arantes. Porém, desde 1956 não cultiva mais café, mas opera na criação de gado para corte e leite. A sede da fazenda tem mais de 2.200 m², 58 cômodos e 99 janelas. As paredes são cobertas de pinturas artísticas que utilizam a técnica da conservação de pintura mural decorativa: faux-marbre (imitação de madeira e mármore) e Trompe-l’oeil (técnica artística que, com truques de perspectiva, cria uma ilusão ótica que faz com que formas de duas dimensões aparentem possuir três dimensões). Outro detalhe: as cantarias (blocos talhados de rochas brutas) aplicadas nas calçadas, esquadrias das portas, janelas e rodapés. A casa é dividida em quatro alas: três continuam abertas à visitação pública, e outra, com dez quartos e apenas um banheiro pertencente à família proprietária. Na parte térrea, encontram-se a ala comercial: o gabinete de trabalho e as salas de espera, aonde trabalhava o Visconde de Rio Preto - Domingos Custódio Guimarães, que chegavam para negociar o café, estando à vista os retratos a óleo de D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina. Além de seis alcovas (quartos simples sem janelas), onde comerciantes de fora pernoitavam. Nesse mesmo piso encontram-se a ala de serviço, dispensa, copa-cozinha (onde seus moradores preparam suas refeições no mesmo fogão a lenha escocês da época da construção da casa), quartos de engomar e costura. A entrada da fazenda é recompensada por lindas palmeiras imperiais e recebe visitas de grupos que são monitoradas por guias preparados profissionalmente e que contam a história de um dos barões do café, retratando um pouco de um passado não tão distante: mostrando o engenho com seu maquinário Entrada da Fazenda do Paraizo. original importado de Nova York em 1866 que beneficiava o café vindo dos quatros terreiros: dois com piso de pedra e dois de terra. Além da capela no interior com pé-direito duplo e toques arquitetônicos bizantinos, onde estão posicionados no altar São Domingos e Nossa Senhora das Dores, em homenagem ao visconde de Rio Preto e sua esposa Maria das Dores. Outras particularidade são: trabalhos em marcenaria executados nos móveis luxuosos e pisos, pinturas, estatuetas de bronze importadas da França expostas no hall de entrada e ladrilhos hidráulicos. O que o visitante não vai encontrar é a “senzala”, local de sofrimento dos escravos que foi demolida após a abolição da escravatura. Todas a visitas, após o tour, é servido um café com bolos e doces feitos no fogão a lenha. Em 2017 a Fazenda Paraízo completou 105 anos nas mãos da mesma família, onde moram e recebem visitantes. Para finalizar, o casarão foi o primeiro a ter iluminação a gás de carbureto no Brasil. INFORMAÇÕES: - Visitação somente com agendamento prévio - E-mail: contato@fazendadoparaizo.com.br - Telefone: (24) 2458-0093 / Celular: (24) 9859-5727
Fogão a lenha. Visão do hall de entrada. Terreiro de café. Maquinário para beneficiar o café. Entrada do casarão. Mesa do café da manhã.