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NOVEMBRO 2020 - edição nº 270

Orgão oficial do Centro Lusitano de Zurique

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[ NOVEMBRO 2020 | Edição Nº. 270 | ANO XXVI | Direcção: Sandra Ferreira + Armindo Alves | Publicação mensal gratuita ]

Redes sociais; manipulação, divisão, polarização

DO COLAPSO

AO CAOS…

Páginas

22 e 23

WWW.CLDZ.EU

EDITORIAL

PENSAR

POSITIVO

PÁGINA 3

SAÚDE

APAGAR REGISTO

DE EXECUÇÕES

PÁGINA 08

FORMAÇÃO

ESTÁGIO EM TEM

PO DE PANDEMIA

PÁGINA 09


Página 40

2

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Centro Lusitano de Zurique

Risweg, 1

8041 Zürich

Tel.: 044 241 52 60 - Fax: 044 241 53 59

Web: www.cldz.eu - E-mail: info@cldz.eu

Bufete, reserva de refeições 044 241 52 15

Cursos de alemão 076 332 08 34

Consulado Geral de Portugal em Zurique

Zeltweg 13 - 8032 Zurique

Tel. Geral: 044 200 30 40

Serviços de ensino: 044 200 30 55

Serviços sociais: 044 261 33 32

Abertura de segunda a sexta-feira das

08:30 às 14:30 horas

Embaixada de Portugal

Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15

Secção consular: 031 351 17 73

Serviçoa sociais: 031 351 17 42

Serviços de ensino: 031 352 73 49

Edição anterior

[ OUTUBRO 2020 | Edição Nº. 269 | ANO XXVI | Direcção: Sandra Ferreira + Armindo Alves | Publicação mensal gratuita ]

Covid-19: o direito laboral a partir de 1 de Setembro

Menos

protecção

para os

trabalhadores

Página 06

Atenção!

Quarentena

obrigatória

para quem vem

de Portugal

Direcção

044 241 52 60 / info@cldz.eu

Futebol armindo.alves@garage-mutschellen.ch / 079 222 09 14

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079 913 00 30/pub.lusitano@gmail.com

Rancho folclórico

079/549 99 10 / rancho@cldz.ch

Vamos contar uma história 079 647 01 46

Serviços municipais de informação para

imigrantes - Zurique (Welcome Desk)

Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique

Tel.: 044 412 37 37

Polícia 117

Bombeiros 118

Ambulância 144

Intoxicações 145

Rega 1414

W W W.CLDZ.EU

EDITORIAL

ESTATUTO

EDITORIAL

PÁGINA 3

SAÚDE

DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM

PÁGINA 10

ESPECTÁCULO

JOÃO GRANDE

DO GRUPO TAXI

PÁGINA 24

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden

Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich

Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com

Horário de atendimento:

- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h

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EDITORIAL

3

Vamos pensar positivo!

SANDRA FERREIRA

Directora - Jornalista CC12 A

O ano 2020 não esta a ser fácil. Um ano pandémico, um ano atípico, um ano inesperado.

Eu vejo-o como um ano de reflexão e renovação.

A pandemia trouxe o pior e penso que também o melhor para todos. Foi um ano de

parar, de sermos conformados com algo inesperado, invisível e assustador, mas que

também nos mostrou como devemos ser gratos por tudo aquilo que temos; de ver como

temos a capacidade de nos reinventar nas situações mais difíceis e principalmente

que a responsabilidade do que acontece está em nós próprios: E apenas em NóS!!

Numa sociedade em que já estava tão entranhada a reprodução dos nossos medos,

fracassos, desejos nos outros (em efeito espelho), e a culpar os outros por isso, vemo-nos

agora confrontados com um espelho partido, em que não serve mais de nada

colocar a culpa nos outros, pois todos dependem de si mesmos para sair desta crise

e desta Pandemia. A responsabilidade está em nós e nos nossos próprios actos, quer

seja esta pandemia uma teoria da conspiração ou não. A verdade é apenas uma a

situação só vai melhorar quando todos assumirmos a responsabilidade individual de

cada um. Sem isso continuaremos a ouvir falar em 2a, 3a, 4a,…. vagas da pandemia.

Dai eu apenas conseguir ser positiva em relação a esta situação. Ver uma espécie

de esperança para a humanidade, que se tornou tão mesquinha, indiferente, egoísta

e desigual.

No final de contas sejamos ricos ou pobres, pretos ou brancos, católicos ou agnósticos,

estamos neste mundo apenas de passagem e dele devemos apenas levar o melhor,

assim como desejar que todos levem e sejam o seu melhor.

Mantenham-se saudáveis!

EQUIPA REDACTORIAL

EMAIL: LUSITANOZURIQUE@GMAIL.COM

Sandra Ferreira

Armindo Alves

DIRECTOR A CC12 A

SUB-DIRECTOR CC15 A

Natascha D´Amore

Maria dos Santos

Lúcia Sousa

Zuila Messmer

Joana Araújo

CC11 A

Cristina F. Alves

CC 16 A

Jorge Macieira

CC28 A

Pedro Nogueira

Nuno Brandão

Domingos Pereira

Carmindo de Carvalho

Euclides Cavaco

Nelson Lima

Carlos Matos Gomes

Manuel Araújo

jornalista 3000 A

EDIÇÃO,

COMPOSIÇÃO

E PAGINAÇÃO

Manuel Araújo

Jornalista 3000 A

araujo@manuelaraujo.org

Tel.:(+351) 912 410 333

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gmail.com

Tel.: 079 913 00 30

IMPRESSÃO

Diário do Minho

Tiragem: 2000 exemplares

Periodicidade: Mensal

Distribuição gratuita

PROPRIEDADE

& ADMINISTRAÇÃO:

Centro Lusitano de Zurique

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8041 Zürich

Tel.: 044 241 52 60 -

Fax: 044 241 53 59

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E-mail: info@cldz.eu

Por discordância,

esta publicação não

adopta nem respeita as

normas do novo inútil

Acordo Ortográfico.

Apoios:

Daniel Bohren

Jurista

Pedro Nabais

CC14 A

Aragonez

Marquez

Ivo Margarido

Jeremy da Costa

Joaquim Galante

NOTA: Os artigos assinados reflectem tão-somente a opinião dos seus

autores e não vinculam necessariamente a direcção desta revista

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4

SAÚDE

Gripe espanhola ou gripe pneumónica

a maior Pandemia do Mundo

A gripe espanhola em 1918 matou cerca de 50 a 100 milhões de pessoas em todo o mundo e tem sido chamada de “a mãe de todas as pandemias”.

ZUILA MESSMER

A gripe espanhola foi uma das pandemias

mais mortais da história da humanidade,

que surgiu no final da primeira guerra mundial

(1918 e 1919). Foi a primeira das duas

grandes pandemias causadas pelo vírus Influenza

H1N1. A segunda ocorreu em 2009,

denominada gripe suína (Schweinegrippe).

Ficou conhecida como gripe Espanhola

porque a Espanha, por não estar envolvida

na primeira guerra, notificou à ocorrência da

pandemia para o mundo. O próprio rei da

Espanha, Afonso XII contraiu a doença que

o levou a morte, fato que influenciou ainda

mais na falsa impressão do local de origem.

Na época, os jornais da Espanha, livres e

sem censura, publicavam regularmente a

situação da calamidade, ao contrário dos

Países aliados, que sofreram pressões para

manterem-se calados, pois tinham como

objectivo não gerar pânico na população,

nem medo nos soldados, o que os tornariam

frágeis diante do adversário de guerra.

A gripe recebeu também outros nomes. Na

Espanha foi denominada gripe francesa, em

Portugal como gripe pneumónica, no Brasil

gripe alemã, no Senegal gripe brasileira e

na Polónia doença bolvechique.

A origem da pandemia permaneceu em

estudo ao longo de muitos anos. A conclusão

das pesquisas dos séculos XX e XXI

comprovaram que o vírus Influenza H1N1

da gripe espanhola, teve origem nas aves,

sendo portanto seus receptores originais,

daí passou para os animais, ocorrendo consequentemente

mutações*.

* Vamos entender o que é mutação: É

qualquer alteração no material genético

de um organismo, as quais podem ocorrer

de forma espontânea devido a erros na

replicação do DNA, ou induzida, ou seja,

quando o organismo é exposto a um agente

mutagénico (radiações por exemplo). Com

as mudanças no DNA podem surgir novas

espécies.

Durante as pesquisas foi identificado semelhanças

e diferenças nos vírus testados.

A consequência dessa recombinação viral

tornou a doença perigosa para os seres

humanos, colocando em risco à vida de

milhares de pessoas no mundo.

Estudiosos relatam que a maior fonte de

transmissão do vírus para o homem foram

os animais suínos, em especial os porcos,

por serem facilmente infectados pelo vírus

da Influenza aviária.

Até os dias atuais ainda existem controvérsias

de onde o vírus surgiu. Alguns afirmam

ser da China, outros dos Estados Unidos,

outros da França. O que se sabe de fato é

que, o primeiro caso oficialmente registado

da epidemia espanhola ocorreu no estado

de Kansas, nos USA, em uma instalação

militar, quando um soldado foi internado

com sintomas de gripe em 11 Março de

1918, e também em uma grande fábrica

em Detroit. Nos dias seguintes mais de 100

pessoas foram internadas com os mesmos

sintomas, estabelecendo assim a primeira

onda da doença.

A segunda onda iniciou em agosto do

mesmo ano e foi a mais devastadora, com

o maior índice de mortalidade. Acredita-

-se que a doença se espalhou pelo mundo

através dos deslocamentos constantes das

tropas de guerra nos Países em conflito.

A terceira onda ocorreu em janeiro de 1919,

quando a epidemia se dissipou pelo resto

do mundo, através do deslocamento de

pessoas por meio de viagens, e através

do sistema de transporte internacional de

mercadorias.

O poder de transmissibilidade e letalidade

da doença, também fez com que o vírus,

se espalhace muito rápido e causa-se muitas

mortes. A Índia foi um dos locais mais

atingido, e a China com o menor números

de casos, o que leva a crer, já ter havido

um surto da doença no País, o qual gerou

imunidade na população.

Em 1918 os cientistas afirmaram que o vírus

foi particularmente mortal por desencadear

uma alta produção de citocina* que destrói

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SAÚDE

5

o sistema imunológico*, porém uma análise

de 2007 concluiu que a infecção viral

associada à desnutrição, falta de higiene,

os acampamentos médicos e hospitais

superlotados, influenciaram também ao

desenvolveram de uma infecção bacteriana,

responsável pela alta mortalidade.

* Citocinas são substâncias potentes, mas

de pouca duração, produzidas no organismo,

que estimulam as células do sistema

imune à reagir a uma agressão orgânica

de qualquer natureza.

* Sistema imunológico também denominado

sistema imune é o responsável pela

defesa do organismo.

Para piorar a situação naquela época (final

do século XIX e início de XX), além da pandemia

e da guerra, houveram outros surtos

de doenças quase ao mesmo tempo, entre

elas estava a febre tifóide, febre amarela,

difteria e cólera, as quais provavelmente,

diminuíram o significado da pandemia para

o povo.

A princípio os pesquisadores acreditavam

que o causador da gripe Espanhola fosse

uma bactéria, mas essa hipótese foi desfeita,

por concluírem ser um vírus. Vale a

pena ressaltar, que esses dois tipos de

microorganismos ( bactérias e vírus) são

biologicamente diferentes, mas que podem

se multiplicar rapidamente em um curto

período de tempo e provocar doenças, às

vezes fatais.

Sintomatologia e outras considerações

Devido aos poucos conhecimentos sobre a

nova doença e de como tratar na época, o

tratamento consistia na tentativa de aliviar

o sofrimento dos pacientes.

Porém, nem todos os doentes tiveram acesso

aos cuidados e tratamento, assim o número

de infectados continuou aumentando,

levando o sistema de saúde à um caos.

Como actualmente, foi tomada medidas

de emergências, com a instalação de mais

unidades e leitos hospitalares para atender

a demanda.

Houve registo de pessoas que se recuperaram

da doença, mas que contraíram

novamente com sintomas mais graves, com

quadro de infecções e que lamentavelmente

sofreram bastante, pois naquela época não

havia medicamentos, como os antibióticos

por exemplo, nem os recursos que existem

hoje, para se realizar tratamentos em situações

mais complexas.

Entre os sintomas apresentados pelos

doentes destacava-se febre, dor no corpo,

coriza, tosse. Nos casos mais graves

- problemas respiratórios (dificuldade para

respirar), problemas digestivos e cardiovasculares.

Ao se identificar que a doença era contagiosa,

adoptaram medidas de isolamento

social, fechamento de escolas, igrejas,

comércio e repartições públicas e uso

máscaras para reduzir-se o contágio. Em

muitos locais incentivaram a população a

entrar em quarentena.

A pandemia de gripe espanhola resultou

em uma taxa de mortalidade acima do esperado

nos adultos jovens, o que é uma

ocorrência incomum, uma vez que a gripe

normalmente é mais fatal nas pessoas frágeis,

como crianças menores de dois anos

de idade, adultos acima de 70 anos e jovens

com doenças associadas.

Calcula-se que morreram cerca de 50 a

100 milhões de pessoas no mundo, o que

significava na época, um quarto da população

mundial.

Naquela época - nada – nem infecção,

nem guerra, nem fome – jamais tinha

matado tantos em tão pouco tempo.

Actualmente entretanto, devemos permanecer

optimistas e seguir as regras

de orientações contra o vírus Covid-19,

pois os recursos e a medicina moderna

não permitirá que a pandemia em curso

chegue a números tão aberrantes !

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Rue de Lausanne 67/69, 1202 Genève

Tel: Genève - 022 9080360 I Tel: Zurique - 078 6002699 I Tel: Lausanne – 078 9152465

email: geneve@cgd.pt

A Caixa Geral de Depósitos, S.A. é autorizada pelo Banco de Portugal.

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6

COMUNIDADES

14° Aniversário da

Casa do Benfica de Lenzburg

MARIA DOS SANTOs

No dia 7 de Julho de 2006, nascia a Casa

Do Benfica de Lenzburg.

Situada num ponto de fácil acesso e conhecida

como é a “Visa Glória“, esta casa

registada com número 225, tem vindo ao

longo dos anos a afirmar-se com a preferida

da Comunidade Portuguesa.

Para satisfação de quem a dirige, a família

Figo, tem visto passar por lá pessoas vindos

de quase todos as regiões da Suíça,

incluindo do nosso Portugal.

A presença de Luís Filipe Vieira, nestas

casa fez a alegria dos sócios e adeptos

do Benfica em 2004.

Muitos foram os momentos inesquecíveis

ao longo deste anos e como em todos os

percursos, a casa do Benfica de Lenzburg,

viveu o seu período mais amargurado, com

a chegada da pandemia no inicio deste ano.

Como da união nasce a força, toda a equipa

que abre as portas Sábado e Domingo,

souberam dar as mãos, ser solidários e erguer-se

do que o COVID tentou destruir.

As portas tiveram que se fechar, por decisão

da Confederação. Um momento de

profunda tristeza.

Mas os sócios e amigos souberam estar

do lado de dentro e contribuir, para que a

casa do Benfica voltasse a abrir. E assim

aconteceu em Julho 2020

Com todas as medidas de segurança e higiene,

no passado dia 26.09.2020, celebrou-se

o décimo quarto aniversário, sob

uma atmosfera cautelosa, mas com muita

energia e alegria.

Sentiu-se a saudade destes convívios,

de cantar e dançar, de partilhar o delicioso

bacalhau á Benfica, a carne de poro

á alentejana, a vitela salsa, as inúmeras

tapas, sobremesas e como não, o bom

Vinho da Casa.

Em concordância perfeita entre o público

e os artistas, o serão foi de troca de afinidades

e analise dos últimos tempos.

Com a artista Lucy o público cantou, aplaudiu,

sorriu e houve um desligamento total

dos momentos menos bons. O objectivo

tinha sido alcançado.

Zezinha Peniche uma mulher de grande

carisma, licenciada em dermo-cosmética e

também artista que contracenou no Parque

Mayer com Vitor Espadinha, Raul Solnado,

Alexandra Lencastre entre outros grandes

nomes do circulo artístico português, marcou

a diferença num serão em que recordar

fez a diferença.

O DJ Banana convidou todos a dançarem

e foram poucos os que ficaram sentados.

Abel Fava trouxe-nos as canções que gostamos

de ouvir e cantarolar.

Entre as dezanove e meia-noite este espaço

físico da casa do Benfica de Lenzburg,

escreveu mais um episódio gratificante no

livro de registos e memórias.

Estamos todos felizes e orgulhosos dos 14

anos de convívios, festas, aniversários, comunhões,

casamentos entres outras celebrações.

Podemos com enorme satisfação

contar com esta equipa, que está sempre

à altura da exigência dos clientes.

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ACTUALIDADE

7

Suíça nomeia nova chefe para

negociações com União Europeia

pagos no país da concorrência dos trabalhadores

transfronteiriços em missões temporárias,

têm suscitado críticas por parte

dos partidos de direita e dos sindicatos.

Entretanto, no mês passado, os eleitores

suíços rejeitaram uma proposta para aumentar

as restrições à imigração da UE.

Cassis disse que a nomeação de Leu e a

reorganização do Ministério das Relações

Exteriores enviaram um forte sinal a Bruxelas.

"A Europa tem estado e continuará no

centro de nossa política externa", disse o

ministro.

Livia Leu, embaixadora suíça na França, foi nomeada negociadora de alto nível para

as discussões com a UE. Ela é a quinta pessoa em sete anos a assumir o difícil cargo.

Keystone/Marcel Bieri

Cassis esperava que a UE estivesse aberta

a novas negociações sobre um chamado

acordo-quadro com a Suíça. Entretanto,

não está claro até que ponto Bruxelas está

disposta a fazer outros compromissos.

SWISSINFO (*)

O governo nomeou uma nova responsável

para negociar com a

União Europeia um acordo com o

bloco de 27 nações.

Este conteúdo foi publicado em 15. outubro

2020 - 09:30 15. outubro 2020 - 09:30

Livia Leu, atualmente embaixadora da Suíça

na França e ex-chefe da missão diplomática

da Suíça no Irã, substitui o Secretário

de Estado Roberto Balzaretti com efeito

imediato.

"A decisão cria as condições estruturais e

de pessoal necessárias para implementar

efetivamente a estratégia de política externa

e a próxima fase das negociações com a

UE", disse o Ministro das Relações Exteriores

Ignazio Cassis em uma coletiva de

imprensa na quarta-feira.

Cassis disse que o governo retomaria as

discussões com Bruxelas nas próximas

semanas em um esforço para quebrar um

impasse sobre o futuro das relações bilaterais

entre a Suíça e a UE, seu maior

parceiro comercial.

O governo tem lutado para forjar um consenso

interno sobre o tratado negociado há

dois anos. O acordo ainda não foi ratificado

pelo governo.

A ajuda estatal, o acesso dos cidadãos da

UE aos benefícios da previdência social

suíça, bem como as regras unilaterais suíças

destinadas a proteger os altos salários

Leu ocupou vários cargos na sede do

Ministério das Relações Exteriores e no

exterior durante seus 30 anos de carreira

diplomática.

Ela é a quinta negociadora principal desde

2014 a tratar do futuro das relações bilaterais

com a UE. Ela também será Secretária

de Estado, formalmente a número dois no

Ministério das Relações Exteriores, a partir

do próximo mês de janeiro.

Durante a coletiva de imprensa, Cassis rejeitou

repetidamente as alegações de que

havia sido obrigado a ceder à pressão dos

outros membros do governo para substituir

Balzaretti como chefe das negociações e

Secretário de Estado.

(*) Autor escreve em português do Brasil

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8

DIREITO

Quando e como pode ser apagado um

registo num extrato do Registo de Execuções

(Betreibungsregisterauszug)?

DANIEL BOHREN (*)

Quem é da opinião, de que alguém lhe deve dinheiro, pode abrir

um pedido de execução junto da Autoridade de Execução e de

Falências (Betreibungs- und Konkursamt) da residência/ sede do

putativo devedor e dar início à execução. Não precisa para tal

de justificação ou de comprovativos. Tal convida a abusos, quer

dizer, acontece, que há pessoas que só são executadas para ser

incomodadas. Por esta razão um processo de execução também

pode ser parado por uma objeção simples e sem justificação,

a assim chamada Rechtsvorschlag. O prazo para tal comporta

aliás apenas 10 dias! A execução é parada pela oposição e só

pode ser continuada, se o credor apresentar uma sentença judiciária,

que obriga o devedor ao pagamento. Para conseguir uma

sentença judiciária a exigência tem de ser comprovada.

Todos os procedimentos legais relativos a execuções são registados

no Registo de Execuções, assim também os pedidos de

execução, também aqueles que foram instaurados sem razão de

ser. Tal pode incomodar, pois para vários negócios é necessário

apresentar um extrato do Registo de Execuções, por exemplo,

para a renda de um apartamento, o pedido de um crédito ou um

contrato leasing e, às vezes, também para contratos de trabalho.

O que pode então fazer-se para evitar, que execuções apareçam

no extrato do Registo de Execuções? Há para tal três possibilidades:

1. O credor que iniciou a execução pode retirar a execução

até ao final do processo de execução. Isto ele fá-lo

voluntariamente e o devedor não tem direito de exigir do

credor uma renúncia, mesmo quando, após a execução,

tiver pago tudo. Se já pagou tudo antes da execução,

então pode exigir em tribunal a anulação da execução.

3. Se o devedor entrega uma sentença de tribunal na Autoridade

de Execução, da qual se depreenda, que a exigência

resultante em execução não se verifica, então a

exigência também deixa de constar no extrato do Registo

de Execução. O devedor pode a qualquer altura

acionar uma queixa em tribunal, para que seja determinado,

que a exigência resultante em execução não tinha

razão de ser.

O extrato do Registo de Execução só indica execuções

da respetiva Comarca de execução, pelo que com mudança

de domicílio ou sede para uma outra Comarca de

execução as execuções deixam de constar no Registo

de Execução pedido da Autoridade de Execução e de

Falências no domicílio novo.

Além disso, os extratos do Registo de Execuções são

exigidos por um período de 3 anos. Execuções anteriores

não aparecem no extrato do Registo de Execuções.

Os extratos do Registo de Execuções não deverão por

fim também de ser sobrevalorizados. Locadores, bancos

e sociedades de leasing interessam-se sobretudo

se impostos, renda, cartões de crédito, Caixa da Previdência

e contas de telefone, etc… são pagas. Se num

extrato de Registo de Execuções apenas consta uma

execução de uma pessoa particular ou uma empresa

desconhecida e se o montante da exigência resultante

em execução for em comparação com o rendimento e o

património do executado relativamente pequeno, então

tal não tem regra geral praticamente repercussões.

2. Se o devedor acionou oposição (Rechtsvorschlag) e

o credor não empreende mais nada, então o devedor

pode, decorridos 3 meses desde a notificação do pedido

de execução, a assim chamada Zahlungsbefehl,

junto da Autoridade de execução e falências, exigir que

a execução não conste mais no extrato do Registo de

Execuções. A Autoridade de Execução dá então ao credor

um prazo de 20 dias, para comprovar que acionou

um processo de judicial para remoção da oposição. Se

um credor não fornecer este comprovativo a execução

não consta mais no Registo de Execuções. Se o credor

for mais tarde a tribunal, então a execução constará de

novo no Registo de Execuções.

Tem perguntas que digam respeito

ao direito?

Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano” a:

Bohren Rechtsanwalt, Postfach 229, 8024 Zürich

ou para mail@dbohren.ch

© Daniel Bohren, Zürich 2020

(*) autor escreve em português do Brasil

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FORMAÇÃO

9

Procura de um estágio em tempo

de pandemia - a boa notícia!

A crise do corona vírus atingiu

fortemente a economia. A boa

notícia é que muitas empresas

ainda oferecem seus estágios. É

importante que os jovens não percam

as esperanças e continuem

a candidatar-se ao emprego dos

seus sonhos. E se tu ainda não

conseguiste encontrar um estágio,

então há sempre um plano B.

Os pais são muito importantes nesta fase e

podem ser uma fonte de grande ajuda para

seus filhos, encorajando-os. No entanto,

como a transição da vida escolar para o

trabalho é um grande desafio para os jovens

e também para os pais, é importante que

estes obtenha apoio e ajuda.

O „S.E.S.J. (Starke Eltern - Starke Jugend)

tem o prazer de vos informar sobre as várias

ofertas para jovens e de os acompanhar e

aconselhar nesta transição. As consultas

são gratuitas e, se necessário, em português.

Esta oferta é para pais da cidade e

cantão de Zurique.

Associação S.E.S.J - A oferta

Nos últimos 3 anos, mais de 300 famílias

procuraram a nossa oferta. As questões

com as quais os pais lidavam eram diferentes.

Como por exemplo o abandono de

um estágio de aprendizagem ou ameaça de

abandono, nenhuma solução de acompanhamento

após o nível superior, reunificação

da família, como funciona o sistema escolar

suíço e outros. As consultas ocorreram uma

vez ou, se necessário, várias vezes, e poderão

também ser feitas telefonicamente.

Aqui ficam algumas opiniões deixadas

por pais que nos visitaram:

Familia O., residente en Regensdorf

„Tenho 3 filhos, tive conhecimento da Associação

S.E.S.J. através da Igreja Local.

Fiquei muito contente ao saber que podia

falar a minha língua materna e por isso marquei

um apontamento para ver como ajudar

o meu filho nesta fase difícil na escolha de

uma aprendizagem. Para mim foi muito bom

puder receber toda a informação necessária

e sai desta reunião feliz por saber como

ajudar o meu filho. Obrigada pelo apoio e

vou recomendar esta Associação aos meus

conhecidos.“

Familia N., residente em Adliswil

„Procurei esta Associação porque estava

desesperada e sem perspectivas para puder

ajudar o meu filho. Consegui esclarecer as

minhas preocupações e estou aliviada e

confiante para apoiar o meu filho na escolha

de uma Aprendizagem. Obrigado e bem

hajam pelo apoio aos pais.“

Em caso de dúvidas, ligue para Giuliana

Lamberti, diretora e assessora do S.E.S.J.

que ficará feliz em responder a todas as

suas perguntas. A nossa funcionária Maria

João Ferreira ter o gosto de lhe dar informações

em português através do 079 243

01 66.

Verein S.E.S.J.

Weberstrasse 21

8004 Zürich

044 242 27 27

lamberti@sesj.ch

www.sesj.ch

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10

RECANTOS HELVÉTICOS

P I Z O L

e os Cinco Lagos

MARIA DOS SANTOS.

Foi em despedida de Verão que decidi

aproveitar uma prenda oferecida pelo

Rancho Folclórico de Wetzikon e fiz um

dos percursos mais turísticos de alta montanha.

Refiro-me ao „complexo“ dos cinco lagos

situados em Pizol, na região de São Galo.

Bem cedo rumo até Wangs. Com condições

atmosféricas quase ideais, chego ao

parque de estacionamento, que por sinal

é gratuito e encontrava-se praticamente

completo.

Verifico que éramos já muitos a querer desfrutar

desta montanha. Mais tarde fiquei a

saber que nesta quarta-feira encontrava-

-se oitocentas pessoas a deleitar-se deste

maravilhoso momento em alta montanha.

Dirijo-me à bilheteira, para entregar o

cartão oferta e recebo o piquenique que

estava incluído.

Fiquei sem palavras, ao verificar o peso da

mochila! Sim era pesada, para cerca de

cinco horas quiçá algo mais de marcha e

sempre a subir. Mas sorri, porque imaginei

o bom que seria degustar um lanche

bem à Suíça.

Subi no teleférico até Gaffia situado já a

1861 metros de altitude. Que bonita paisagem!

E ali começou a aventura. A neve depois de

um Verão extremamente quente derreteu

toda e os lagos estava a transbordar. O

colorido é inexprimível.

Depois do primeiro esforço, descubro o

lago Baschalvasse, que com os reflexo

de todos aqueles que por ali passeavam,

davam um colorido ímpar. Um par de fotos,

para o meu arquivo e continuo até ao lago

Schwarsee.

Entre gritos, sorriso e saltos um grupo de

jovens atreviam-se a dar um mergulho.

Curiosa pela alegria contagiante deste

grupo, fui conversar com eles e dizerem-

-me que o objectivo era tomar banho em

todos os lagos. Fiquei com pele de galinha.

Sei que a água é extremamente fria e que à

partida seria para mim, missão impossível.

Mas quando se é jovem e se fazem apostas

loucas, estas situações são normais.

Com estes banhos, que por sinal são saudáveis,

para a boa circulação de sangue,

este grupo deve ter chegado casa, realizado

e a pensar no próximo projecto em

grupo.

O próximo lago Schottensee. Fiquei

deslumbrada com a paisagem sobre os

Alpes Austríacos, vale do Reno e Liechtenstein.

O lago de azul turquesa indica-

-nos que por ali a água é glaciar e de uma

beleza deslumbrante.

O caminho continua e damo-nos com um

campo pleno de pedras que desenham

todo a paciência de quem por ali passa.

Formas, feitios, altas, baixas, aquelas pedras

constituem um panorama incontável

que todos fazem delas uma passarela fotográfica.

A seguir o Wildsee, é o mais carismático.

Infelizmente ás condições climatéricas

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RECANTOS HELVÉTICOS

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dos últimos anos, fez com que o glaciar

tenha desaparecido.

O último pedaço do glaciar derreteu na sua

totalidade em 2019. Senti uma tristeza apoderar-se

do meu ser. Estava a 2`492metros

de altitude sem uma corrente de ar frio,

sem neve e muito menos gelo.

Cinco horas tinham já passado e estava

próxima do último lago. Wangsersee

situa-se a 2227 metros de altitude. Seria

ali, que iria por fim abrir a minha mochila

e descobrir o lanche.

Estendo o cobertor no chão, recordando-

-me de tantos e belos momentos vividos

com o Rancho de Wetzikon. Obrigada por

me proporcionaram esta ligação a vocês

e a Comunidade portuguesa.

Tive de sorrir… em vez de um lanche, descubro,

que para mim seria um jantar. Desde

as bebidas incluindo um garrafa de vinho

da região, queijo, presunto, chouriço, pão,

sumos, fruta, nada faltou para chegar a

casa bem saciada.

Um final de tarde que jamais esquecerei.

O desnível é de mil metros, pelo que aconselho

uma boa condição física, boas botas

e não esquecer os bastões, já que o chão é

muito instável e cheio de pequenas pedras

que contribuem para o desequilíbrio.

Este percurso é classificado como património

Mundial da UNESCO, não perca

a oportunidade de o conhecer.

Depois, entregue-se aos prazeres da piscina

térmica situada em Bad-Ragaz e aberta

até ás 22:00 horas

Confirmo: é no silêncio da natureza pura,

que encontro as palavras da vida que me

apaziguam a alma.

2020 ensinou-nos que devemos estar ancorados

ao positivismo, saber conversar

connosco e sobretudo estar preparados

todos os dias, para factos inesperados.

Nunca devemos duvidar que o futuro depende

do caminho que percorremos e

fazemos.

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CRÓNICA

Do nosso cantinho para o vosso cantão

À IMAGEM DE DEUS

ARAGONEZ MARQUES

Aqui, neste vosso cantinho, as

coisas estão complicadas. A

pandemia está a crescer, os

hospitais cheios, alguns quase

em ruptura.

Lembro-me, era eu bem pequenino, da

janela da Rua dos Canastreiros, em Portalegre,

assistir com a minha tia ao lado

da grande manifestação que subiu a

rua, com lençóis com letras onde estava

escrita a palavra “Angola”, lembro-me

das tochas que levavam nas mãos e de

como, em uníssono, gritavam: “Angola é

nossa”.

Íamos iniciar uma guerra no Ultramar,

que duraria treze anos e deixou 8.803

mortos e 15.507 deficientes.

“Para Angola rapidamente e em força”

Assim saiu o primeiro barco, o Niassa,

cheio de portugueses para defender as

famílias de outros portugueses e impôr

a ordem e as fronteiras. Começaram a

ir depois para outras “províncias ultramarinas”,

em todas a guerra eclodiu. O

Uíge levava jovens soldados directos à

primeira pandemia da minha geração.

O primeiro soldado morto em 1961 era

paraquedista e faleceu no dia 29 de

Abril, na zona do Negage, na estrada de

Bungo-Mucaba, a 12 km do Bungo, vítima

de ferimentos em combate.

Era de Santo Estevão.

Para os portugueses era longe a guerra e

longe os locais onde eram noticiados os

primeiros mortos.

Depois, com o desenvolver do conflito,

os lugares das vítimas iam-se aproximando

das nossas casas.

O capitão Caravidão de Elvas, mais próximo

da minha cidade e da minha casa.

Com o tempo, cresceu ao ponto de todos

conhecermos alguém que tinha sido

vítima.

Chegou finalmente às nossas terras e

entrou nas nossas famílias.

Assim começou a pandemia deste vírus

que afecta as nossas vidas. Primeiro

longe, depois mais perto. Agora, dentro

das nossas famílias e ao alcance de nós

próprios.

As televisões levam horas a falar dos lares

de idosos, dando a imagem de que

isto é perigoso para os velhos, e como

para quem os velhos são os outros,

acreditamos, em especial os mais jovens

não sentem o problema como seu; basta

ver Cristiano Ronaldo tomando banho

em Itália na sua piscina, como se estivesse

de férias.

Calam-se os números dos mais novos,

abafam-se os números das escolas, não

noticiados em propaganda dos lares de

terceira idade.

Pois na minha escola, temos dois professores

infectados e esta semana um aluno,

eles com menos de cinquenta anos,

o aluno, com sete.

Esta imagem que está a passar é perigosa,

pois os jovens não sentem o problema

a que se julgam imunes, e abusam

como exigem as suas idades e necessidades

de sociabilização, pelas quais nós

já passámos.

Preocupam-me também estes estados

de emergência, que metem na gaveta a

democracia e os direitos dos cidadãos,

como a obrigatoriedade de darmos o

nosso telemóvel a um polícia para confirmar

se temos instalada a aplicação

Covid, ou a entrada nas residências das

pessoas sem mandato judicial, ou a proibição

de estarmos mais de quatro pessoas

juntas.

Lembra-me o tempo da PIDE, onde grupos

de mais de três pessoas eram considerados

reuniões e por isso proibidas.

Mas é a utilização política desta grave

situação o que mais me repugna. Aqui,

ameaças ao Orçamento de Estado que,

se não passar no Parlamento, será um

caos no momento que vivemos, nas

Américas o surgimento de Super-Homens

Presidentes, Bolsonaros endeusados

por seitas religiosas e um Trump

que, escolhido por Deus, teve a doença

e está ali para as curvas, pois os Estados

Unidos o necessitam, para os salvar do

mal do mundo. Soube ontem que o filho

desta figura que deveria ser um exemplo

para o mundo, foi apresentado pelo

pai como tendo contraído a doença e em

poucos segundos nada tinha.

Começa a dar nojo e a não haver paciência.

Então sobre as teorias da conspiração já

as nem leio.

O que sei é que a bolsa sobe e isto não

está em termos económicos assim tão

mal, alguém ganha com a desgraça e o

medo, e esses têm de ser travados em

igualdade com o uso de máscara.

Não estarão certamente apostados em

fazer que tudo isto acabe rápido.

Lembra-me o dono da agência funerária

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CRÓNICA

13

da minha terra que, numa noite de copos, quando um amigo

de pé sugeriu um brinde à saúde, disse: - Porra eu não

brindo, que faço depois à minha vida?

Às vezes, chego a pensar que a espécie humana não é deste

planeta, foi uma espécie que aqui chegou e colonizou.

Aliás, a colonização está na base do “desenvolvimento” humano,

mesmo que lhe chamem globalização.

Somos a única espécie que se destrói a si própria, canibal.

Nunca saímos deste “canibalismo” que nos acompanhou

ao longo da história.

É verdade que as águas de Veneza estão azuis, que os golfinhos

voltaram ao Tejo e que o ar está menos contaminado.

Fizeram furor as manifestações dos jovens em defesa do

ambiente, patrocinadas não se sabe por quem, que invadiram

as capas dos jornais com a ridícula frase “Não há

planeta B”.

Claro que há e vai continuar por milhões de anos.

O que não há é “espécie humana B”.

Todos os dias, e não é preciso recuar até aos dinossauros,

desaparecem espécies de animais e plantas e o planeta

continua.

Mas julgamo-nos deuses, tudo gira à volta dos nossos umbigos.

Está enraizado em nós o termos sido feitos no paraíso, à

imagem e semelhança de Deus, com a mulher saída da costela

de Adão, que estava sozinho, o pobrezito e necessitava

de quem o cuidasse e servisse.

Por isso eu e a religião estamos em permanente conflito.

Cuidem-se.

MARIZA

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DESPORTO

Empate

em jogo luso dos Juniores D

JORGE MACIEIRA

As equipas de Juniores D do Centro Lusitano

de Zurique e do Benfica Clube de

Zurique encontraram-se em campo, no

passado dia 17 de Outubro, a contar para

a sexta jornada do campeonato, onde os

pontos acabaram repartidos com cada

equipa a ficar com um ponto após o empate

a duas bolas ser o resultado final.

A equipa da casa o Centro Lusitano de

Zurique ganhou a vantagem de duas bolas

a zero com ainda na primeira parte

logo aos 4’ por Leonardo Pereira conhecido

por Leo, aumentada a vantagem aos

23’ pelo jovem Adérito leite quase no fim

da primeira parte.

O Benfica Clube de Zurique reduziu logo

ao início da segunda parta ao minuto 30’

através do Lisandro Correia, chegariam

ao empate ao minuto 45 com o golo de

Rodrigo da Cruz assim chegariam com o

empate ao segundo intervalo.

Na terceira parte ambas equipas tentaram

chegar a vitória mas não houve alterações

no resultado final e o empate

manteve-se nos 2-2.

SOBRE VACINAS

NELSON S. LIMA (*)

Em toda a minha vida de décadas só tive uma pequena gripe era

ainda adolescente e nenhuma constipação (resfriado, amigos do

Brasil) até hoje. Note-se que nunca tomei qualquer vacina para a

gripe em toda a vida.

Agora, com a Covid-19 a rodear-nos, também não tomarei. E muito

menos para a Covid (não confio em vacinas de fabrico acelerado

como vai ser o caso).

Sei que não sirvo de exemplo. Então, por favor, se for susceptível

a contágios, tome a vacina da gripe e depois, se tiver coragem, a

que aparecer para o actual Coronavírus.

(*) Professor de Neurociência - https://bit.ly/3jlGc6P

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TELEVISÃO

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Portuguesa no “Der Bachelor Swiss”

Ana Rodrigues, de 22 anos, é educadora

de infância. Está a viver na

Suíça há 8 anos, actualmente no

cantão de Argóvia. Jovem portuguesa,

natural de Ponte de Lima, é uma

das participantes do programa “Der

Bachelor Swiss”, que passa actualmente

no canal 3+. Fomos conhecer

melhor esta participante e saber os

motivos que a levaram a entrar no

programa em procura do amor.

JORGE MACIEIRA

Lusitano de Zurique - Quem é a Ana

Rodrigues?

Ana Rodrigues - É uma mulher decidida,

determinada e que sabe o que quer da

vida. Gostava de conquistar muito na vida,

quer formar família ao lado de alguém que

lhe de valor e aceita ela como é. Tem um

grande coração, é amiga, gosta de novas

aventuras e gosta de aprender todos os

dias, para se tornar melhor cada dia como

pessoa. É romântica e sensível. Por outro

lado é teimosa, tem temperamento forte,

por vezes é orgulhosa e não se dá bem

com o stress.

LZ - Em que consiste o programa “Der

Bachelor”?

AR - É um reality show/ programa suíço,

penso que uns dos mais vistos em toda

a Suíça. Há várias mulheres solteiras que

tentam conquistar o coração de um homem

(o Bachelor) e naturalmente tentam

encontrar o amor para a sua vida. Consiste

em distribuir rosas a quem ele quer que

fique no programa, até ao final só restar

apenas uma.

LZ - Entraste no Bachelor porque?

AR - Primeiro porque há três anos que

estou solteira e eu gosto de tentar coisas

novas.

Queria tentar a minha sorte e encontrar o

amor depois destes anos todos. Pois está

difícil cá fora!! Por outro lado, queria ver

como funciona um reality-show.

Agora se eu encontrei o amor ou não vão

ter que ver o programa até ao fim!

LZ - Onde foram gravados os episódios?

AR - Engraçado que este ano foi gravado

em Portugal, no Algarve. Senti-me em

casa e foi bom gravar lá.

LZ - Gostaste desta experiência?

AR - É uma boa experiência! Foi também

bastante engraçado e eu aproveitei ao

máximo! Sem dúvida que levo isto como

aprendizado para a minha vida.

LZ - O que mudou em ti depois da entrada

no “Bachelor”?

AR - Conheci pessoas novas (as candidatas

e o “bachelor”), nas redes sociais os

números de seguidores vão subindo.

E acho que eu também mudei. Vejo certas

coisas de maneira diferente. E claro,

as pessoas que não falavam para mim há

anos começam a falar de repente.

LZ - Qual é a sensação de seres reconhecida

na rua?

AR - É um sentimento bom e ao mesmo

tempo engraçado.

LZ - Que imagem os portugueses ficaram

de ti?

AR - Não sei mas eu espero que seja boa,

pois eu vou tentar passar a minha imagem,

tal como eu sou. Uma mulher divertida,

engraçada, positiva, mas também

muito sensível...

LZ - Que portas achas que te podem

abrir esta entrada no “Bachelor”?

AR - Espero que só venham coisas boas

para o meu futuro. Sou muito sonhadora e

tenho vários projectos na minha cabeça.

Espero que as portas se abram, principalmente

se for para poder realizar o meu

maior sonho, que é ser actriz de televisão,

cinema e teatro profissional.

LZ - Já sentes algum tipo de preconceito

por teres entrado neste reality-

-show?

AR - Na Internet há vários comentários

maus dos ‘haters’. Eu tento não ler muito

isso. Essas pessoas não nos conhecem,

não sabem das nossas histórias e criticam

só porque não tem melhor hobby para fazer

e são frustradas com a vida que levam.

Criticam porque elas próprias não tem a

coragem de participar num programa

como este.

Isto não faz de nós más mulheres, só por

participarmos de um reality-show. Aliás

eu admiro a nossa coragem. Claro que há

pessoas que nos suportam e falam coisas

boas, mas principalmente é o ódio que

reina na Internet. Cada um dá o que tem

no coração.

LZ - Que mensagem deitas aos nossos

leitores?

AR - Este programa é realmente uma

experiência única e que se deve experimentar

pelo menos uma vez na vida. Não

deixem nunca de fazer algo pelo motivo: o

que é que os outros vão pensar de mim?’.

Sejam sempre vocês próprios e realizem

os vossos sonhos. Não julguem logo as

pessoas pela aparência ou por atitudes,

pois nem tudo o que parece é e cada um

tem a sua própria visão.

Gostava ainda de vos dizer para verem o

programa “O Bachelor”, a partir do dia 19

de Outubro, todas as segundas ás 20h15

no Canal 3plus.

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16 ESPECTÁCULO

António Côrte-Real

guitarrista dos UHF, fala das emoções do regresso aos palcos

JOAQUIM GALANTE

Depois de todas as emoções do regresso

aos palcos, FOCUSMSN quis ouvir

António Sérgio Côrte-Real, guitarrista

da banda UHF, que muito interagiu com

o público, incentivando à participação

dos fãs naquele inesquecível concerto.

FOCUSMSN: Como te sentiste neste teu

regresso aos palcos?

António Côrte-Real: Senti-me bem por estar

a tocar. Mas fez-me confusão não ver a

cara das pessoas… foi esquisito.

F: Foi anormal ficares tanto tempo sem

tocar para um público fisicamente presente….

ACR: Claro… seis meses sem concertos é

anti-natura em nós… até me custou fazer a

mala de viagem, já nem me lembrava onde

andavam as coisas (risos)

F: E logo tocar com a prestigiada Banda

Sinfónica do Exército, foi recomeçar com

chave de ouro?

ACR: Exacto, foram momentos que não irei

esquecer, tocar com uma banda sinfónica

acrescentou algo à nossa música. Elevou-a

a outro patamar. Gostava de gravar um disco

ao vivo assim.

F: Uma palavra para os fãs….

ACR: Quero agradecer em meu nome e dos

UHF, o terem preenchido todos os lugares

disponíveis do Forúm Luísa Todi, vocês (fãs)

são a razão da nossa existência e os responsáveis

pela longevidade do grupo e do

seu futuro. Trabalhamos todos os dias para

vos oferecer mais e melhor música. Estamos

de coração aberto e de abraço apertado por

sentirmos o vosso apoio.

Texto e fotos: FOCUSMSN

https://focusmsn.pt

G https://www.facebook.com/transportes.fernandes

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ESPECTÁCULO

17

UHF sem igual

deram concerto imortal com a Banda Sinfónica do Exército

JOAQUIM GALANTE

No primeiro concerto

com público pós-pandemia,

os UHF juntaram-se,

ontem, à Banda Sinfónica

do Exército e deram

um espectáculo único,

no fórum Luísa Todi, em

Setúbal, que com certeza

ficará marcado para

todo o sempre nos fãs

dos UHF.

Inesquecível já eu previa que

seria mas… foi muito mais que

isso.

Os UHF mereciam a sala cheia,

não a sala possível. Ainda assim

foi com emoção que o AMR

pisou de novo os palcos com

público. Quando um artista com

mais de 40 anos de carreira se

emociona desta forma, é prova

de vitalidade, de juventude, de

irreverência, aquela irreverência

que o António não teve tempo

de viver nos anos 80, mas que

a sente agora. De surpresa em

surpresa, de espectacular em

espectacular, os UHF superam-

-se a si mesmos a cada concerto.

Quem não pode ir não

imagina o que perdeu. Foi show.

Num concerto com cerca de 80′

minutos, os UHF interpretaram

quinze músicas do seu vasto

repertório, entre elas, grandes

sucessos da sua já longa carreira,

que fizeram com que o

público vibrasse, cantasse e

aplaudisse de pé.

AMR começou por fugir com a

Maria, brincar no fogo, na tua

cama, pelo meio cantou Zeca

Afonso, na parte final passeou

na Rua do Carmo, foi a uma corrida

de cavalos e homenageou

Amália Rodrigues, para terminar

com o bis ‘Hey! Hey! (Bora lá)!’

E fomos.

Alinhamento: ‘Foge Comigo Maria’

– ‘Brincar No Fogo’ – ‘Na Tua

Cama’ – ‘Vejam Bem’ – ‘Hey!

Hey!’ – ‘A Lágrima Caiu’ – ‘Toca-me’

– ‘Matas-me Com o Teu

Olhar’ – ‘O Tempo é Meu Amigo’

– ‘Uma Palavra tua’ – ‘Rua do

Carmo’ – ‘Cavalos de Corrida’

– ‘Menina Tás à Janela’ – ‘Povo

Que Lavas No Rio’ – ‘Hey! Hey!’

Texto e fotos: FOCUSMSN

https://focusmsn.pt

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EFEMÉRIDE

Comemoração do V Centenário

da viagem de Magalhães anulada

Patagónia é uma região geográfica que abrange a parte mais meridional da América do Sul. Localiza-se na Argentina e no Chile e integra a secção

mais ao sul da cordilheira dos Andes.

por AGÊNCIAS

Fernão de Magalhães nasceu em Sabrosa,

na região norte de Portugal em Trás-os-

-Montes, no dia 3 de Fevereiro de 1480.

Quando ainda criança foi para Lisboa e

pertenceu à quarta ordem da nobreza

portuguesa. Foi também pajem da corte

da rainha D. Leonor, esposa de D. João II.

Ficou conhecido como o navegante e capitão

da armada que foi a pioneira em navegar

os oceanos Atlântico, Pacifico e Indico

com o intuito de uma rota alternativa para

chegar às Índias e obter as tão almejadas

especiarias.

Quando tinha 25 anos, acompanhado do

vice-rei, participou nas viagens para as

Índias Orientais que envolvia as regiões da

China, Japão, Índia, Arábia e Pérsia. Em

1513 lutou na região de Azamor na conquista

de Marrocos, onde ficou gravemente

ferido de uma perna.

Foi acusado de traição porque disseram

que ele havia feito negociações com os

mouros. O rei D. Manuel acreditou nos rumores

e impediu-o de continuar a prestar

serviços à pátria. Fernão decepcionado

sai do país e oferece-se para trabalhar ao

rei da Espanha Carlos V.

Como seu amigo Rui Faleiro também havia

sido exilado, juntos uniram seus conhecimentos

e elaboraram vários planos de

viagens, mapearam lugares através dos

astros e apresentaram-nos à coroa espanhola.

Com o auxilio de Cristóvão de Haro

que era inimigo do rei de Portugal, juraram

lealdade ao rei da Espanha e assinaram

um contrato afirmando que todas as terras

encontradas seriam espanholas.

Assim, partiram cinco embarcações em

Naus carregadas de itens de subsistência,

armamentos e munições. Composta por

aproximadamente 265 homens de várias

nacionalidades, se asseguraram de que

não teriam problemas de comunicação

com os povos que pudessem encontrar

pelo caminho.

No dia 20 de Setembro de 1519 partiram

em direção ao Brasil. Após nove dias de

navegação chegaram ao Cabo de Santo

Agostinho em Pernambuco e ficaram até

13 de Dezembro, depois seguiram para o

Rio de Janeiro, onde passaram o fim de

ano para após isso seguirem viagem. No

dia 10 de Janeiro avistaram um rio, que

posteriormente seria o Rio da Prata.

As expedições comandadas por Fernão

Magalhães continuaram até chegar ao

Golfo de São Matias, onde encontraram

pessoas altas que receberam por eles o

nome de “patagones” e a região foi baptizada

de Patagônia.

Infelizmente em Maio do mesmo ano uma

Nau afundou com vários marinheiros a

bordo e por sorte, alguns conseguiram

salvar-se. A frota seguiu viagem em 24 de

Agosto, mas tiveram que parar por dois

meses por causa do mau tempo. Em Outubro

encontraram o “Cabo das Onze Mil

Virgens” que os permitiu passar para o

outro lado do oceano. Relatos afirmam

que o caminho era estreito e assustador.

O itinerário durou 27 dias e hoje é conhecido

como “Estreito de Magalhães”. Ao

chegarem ao novo oceano baptizaram-no

de “Pacifico” devido às suas águas calmas.

Após muitos dias a navegar, quando já estavam

quase sem mantimentos, avistaram

as Filipinas no dia 16 de Março de 1521,

uma ilha que lhes proporcionou muita fruta

e água potável.

Após descansarem e abastecerem os seus

barcos, seguiram em direcção a Mactán.

Ao desembarcarem no dia 27 de Abril Fernão

de Magalhães foi recebido com uma

flecha no peito. Ele não resistiu e morreu

na praia. Abalados, os marinheiros continuaram

a viagem ao comando de Juan

Sebastián Elcano. No dia 21 de Dezembro

chegaram ao destino tão almejado por Fernão:

Ilhas Molucas.

No regresso, voltaram apenas 18 homens.

Essas viagens entraram para a história de

Fernão de Magalhães que, apesar de não

ter concluído os seus objetivos, conseguiu

provas de que seu mapeamento estava

correcto através da teoria de que a Terra

era redonda.

Caso não houvesse pandemia, o Presidente

da República, Marcelo Rebelo de Sousa e

Felipe VI de Espanha, iriam estar estar em

Punta Arenas a celebrar os 500 anos da

descoberta e travessia do estreito que liga

o oceano Atlântico ao Pacífico.

O Navio Escola Sagres iria estar presente

nesta homenagem à grande epopeia do

navegador português Fernão de Magalhães,

cumprindo assim uma das etapas

mais importantes da volta ao mundo, começada

por Magalhães e terminada por

Juan Elcano, que transformou o mundo

num lugar mais global.

Da mesma forma imprevista que Fernão

de Magalhães foi morto a meio da grande

viagem, o coronavírus mudou as nossas

vidas e as celebração desta epopeia. A

Marinha espanhola não quis faltar à festa,

e Magalhães será mais uma vez recordado

como Magallanes.

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PERSONALIDADE

19

Caldelas

Chefe Silva

Biografia I

Em 1934, com o nome curto e simples

de António da Silva, nasceu

em Caldelas uma criança, filha de

Domingos Rodrigues, com 75 anos

e de Teresa de Jesus da Silva, uma

jovem de 30 anos. Logo à nascença

ficou marcado o cunho singular

que haveria de o acompanhar por

toda a vida.

AMÍLCAR MALHÓ (*)

1934, ano de nascimento. Caldelas, lugar

de nascimento. António da Silva, nome

de registo.

Em 29 de Março de 1834 nasceu, no concelho

de Vila Verde, o Abade de Priscos,

cujo nome ficou ligado ao Pudim Abade

de Priscos. Deixou o manuscrito ‘Livro de

Receitas Culinárias.

Um século depois, o ano de 1934 ficou

marcado, entre outros acontecimentos, por:

A nível internacional

O nascimento, em Londres, de Mary Quant,

conhecida mundialmente como a criadora

da mini-saia, da actriz italiana Sophia Loren,

de Richard Chamberlain, famoso no papel

de Dr. Kildare e do poeta e cantor canadiano,

Leonard Cohen que foi cozinheiro

durante seis anos.

Na sequência da morte de Hindenburg

fizeram-se eleições, controladas pelos

nazis, nas quais Hitler é o mais votado,

assumindo o poder.

Neste mesmo ano, Hitler encomendou ao

engenheiro austríaco Ferdinand Porsche o

desenvolvimento de um carro pequeno que

fosse, ao mesmo tempo, barato e económico;

um «carro popular», que em alemão

se dizia Volkswagen.

A nível nacional

A 18 de Janeiro de 1934 deu-se a revolta da

Marinha Grande, um levantamento operário

que fez tremer Salazar.

Fernando Pessoa publicou Mensagem.

Inauguração do monumento ao Marquês

de Pombal, em Lisboa.

Foi inaugurado o Cine-Teatro Beatriz Costa

na Malveira.

Realizou-se, no Porto, a 1ª Exposição Colonial

Portuguesa.

O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel

Cerejeira, visitou o Cristo Redentor do Rio

de Janeiro e decidiu construir em Portugal

uma obra semelhante.

O Decreto nº 24402 estabelecia as oito

horas de trabalho diárias para a indústria e

comércio. O descanso semanal obrigatório

era ao Domingo.

Foi inaugurado no Porto, o Restaurante

Escondidinho, em Lisboa a Taberna da Tia

Matilde e em Cacilhas a Floresta do Ginjal.

No Porto, nasceu Francisco Sá Carneiro,

o fundador do Partido Social Democrata.

Em Lisboa, nasceu Frei Hermano da Câmara

Em 29 de Março nasceu um menino baptizado

com o nome de António da Silva, no

concelho de Amares, lugar de Caldelas.

O nome de Caldelas (Caldellas na grafia antiga),

é todo de origem latina e o seu significado relaciona-se

directamente com as nascentes mínero-

-medicinais. Assim, etimologicamente, o vocábulo

“Caldellas” é uma palavra derivada do étimo latino

“calda” (que significa água quente) com o sufixo

diminutivo “ella” igualmente latino (que junta a ideia

de pequenez), sendo o plural utilizado para referir

duas nascentes. “Caldellas” significa portanto,

literalmente, “pequenas águas quentes”, sendo

que o nome da povoação está ligado ao período

da romanização, existindo registos escritos deste

nome desde o século XIII. Caldelas, só com um “l”,

é a grafia moderna, adoptada no primeiro quartel

deste século.

Em 1779, Frei Cristóvão dos Reis, um frade carmelita

descalço, administrador da botica do Convento

do Carmo em Braga, publicou “Reflexões Experimentais

Metódico-Botânicas (e outras notícias de

águas minerais)”, onde faz várias considerações

sobre as duas nascentes termais, a que chamou

Caldas do Albito, na freguesia de Caldelas.

Para as águas das duas nascentes refere virtudes

terapêuticas extraordinárias nas áreas de tratamentos

cutâneos e gástrico-intestinais,

As águas mínero-medicinais de Caldelas começaram

a ser administradas pelos frades do Mosteiro

de Rendufe em 1780 e foi na sua administração

que se operou, nas Caldas do Albito, a transição

da fase de utilização primitiva, para uma utilização

disciplinada, a caminho da exploração moderna.

Caldelas é uma das 24 freguesias do concelho

de Amares, um dos 14 que integram o distrito

de Braga.

Amares é terra de Solares Medievais e Mosteiros

das Ordens Beneditina e de Cister. As suas gentes,

simples e hospitaleiras, encantam-se pelo

sussurrar das águas dos rios Homem e Cávado,

enquanto colhem da terra e levam para a mesa

a gastronomia de paladar caseiro acompanhada

por um dos melhores vinhos verdes brancos da

região e das famosas laranjas de Amares.

A gastronomia deste município minhoto, que pode

dividir-se em senhorial, termal, conventual e rural,

rica e variada, serviu certamente de inspiração ao

seu famoso “filho da terra”.

Papas de sarrabulho, rojões “à Minhota”, cozido

à portuguesa, arroz de pato, bacalhau “à Abadia”,

pastéis de bacalhau, pataniscas de bacalhau,

perna de porco assada no forno, cabrito assado

no forno, leitão assado no forno, vitela assada e

arroz de “pica no chão”, constituem alguns dos

pratos fortes da gastronomia de Amares.

Para sobremesa, a oferta também é irresistível:

leite creme queimado, pudim de laranja, arroz

doce, formigos, rabanadas, peras bêbedas, bolo

rei, pão de ló, doces de laranja e de romaria e a

laranja ao natural, sobretudo nos meses sem “r”,

ou seja, de Maio a Agosto.

Do excelente vinho aqui produzido, com predominância

da casta loureiro, desconhece-se a origem

da designação “Verde”, mas talvez derive da sua

juventude, uma vez que se bebe novo (preferencialmente

no ano seguinte à colheita).

Em Junho de 2004 a Câmara Municipal de Amares

atribuiu a Medalha de Ouro do Concelho a um

ilustre munícipe que, em Caldelas, por iniciativa

da Junta de Freguesia, tem uma rua com o seu

nome: António Silva (Chefe Silva).

(*) com o Patrocínio da Comissão Vitivinícola Regional

de Lisboa (Vinhos de Lisboa)

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20

AGENDA

Informação MAPS

Estimados leitores, devido à actual situação

é possível que os eventos sejam

cancelados a curto prazo. Além disso,

em muitos dos eventos há limite no número

de visitantes, é necessário fazer

inscrição e o uso de máscara é obrigatório.

Por favor, informe-se antes de ir.

Mantenha pelo menos 1,5 m de distância

de pessoas fora do seu agregado familiar,

lave regularmente as mãos e use

máscara de protecção nos transportes

públicos. Apesar de tudo, a equipa da

MAPS espera que se divirta!

01.11.2020 (Sonntag)

Oficina de trabalhos manuais

para crianças

O “Nordamerika Native Museum (NO-

NAM)” mostra as culturas dos povos indígenas

da América do Norte. No primeiro

domingo do mês (excepto férias escolares),

as crianças fazem trabalhos manuais

com cores e padrões dos indígenas e dos

esquimós. Obrigatório uso de máscara.

13:30-16:00. CHF 5.- por criança.

NONAM. Seefeldstr. 317.

Tram 2/4 oder Bus 33 bis “Bahnhof Tiefenbrunnen”.

http://www.nonam.ch

http://www.stadt-zuerich.ch/kultur/de/index/institutionen/nonam_indianer_inuit_

kulturen/Agenda/FamiliensonntagJuli.html

02.11.2020 (Montag)

Concerto

Desfrute deste serão com um concerto. Os

músicos Adrian Frey e Tony Renold apresentam

uma mistura de sons e ritmos improvisados

e ensaiados. 19:30. Entrada

livre.

Toni-Areal, Konzertsaal 2, Ebene 7. Pfingstweidstr.

96.

Tram 4 bis „Toni-Areal“ oder Tram 6/8 bis

„Fischerweg“.

http://www.zhdk.ch

http://www.zhdk.ch/studium/musik/careercentermusik/musik-livestream-8343/

spektrum-limetree-8346

03.11.2020 (Dienstag)

Concerto de jazz

O grupo „Ducadu“ de Simon Schwaninger

toca uma mistura de jazz, pop e rock. Desfrute

de uma noite com melodias animadas

e emocionantes. 20:00. Entrada livre, contribuição

espontânea.

Musikklub Mehrspur. Förrlibuckstr. 109.

Tram 4 bis „Toni-Areal“ oder Tram 6/8 bis

„Fischerweg“.

http://www.mehrspur.ch

http://www.mehrspur.ch/veranstaltungen/

ducadu-jam-night

04.11.2020 (Mittwoch)

Esculpir nabos

No centro comunitário „GZ Grünau“, à

quarta-feira de tarde (excepto férias escolares),

as crianças põem mãos à obra e

fazem diversos trabalhos manuais. Nesta

quarta-feira podem esculpir e ornamentar

uma „Räbeliechtli“, uma vela dentro do

nabo esculpido. 14:30-17:30. CHF 3.- por

nabo.

GZ Grünau. Grosser Platz vor Alterszentrum.

Grünauring 18.

Tram 6 oder Bus 78 bis „Grünaustrasse“.

http://gz-zh.ch/gz-gruenau

05.11.2020 (Donnerstag)

Almoço „Foodwaste“

À quinta-feira, é cozinhada uma deliciosa

refeição, usando alimentos frescos que

de outro modo seriam deitados fora. 12:00.

Participação gratuita.

Aki. Hirschengraben 86.

Tram 3/4/6/7/10/15 oder Bus 31/46 bis

„Central“.

http://www.aki-zh.ch/event-directory

06.11.2020 (Freitag)

Desfile “Räbeliechtli”

Com a sua “Räbeliechtli”, as crianças participam

no desfile e no final têm um snack à

sua espera. O cortejo “Räbeliechtli-Umzug”

é uma antiga tradição suíça para toda a

família. Trazer: „Räbeliechtli“ e máscara.

18:15-21:00. Entrada livre.

GZ Grünau. Grosser Platz vor Alterszentrum.

Grünauring 18.

Tram 6 oder Bus 78 bis „Grünaustrasse“.

http://gz-zh.ch/gz-gruenau

Concurso de leitura em voz alta

Gosta de poesia e de ler? Então seleccione

um poema na sua língua materna ou num

idioma à sua escolha e faça uma gravação

audio com o seu telemóvel. Envie a gravação,

com o seu nome, idade, língua e o

texto da poesia, para info@kanzbi.ch. Um

júri irá escolher os melhores poemas. Informação

completa em http://www.kanzbi.ch/

blog/. Prazo para envio: 06.11.

http://www.kanzbi.ch/wp-content/

uploads/2020/09/flyer_vorlesewettbewerb-1.pdf

07.11.2020 (Samstag)

Circo infantil

O circo infantil “Robinson” celebra o seu

aniversário e faz uma retrospectiva da

sua história. Desfrute de um interessante

e bem-humorado olhar pelos 60 anos de

existência do circo. 18:00. O escritório da

MAPS oferece 3×2 bilhetes. Basta ligar 044

415 65 89 ou enviar um mail para: maps@

aoz.ch.

Volkshaus. Stauffacherstr. 60.

Tram 8 oder Bus 32 bis „Helvetiaplatz“.

http://www.kinderzirkus.ch/informationen/

08.11.2020 (Sonntag)

Semana das religiões (até 15.11.)

Na cidade de Zurique coexistem diversas

religiões. Durante uma semana, o Forum

das Religiões de Zurique convida-o a participar

no diálogo inter-religioso. Conheça as

visões do mundo e as crenças de diferentes

tradições religiosas. Programa completo

em www.forum-der-religionen.ch. Participação

gratuita.

http://www.forum-der-religionen.ch/veranstaltungen/woche-der-religionen-2020

Rituais do budismo tibetano

Quais os rituais do budismo tibetano e que

objectos são usados? O historiador de arte

Michael Henss apresenta o seu livro “Buddhist

Ritual Art of Tibet” e informa sobre os

rituais da cultura budista-tibetana. 11:30-

13:30. Inscrições em musethno@vmz.uzh.

ch ou 044 634 90 11. Entrada livre.

Völkerkundemuseum. Pelikanstr. 40.

Tram 2/9 bis „Sihlstrasse“.

http://www.musethno.uzh.ch

http://www.agenda.uzh.ch/record.php?id=46725&group=24

09.11.2020 (Montag)

Dança à segunda-feira

À segunda-feira o bar «Boschbar» está

aberto. Todas as semanas DJs põem música

de todos os géneros. Programa em

www.strandbaer.ch/bosch. 22:00. Entrada

livre.

Provitreff. Sihlquai 240.

Tram 4/6/13 bis „Quellenstrasse“.

http://www.strandbaer.ch/bosch

11.11.2020 (Mittwoch)

Meditação

A meditação é um meio eficaz para combater

o stress. Durante uma hora, venha ao

encontro do repouso e esqueça a correria

do quotidiano num curso de meditação.

19:00-20:00. Entrada livre, contribuição espontânea.

Jenseits im Viadukt, Bogen 12. Viaduktstr.

65.

Tram 4/6/13 bis „Dammweg“.

http://jenseitsimviadukt.ch

http://jenseitsimviadukt.ch/detail/termin/

meditation-2020-11-11-19-00-5963

12.11.2020 (Donnerstag)

Noite de cinema

Hoje pode ver o filme “Les Misérables”

(2019) de Lady Ly no recinto “Toni-Areal”. A

acção decorre em Paris e conta as difíceis

condições de vida de moradores oriundos

de diversas culturas. Em francês. 20:00.

CHF 5.-.

Toni-Areal, Ebene 3. Pfingstweidstr. 96.

Tram 4 bis „Toni-Areal“ oder Tram 6/8 bis

„Fischerweg“.

http://www.zhdk.ch

http://www.zhdk.ch/veranstaltung/43422

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AGENDA

21

13.11.2020 (Freitag)

Exposição sobre o tema da fuga

(até 18.12.)

A exposição multimédia „Kein Kinderspiel“

mostra as consequências da guerra, perseguição

e fuga de refugiados na Suíça. Neste

projecto, pais e filhos falam das suas experiências.

Seg-sex 09:00-18:00. Entrada livre.

Paulus Akademie, Pfingstweidstr. 28.

Tram 4/8 oder Bus 33/72/83 bis „Schiffbau“

oder S-Bahn bis „Hardbrücke“.

http://www.paulusakademie.ch

http://www.paulusakademie.ch/programm/?eid=16581&event-title=Ausstellung+%C2%ABKein+Kinderspiel%-

C2%BB+%E2%80%93+13.11.2020

14.11.2020 (Samstag)

Desporto para crianças

Junta uma equipa de 7 a 10 amigos/as e

desfruta de uma tarde de diversão. O ginásio

“Noam” está à disposição de todas as

crianças (a partir dos 8 anos) entusiastas de

desporto. A partir das 17:00. Inscrições até

08.11. em benji.frey@quartiertreff.ch. CHF

5.-.

Noam-Turnhalle. Schulhausstr. 19a.

Tram 7 bis „Museum Rietberg“.

http://quartiertreff.ch/index.php/aktuelle-

-kinderagenda.html

Teatro de figuras

O conto infantil „Der Wolf und die sieben

Geisslein“ („O lobo e os sete cabritinhos“)

dos irmãos Grimm é apresentado em teatro

de figuras para toda a família. Com enquadramento

musical. 10:30-11:15. Entrada livre.

PBZ Schütze. Heinrichstr. 238.

Tram 4/6/8/11/13 oder Bus 33/72/83 bis „Escher-Wyss-Platz“.

http://www.pbz.ch

http://www.pbz.ch/angebot/events/um-

-zwoelf-kommt-der-wolf/

15.11.2020 (Sonntag)

Debate sobre feminismo e racismo

Interessa-se pelos temas feminismo e racismo?

Então apareça e assista à leitura e

conversa sobre o livro “Feminist Theory,

From Margin to Center” de “bell hooks”. Ela

mostra a origem do feminismo nos EUA e

a problemática do racismo. Em inglês, se

necessário também em alemão e francês.

12:00-16:30. Inscrições em joycekalumba@

hotmail.com. Entrada livre, contribuição espontânea.

Maxim Theater. Ausstellungsstr. 100.

Tram 4/6/13 oder Bus 32 bis „Limmatplatz“.

http://www.maximtheater.ch

http://www.maximtheater.ch/schwarzer-feminismus-und-sisterhood/

16.11.2020 (Montag)

Xadrez

Gosta de jogar xadrez? Ou deseja aprender?

Jovens, menos jovens, principiantes e jogadores

experientes: todos são bem-vindos ao

encontro de xadrez todas as segunda-feiras.

15:00-17:00. CHF 4.-.

GZ Witikon. Witikonerstr. 405.

Bus 31 bis „Loorenstrasse“.

www.gz-zh.ch/gz-witikon

17.11.2020 (Dienstag)

Exposição sobre o Romantismo

(até 14.02.21)

Não perca na “Kunsthaus” a exposição sobre

a época do Romantismo. Mais de 150

obras de conhecidos artistas suíços e internacionais

mostram glaciares, montanhas e

navios naufragados desta época. Ter/sex-

-dom 10:00-18:00. Qua/qui 10:00-20:00.

Qua 10:00-20:00 entrada livre para todos.

Nos restantes dias entrada livre com cartão

KulturLegi (em vez de CHF 23.-).

Kunsthaus Zürich. Rämistr. 45.

Tram 3/5/9 oder Bus 31 bis „Kunsthaus“.

http://www.kunsthaus.ch

http://www.kunsthaus.ch/besuch-planen/

ausstellungen/im-herzen-wild/

20.11.2020 (Freitag)

Mercados de Natal

Desfrute da época pré-natalícia num dos

mercados de Natal da cidade. Este ano, há

vinho quente, deliciosos biscoitos de Natal

e muitos stands para descobrir em „Niederdörfli“,

junto de „Münsterhof“ e da gare

central. Todas as informações e moradas

em http://www.weihnachtsmarkt-doerfli.ch,

http://www.zuerich-weihnachtsmarkt.ch e

http://www.zuerich.com/de/besuchen/shopping/christkindlimarkt.

21.11.2020 (Samstag)

Dar as boas-vindas a refugiados

Passear em conjunto, comer castanhas, conhecer

a cidade ou andar de patins no gelo:

agora os encontros do projecto “Gemeinsam

Znacht” acontecem principalmente ao

ar livre. Está interessado? Então inscreva-se

em info@gemeinsamznacht.ch. Informação

completa em www.gemeinsamznacht.ch.

22.11.2020 (Sonntag)

Charadas para crianças

Na exposição “Kunstdetektive!”, crianças

dos 8 aos 12 anos tornam-se detectives.

Recebem um livro de passatempos e têm

de desenhar, inventar histórias policiais ou

analisar amostras. Ter-qua/sex-dom 11:00-

18:00. Qui 11:00-20:00. Entrada gratuita

para crianças.

Migros Museum für Gegenwartskunst.

Limmatstr. 270.

Tram 4/6/8/11/13 oder Bus 33/72/83 bis „Escher-Wyss-Platz“.

http://www.migrosmuseum.ch/

http://kikuka.ch/event/Migros+Museum+für+Gegenwartskunst/4980

23.11.2020 (Montag)

Fazer velas (até 11.12.)

Na época antes do Natal, no centro comunitário

“GZ Wollishofen”, adultos e crianças

podem fazer as suas próprias velas. Venha

com algum tempo e uma máscara e desfrute

da atmosfera contemplativa. Diariamente

14:00-17:30. Custo de acordo com o peso,

50% com cartão KulturLegi.

GZ Wollishofen. Bachstr. 7.

Tram 7 oder Bus 70/184/185 bis „Post, Wollishofen“

oder Bus 161/165 bis „Rote Fabrik“.

http://www.gz-zh.ch/gz-wollishofen

25.11.2020 (Mittwoch)

Criar uma coroa do Advento

Gostaria de fazer uma coroa do Advento

e não sabe como? Então dirija-se ao

centro comunitário “GZ Bachwiesen” e,

em conjunto com outras pessoas, poderá

criar a sua própria coroa. À sua disposição

terá verdura, folhas e pinhas. Traga velas

e máscara. Qua 14:00-18:00. Qui 14:00-

17:00 e 18:00-21:00. Contribuição para

as despesas conforme material usado.

GZ Bachwiesen. Bachwiesenstr. 40.

Bus 67/80 bis “Untermoosstrasse”.

http://gz-zh.ch/gz-bachwiesen

28.11.2020 (Samstag)

Criar um calendário do Advento

Surpreenda os seus familiares ou amigos

com um calendário do Advento feito por

si. No centro comunitário “GZ Wollishofen”

pode criar e fazer o seu próprio calendário

do Advento. 14:00-17:00. CHF 5.-.

GZ Wollishofen. Bachstr. 7.

Tram 7 bis „Post, Wollishofen“ oder Bus

161/165 bis „Rote Fabrik“.

http://www.gz-zh.ch/gz-wollishofen

29.11.2020 (Sonntag)

Viagem no tempo para crianças

Na exposição “Mit fliegendem Teppich durch

die Geschichte” as crianças e toda a família

descobrem a história do Oriente, da navegação

e do caminho de ferro. A impressionante

concepção das salas proporciona uma

imaginativa e esclarecedora visita. Ter/qua

e sex-dom 10:00-17:00. Qui 10:00-19:00.

Com cartão KulturLegi CHF 5.- (em vez de

CHF 10.-). Gratuito para crianças e jovens

até aos 16 anos.

Landesmuseum. Museumstr. 2.

S-Bahn bis „Zürich Hauptbahnhof“, Tram

4/6/11/13/14 oder Bus 46 bis „Bahnhofquai/

HB“.

http://www.landesmuseum.ch

MAPS 342 (November 2020)

(Lúcia Sousa)

Fonte:Maps Züri Agenda

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22

ACTUALIDADE

DO COLAPSO MUNDIAL AO CAOS… EM P

IVO MARGARIDO

Manipulação, divisão, polarização

política e muito mais! Os algoritmos

das plataformas Facebook, Instagram,

Google, Twitter, Youtube, ...,

tomaram “vida própria” e tornaram-

-se perigosos. O documentário “The

Social Dilemma”, inédito na forma,

lança um alerta para a realidade oculta

por detrás dos nossos ecrãs. Especialistas,

activistas e até ex-funcionários

das gigantes tecnológicas fazem soar

o alarme sobre algumas das suas invenções,

que causam vícios e desestabilizam

as democracias. Apesar destas

tecnologias também proporcionarem

benefícios, o realizador, Jeff Orlowski,

acredita que o código tem de ser redesenhado

e reconstruído, tal como as

plataformas. Caso contrário, “o desfecho

natural de tudo isto é a guerra

civil “.

“O Facebook percebeu que podia afetar os comportamentos

e emoções das pessoas sem que

os seus utilizadores percebessem ...”

“Os algoritmos difundem fake news que se propagam

6 vezes mais rapidamente que uma informação

verdadeira ... somos bombardeados

por boatos ...”

“A informação que chega a cada utilizador é

ajustada em função do seu perfil ... controlamos

cada vez menos quem somos e aquilo em que

acreditamos ... as mentiras estão a sobrepor-se

à verdade”

“Para controlar a população de um país nunca

houve uma ferramenta tão eficaz como o

facebook”

“Esta tecnologia está a criar caos de massas,

solidão, mais polarização, eleições pirateadas

… distrai-nos dos verdadeiros problemas ...

estamos condenados”

“Se não invertermos isto, a humanidade está

predestinada ao fracasso!”

Estas são algumas das afirmações que podemos

ver e ouvir no documentário. Sombrio, foi

o que me ocorreu no imediato. Mas também

poderá ser um incentivo para uma evolução

real da espécie humana. Todavia, será que

conseguimos determinar o grau de manipulação

- induzido por algoritmos - em que cada

um de nós se encontra? O alerta pretende despertar

os utilizadores das redes sociais para a

manipulação inconsciente de que estão a ser

alvo. É desvendada a forma como os algoritmos

contribuem, na verdade, para disseminar

desinformação, teorias da conspiração virais

e para provocar polarização política. Também

é explicado como exacerbam problemas do

foro mental. Precisamos reconhecer que isto

é um problema grave, tornando-se urgente

abandonar este modelo! Percebe-se então

que fazer colapsar o actual modelo do sistema

monetário talvez seja a única possibilidade

de curto prazo e a solução mais lógica

para combater estes gigantes de interesses

pervertidos! Nesta ótica, analisemos o que

está a acontecer; o actual sistema monetário

está a ser conduzido ao colapso através

de um mecanismo designado por “reservas

fraccionarias”. Compreender como funciona

possibilita a dissipação matemática de todas

as dúvidas. Resta depois observar a realidade

das instituições bancárias, que enfrentam

cada vez mais necessidades de injecção de

capital do Estado. Outro indicador são as dívidas

públicas crescentes dos países, que se

tornaram impagáveis. A conclusão não deixa

margem para incertezas. Ainda que de um

ponto de vista das leis criadas pelo homem,

este mecanismo possa ser considerado de

fraude, ilegalidade, inconstitucionalidade,

…, de um ponto de vista mais amplo (União

do Todo) a sua introdução faz todo o sentido

uma vez que está a potenciar a libertação

humana dos sistemas escravizantes e altamente

destruidores deste mundo. Na minha

opinião, isto é demonstrativo de um grau de

inteligência superior por parte daqueles que

o introduziram. Para os leitores interessados

em aprofundar esta matéria, disponibilizo link

de acesso a informação detalhada:

A FRAUDE DO SISTEMA MONETÁRIO

http://tiny.cc/fraude-sistema-monetario

O modo de vida humano deu um salto qualitativo

com o actual modelo do sistema monetário,

é facto inegável e demonstrável. Basta

comparar o tipo de vida dos nossos avós e

visavós com o nosso. Mas também deu aso

a que “consciências inferiores” construíssem

modelos que criaram opressão sobre as

classes mais fragilizadas, gerando escassez

e exclusão social. A perfeição não existe; devemos

agora estimular um salto qualitativo

das “consciências”, porque este mundo dispõe

de tudo o que precisamos. Vejo a actual

pandemia enquanto mecanismo estratégico

que pode acelerar este processo e impor a

evolução para novos paradigmas socioeconómicos.

Espero, contudo, que haja inteligência

e ética suficientes para adoptar modelos

baseados na cooperação, para que se tornem

mais justos e equilibrados para o Todo.

Só assim se poderá extinguir gradualmente o

domínio de uns sobre os outros! É por isso

“natural” que, neste período de transição,

assistamos a esta luta feroz patrocinada por

“consciências inferiores”, numa derradeira

tentativa de preservação dos seus privilégios,

que escravizam a humanidade em larga escala.

Falta ordem, transparência, cooperação e

muito mais amor próprio e pelo próximo. Isto

só se alcança com uma mudança de rumo,

com um novo paradigma socioeconómico e

com a reforma do sistema de ensino, que deverá

orientar para o SER e não tanto para o

TER.

Dos estudos que venho fazendo, concluo

que a espécie humana está a ser conduzida

para uma evolução através da genética. É de

facto lógico que assim seja; não podemos é

permitir que a nossa espécie continue a viver

num estado de consciência tão primitivo

e destrutivo para o Todo, sem mesmo que,

de forma transversal, reconheça a sua condição.

No entanto, basta fazer algumas pequenas

demonstrações para observar este

fenómeno de despertar da consciência. Entreguei-me

a esse exercício ao longo de mais

de quatro anos em palestras, nomeadamente.

A compreensão é real e as pessoas ficam

até estupefactas com a auto-descoberta. A

lógica mostra-lhes o caminho. Não obstante,

surpreende-me que não consigam fazer estas

análises sem ajuda, sobretudo aquelas que

têm maior facilidade de acesso a dados / informação;

é de facto uma experiência social interessante

cujas observações vou registando.

Há uma guerra a acontecer, “invisível” aos

olhos da maioria. Enquanto a lógica permitir

sustentar a minha verdade com factos, números

e acontecimentos, mantenho viva a minha

capacidade crítica. E esta é condição sine

qua non para me manter fiel à minha cabeça,

barrando a influência de teorias “desmontáveis”

e difundidas, quase sempre, por aqueles

que tentam a todo o custo confundir a população.

A humanidade está a ser distraída e

nesse processo perde a sua capacidade individual

de raciocínio e, de forma inconsciente,

torna-se aliada na manutenção dos privilégios

dos seus carrascos.

Outro factor não menos surpreendente é a

negatividade em que se encontra a população;

está amplamente focada no mal. Repentinamente,

parece que o mal se instalou por

toda a parte, que um

certo grupo de indivíduos

quer “eliminar”

toda a gente e que este

mundo vai ficar vazio

de pessoas... Será

pertinente questionar;

como é que isto aconteceu?

Porque é que

a humanidade está

cada vez mais focada

num cenário futurista

tão sombrio e aterrador?

Não haverá outras

possibilidades?

Não será esta uma das

causas do actual cenário

caótico? Se tudo

é energia, o que esta

gente julga que está a

alimentar/criar? Como

poderemos evoluir

para um mundo melhor

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CIDADANIA

23

ROL DA EVOLUÇÃO CÍCLICA DA ESPÉCIE

nesta condição? Consigo apresentar cenários

harmoniosos, saudáveis e equilibrados para o

Todo. Quero acreditar que todos temos esta

capacidade, embora seja necessário despertá-la.

O que nos impede então de direccionar o

foco apenas para o que realmente queremos?

Não seria mais producente? Com tantas outras

possibilidades, surpreende-me que todas

estas pessoas “vibrem” somente nessa energia,

induzida em larga escala por conteúdos

difundidos nas redes sociais. As suas mentes

são mantidas em “cativeiro” e conduzi-las-ão

a essa realidade que, colectivamente, estão a

conceber. Se somente tivessem consciência e

compreendessem o seu potencial de criação...

A deterioração do diálogo, nas redes sociais,

é demonstrativa da polarização em curso. A

agressividade alcançou níveis perigosos e

já ultrapassou todos os limites do aceitável.

Preocupa-me esta constante perda de valores

e escalada de violência global, seja ela física,

verbal e/ou emocional. Num tal cenário, é para

mim perfeitamente lógico que se enverede por

uma evolução induzida, porque para o resto

a população não precisa de ajuda; auto-destrói-se

a si e tudo à sua volta com uma naturalidade

que já não espanta. Torna-se de facto

compreensível que seja necessário enquadrar

toda esta gente “fora das leis universais”! Não

estivéssemos nós em plena mudança de ciclo

(inversão de polaridades), cujo momento produz

uma “colheita de almas” em larga escala...

E o que dizer de toda esta resistência em

abandonar os velhos padrões nocivos? O ser

humano pode vencer outro ser humano, mas

nunca poderá vencer a energia de que é constituído,

sendo esta regida pelos ciclos naturais

e universais! Façamos um paralelo com as células

do corpo humano, já que este é apenas

um sistema que integra os diversos organismos

inseridos na escala universal; espelha um

sistema organizacional eficiente. Cada célula

é totalmente supervisionada e só assim o organismo

funciona ao mais alto nível de eficácia.

Serão estas células livres? O que acontece

quando uma das células “desobedece”

ao sistema de supervisão? Muta e degenera,

provocando cancro localizado com tendência

evolutiva para generalizado. Ora, se observarmos

a sociedade, constatamos que não existe

um nível de supervisão eficiente, dando aso

a todo o tipo de excessos, abusos, corrupção,

opressão, etc. A

sociedade humana é o

principal cancro deste

planeta (organismo). A

transparência assusta

as pessoas, porque

mentir, ocultar, corromper,

…, são “valores”

amplamente inculcados

no ADN humano e aceites

de maneira geral e

transversal. Isto apenas

atesta o elevado grau

doentio em que esta

sociedade se desenvolve.

Mas precisamos

entender que a supervisão

não retira a autonomia,

apenas permite

identificar e combater

os infractores que põem

em causa o equilíbrio do

Todo. Precisamos urgentemente de um modelo

de supervisão baseado na natureza ...

Estes são debates demasiado profundos e

sensíveis para as redes sociais a menos que

se esteja na disposição de se submeter à

agressividade e insulto, características típicas

e recorrentes nestas plataformas. Reconheço

que é pena que assim seja. De facto, sinto falta

das tertúlias com gente genuína que ainda

sabe respeitar e questionar de forma pertinente

... A experiência da vida ensinou-me que o

conhecimento é aprender algo todos os

dias e a sabedoria é abandonar algo todos

os dias. A vida sempre nos concede várias

opções; a escolha é livre, mas, uma vez validada,

cessa a nossa liberdade e somos confrontados

com as consequências das nossas

decisões, sejam elas boas ou más. O caos em

que nos encontramos é por isso da nossa inteira

responsabilidade. Mesmo assim, eu escolho

evoluir esforçando-me, a cada dia, para

me tornar um Ser melhor.

A humanidade precisa de um “reset”. Carece

de uma reconexão com o Universo, com a sua

essência. Precisa de comprometer-se genuinamente

com o discernimento espiritual de

que não há outro trilho senão o do caminho

interior, da viagem da alma. Não há outra fonte

exterior e qualquer “deus” encontrado lá fora

desvia-nos da essência, da consciência do

nosso “Eu Superior”. Mas cuidado, porque a

mente colectiva foi aprisionada; os métodos

evoluem no tempo e, na era das redes sociais,

os “deuses” exteriores multiplicam-se. Ou

melhor será dizer “demónios”?

Com que se pareceriam as nossas vidas se

começássemos cada dia bem cientes da plenitude

da nossa divindade, vivendo apenas a

partir de uma clara compreensão de nós? Não

é o prémio no fim da viagem que é importante.

Importa é saber que nós somos a viagem e

por isso não devemos perder a oportunidade

de “saboreá-la”. Devemos compreender que

todos nós somos a imagem e semelhança

perfeitas da divindade. A única coisa de que

precisamos é ajudar-nos uns aos outros a

recordar a nossa natureza intrínseca e tudo

incluir nessa recordação, respeitando a dignidade

de todos, incluindo da vida vegetal e

animal, vendo-as também como divinas. Urge

ouvir a voz da paz e da alegria, sem ceder ao

medo, à angústia ou à preocupação, pois eles

não são a “voz interior”. Esses sentimentos

que perturbam a nossa orientação são clamores

de distracção que temos ainda de superar,

de modo a dar espaço à Verdade Espiritual

para que, através de nós, se faça ouvir e se

espalhe. Como saber se é a Verdade que ouvimos?

É a Verdade se o conhecimento dela

nos libertar e desapegar da dependência das

distracções.

A Lei da Ordem diz-nos que qualquer consciência

que sustentemos com intenção e atenção

concentrada retribui-nos com um resultado

em conformidade. Não é isto mesmo que

as redes sociais estão a promover? O foco naquilo

que nos mantém em cativeiro? Assim, se

permanecermos num estado de consciência

pertencente ao Ego e focarmos as nossas vidas

em resultados determinados pela competição,

necessidade de poder e acumulação de

bens materiais para além das nossas necessidades,

o nosso mundo parecer-se-á exactamente

com isso: apinhado de jogos de poder,

guerras, competição, relações falhadas, acumulação

de bens de que não necessitamos e,

em geral, caótico. Ao invés, quando iniciamos

o nosso comprometimento com a Vida a partir

da divindade, passamos a demonstrar cada

inspiração amorosa que nos chega como uma

nova visão das coisas, uma intuição e uma

iluminação. Na verdade, dispomos de tudo

aquilo de que precisamos dentro de nós, para

nos plenificarmos como Seres do caminho do

Amor. A dualidade desaparece então das nossas

vidas. Pode parecer complexo, mas, na

realidade, é muito simples. Quando levamos

ordem à Vida, esta transforma-se numa profecia

que se cumpre. A congruência com a voz

da Verdade e da Sabedoria só ocorre quando

silenciamos as nossas crenças incutidas.

Se formos capazes de sentir este nível mais

profundo que nos diz que viver em estado de

consciência do Ego não é de facto viver e, em

simultâneo, nos empenharmos num processo

de superação, abrimos simplesmente caminho

para um alinhamento em harmonia com

a nossa verdadeira vocação. Esta é a transformação

que nos permitirá sair do “casulo” e

dançar na nossa magnificência.

Esta é a jornada interior que somos chamados

a empreender, a Viver e a SER. A viagem ilumina-nos

o caminho e revela-nos a beleza que só

aguarda pela nossa consciência e demonstração.

Só então, poderemos celebrar a plenitude

da Vida percebendo em uníssono que, embora

aparentemente diferentes, SOMOS UM. Ao

construirmos as nossas vidas a partir deste

Amor, vemos os outros, todos eles, como divinos

e tratamo-los com respeito pela dignidade

que merecem, ainda que eles próprios não se

vejam como divinos nem se tratem como aquilo

que são. Exercitemos relações, empreendimentos

pessoais e profissionais de forma colaborativa

e não competitiva; este é o pináculo

da criação que compõe uma abordagem 100%

vitoriosa.

Vamos participar na construção de um

mundo melhor?

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24

ESPECTÁCULO

No Teatro Maria Matos

Sérgio Godinho

deu mais um

concerto de

celebração

dos seus 75 anos

JOAQUIM GALANTE

Todos os caminhos foram dar ao Teatro Maria

Matos, a celebrar os seus 75 anos, Sérgio Godinho

deu mais um concerto de sala cheia.

São 75 anos de jovialidade, numa vida dedicada à música, intérprete

e compositor, à poesia, ao teatro e ao cinema. Durante

mais de 90 minutos, cantou, conversou e emocionou-se, um

brilhosinho nos olhos notou-se, quando falou do seu grande

amigo José Mário Branco, antes de cantar a música ‘Mariana

Pais’, escrita por este.

Em tempos de um ‘Novo Normal’, em situação de pandemia

que atravessamos e que lhe inspirou a canção, o cantor celebrou

o seu aniversário na companhia dos fãs, que lotaram

o seu quinto concerto comemorativo naquele teatro, o último

será hoje ás 21 horas.

Sérgio Godinho é a lenda viva da música popular portuguesa

e das canções de intervenção, merece um enorme aplauso

por tudo o que nos tem dado ao longo de todos estes anos. E

esses aplausos vieram fortes por parte do público, obrigando

o cantor a dois encores, uma enorme manifestação de carinho

para este grande intéprete e compositor da música portuguesa.

Ontem deu um daqueles espectáculos que perdurarão na

memória de quem teve a felicidade de estar presente. E eu tive.

Para o ano celebrará 50 anos sobre o lançamento do álbum

de estreia, Sobreviventes.

Alinhamento: ‘O Velho Samurai’ – ‘A Deusa Do Amor’ – Às Vezes

o Amor’ – ‘O Novo Normal’ – ‘Cuidado Com As Imitações’

– ‘Benvindo Sr. Presidente’ – ‘Mariana Pais’ – ‘Dancemos No

Mundo’ – ‘Tipo Contrafacção’ – ‘Espectáculo’ – ‘O Coro Das

Velhas’ – ‘O Fugitivo’ – ‘Balada Da Rita’ – ‘Grão Da Mesma

Mó’ – ‘Liberdade’

Encore I: ‘Tudo No Amor’ – ‘Lisboa Que Amanhece’ – ‘Com

Um Brilhozinho…’

Encore II: ‘O Primeiro Dia’

Texto e fotos: FOCUSMSN

https://focusmsn.pt

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CRÓNICA

25

Procurar informação fidedigna

em vez de só ouvir

ANTÓNIO MANUEL RIBEIRO

Ontem almocei tarde, estava no meio de

uma tarefa e quis primeiro acabá-la – vício

(bom) de quem trabalha em casa.

Liguei a televisão para que a ‘caixa mágica’

falasse comigo. Ouvi os números Covid do

dia e anotei a inflexão que a apresentadora

do noticiário das 15 da SIC Notícias colocou

na palavra ‘mil’. Faz parte do desempenho,

alterar a vida das palavras. A palavra ‘mil’

soou pesada e recebeu de seguida ‘trezentos

e noventa e quatro infectados’. É muito? É,

mas, como a ministra da Saúde afirmou logo

a seguir, passámos de cerca de 2.300 testes

diários em Abril para mais de 16.000 testes

diários em Outubro. Portanto, o crescimento

é normal. Não é agradável, mas é normal.

O que me faz pensar que em Abril poderia

haver por aí mais infectados, muitos assintomáticos,

que não expandiram o contágio.

Não sou de alarmismos, é preciso cumprir

as regras e não facilitar SEMPRE, até porque

o nosso SNS, ou outro qualquer no mundo,

não aguentaria uma corrida de todos às urgências

– aconteceu dramaticamente em

Espanha e em Itália na primavera.

Assim, contrariando o alarmismo das palavras

do nosso PR (talvez chamuscado pela

substituição do presidente do Tribunal de

Contas), que projectou as reuniões para a

ceia Natal no dia 9 de Outubro, proponho-

© António Homem Cardoso (2000)

-vos que sigam as regras e vivam sem medo.

Contenção e cuidado, SEMPRE, nunca o

pânico.

Numa leitura rápida e sem dramatismos, leio:

Dia 8/10 – 1.278 casos activos; 10 óbitos;

480 recuperados. Diferença entre os novos

casos e os recuperados: 798 activos.

Dia 9/10 – 1.394 casos activos; 12 óbitos;

647 recuperados. Diferença entre os novos

casos e os recuperados: 747 casos activos.

Dia 10/10 – 1.646 casos activos; 5 óbitos; 639

recuperados. Diferença entre os novos casos

e os recuperados: 1.007 activos. Fonte: DGS.

É apenas uma leitura, a minha, para trazer

água fresca à ebulição das notícias. Há gente

que adoece e gente que recupera.

Apresento-vos agora as últimas

compras.

Faço esta divulgação para vos transmitir que

não sei viver sem aprender, ler, ouvir música,

escrutinar. Pensar pela minha cabeça, além

do martelo das notícias.

Bom fim-de-semana.

Jazz/sinfónica: CD+DVD – Ludovico Einaudi

– “Elements” (special edition, 2016); CD – Stefano

Bollani – “Piano variations on Jesus Christ

Superstar” (2019); CD – Pat Metheny – “From

this place” (2020);

Pop/rock: CD – Fleetwood Mac – “Future games”

(1971); CD – Velvet Underground – “Squeeze”

(1973); CD – Paul Kossoff – “Bach street crawler”

(1973); DVD – Doors – “When you’re strange”

(2010); 2CD+DVD – Nick Mason – “Saucerful of

secrets – Live at the Roundhouse” (2020); CD –

Bruce Hornsby – “Non-secure connection” (2020);

CD – Neil Young – “The times” (2020); CD – Savoy

Brown – “Ain’t done yet” (2020); CD – Waterboys

– “Good luck, seeker” (2020); CD – Killers

– “Imploding the mirage” (2020); CD – Robby

Krieger – “The ritual begins at Sundown” (2020);

CD – The Pretty Things – “bare as bone, bright

as blood” (2020); CD – Soundwalk Collective x/

patti Smith – “Peradam” (2020)

UHF - lançam novo disco

JOAQUIM GALANTE

Para todos aqueles para quem a música faz

recordar momentos nas suas vidas, viajar

num passado distante mas que nos parece

tão próximo e ao mesmo tempo ainda podermos

vibrar com as suas músicas, sentimos

que o passado é um presente com futuro e

que mais ainda estará para vir.

Para eles, os amantes do melhor rock feito

em português em geral e para os fãs em

particular, o duplo CD “Aula Magna – 40

Anos Numa Noite” dos UHF, entra hoje à

venda em exclusivo na página do facebook e

no sítio oficial dos UHF – www.uhfrock.com.

Gravado em Dezembro de 2018, este disco

celebra duplamente essa noite memorável

e os 40 anos da edição do single “Cavalos

de Corrida”. Contém 20 canções, mais duas

do que o concerto exibido pela RTP – em

digipack. Conta com a brilhante actuação

dos convidados Frankie Chavez, João Pedro

Pais, Paulo Furtado e Renato Gomes (ex-UHF

e membro fundador da banda).

Os pedidos também podem ser efectuados

através do e-mail aiemera-lda@sapo.pt, da

produtora dos UHF. Em distribuição no mercado

a partir de 15 de Novembro.

Texto: FOCUSMSN

https://focusmsn.pt

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26

MEMÓRIA

A guerra que não sai

dentro de nós

CARLOS ESPERANÇA

Fui dos mais medrosos e dos que

menos riscos corri, mas não se

esbate a raiva que há de levar-

-me, a afronta diária que sofro

ao ver transformados os combatentes

que fomos, vítimas da

guerra colonial, em “Heróis do

Ultramar”, na toponímia e nas

estátuas de soldados enormes

com um menino negro aos ombros,

em pseudo-homenagem.

Esta forma insidiosa de reescrever

a História, de branquear

a ditadura, que encontra eco em

quem sofreu a inclemência da

guerra, é a porta por onde passa

à sorrelfa a ideologia de extrema-

-direita, que absolve a ditadura .

Julgam que não sofri ao ver chegar

pacíficos portugueses, alguns

da minha família, que a descolonização

tardia transformou

em refugiados na própria pátria,

alguns em difíceis situações, só

minimizadas pela solidariedade

do povo que somos e soube,

como nenhum outro, integrar!?

Fui recebido em Nampula por

uma prima-direita de meu pai e

marido, funcionários dos Correios

em Nampula, com grande

estima. Quando lhes disse em

1968 ou 69, depois de a guerrilha

se ter estendido a Tete, que

preparassem a vinda, riram-se

e disseram-me que a guerra só

não acabara porque os militares

ganhavam rios de dinheiro, e não

careciam de tropa para se defenderem.

Julgam que não me dói a

hostilidade com que me trataram,

depois do regresso, salazaristas

tardios, por acharem que a independência

das colónias foi obra

dos comunistas com os quais

sempre me conotaram?

Alguém imagina o que sofre um

homem a quem desapareceu um

camarada nas águas revoltas do

Zambeze quando a jangada se

virou e uma centena de pessoas

se afogaram ou desapareceram,

como foi o caso? O que fica na

memória quando outro camarada

que acabara de almoçar à mesma

mesa, exalou o último suspiro

nos seus braços, esmagado pela

Berliet em cujo guarda-lamas

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Angola, 1962 - no início da Guerra, militares exibem os seus “troféus” decapitados.

Guiné, 1974 - Companhia de Cavalaria 8720/73, em missão de entrega da Guiné.

Foram estes, os últimos homens a abandonar a Guiné-Bissau na noite de 14/10/1974

insistiu sentar-se e mandou o

condutor arrancar, ainda dentro

do quartel?

Por ser amigo de um capataz dos

Caminhos de Ferro, fui indigitado

para lhe prestar a derradeira homenagem,

dar ordem de fogo à

salva de tiros ao civil morto com

uma granada de bazuca, à queima-roupa,

em pleno peito e que

da parte superior do tronco só

ficaram despojos espalhados por

dezenas de metros que a zorra

em que foi emboscado ainda percorreu,

despojos recolhidos com

terra e metidos na urna.

Imaginam como fica a sangrar

por dentro quem, a seguir aos

tiros, viu chegar um velho de

cerca de sessenta anos, a pedir,

por amor de Deus, que lhe

deixasse dar o último beijo na

testa do filho, na altura de fazer

sinal para descer o caixão e, com

lágrimas e o olhar, faz prosseguir

a cerimónia, com o homem ajoelhado

e desfeito?

Pode-se imaginar o que me

doeu ler de um íntimo amigo,

humanista, o único camarada

que encontro com frequência

na mesma cidade, um remoque

ao aproveitamento político que

julgou ver na denúncia do massacre

que ocorreu 13 meses antes

da nossa chegada, na área do

nosso Batalhão, para acabar a

corroborar o que sei ser verdade:

«Porque não referir a acção que o

Múrias [já falecido] e eu tivemos

quando chegámos a Massangulo

no inicio da comissão e demos

com o capitão dos "Kokuanas"

e outros militares, a torturar dois

prisioneiros, pendurados nas traves

do teto, e nós interviemos,

ameaçando o capitão (que mal

conhecíamos) de que o nosso

comandante era contra aquelas

atitudes e que ele corria o risco

de se ver mal, se entregasse os

prisioneiros no Catur, naquele

estado.»

Era preciso serem homens bem

formados para tomarem tão corajosa

atitude junto de um capitão,

que ali estava há muito, por

alferes acabados de chegar, mas

é este silêncio que quase todos

guardamos que nos torna cúmplices

dos que querem silenciar

os horrores de uma guerra e os

crimes de um regime que descartava

a morte das vítimas da

guerra no lacónico telegrama que

a imagem documenta.

Em dezembro perfazem-se 50

anos que saímos da guerra, e a

guerra não sai de nós, nem os

afetos que o degredo, o medo e

a ansiedade exacerbaram. Não

há remoques que os debilitem.

Para o ano lá estaremos os que

ainda pudermos porque são

indestrutíveis os laços que nos

amarram.

P. S. – Tenho hoje mais 15 ou

20 anos do que o velho que era

pai do Martins, o velho a quem

neguei o beijo na testa desaparecida

de um filho que ali tombou

a uma centena de metros

do aquartelamento militar e cujo

estrondo nos sobressaltou.


OPINIÃO

27

Uma vaga ideia do

Estado Novo

Alistamento de crianças, alunos na Mocidade Portuguesa, 1938

MANUEL ARAÚJO

Nunca uma publicação minha teve tantas

partilhas no Facebook, mais de duas mil,

e perto de duas centenas de pedidos

de “amizade”, centenas de “gostos” e

também insultos.

Desconheço se o motivo da partilha foi

o efeito visual da fotografia dos meninos

fardados da Mocidade Portuguesa, ou

o teor dos números oficiais do Instituto

Nacional de Estatística (INE), ou o ódio

à verdade.

Até o site de “fact checking” (verificador

de factos) Polígrafo, talvez com ganas

de desmentir os números, contactou-me

para eu indicar-lhes a fonte do texto.

Após este contacto e a minha explicação,

aguardei que viessem catalogar a

publicação com “pimenta na língua”,

“falso” ou “verdade”, como é costume,

mas isso não aconteceu.

Como digo no texto, é claro que o povo

português em 2020, não está ainda a

viver como desejaria, há muitos problemas,

mas não podemos comparar o

tempo actual, com o tempo miserável e

criminoso do “antigamente”, que muitas

pessoas da minha idade viveram na pele,

que é isso que está em causa.

Muitos jovens não sabem, e talvez nem

nunca entenderão o que a minha geração

e a anterior passou realmente para

chegarmos aqui. Muitos desses críticos

possuidores de “canudos” universitários,

podem hoje opinar, e insultar livremente

quem lhe deu a Liberdade, sem medo de

ser presos e até podem “armar-se ao pingarelho”

e demonstrar também o quanto

ignorantes e burros são.

É certo que Portugal está ainda atrás de

alguns países europeus em muitos aspectos,

mas para o trabalhador, muito

mudou nestas décadas pós-25 de Abril;

Liberdade, igualdade de direitos, direito

à greve, liberdade sindical, direito de

associação e manifestação, protecção

do emprego, universalização do direito

à saúde e segurança social, direito a um

subsídio de desemprego etc...

Eis o texto em questão:

Uma vaga ideia do

Estado Novo

Para terem uma vaga ideia do que era realmente

o Estado Novo, deixo-vos aqui alguns

números oficiais do Instituto Nacional de

Estatística:

- O PIB per capita a preços constantes, em

1960, era de 3.682 euros. Em 2016 era de

18.061 euros (https://cutt.ly/DgfYVuS) - (corrigido)

- A mortalidade infantil era de 55,5 por mil

nascituros, em 1970. Em 2015 era de 2,9 em

cada mil nascituros.

- Em 1970, sofriam de tuberculose 131,8 portugueses,

em cada cem mil. - Em 2016 eram

17,7 em cada cem mil.

- Em 1970, havia 94 médicos para cem mil

habitantes. Em 2016 havia 486 médicos para

cem mil habitantes.

- Em 1970, havia 159 enfermeiros para cada

cem mil habitantes. Em 2016 eram 673 para

cada cem mil habitantes.

- Em 1970, quase 26% dos portugueses eram

analfabetos. Em 2015 eram ainda 5,2%.

- Em 1972, o Estado gastou com a educação

de cada português 2,6 euros. Em 2016 gastou

695,1 euros, por cada português.

- Em 1960, a Segurança Social e a Caixa Geral

de Aposentações pagou 119.586 pensões.

Em 2016 foram 3.637.341 pensionistas que

receberam a sua merecida reforma.

Perante a frieza destes números, custa a

entender porque há cada vez mais pessoas,

algumas mesmo miseráveis, que suspiram

pelo regime fascista, onde apenas os ricos,

viviam decentemente.

Antes de 1974 como é sabido, os portugueses

não votavam livremente, não podiam

manifestar as suas ideias e opiniões em público,

não podiam criticar o Governo e se o

fizessem, podiam ser presos ou desterrados.

O portugueses não podiam sequer organizar-se

livremente em partidos e outras organizações

sociais e os jovens eram obrigados

a participar numa guerra estúpida.

Hoje somos livres, temos uma Democracia

adulta e é visível que o povo português

ainda não está a viver como desejaria e o

descrédito mantém-se em relação ao futuro.

Não obstante esse desagrado, não podemos

comparar o tempo da escravatura, da fome,

do arbítrio, deportação, censura e opressão

do Estado Novo, com o tempo de hoje, e

quem o fizer só poderá ser por má-fé, ou

ignorância do que foi realmente o Fascismo

da mais tenebrosa, estúpida, retrógrada ditadura

da Europa, marcada pela máxima

“orgulhosamente sós” .../...

- Excerto do meu livro - “A Mala - de Braga

a Caldelas, via Olossato e Zurique“

ADENDA:Porque este texto que publiquei

acima, causou imensa ”urticária” a saudosistas,

deixo-vos aqui, mais uma comparação

de Portugal, antes e depois do 25 de Abril:

https://bit.ly/2H6lhb6

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28

CRÓNICA

Um homem que morre em nome

da liberdade nunca morre em vão

LUÍS OSÓRIO

1.

Eram 15 horas e o professor

Samuel Paty preparava-se

para dar uma aula de cidadania.

Estava visivelmente cansado,

o que alguns colegas terão

ligado à polémica em que

se envolvera uns dias antes.

O idealista Samuel mostrara a

uma das suas turmas de miúdos

da Escola Secundária de

Saint-Honorine, nas cercanias

de Paris, algumas caricaturas

de Maomé com o objetivo de

fazer pensar os seus miúdos

acerca dos limites da liberdade.

Samuel estava cansado e

aborrecido com o curso das

coisas. O que fora feito para

despertar o pensamento crítico

e o obscurantismo fora

mal compreendido por alguns.

Recebera ameaças, nada de

muito complicado confessara

a colegas, mas ainda assim

incómodo.

Eram 15 horas e faltavam duas

para a sua hora de saída. Mais

120 minutos e poderia voltar

para casa onde o filho de 5

anos o esperava para mais um

fim-de-semana em família.

1a.

Um adolescente de 18 anos

estacionou no portão da escola

às 15 horas em ponto.

Chamava-se Abdouallakh Anzorov

e com ele estavam dois

miúdos – um com 13 e outr

com 14 anos. Uns minutos o

jovem dera 500 euros a cada

um dos miúdos para o ajudarem

a identificar o professor

que mostrara cartoons do profeta

numa sala de aula.

2.

Samuel Paty usou o seu intervalo

para estar um bocadinho

consigo próprio.

Pode ter pensado em algum

pormenor da aula, no tanto

que tinha para fazer, num livro

que lhe apetecia escrever

sobre os jovens e a liberdade

neste tempo de paradoxos e

fanatismos ou até, quem sabe,

sobre uma carreira de professor

que o levara até àquele subúrbio

de Paris.

Coisas da vida…

Durante toda a juventude ambicionara

fazer uma carreira

académica na Sorbonne, a

universidade das universidades

para quem pensa no ser

humano como o centro de todos

os paradoxos e oportunidades.

Ou então, naquele curto intervalo,

Samuel ter-se-á limitado

a comer uma baguete de qualquer

coisa ou a beber um café.

Eram 16 horas…

2a.

A mesma hora em que um jovem

checheno, no portão da

escola, começava a ficar inquieto

e a pressionar os seus

jovens bufos.

O professor que ele queria

não era nenhum dos que tinham

saído naquele intervalo.

Os seus informadores, menos

animados do que no instante

em que guardaram os euros,

começaram a ver a vida a andar

para trás. Será que se o

professor não aparecesse teriam

de devolver o dinheiro ao

maluco?

3.

Samuel Paty arrumou a sua

mala e saiu da sala de aula às

17 em ponto. Atravessou o recreio,

acenou a um ou a outro

colega e parou para responder

a uma dúvida de uma aluna

mais diligente.

Visivelmente contente pelo fim

de uma extenuante semana dirigiu-se

por fim ao portão.

3c.

Os dois miúdos, aliviados, informam

Anzorov

“É aquele!”

“Está ali”.

4.

Samuel está entretido nos

seus pensamentos. Desce a

rua, atravessa para um outro

passeio, acelera o passo.

Alguém lhe grita.

“Professor”

4d.

O jovem checheno puxa de

uma navalha afiada.

Está apenas a uns metros do

seu alvo, um homem que ele

nunca vira até àquele preciso

instante.

Grita…

“Professor”

5.

Samuel Paty vira-se e vê um

jovem praticamente colado a

si.

Sente a dor de uma faca a espetar-se

no seu corpo.

5a.

O jovem fanático esfaqueia o

professor.

Agarra-lhe na cabeça e começa

a degolar o professor.

Há sangue por todo o lado,

mas ele não para.

Vai até ao fim.

Só para quando a cabeça de

Samuel se separa do corpo.

Pega então no telemóvel e tira

fotografias ou filma. Coloca

tudo online.

E desde a rua.

Eram 17 horas e uns minutos.

6.

Samuel Paty não voltou à escola

Secundária de Saint-Honorine

nos dias que se seguiram

à tragédia.

Por isso não sabe…

… mas milhares e milhares

de pessoas desceram às ruas

francesas para o celebrar.

E o seu corpo pôde, por fim,

ser celebrado também na Sorbonne

– celebrado como um

dos professores mais emblemáticos

da história da universidade

apesar de nunca lá ter

dado aulas.

Um dia, numa qualquer sexta-feira

de tarde, daqui a muitos

anos, o seu filho hoje com

cinco anos, perceberá (estou

certo) que a morte do pai não

aconteceu em vão. Um homem

que morre em nome da liberdade

nunca morre em vão.

6a)

O adolescente de 18 anos foi

abatido pela polícia.

É provável que não tenha conhecido

Deus.

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OPINIÃO

29

Não gosto de que me decapitem

CARLOS ESPERANÇA

A decapitação do professor de História

que exibiu na aula as caricaturas de um

beduíno amoral, que criou uma religião

de fanáticos através do plágio grosseiro

do judaísmo e cristianismo, conduziu à

sua decapitação por um fascista islâmico.

Quando um manual terrorista conduz

à violência assassina, tal como o Mein

Kampf, na política, é a civilização que

fica em perigo e a liberdade de expressão

coartada.

A morte do professor Samuel Paty, em

França, é a metáfora do Islão dito radical,

como se houvesse outro, como se

os versículos não fossem os do Antigo

Testamento, os que os patriarcas tribais

da Idade do Bronze, atribuíram ao suspeito

que inventaram – Deus.

Os europeus esqueceram as sangrentas

guerras religiosas, o caminho percorrido

com a Reforma, Renascimento, Iluminismo

e Revolução Francesa, a Guerra dos

Trinta Anos e a paz de Vestefália, e os

mortos que a precederam, e os que ainda

houve depois.

Foi a repressão política sobre o clero

que permitiu a laicidade, um valor que

se sobrepõe às legítimas crenças, que

não conduzam à violência, caso em que

a defesa da civilização deve combatê-

-las. A cruzada contra os Albigenses, a

teocracia calvinista de Basileia, ou, mais

recentes, a Cruzada de Franco contra a

República e o terrorismo do IRA, deviam

estar na memória como vacina da patologia

beata contra a paz e a liberdade.

Na Europa, há recorrentes manifestações

de vingança de uma civilização decadente

que pretende impor pela força

a religião identitária que a preservou na

Idade Média.As religiões têm de aceitar

o direito às crenças, descrenças e anti

crenças alheias, todos somo ateus em

relação à religião dos outros. Exigir o

respeito pela laicidade e liberdade de

expressão é proteger os princípios cívicos

e democráticos da nossa civilização,

que fez da Europa a vanguarda da defesa

dos Direitos Humanos.

Há 150 anos, ainda Pio IX excomungava

o panteísmo, o naturalismo, o racionalismo,

o indiferentismo, o socialismo, o

comunismo, a maçonaria, o judaísmo, as

outras igrejas cristãs, enfim, o livre-pensamento

e todos os livres-pensadores.

Era um talibã romano, a cabeça tortuosa

que produziu a encíclica Quanta Cura,

com o famoso Syllabus errorum.

A Europa foi capaz de amansar a violência

papal, e não será capaz de impor o

código de conduta democrática a todas

as ideologias, políticas, religiosas ou outras?

Os muçulmanos podem dilatar as rezas,

jejuns e genuflexões, virados para Meca,

e odiar o toucinho, não podem estimular

o terrorismo ou a lapidação, a pedofilia,

a poligamia, a excisão do clitóris, a decapitação

dos infiéis e as malfeitorias de

que são capazes em nome do Deus que

outros inventaram e eles tornaram mais

sádico.

Não gosto de que me decapitem.

Solidário com Samuel Paty, mártir da liberdade,

publico caricaturas de um jornal

que os beatos não toleram.

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30

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CRÓNICA

31

CORAÇÃO DE MANTEIGA

ALICE VIEIRA

Não sei se há caras normais, não sei sequer

o que é uma cara normal, mas ele tinha

uma cara normal. Lembro-me de ter pensado

isso quando olhei para ele depois de

tudo –muito calmo, como se nada se tivesse

passado.

A sala de espera de um consultório é aquele

estranho lugar onde geralmente ficamos

em dia com as desgraças, amores e desamores

de gente certamente muito importante

porque as suas fotografias

enchem páginas e páginas das

revistas, mas de quem nunca

ouvimos falar.

Eu então, que não vejo telenovelas

e, da televisão, só vejo a

RTP-Memória e o Fox Crime,

não conheço 90 por cento das

pessoas que enchem aquelas

páginas.

Às vezes, no final, reparo que

aquelas revistas já têm mais de

um ou dois anos, mas isso que

importa, o tom de irrealidade é

o mesmo, e o que é preciso é

que a gente fique mais calma

para enfrentar o que nos espera

quando a empregada abrir

a porta e chamar pelo nosso

nome.

O rapaz tinha sido chamado antes de mim

e confesso que nem tinha reparado nele.

Mas ali estava ele de novo, agora com um

ar muito preocupado ,a perguntar se alguém

tinha visto a carteira, só podia estar ali, ele

lembrava-se até de a ter aberto , por isso

tinha de estar ali.

Mas ninguém tinha visto a carteira.

Ao balcão, um homem apressava-se a pagar

a conta, abanou a cabeça, também não a

tinha visto, e saiu.

Na sala, levantámo-nos todos, revirámos

almofadas dos sofás, olhámos por todos

os cantos, e nem rasto.

O rapaz garantia que só podia estar ali, o

que nos tornava a todos suspeitos.

”Devo tê-la deixado cair aqui”, repetia ele,

aflito, a carteira tinha, segundo afirmava, os

cartões todos e muito dinheiro, “e agora?”

A empregada garantia que a sala não tinha

buracos, se ele a deixara ali, ali tinha de

estar,.

Mas o pior é que não estava, e o rapaz olhava

para cada um de nós , e nós olhávamos

uns para os outros como se fôssemos cúmplices

de coisa nenhuma.

–Tenho de ligar para casa, a pedir que me

tragam dinheiro — murmurou , tirando o

telemóvel do bolso das calças.

É então que a porta da rua se abre e regressa

o outro homem, o que acabara de

pagar a conta ao balcão.

Tem uma carteira na mão e, com maus modos,

estende-lha:

–Tome lá.

O rapaz olha e nem pergunta nada,

não percebe o que aconteceu.

O outro encolhe os ombros e diz:

–Esta semana já me roubaram três

vezes. Por isso há bocado, quando

vi a sua carteira caída no chão, decidi

que me ia vingar. Mas quando

cheguei à rua vi que você tinha muito

dinheiro e uma data de cartões e

ainda podia arranjar uma data de

chatices, e olhe, arrependi-me.”

O rapaz pegou na carteira e correu

escada abaixo.

O outro encolheu outra vez os ombros,

olhou para nós todos como se tivesse

feito uma coisa absolutamente normal, e

murmurou:

–O meu mal é ter um coração de manteiga

Abriu a porta e saiu.

E a empregada até trocou o nome do doente

seguinte.

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32

OPINIÃO

Julian Assange

vai morrer sozinho?

PEDRO TADEU (*)

Julian Assange chegou a ter estatuto de

herói pop. O homem que criou o Wikileaks

para receber de forma segura informações,

de fontes anónimas, com interesse

jornalístico, divulgou documentos e

vídeos a provar crimes de guerra cometidos

pelos Estados Unidos da América,

no Iraque e no Afeganistão.

Toda a imprensa mundial, graças a Assange

e ao seu site, divulgou em 2010 as imagens

terríveis de massacres de civis inocentes,

cometidos três anos antes.

Foi uma comoção no mundo e foi a desoladora

prova concreta da hipocrisia das nações

que se desculpam com a defesa dos direitos

humanos para intervir noutros países.

No mesmo ano, o jornal espanhol El País, o

alemão Der Spiegel, o francês Le Monde, o

britânico The Guardian e o norte-americano

The New York Times juntaram-se para trabalhar

mais de 250 mil documentos fornecidos

pelo Wikileaks. Dessa vez os dados provaram

inúmeros casos de corrupção na diplomacia

mundial e desmascararam intervenções abusivas

de países poderosos na vida interna

de outros países.

Em 2016 o Wikileaks divulgou e-mails da

então secretária de Estado norte-americana,

Hillary Clinton, que revelavam que o objectivo

da guerra da NATO contra a Líbia tinha, mais

uma vez, pouco a ver com direitos humanos

e democracia mas, em contrapartida, tinha

muito a ver com a vontade de impedir que

este país tentasse criar uma moeda pan-africana

alternativa ao dólar e ao franco usado

em 14 ex-colónias africanas da França. Mais

uma vez toda a imprensa mundial utilizou,

alegremente, essa informação.

Sim, o australiano Julian Assange foi entusiasticamente

aplaudido pela generalidade

da imprensa ocidental, foi inúmeras

vezes apontado como

campeão da liberdade

de expressão, foi mostrado

como exemplo de

modernidade eficaz no

combate pela transparência

no mundo. Se

formos ler os jornais da

altura, até parecia que

Assange, sozinho, ia

revolucionar o governo

mundial.

Nos dias de hoje quase

ninguém fala de Julian

Assange. Quando

os Estados Unidos decidiram capturá-lo,

a polícia sueca tentou prendê-lo por um

suposto caso de violação sexual. Assange

refugiou-se em 2012 na embaixada do

Equador em Londres e ficou lá a viver até

ao ano passado. Entretanto a acusação a

Assange não foi provada, mas o fundador

do Wikileaks teve azar: é que o governo no

Equador mudou e o novo presidente do país,

Lenin Moreno, amigo dos Estados Unidos,

decidiu entregá-lo à polícia inglesa.

Apesar de uma missão da ONU ter declarado

a detenção ilegal, uma vez que a acusação

sueca de abuso sexual tinha caído,

a verdade é que Assange está preso por

uma suposta falta a uma convocatória de

um tribunal inglês.

Neste momento uma juíza decide se ele vai

ser extraditado para os Estados Unidos.

onde terá de cumprir uma pena de prisão de

175 anos, anunciada ainda antes de qualquer

julgamento nos tribunais norte-americanos

ter começado.

No julgamento em Inglaterra, Assange tem

de estar dentro de uma gaiola de vidro e

não pode falar, não pode comunicar com

os seus advogados e, ao contrário de todos

presos da Grã-Bretanha, não foi submetido

a medidas de proteção contra o coronavírus.

O relator especial das Nações Unidas, Nils

Metzer, já disse mesmo que Assange está

a ser submetido a tortura psicológica. Há,

também, informações de que o ativista está

debilitado, sofre de depressão e alimenta

tendências suicidas. O antigo herói-pop

pode acabar por morrer sozinho.

(*) TSF

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SOCIEDADE

33

O FUTURO DO AMOR

NELSON S LIMA

Na minha vida, o amor foi sempre um

tema presente por boas e por más razões.

Julgo que, neste capítulo, não sou diferente

dos outros humanos. Fui feliz e infeliz,

também. É que, como todos sabemos, o

amor pode ser gerador de sentimentos

menos bons. Um amor não correspondido,

por exemplo, dá origem a decepção

e sofrimento. Isto não é novo. Sempre foi

assim em todos os tempos.

O problema actual é outro. Os humanos

parecem estar a perder a capacidade de

amar! Ou melhor, são capazes de amar

mas dedicam‐se menos ao amor. Tenho

reparado que as pessoas amam cada vez

mais à distância por telemóvel, por Internet,

em solidão e em silêncio. Na verdade,

correspondem‐se uns com os outros, avidamente,

teclando. Mas vão perdendo o

sentido das prioridades.

Muitas pessoas comunicam por necessidade

de comunicar, de estarem conectadas

aos outros, mais para se fazerem ouvir

(ou ler) do que para ouvirem e lerem os

outros. No amor parece estar a acontecer

o mesmo.

Nas famílias atuais, as pessoas passam

mais tempo a ver televisão, a teclar no

computador ou no “smartphone”. Para

além de que passam mais tempo com os

colegas de trabalho do que com os filhos

ou com o seu companheiro. O cenário é,

neste capítulo, decepcionante. Não é por

acaso que as famílias estão a desestruturar‐se,

aumentam os divórcios e os conjugues

vivem cada um no seu mundo.

O amor é um sentimento multi-focal. É,

segundo a psicologia, uma confluência de

paixão, intimidade e união. Está ligado a

numerosas emoções e influencia os comportamentos.

O amor, ele próprio, combina‐se

com sentimentos de fundo como a

excitação, o bem‐estar, o entusiasmo e a

harmonia.

O amor influencia também o estado do

nosso Eu (nas suas dimensões espiritual,

psíquica e física) e pode contribuir para

o enriquecimento da auto-estima. O que

quer dizer que, na ausência do sentimento

do amor ou na sua falta de correspondência,

o nosso psiquismo pode falhar, sofrer

rupturas e provocar sentimentos de frustração,

desânimo, tristeza e depressão.

O ser humano está predisposto geneticamente

para amar e ser amado porque é

um animal profundamente social, envolvido

em múltiplas redes de relações (familiares,

comunitárias, laborais, etc.).

Os sentimentos têm servido ao Homem

para o influenciar na sua percepção de si

e do mundo e a levá‐lo a agir no e sobre

o mundo. O amor, em particular, é um estimulante

poderoso (motivador) da acção.

Já a falta de amor e afecto conduz à inacção.

Amor em mudança

O desenvolvimento da capacidade de

amar depende de factores históricos, culturais

e familiares. O amor, hoje, é diferente

de épocas passadas. Por exemplo, no

período do Romantismo (final do século

18 e grande parte do século 19), o amor

estava associado à paixão - um sentimento

intenso, contemplativo e subversivo.

Era sentido como emancipador, mesmo

que trágico como na história de Romeu e

Julieta.

Actualmente, o amor é mais dominado

pela racionalidade. O amor já não provoca

escravidão como à época do Romantismo.

O sofrimento é mais limitado nas

suas consequências e não amar para toda

a vida já não constitui um drama para a

maioria das pessoas.

O amor romântico extremo, fantasista, por

exemplo, ainda que procurado por muitas

pessoas, não passa actualmente de um

mito. «A paixão de hoje é mercadoria de

consumo. Não tem mais a ver com o destino,

com os riscos, com o enfrentamento»

- escreveu Renato Ribeiro, professor

titular de Ética e Filosofia Política.

As transformações sociais modificaram

um pouco a forma como o amor é percebido,

sentido e gerido. O modo de amar

depende muito das aprendizagens sociais

nos primeiros anos de vida. Num mundo

em que aumentam os divórcios entre casais,

os filhos ficam menos preparados

para relacionamentos amorosos duradouros.

Por outro lado, actualmente, ensina‐se

mais sobre as relações sexuais do que sobre

as relações amorosas. Os jovens sabem

mais sobre sexo do que sobre amor.

E isto influencia o seu comportamento no

mundo.

É de prever que no futuro, os divórcios

possam aumentar e a própria instituição

do casamento, tal como a conhecemos

hoje, desapareça. Aliás, já há casos de

paixões com “humanos virtuais” que

mais não são do que robôs alugados ao

mês. Em 2005, a empresa Artificial Life, de

Hong-Kong, criou uma “namorada virtual”

de nome Vivienne, com quem os homens

podiam conversar e partilhar “sentimentos”

mediante o pagamento de uma mensalidade.

Vivienne era, obviamente, um programa

de computador mas a “moça” teve milhões

de “namorados” e muitas esposas

foram traídas da forma mais inesperada

possível.

Professor de Neurociência

- https://bit.ly/3jlGc6P

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34 HUMOR “Quem não sabe rir, não sabe viver”

Einstein sobre a América

Albert Einstein, o pai da Teoria da

Relatividade, apesar do asilo que os

Estados Unidos lhe concederam quando

ele deixou a Alemanha perseguido

pelos esbirros nazis, nunca se mostrou

muito indulgente para com o país que

o acolheu: Os Estados Unidos - dizia

ele - fornecem o melhor exemplo de

um povo que passou da barbárie à

decadência sem nunca ter passado

pela civilização..

Português

- Bom dia Francisco! Onde é que tu

vais assim tão lesto, aperaltado, circunspecto

e assaz atribulado?

- Porra Zé, eu ia ao WC, mas se não

me explicas o que queres dizer, vou ter

que procurar um dicionário!

Não entendo...

A minha vizinha ficou zangada comigo,

só porque quando a vi a sair de casa

de vassoura na mão, disse-lhe que

devido à Pandemia, os voos estavam

suspensos até final de Maio...

Num estabelecimento

O patrão de uma casa comercial, preocupado

com a pouca higiene de um dos seus

empregados decidi chama-lo a atenção:

Agradecia que se apresentasse neste

esta belecimento com um pouco mais

de higiene. No quero voltar a ve-lo nesse

estado, com a barba por fazer!

É que, cu decidi deixar crescer a barba

responde o empregado timidamente

Pois se decidiu, o problema é seu pode

deixá-la crescer, mas fora das horas de

serviço!.

Entre compadres

Viva compadre! Como vai?

Assim, assim, não me sinto lá muito bem!

Não me diga! O senhor, no entanto, parece

trazer, uma montanha de saúde em

cima dos seus cento e vinte quilos!.

-Sim, a saúde é boa, quanto a isso não

tenho por que queixar-me. É o apetite,

sabe. É o apetite. Quanto mais como,

menos fome tenho...

Vamos ter calma

Temos que nos manter em quarentena

com calma, pois já há

registo de pessoas que estão a

ficar malucas por estarem confinadas

em casa!

Estava a comentar sobre isso

ainda há pouco com o microondas

e com a torradeira, enquanto

tomava o meu café! E não é que

os três concordamos com esta

situação!

Não comentei nada com a máquina

de lavar, porque ela distorce

tudo...

Muito menos com o frigorífico,

devido à sua frieza...

Com a televisão ou a ventoinha

nem pensar. Uma fala demasiado,

a outra espalha tudo pelos quatro

cantos.

Ainda pensei em pedir a opinião

da panela de pressão, porém

como ficou logo nervosa e começou

a bufar, desisti

Restava-me o fogão, mas com

quatro bocas nem quis arriscar.

Valha-me o ferro que me acalmou

dizendo “Que tudo vai Passar...”

Baptista Soares

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CULTURA

35

Palavras Cruzadas

Por

PAULO FREIXINHO

HORIZONTAIS

1. Dia de São Martinho, lume, (...) e vinho.

3. Água-pé, castanhas e vinho faz-se uma boa

(...) pelo S. Martinho.

6. A cada (...) vem o seu S. Martinho.

7. (...) de S. Martinho são três dias e mais um

bocadinho.

8. Se o (...) não erra caminho, tê-lo-ei pelo São

Martinho.

11. Dia de São Martinho, fura o teu (...).

13. No (...) o Sol tem sono.

14. Pelo São Martinho, nem (...), nem vinho.

16. Do São Martinho ao Natal, o médico e o boticário

enchem o (...).

17. Pelo São Martinho, todo o (...) é bom vinho.

Verticais:

1. Mais vale um (...) do que um saco com dinheiro.

2. No dia de São Martinho, vai à (...) e prova o

vinho.

4. Dia de S. Martinho, prova o teu (...).

5. Pelo S. Martinho engorda o teu (...).

9. Se queres pasmar teu (...), lavra, sacha e esterca

pelo São Martinho.

10. (...) em Outubro que S. Martinho to dirá.

12. Pelo São Martinho, mata o teu porquinho e

semeia o teu (...).

15. Quem planta no Outono, leva um ano de (...).

Soluções na página 37 8

Um site que é uma referência

Adepto das Redes Sociais e dos blogues, Paulo Freixinho, juntamente

com um amigo de infância, admirador do seu trabalho, relançou este

ano o seu site onde é possível fazer Palavras Cruzadas online.

Juntos, pretendem criar um site que seja cada vez mais uma referência,

já apelidado como “Um Paraíso para Cruzadistas”.

Experimente: WWW.PALAVRASCRUZADAS.PT

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36

LITERATURA

VCARMINDO

DE CARVALHO

Ghttps://www.fa-

cebook.com/carmindo.

carvalho

Liberdade

Liberdade é quando posso

Esquecer o relógio e não tenho

Que me enfiar

Numa poluída fábrica.

Quando posso

Livremente sair

E ver a vida

A fluir

No sol a raiar.

Liberdade é ir daqui

E para ali

Como quiser

Quando quiser

Sem ter de dar cavaco a ninguém

Como o pardal que vai e vem.

Liberdade é quando posso

Ser como um cavalo

Que escoiceia

E cavalga solto

Ao vento.

Sem peias

Nem grilhetas.

Liberdade é e sinto

Que sou livre quando o teu

calar

Permite o meu falar

E depois juntos ouvimos o

som do silêncio.

Liberdade é e está no voar

Suave do falcão

Do milhafre no seu planar

Da águia altaneira na função

De caçar.

Liberdade é e está no respeito

Do poder ser eu.

No poderes ser tu.

Sem atritos

Nem atropelos.

Cada qual ser como é a seu

gosto

Mais um na diversidade

No meio de um lugarejo

Vila ou cidade.

Outubro, 2020

VEUCLIDES

CAVACO

Este Povo que nós somos

Ghttps://www.face-

book.com/euclides.cavaco

Nós somos de Viriato, o Lusitano

Descendentes de heróis e heroínas.

Nós somos de Afonso, o soberano

Herdeiros da Pátria das cinco quinas.

Nós somos dinastias duma história

Que encerra oito séculos de epopeias.

Nós somos das batalhas, a glória

E Homeros de outras tantas Odisseias.

Nós somos oceanos e as marés

Onde ousado navegou o nosso Gama.

Nós somos marinheiros e as galés

Que deram ao Império a grande fama.

Nós somos a aventura e a coragem

Sem medo de qualquer Adamastor.

Nós somos o padrão dessa viagem

Que passou para além do Bojador.

Nós somos os heróis de mil facetas

Descobridores do mar sem fim, a majestade.

Nós somos a voz desses poetas

Que rimaram génio Luso com saudade

!…

Nós somos as estrofes de Camões

Orgulhosos do presente e do passado.

Nós somos o eco das gerações

Que com alma deram vida e berço ao

fado.

Nós somos as memórias do Infante

De Eanes, Magalhães e de Cabral.

Nós somos Este Povo Fascinante…

Desta Pátria que se chama Portugal !…

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PASSATEMPO

37

Novembro 2020

01 DOM Dia de Todos os Santos

02 SEG Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos

Crimes contra Jornalistas

03 TER Dia da Dona de Casa

04 QUA Dia Mundial dos Materiais

04 QUA Dia de Consciencialização do Stress

05 QUI Dia Mundial do Cinema

06 SEX Dia para a Prevenção da Exploração do Ambiente

em Tempo de Guerra

07 SÁB Dia Internacional da Preguiça

09 SEG Dia Mundial do Órfão

09 SEG Dia Internacional Contra o Fascismo e o Anti-

-Semitismo

11 QUA Dia do Armistício

12 QUI Dia Mundial da Pneumonia

14 SÁB Dia Mundial da Diabetes

15 DOM Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa

15 DOM Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada

15 DOM Dia do Escritor Preso

16 SEG Dia Internacional da Tolerância

16 SEG Dia Nacional do Mar

17 TER Dia Mundial do Não Fumador

18 QUA Dia do Ocultismo

18 QUA Dia Europeu do Antibiótico

18 QUA Dia dos Sistemas de Informação Geográfica

19 QUI Dia Mundial da Casa de Banho

19 QUI Dia Internacional do Homem

20 SEX Dia Internacional dos Direitos das Crianças

21 SÁB Dia Mundial da Televisão

21 SÁB Dia Mundial do Olá

21 SÁB Dia Europeu da Fibrose Quística

23 SEG Dia Pelo Fim da Impunidade

23 SEG Dia de Fibonacci

24 TER Dia Mundial da Ciência

24 TER Dia Nacional da Cultura Científica

25 QUA Dia Internacional para a Eliminação da Violência

Contra as Mulheres

27 SEX Black Friday

27 SEX Dia de Não Comprar Nada

29 DOM Dia Internacional de Solidariedade com o Povo

Palestiniano

29 DOM Início do Advento

30 SEG 4.º Eclipse Lunar Penumbral

30 SEG Dia da Segurança do Computador

30 SEG Cyber Monday

Sabia que...

A cada minuto, cerca de 72 horas

de conteúdo são enviadas ao site

de vídeos do Youtube.

Estima-se que, a cada ano, o monte

Everest cresça 4 milímetros.

Durante o fenómeno Super-lua, calcula-se

que o diâmetro lunar possa

aumentar em até 14%.

Há uma lâmpada que permanece

ligada continuamente há mais de

113 anos na cidade de Livermore,

na Califórnia.

O cérebro humano é formado por,

aproximadamente, 75% de água.

O cachorro-quente é uma invenção

alemã do século XV.

Alguns animais, como os cangurus,

não páram de crescer mesmo atingindo

a idade adulta.

SOLUÇÕES

Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU


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HORÓSCOPO

Novembro

RV - JOANA ARAÚJO (*)

CARNEIRO

- Novembro será para você um mês

gerador de energias profundas. Na

verdade, o quadrante de Marte em

seu signo apoia o quadrante de Plutão

e vai gerar circunstâncias que

levam você a agir de maneira radical

e até mesmo cortante. Sua emotividade

parecerá reduzida, ao passo

que você irá simplesmente escutá-la

menos. É preciso ficar de olho para

não favorecer sua vida profissional

em detrimento da vida a dois ou em

família, pois isso pode levar você a

sabotar os esforços produzidos no

último mês de Agosto.

GÉMEOS

- A oposição do Sol este mês fará

com que você encontre pessoas

realmente diferentes das que você

convive normalmente, o que vai abrir

seus horizontes de maneira radical.

Essas influências vão despertar em

você novas ideias que vão arejar seu

quotidiano e também impulsionar a

construção de novos projectos. A

partir do dia 17, os aspectos de Mercúrio

suscitam a vontade de partir e

se desvincular de alguns hábitos, às

vezes até de maneira espectacular.

Tenha tacto com os seus familiares

próximos, a embriaguez de sua vida

social não será do agrado de todos

do seu clã.

LEÃO

- Este Novembro será feito de sucesso

e de vitórias que, pequenas ou

grandes, vão-lhe ajudar a estabilizar

seus projectos. Etapas anteriores

serão concluídas e lhe mostrarão

seus objectivos mais de perto. O

optimismo aumenta e abre todas as

grandes portas em sua vida social

para novas relações, extremamente

férteis em possibilidades de futuro.

É especialmente a partir do dia 17

que você irá viver uma renovação de

trocas que mudarão suas actividades

habituais de maneira agradável.

Sua vida familiar se mostra sere- na,

sem grandes mudanças, diferente da

sua vida social e com amigos, que

vai inevitavelmente ficar apimentada.

BALANÇA

- Sua vida vai assumir um desenrolar

positivo neste mês se você aceitar

avançar rumo ao desconhecido, ao

inédito e ao estrangeiro, no sentido

amplo do termo. Os influxos de

Marte em quadrante com seu signo

vão aprimorar suas fantasias, o que

permitirá a você se destacar, sair

da casinha, especialmente no âmbito

social. Apesar disso, evite ser

muito zeloso, principalmente com

seus chefes, o que lhe aguarda é o

inesperado se você se deixar levar

por gracejos que incomodam autoridades

externas. Atenção também

em família para manter seu senso

de tacto e compromisso para evitar

discórdias, avance com calma.

SAGITÁRIO

- Novembro será para você sinónimo

de facilidade nas percepções,

de introspecção e de balanços que

irão clarear sua visão de futuro. Os

influxos de Marte na sua Casa dois

simbólica vão estimular suas ambições

e proporcionar ousadias férteis

para assentar sua situação material

e financeira de maneira mais sólida.

Você terá a resiliência de utilizar seus

recursos interiores para transformá-

-los em dinheiro vivo ou para realizar

economias substanciais. Sua vida

sentimental estará agitada durante

as duas primeiras semanas.

AQUÁRIO

- O mês de Novembro levará você

a acções radicais, sobretudo durante

as três primeiras semanas. Os

influxos do Sol em quadrante com

sua constelação reforçam o quadrante

de Saturno, o que provoca

riscos de tensões. Sua maneira de

se expressar geral- mente parece

não ter apelo, o que pode ser a fonte

de reacções enérgicas com seus

inter- locutores. Sua vida profissional

lhe parecerá arrastada no dia-

-a- -dia. Você irá se interessar por

novos projectos e, neste mês, sua

curiosidade será a fonte do sucesso

para o próximo outono. Proteja-se

de tormentas emocionais que relembram

as limitações do passado,

e aproveite esse vento de liberdade

que a favorece

TOURO

- O trânsito do Sol em oposição a

seu signo permite que você se afaste

um pouco de seus projectos, reduza

a dedicação do quotidiano a detalhes

e se lance com mais facilidade

rumo às alturas que permitem uma

verdadeira reflexão de base. Mas o

trânsito de Vénus em sua constelação

vai dar um gás positivo em sua

vida afectiva e trazer emoções fortes!

A oposição de Saturno, no entanto,

pode levar você a cometer excessos

que não devem ser confundidos

com paixão. Sua vida financeira vai

passar por uma onda de sorte que

se traduzirá na facilidade de conseguir

bons contactos, desvendar

bons negócios.

CARANGUEJO

- Neste mês, você deverá ajudar

e acompanhar alguns conhecidos

em mu- danças necessárias para

a evolução deles. Isso talvez tenha

o impacto de lhe fazer apreciar ainda

mais a estabilidade de sua vida,

mesmo que, no momento, ela seja só

relativa. Uma tendência a faltar com

o rigor se anuncia, mas desde que

você continue a seguir suas prioridades,

seu bem- -estar fundamental

pode ser cumprido com facilidade.

VIRGEM

- Os influxos de Marte em sextil com

seu signo durante as duas primeiras

semanas do mês vão electrizar suas

energias e fortalecer sua perseverança

psíquica. O reforço de Mercúrio

em sextil, ligado a Saturno, põe

você em confronto com situações

que permitirão colocar seus talentos

em prática e estabilizar sua vida

profissional. Sua criatividade será

positivamente abastecida por sua

curiosidade intelectual, mas tome

cuidado para não se jogar sem amarras

em envolvimentos ou decisões

muito precipitadas para isso.

ESCORPIÃO

- Este mês de Novembro irá trazer-

-lhe uma onda de sorte importante

no domínio das finanças e, por

extensão disso, também na sua

vida íntima. Você saberá aproveitar

as oportunidades com rapidez e se

cercar de pessoas com quem tem

profunda complementaridade, para

com elas talvez florescer projectos

até mesmo de grande envergadura.

O Sol em conjunção com seu signo

reaquece os seus ideais e afasta a

austeridade de Saturno.

CAPRICÓRNIO

- Os influxos planetários deste mês

de Novembro vão impulsionar seu

senso filosófico. Na verdade, os influxos

de Saturno, seu planeta regente,

em conjunção com o Sol, vão

permitir a identificação de todas as

falhas, no sentido mais amplo, para

ter um melhor avanço na direcção de

seus projectos.

PEIXES

- Este mês de Novembro será efervescente,

rico em novas possibilidades

de vida. Não hesite em lançar um

projecto novo ou se candidatar caso

haja uma possibilidade de promoção.Você

precisará de temperança

para não tomar seus desejos por

realidade ou não sacudir os processos

naturais de maturação dos

vínculos afectivos, mas também dos

vínculos sociais que reclamam com

virtuosidade, apesar de tudo.

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(*) COORDENAÇÃO, RECOLHA E ADAPTAÇÃO


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39

A frescura e variedade

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Sábado — 08h00 às 19h00

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Tel: 044 945 02 20 | 044 945 02 21 Fax: 044 945 02 22

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ÚLTIMA

Portugal compra vinte e

dois comboios à Stadler

A empresa ferroviária estatal Comboios

de Portugal (CP) e a Stadler assinaram

um contrato para o fabrico e entrega de

22 comboios regionais do tipo FLIRT. O

valor da encomenda ascende a cerca de

158 milhões de euros. É a primeira vez

que o comboio FLIRT da Stadler será

utilizado para o serviço de passageiros

na Península Ibérica.

A empresa ferroviária estatal portuguesa

Comboios de Portugal (CP) e a Stadler

assinaram no passado dia 21 Novembro o

contrato de entrega de um total de 22 carruagens

para a renovação da frota regional

de comboios da CP. O contrato inclui o

fabrico e entrega de dez unidades múltiplas

eléctricas (EMU) e doze unidades múltiplas

bimodais (BMU) do tipo FLIRT. O valor total

da encomenda de 158 milhões de euros

inclui não só a entrega das viaturas, mas

também serviços de manutenção por pelo

menos quatro anos, assim como serviços

de formação.

A Stadler Rail AG, situada em Bussnang

- Suíça constrói comboios há 75 anos e

fabrica pela primeira vez o FLIRT para

serviço de passageiros na bitola ibérica

de 1668 milímetros. Os doze FLIRT (BMU)

bimodais estão equipados com um módulo

de accionamento adicional, que inclui o

accionamento diesel-eléctrico. Isso permite

circular em linhas não electrificadas. Graças

ao seu design modular, uma possível

reforma futura de bimodal para acionamento

puramente eléctrico ou a substituição

dos geradores a diesel por baterias são

simplificados, dependendo das necessidades

do operador ferroviário. Além disso, 95

por cento do material usado é reciclável.

Os 22 FLIRT (EMU e BMU) têm 63,2 metros

e 74,4 metros de comprimento respectivamente.

Consistem em três carroçarias de

alumínio com capacidade máxima para 375

passageiros, 214 deles sentados. Esses

comboios podem atingir uma velocidade

máxima de 160 respectivamente 140 quilómetros

por hora, dependendo da fonte de

energia utilizada. Stadler dedicou atenção

especial à optimização da acessibilidade

do veículo, permitindo o acesso sem degraus

de plataformas de diferentes alturas

para todos os passageiros - também para

pessoas com mobilidade limitada. Os trens

também possuem áreas reservadas para

cadeiras de rodas, carrinhos de bebé e

bicicletas.

www.stadlerrail.com

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