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[ NOVEMBRO 2020 | Edição Nº. 270 | ANO XXVI | Direcção: Sandra Ferreira + Armindo Alves | Publicação mensal gratuita ]
Redes sociais; manipulação, divisão, polarização
DO COLAPSO
AO CAOS…
Páginas
22 e 23
WWW.CLDZ.EU
EDITORIAL
PENSAR
POSITIVO
PÁGINA 3
SAÚDE
APAGAR REGISTO
DE EXECUÇÕES
PÁGINA 08
FORMAÇÃO
ESTÁGIO EM TEM
PO DE PANDEMIA
PÁGINA 09
Página 40
2
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Centro Lusitano de Zurique
Risweg, 1
8041 Zürich
Tel.: 044 241 52 60 - Fax: 044 241 53 59
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Abertura de segunda a sexta-feira das
08:30 às 14:30 horas
Embaixada de Portugal
Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15
Secção consular: 031 351 17 73
Serviçoa sociais: 031 351 17 42
Serviços de ensino: 031 352 73 49
Edição anterior
[ OUTUBRO 2020 | Edição Nº. 269 | ANO XXVI | Direcção: Sandra Ferreira + Armindo Alves | Publicação mensal gratuita ]
Covid-19: o direito laboral a partir de 1 de Setembro
Menos
protecção
para os
trabalhadores
Página 06
Atenção!
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obrigatória
para quem vem
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Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique
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Bombeiros 118
Ambulância 144
Intoxicações 145
Rega 1414
W W W.CLDZ.EU
EDITORIAL
ESTATUTO
EDITORIAL
PÁGINA 3
SAÚDE
DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
PÁGINA 10
ESPECTÁCULO
JOÃO GRANDE
DO GRUPO TAXI
PÁGINA 24
Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH
Katholische Mission der Portugiesischsprechenden
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Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com
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- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h
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EDITORIAL
3
Vamos pensar positivo!
SANDRA FERREIRA
Directora - Jornalista CC12 A
O ano 2020 não esta a ser fácil. Um ano pandémico, um ano atípico, um ano inesperado.
Eu vejo-o como um ano de reflexão e renovação.
A pandemia trouxe o pior e penso que também o melhor para todos. Foi um ano de
parar, de sermos conformados com algo inesperado, invisível e assustador, mas que
também nos mostrou como devemos ser gratos por tudo aquilo que temos; de ver como
temos a capacidade de nos reinventar nas situações mais difíceis e principalmente
que a responsabilidade do que acontece está em nós próprios: E apenas em NóS!!
Numa sociedade em que já estava tão entranhada a reprodução dos nossos medos,
fracassos, desejos nos outros (em efeito espelho), e a culpar os outros por isso, vemo-nos
agora confrontados com um espelho partido, em que não serve mais de nada
colocar a culpa nos outros, pois todos dependem de si mesmos para sair desta crise
e desta Pandemia. A responsabilidade está em nós e nos nossos próprios actos, quer
seja esta pandemia uma teoria da conspiração ou não. A verdade é apenas uma a
situação só vai melhorar quando todos assumirmos a responsabilidade individual de
cada um. Sem isso continuaremos a ouvir falar em 2a, 3a, 4a,…. vagas da pandemia.
Dai eu apenas conseguir ser positiva em relação a esta situação. Ver uma espécie
de esperança para a humanidade, que se tornou tão mesquinha, indiferente, egoísta
e desigual.
No final de contas sejamos ricos ou pobres, pretos ou brancos, católicos ou agnósticos,
estamos neste mundo apenas de passagem e dele devemos apenas levar o melhor,
assim como desejar que todos levem e sejam o seu melhor.
Mantenham-se saudáveis!
EQUIPA REDACTORIAL
EMAIL: LUSITANOZURIQUE@GMAIL.COM
Sandra Ferreira
Armindo Alves
DIRECTOR A CC12 A
SUB-DIRECTOR CC15 A
Natascha D´Amore
Maria dos Santos
Lúcia Sousa
Zuila Messmer
Joana Araújo
CC11 A
Cristina F. Alves
CC 16 A
Jorge Macieira
CC28 A
Pedro Nogueira
Nuno Brandão
Domingos Pereira
Carmindo de Carvalho
Euclides Cavaco
Nelson Lima
Carlos Matos Gomes
Manuel Araújo
jornalista 3000 A
EDIÇÃO,
COMPOSIÇÃO
E PAGINAÇÃO
Manuel Araújo
Jornalista 3000 A
araujo@manuelaraujo.org
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Diário do Minho
Tiragem: 2000 exemplares
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Por discordância,
esta publicação não
adopta nem respeita as
normas do novo inútil
Acordo Ortográfico.
Apoios:
Daniel Bohren
Jurista
Pedro Nabais
CC14 A
Aragonez
Marquez
Ivo Margarido
Jeremy da Costa
Joaquim Galante
NOTA: Os artigos assinados reflectem tão-somente a opinião dos seus
autores e não vinculam necessariamente a direcção desta revista
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4
SAÚDE
Gripe espanhola ou gripe pneumónica
a maior Pandemia do Mundo
A gripe espanhola em 1918 matou cerca de 50 a 100 milhões de pessoas em todo o mundo e tem sido chamada de “a mãe de todas as pandemias”.
ZUILA MESSMER
A gripe espanhola foi uma das pandemias
mais mortais da história da humanidade,
que surgiu no final da primeira guerra mundial
(1918 e 1919). Foi a primeira das duas
grandes pandemias causadas pelo vírus Influenza
H1N1. A segunda ocorreu em 2009,
denominada gripe suína (Schweinegrippe).
Ficou conhecida como gripe Espanhola
porque a Espanha, por não estar envolvida
na primeira guerra, notificou à ocorrência da
pandemia para o mundo. O próprio rei da
Espanha, Afonso XII contraiu a doença que
o levou a morte, fato que influenciou ainda
mais na falsa impressão do local de origem.
Na época, os jornais da Espanha, livres e
sem censura, publicavam regularmente a
situação da calamidade, ao contrário dos
Países aliados, que sofreram pressões para
manterem-se calados, pois tinham como
objectivo não gerar pânico na população,
nem medo nos soldados, o que os tornariam
frágeis diante do adversário de guerra.
A gripe recebeu também outros nomes. Na
Espanha foi denominada gripe francesa, em
Portugal como gripe pneumónica, no Brasil
gripe alemã, no Senegal gripe brasileira e
na Polónia doença bolvechique.
A origem da pandemia permaneceu em
estudo ao longo de muitos anos. A conclusão
das pesquisas dos séculos XX e XXI
comprovaram que o vírus Influenza H1N1
da gripe espanhola, teve origem nas aves,
sendo portanto seus receptores originais,
daí passou para os animais, ocorrendo consequentemente
mutações*.
* Vamos entender o que é mutação: É
qualquer alteração no material genético
de um organismo, as quais podem ocorrer
de forma espontânea devido a erros na
replicação do DNA, ou induzida, ou seja,
quando o organismo é exposto a um agente
mutagénico (radiações por exemplo). Com
as mudanças no DNA podem surgir novas
espécies.
Durante as pesquisas foi identificado semelhanças
e diferenças nos vírus testados.
A consequência dessa recombinação viral
tornou a doença perigosa para os seres
humanos, colocando em risco à vida de
milhares de pessoas no mundo.
Estudiosos relatam que a maior fonte de
transmissão do vírus para o homem foram
os animais suínos, em especial os porcos,
por serem facilmente infectados pelo vírus
da Influenza aviária.
Até os dias atuais ainda existem controvérsias
de onde o vírus surgiu. Alguns afirmam
ser da China, outros dos Estados Unidos,
outros da França. O que se sabe de fato é
que, o primeiro caso oficialmente registado
da epidemia espanhola ocorreu no estado
de Kansas, nos USA, em uma instalação
militar, quando um soldado foi internado
com sintomas de gripe em 11 Março de
1918, e também em uma grande fábrica
em Detroit. Nos dias seguintes mais de 100
pessoas foram internadas com os mesmos
sintomas, estabelecendo assim a primeira
onda da doença.
A segunda onda iniciou em agosto do
mesmo ano e foi a mais devastadora, com
o maior índice de mortalidade. Acredita-
-se que a doença se espalhou pelo mundo
através dos deslocamentos constantes das
tropas de guerra nos Países em conflito.
A terceira onda ocorreu em janeiro de 1919,
quando a epidemia se dissipou pelo resto
do mundo, através do deslocamento de
pessoas por meio de viagens, e através
do sistema de transporte internacional de
mercadorias.
O poder de transmissibilidade e letalidade
da doença, também fez com que o vírus,
se espalhace muito rápido e causa-se muitas
mortes. A Índia foi um dos locais mais
atingido, e a China com o menor números
de casos, o que leva a crer, já ter havido
um surto da doença no País, o qual gerou
imunidade na população.
Em 1918 os cientistas afirmaram que o vírus
foi particularmente mortal por desencadear
uma alta produção de citocina* que destrói
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
SAÚDE
5
o sistema imunológico*, porém uma análise
de 2007 concluiu que a infecção viral
associada à desnutrição, falta de higiene,
os acampamentos médicos e hospitais
superlotados, influenciaram também ao
desenvolveram de uma infecção bacteriana,
responsável pela alta mortalidade.
* Citocinas são substâncias potentes, mas
de pouca duração, produzidas no organismo,
que estimulam as células do sistema
imune à reagir a uma agressão orgânica
de qualquer natureza.
* Sistema imunológico também denominado
sistema imune é o responsável pela
defesa do organismo.
Para piorar a situação naquela época (final
do século XIX e início de XX), além da pandemia
e da guerra, houveram outros surtos
de doenças quase ao mesmo tempo, entre
elas estava a febre tifóide, febre amarela,
difteria e cólera, as quais provavelmente,
diminuíram o significado da pandemia para
o povo.
A princípio os pesquisadores acreditavam
que o causador da gripe Espanhola fosse
uma bactéria, mas essa hipótese foi desfeita,
por concluírem ser um vírus. Vale a
pena ressaltar, que esses dois tipos de
microorganismos ( bactérias e vírus) são
biologicamente diferentes, mas que podem
se multiplicar rapidamente em um curto
período de tempo e provocar doenças, às
vezes fatais.
Sintomatologia e outras considerações
Devido aos poucos conhecimentos sobre a
nova doença e de como tratar na época, o
tratamento consistia na tentativa de aliviar
o sofrimento dos pacientes.
Porém, nem todos os doentes tiveram acesso
aos cuidados e tratamento, assim o número
de infectados continuou aumentando,
levando o sistema de saúde à um caos.
Como actualmente, foi tomada medidas
de emergências, com a instalação de mais
unidades e leitos hospitalares para atender
a demanda.
Houve registo de pessoas que se recuperaram
da doença, mas que contraíram
novamente com sintomas mais graves, com
quadro de infecções e que lamentavelmente
sofreram bastante, pois naquela época não
havia medicamentos, como os antibióticos
por exemplo, nem os recursos que existem
hoje, para se realizar tratamentos em situações
mais complexas.
Entre os sintomas apresentados pelos
doentes destacava-se febre, dor no corpo,
coriza, tosse. Nos casos mais graves
- problemas respiratórios (dificuldade para
respirar), problemas digestivos e cardiovasculares.
Ao se identificar que a doença era contagiosa,
adoptaram medidas de isolamento
social, fechamento de escolas, igrejas,
comércio e repartições públicas e uso
máscaras para reduzir-se o contágio. Em
muitos locais incentivaram a população a
entrar em quarentena.
A pandemia de gripe espanhola resultou
em uma taxa de mortalidade acima do esperado
nos adultos jovens, o que é uma
ocorrência incomum, uma vez que a gripe
normalmente é mais fatal nas pessoas frágeis,
como crianças menores de dois anos
de idade, adultos acima de 70 anos e jovens
com doenças associadas.
Calcula-se que morreram cerca de 50 a
100 milhões de pessoas no mundo, o que
significava na época, um quarto da população
mundial.
Naquela época - nada – nem infecção,
nem guerra, nem fome – jamais tinha
matado tantos em tão pouco tempo.
Actualmente entretanto, devemos permanecer
optimistas e seguir as regras
de orientações contra o vírus Covid-19,
pois os recursos e a medicina moderna
não permitirá que a pandemia em curso
chegue a números tão aberrantes !
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A Caixa Geral de Depósitos, S.A. é autorizada pelo Banco de Portugal.
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6
COMUNIDADES
14° Aniversário da
Casa do Benfica de Lenzburg
MARIA DOS SANTOs
No dia 7 de Julho de 2006, nascia a Casa
Do Benfica de Lenzburg.
Situada num ponto de fácil acesso e conhecida
como é a “Visa Glória“, esta casa
registada com número 225, tem vindo ao
longo dos anos a afirmar-se com a preferida
da Comunidade Portuguesa.
Para satisfação de quem a dirige, a família
Figo, tem visto passar por lá pessoas vindos
de quase todos as regiões da Suíça,
incluindo do nosso Portugal.
A presença de Luís Filipe Vieira, nestas
casa fez a alegria dos sócios e adeptos
do Benfica em 2004.
Muitos foram os momentos inesquecíveis
ao longo deste anos e como em todos os
percursos, a casa do Benfica de Lenzburg,
viveu o seu período mais amargurado, com
a chegada da pandemia no inicio deste ano.
Como da união nasce a força, toda a equipa
que abre as portas Sábado e Domingo,
souberam dar as mãos, ser solidários e erguer-se
do que o COVID tentou destruir.
As portas tiveram que se fechar, por decisão
da Confederação. Um momento de
profunda tristeza.
Mas os sócios e amigos souberam estar
do lado de dentro e contribuir, para que a
casa do Benfica voltasse a abrir. E assim
aconteceu em Julho 2020
Com todas as medidas de segurança e higiene,
no passado dia 26.09.2020, celebrou-se
o décimo quarto aniversário, sob
uma atmosfera cautelosa, mas com muita
energia e alegria.
Sentiu-se a saudade destes convívios,
de cantar e dançar, de partilhar o delicioso
bacalhau á Benfica, a carne de poro
á alentejana, a vitela salsa, as inúmeras
tapas, sobremesas e como não, o bom
Vinho da Casa.
Em concordância perfeita entre o público
e os artistas, o serão foi de troca de afinidades
e analise dos últimos tempos.
Com a artista Lucy o público cantou, aplaudiu,
sorriu e houve um desligamento total
dos momentos menos bons. O objectivo
tinha sido alcançado.
Zezinha Peniche uma mulher de grande
carisma, licenciada em dermo-cosmética e
também artista que contracenou no Parque
Mayer com Vitor Espadinha, Raul Solnado,
Alexandra Lencastre entre outros grandes
nomes do circulo artístico português, marcou
a diferença num serão em que recordar
fez a diferença.
O DJ Banana convidou todos a dançarem
e foram poucos os que ficaram sentados.
Abel Fava trouxe-nos as canções que gostamos
de ouvir e cantarolar.
Entre as dezanove e meia-noite este espaço
físico da casa do Benfica de Lenzburg,
escreveu mais um episódio gratificante no
livro de registos e memórias.
Estamos todos felizes e orgulhosos dos 14
anos de convívios, festas, aniversários, comunhões,
casamentos entres outras celebrações.
Podemos com enorme satisfação
contar com esta equipa, que está sempre
à altura da exigência dos clientes.
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
ACTUALIDADE
7
Suíça nomeia nova chefe para
negociações com União Europeia
pagos no país da concorrência dos trabalhadores
transfronteiriços em missões temporárias,
têm suscitado críticas por parte
dos partidos de direita e dos sindicatos.
Entretanto, no mês passado, os eleitores
suíços rejeitaram uma proposta para aumentar
as restrições à imigração da UE.
Cassis disse que a nomeação de Leu e a
reorganização do Ministério das Relações
Exteriores enviaram um forte sinal a Bruxelas.
"A Europa tem estado e continuará no
centro de nossa política externa", disse o
ministro.
Livia Leu, embaixadora suíça na França, foi nomeada negociadora de alto nível para
as discussões com a UE. Ela é a quinta pessoa em sete anos a assumir o difícil cargo.
Keystone/Marcel Bieri
Cassis esperava que a UE estivesse aberta
a novas negociações sobre um chamado
acordo-quadro com a Suíça. Entretanto,
não está claro até que ponto Bruxelas está
disposta a fazer outros compromissos.
SWISSINFO (*)
O governo nomeou uma nova responsável
para negociar com a
União Europeia um acordo com o
bloco de 27 nações.
Este conteúdo foi publicado em 15. outubro
2020 - 09:30 15. outubro 2020 - 09:30
Livia Leu, atualmente embaixadora da Suíça
na França e ex-chefe da missão diplomática
da Suíça no Irã, substitui o Secretário
de Estado Roberto Balzaretti com efeito
imediato.
"A decisão cria as condições estruturais e
de pessoal necessárias para implementar
efetivamente a estratégia de política externa
e a próxima fase das negociações com a
UE", disse o Ministro das Relações Exteriores
Ignazio Cassis em uma coletiva de
imprensa na quarta-feira.
Cassis disse que o governo retomaria as
discussões com Bruxelas nas próximas
semanas em um esforço para quebrar um
impasse sobre o futuro das relações bilaterais
entre a Suíça e a UE, seu maior
parceiro comercial.
O governo tem lutado para forjar um consenso
interno sobre o tratado negociado há
dois anos. O acordo ainda não foi ratificado
pelo governo.
A ajuda estatal, o acesso dos cidadãos da
UE aos benefícios da previdência social
suíça, bem como as regras unilaterais suíças
destinadas a proteger os altos salários
Leu ocupou vários cargos na sede do
Ministério das Relações Exteriores e no
exterior durante seus 30 anos de carreira
diplomática.
Ela é a quinta negociadora principal desde
2014 a tratar do futuro das relações bilaterais
com a UE. Ela também será Secretária
de Estado, formalmente a número dois no
Ministério das Relações Exteriores, a partir
do próximo mês de janeiro.
Durante a coletiva de imprensa, Cassis rejeitou
repetidamente as alegações de que
havia sido obrigado a ceder à pressão dos
outros membros do governo para substituir
Balzaretti como chefe das negociações e
Secretário de Estado.
(*) Autor escreve em português do Brasil
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
8
DIREITO
Quando e como pode ser apagado um
registo num extrato do Registo de Execuções
(Betreibungsregisterauszug)?
DANIEL BOHREN (*)
Quem é da opinião, de que alguém lhe deve dinheiro, pode abrir
um pedido de execução junto da Autoridade de Execução e de
Falências (Betreibungs- und Konkursamt) da residência/ sede do
putativo devedor e dar início à execução. Não precisa para tal
de justificação ou de comprovativos. Tal convida a abusos, quer
dizer, acontece, que há pessoas que só são executadas para ser
incomodadas. Por esta razão um processo de execução também
pode ser parado por uma objeção simples e sem justificação,
a assim chamada Rechtsvorschlag. O prazo para tal comporta
aliás apenas 10 dias! A execução é parada pela oposição e só
pode ser continuada, se o credor apresentar uma sentença judiciária,
que obriga o devedor ao pagamento. Para conseguir uma
sentença judiciária a exigência tem de ser comprovada.
Todos os procedimentos legais relativos a execuções são registados
no Registo de Execuções, assim também os pedidos de
execução, também aqueles que foram instaurados sem razão de
ser. Tal pode incomodar, pois para vários negócios é necessário
apresentar um extrato do Registo de Execuções, por exemplo,
para a renda de um apartamento, o pedido de um crédito ou um
contrato leasing e, às vezes, também para contratos de trabalho.
O que pode então fazer-se para evitar, que execuções apareçam
no extrato do Registo de Execuções? Há para tal três possibilidades:
1. O credor que iniciou a execução pode retirar a execução
até ao final do processo de execução. Isto ele fá-lo
voluntariamente e o devedor não tem direito de exigir do
credor uma renúncia, mesmo quando, após a execução,
tiver pago tudo. Se já pagou tudo antes da execução,
então pode exigir em tribunal a anulação da execução.
3. Se o devedor entrega uma sentença de tribunal na Autoridade
de Execução, da qual se depreenda, que a exigência
resultante em execução não se verifica, então a
exigência também deixa de constar no extrato do Registo
de Execução. O devedor pode a qualquer altura
acionar uma queixa em tribunal, para que seja determinado,
que a exigência resultante em execução não tinha
razão de ser.
O extrato do Registo de Execução só indica execuções
da respetiva Comarca de execução, pelo que com mudança
de domicílio ou sede para uma outra Comarca de
execução as execuções deixam de constar no Registo
de Execução pedido da Autoridade de Execução e de
Falências no domicílio novo.
Além disso, os extratos do Registo de Execuções são
exigidos por um período de 3 anos. Execuções anteriores
não aparecem no extrato do Registo de Execuções.
Os extratos do Registo de Execuções não deverão por
fim também de ser sobrevalorizados. Locadores, bancos
e sociedades de leasing interessam-se sobretudo
se impostos, renda, cartões de crédito, Caixa da Previdência
e contas de telefone, etc… são pagas. Se num
extrato de Registo de Execuções apenas consta uma
execução de uma pessoa particular ou uma empresa
desconhecida e se o montante da exigência resultante
em execução for em comparação com o rendimento e o
património do executado relativamente pequeno, então
tal não tem regra geral praticamente repercussões.
2. Se o devedor acionou oposição (Rechtsvorschlag) e
o credor não empreende mais nada, então o devedor
pode, decorridos 3 meses desde a notificação do pedido
de execução, a assim chamada Zahlungsbefehl,
junto da Autoridade de execução e falências, exigir que
a execução não conste mais no extrato do Registo de
Execuções. A Autoridade de Execução dá então ao credor
um prazo de 20 dias, para comprovar que acionou
um processo de judicial para remoção da oposição. Se
um credor não fornecer este comprovativo a execução
não consta mais no Registo de Execuções. Se o credor
for mais tarde a tribunal, então a execução constará de
novo no Registo de Execuções.
Tem perguntas que digam respeito
ao direito?
Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano” a:
Bohren Rechtsanwalt, Postfach 229, 8024 Zürich
ou para mail@dbohren.ch
© Daniel Bohren, Zürich 2020
(*) autor escreve em português do Brasil
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FORMAÇÃO
9
Procura de um estágio em tempo
de pandemia - a boa notícia!
A crise do corona vírus atingiu
fortemente a economia. A boa
notícia é que muitas empresas
ainda oferecem seus estágios. É
importante que os jovens não percam
as esperanças e continuem
a candidatar-se ao emprego dos
seus sonhos. E se tu ainda não
conseguiste encontrar um estágio,
então há sempre um plano B.
Os pais são muito importantes nesta fase e
podem ser uma fonte de grande ajuda para
seus filhos, encorajando-os. No entanto,
como a transição da vida escolar para o
trabalho é um grande desafio para os jovens
e também para os pais, é importante que
estes obtenha apoio e ajuda.
O „S.E.S.J. (Starke Eltern - Starke Jugend)
tem o prazer de vos informar sobre as várias
ofertas para jovens e de os acompanhar e
aconselhar nesta transição. As consultas
são gratuitas e, se necessário, em português.
Esta oferta é para pais da cidade e
cantão de Zurique.
Associação S.E.S.J - A oferta
Nos últimos 3 anos, mais de 300 famílias
procuraram a nossa oferta. As questões
com as quais os pais lidavam eram diferentes.
Como por exemplo o abandono de
um estágio de aprendizagem ou ameaça de
abandono, nenhuma solução de acompanhamento
após o nível superior, reunificação
da família, como funciona o sistema escolar
suíço e outros. As consultas ocorreram uma
vez ou, se necessário, várias vezes, e poderão
também ser feitas telefonicamente.
Aqui ficam algumas opiniões deixadas
por pais que nos visitaram:
Familia O., residente en Regensdorf
„Tenho 3 filhos, tive conhecimento da Associação
S.E.S.J. através da Igreja Local.
Fiquei muito contente ao saber que podia
falar a minha língua materna e por isso marquei
um apontamento para ver como ajudar
o meu filho nesta fase difícil na escolha de
uma aprendizagem. Para mim foi muito bom
puder receber toda a informação necessária
e sai desta reunião feliz por saber como
ajudar o meu filho. Obrigada pelo apoio e
vou recomendar esta Associação aos meus
conhecidos.“
Familia N., residente em Adliswil
„Procurei esta Associação porque estava
desesperada e sem perspectivas para puder
ajudar o meu filho. Consegui esclarecer as
minhas preocupações e estou aliviada e
confiante para apoiar o meu filho na escolha
de uma Aprendizagem. Obrigado e bem
hajam pelo apoio aos pais.“
Em caso de dúvidas, ligue para Giuliana
Lamberti, diretora e assessora do S.E.S.J.
que ficará feliz em responder a todas as
suas perguntas. A nossa funcionária Maria
João Ferreira ter o gosto de lhe dar informações
em português através do 079 243
01 66.
Verein S.E.S.J.
Weberstrasse 21
8004 Zürich
044 242 27 27
lamberti@sesj.ch
www.sesj.ch
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
10
RECANTOS HELVÉTICOS
P I Z O L
e os Cinco Lagos
MARIA DOS SANTOS.
Foi em despedida de Verão que decidi
aproveitar uma prenda oferecida pelo
Rancho Folclórico de Wetzikon e fiz um
dos percursos mais turísticos de alta montanha.
Refiro-me ao „complexo“ dos cinco lagos
situados em Pizol, na região de São Galo.
Bem cedo rumo até Wangs. Com condições
atmosféricas quase ideais, chego ao
parque de estacionamento, que por sinal
é gratuito e encontrava-se praticamente
completo.
Verifico que éramos já muitos a querer desfrutar
desta montanha. Mais tarde fiquei a
saber que nesta quarta-feira encontrava-
-se oitocentas pessoas a deleitar-se deste
maravilhoso momento em alta montanha.
Dirijo-me à bilheteira, para entregar o
cartão oferta e recebo o piquenique que
estava incluído.
Fiquei sem palavras, ao verificar o peso da
mochila! Sim era pesada, para cerca de
cinco horas quiçá algo mais de marcha e
sempre a subir. Mas sorri, porque imaginei
o bom que seria degustar um lanche
bem à Suíça.
Subi no teleférico até Gaffia situado já a
1861 metros de altitude. Que bonita paisagem!
E ali começou a aventura. A neve depois de
um Verão extremamente quente derreteu
toda e os lagos estava a transbordar. O
colorido é inexprimível.
Depois do primeiro esforço, descubro o
lago Baschalvasse, que com os reflexo
de todos aqueles que por ali passeavam,
davam um colorido ímpar. Um par de fotos,
para o meu arquivo e continuo até ao lago
Schwarsee.
Entre gritos, sorriso e saltos um grupo de
jovens atreviam-se a dar um mergulho.
Curiosa pela alegria contagiante deste
grupo, fui conversar com eles e dizerem-
-me que o objectivo era tomar banho em
todos os lagos. Fiquei com pele de galinha.
Sei que a água é extremamente fria e que à
partida seria para mim, missão impossível.
Mas quando se é jovem e se fazem apostas
loucas, estas situações são normais.
Com estes banhos, que por sinal são saudáveis,
para a boa circulação de sangue,
este grupo deve ter chegado casa, realizado
e a pensar no próximo projecto em
grupo.
O próximo lago Schottensee. Fiquei
deslumbrada com a paisagem sobre os
Alpes Austríacos, vale do Reno e Liechtenstein.
O lago de azul turquesa indica-
-nos que por ali a água é glaciar e de uma
beleza deslumbrante.
O caminho continua e damo-nos com um
campo pleno de pedras que desenham
todo a paciência de quem por ali passa.
Formas, feitios, altas, baixas, aquelas pedras
constituem um panorama incontável
que todos fazem delas uma passarela fotográfica.
A seguir o Wildsee, é o mais carismático.
Infelizmente ás condições climatéricas
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
RECANTOS HELVÉTICOS
11
dos últimos anos, fez com que o glaciar
tenha desaparecido.
O último pedaço do glaciar derreteu na sua
totalidade em 2019. Senti uma tristeza apoderar-se
do meu ser. Estava a 2`492metros
de altitude sem uma corrente de ar frio,
sem neve e muito menos gelo.
Cinco horas tinham já passado e estava
próxima do último lago. Wangsersee
situa-se a 2227 metros de altitude. Seria
ali, que iria por fim abrir a minha mochila
e descobrir o lanche.
Estendo o cobertor no chão, recordando-
-me de tantos e belos momentos vividos
com o Rancho de Wetzikon. Obrigada por
me proporcionaram esta ligação a vocês
e a Comunidade portuguesa.
Tive de sorrir… em vez de um lanche, descubro,
que para mim seria um jantar. Desde
as bebidas incluindo um garrafa de vinho
da região, queijo, presunto, chouriço, pão,
sumos, fruta, nada faltou para chegar a
casa bem saciada.
Um final de tarde que jamais esquecerei.
O desnível é de mil metros, pelo que aconselho
uma boa condição física, boas botas
e não esquecer os bastões, já que o chão é
muito instável e cheio de pequenas pedras
que contribuem para o desequilíbrio.
Este percurso é classificado como património
Mundial da UNESCO, não perca
a oportunidade de o conhecer.
Depois, entregue-se aos prazeres da piscina
térmica situada em Bad-Ragaz e aberta
até ás 22:00 horas
Confirmo: é no silêncio da natureza pura,
que encontro as palavras da vida que me
apaziguam a alma.
2020 ensinou-nos que devemos estar ancorados
ao positivismo, saber conversar
connosco e sobretudo estar preparados
todos os dias, para factos inesperados.
Nunca devemos duvidar que o futuro depende
do caminho que percorremos e
fazemos.
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Baslerstrasse, 117 - 8048
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12
CRÓNICA
Do nosso cantinho para o vosso cantão
À IMAGEM DE DEUS
ARAGONEZ MARQUES
Aqui, neste vosso cantinho, as
coisas estão complicadas. A
pandemia está a crescer, os
hospitais cheios, alguns quase
em ruptura.
Lembro-me, era eu bem pequenino, da
janela da Rua dos Canastreiros, em Portalegre,
assistir com a minha tia ao lado
da grande manifestação que subiu a
rua, com lençóis com letras onde estava
escrita a palavra “Angola”, lembro-me
das tochas que levavam nas mãos e de
como, em uníssono, gritavam: “Angola é
nossa”.
Íamos iniciar uma guerra no Ultramar,
que duraria treze anos e deixou 8.803
mortos e 15.507 deficientes.
“Para Angola rapidamente e em força”
Assim saiu o primeiro barco, o Niassa,
cheio de portugueses para defender as
famílias de outros portugueses e impôr
a ordem e as fronteiras. Começaram a
ir depois para outras “províncias ultramarinas”,
em todas a guerra eclodiu. O
Uíge levava jovens soldados directos à
primeira pandemia da minha geração.
O primeiro soldado morto em 1961 era
paraquedista e faleceu no dia 29 de
Abril, na zona do Negage, na estrada de
Bungo-Mucaba, a 12 km do Bungo, vítima
de ferimentos em combate.
Era de Santo Estevão.
Para os portugueses era longe a guerra e
longe os locais onde eram noticiados os
primeiros mortos.
Depois, com o desenvolver do conflito,
os lugares das vítimas iam-se aproximando
das nossas casas.
O capitão Caravidão de Elvas, mais próximo
da minha cidade e da minha casa.
Com o tempo, cresceu ao ponto de todos
conhecermos alguém que tinha sido
vítima.
Chegou finalmente às nossas terras e
entrou nas nossas famílias.
Assim começou a pandemia deste vírus
que afecta as nossas vidas. Primeiro
longe, depois mais perto. Agora, dentro
das nossas famílias e ao alcance de nós
próprios.
As televisões levam horas a falar dos lares
de idosos, dando a imagem de que
isto é perigoso para os velhos, e como
para quem os velhos são os outros,
acreditamos, em especial os mais jovens
não sentem o problema como seu; basta
ver Cristiano Ronaldo tomando banho
em Itália na sua piscina, como se estivesse
de férias.
Calam-se os números dos mais novos,
abafam-se os números das escolas, não
noticiados em propaganda dos lares de
terceira idade.
Pois na minha escola, temos dois professores
infectados e esta semana um aluno,
eles com menos de cinquenta anos,
o aluno, com sete.
Esta imagem que está a passar é perigosa,
pois os jovens não sentem o problema
a que se julgam imunes, e abusam
como exigem as suas idades e necessidades
de sociabilização, pelas quais nós
já passámos.
Preocupam-me também estes estados
de emergência, que metem na gaveta a
democracia e os direitos dos cidadãos,
como a obrigatoriedade de darmos o
nosso telemóvel a um polícia para confirmar
se temos instalada a aplicação
Covid, ou a entrada nas residências das
pessoas sem mandato judicial, ou a proibição
de estarmos mais de quatro pessoas
juntas.
Lembra-me o tempo da PIDE, onde grupos
de mais de três pessoas eram considerados
reuniões e por isso proibidas.
Mas é a utilização política desta grave
situação o que mais me repugna. Aqui,
ameaças ao Orçamento de Estado que,
se não passar no Parlamento, será um
caos no momento que vivemos, nas
Américas o surgimento de Super-Homens
Presidentes, Bolsonaros endeusados
por seitas religiosas e um Trump
que, escolhido por Deus, teve a doença
e está ali para as curvas, pois os Estados
Unidos o necessitam, para os salvar do
mal do mundo. Soube ontem que o filho
desta figura que deveria ser um exemplo
para o mundo, foi apresentado pelo
pai como tendo contraído a doença e em
poucos segundos nada tinha.
Começa a dar nojo e a não haver paciência.
Então sobre as teorias da conspiração já
as nem leio.
O que sei é que a bolsa sobe e isto não
está em termos económicos assim tão
mal, alguém ganha com a desgraça e o
medo, e esses têm de ser travados em
igualdade com o uso de máscara.
Não estarão certamente apostados em
fazer que tudo isto acabe rápido.
Lembra-me o dono da agência funerária
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
CRÓNICA
13
da minha terra que, numa noite de copos, quando um amigo
de pé sugeriu um brinde à saúde, disse: - Porra eu não
brindo, que faço depois à minha vida?
Às vezes, chego a pensar que a espécie humana não é deste
planeta, foi uma espécie que aqui chegou e colonizou.
Aliás, a colonização está na base do “desenvolvimento” humano,
mesmo que lhe chamem globalização.
Somos a única espécie que se destrói a si própria, canibal.
Nunca saímos deste “canibalismo” que nos acompanhou
ao longo da história.
É verdade que as águas de Veneza estão azuis, que os golfinhos
voltaram ao Tejo e que o ar está menos contaminado.
Fizeram furor as manifestações dos jovens em defesa do
ambiente, patrocinadas não se sabe por quem, que invadiram
as capas dos jornais com a ridícula frase “Não há
planeta B”.
Claro que há e vai continuar por milhões de anos.
O que não há é “espécie humana B”.
Todos os dias, e não é preciso recuar até aos dinossauros,
desaparecem espécies de animais e plantas e o planeta
continua.
Mas julgamo-nos deuses, tudo gira à volta dos nossos umbigos.
Está enraizado em nós o termos sido feitos no paraíso, à
imagem e semelhança de Deus, com a mulher saída da costela
de Adão, que estava sozinho, o pobrezito e necessitava
de quem o cuidasse e servisse.
Por isso eu e a religião estamos em permanente conflito.
Cuidem-se.
MARIZA
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Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
14
DESPORTO
Empate
em jogo luso dos Juniores D
JORGE MACIEIRA
As equipas de Juniores D do Centro Lusitano
de Zurique e do Benfica Clube de
Zurique encontraram-se em campo, no
passado dia 17 de Outubro, a contar para
a sexta jornada do campeonato, onde os
pontos acabaram repartidos com cada
equipa a ficar com um ponto após o empate
a duas bolas ser o resultado final.
A equipa da casa o Centro Lusitano de
Zurique ganhou a vantagem de duas bolas
a zero com ainda na primeira parte
logo aos 4’ por Leonardo Pereira conhecido
por Leo, aumentada a vantagem aos
23’ pelo jovem Adérito leite quase no fim
da primeira parte.
O Benfica Clube de Zurique reduziu logo
ao início da segunda parta ao minuto 30’
através do Lisandro Correia, chegariam
ao empate ao minuto 45 com o golo de
Rodrigo da Cruz assim chegariam com o
empate ao segundo intervalo.
Na terceira parte ambas equipas tentaram
chegar a vitória mas não houve alterações
no resultado final e o empate
manteve-se nos 2-2.
SOBRE VACINAS
NELSON S. LIMA (*)
Em toda a minha vida de décadas só tive uma pequena gripe era
ainda adolescente e nenhuma constipação (resfriado, amigos do
Brasil) até hoje. Note-se que nunca tomei qualquer vacina para a
gripe em toda a vida.
Agora, com a Covid-19 a rodear-nos, também não tomarei. E muito
menos para a Covid (não confio em vacinas de fabrico acelerado
como vai ser o caso).
Sei que não sirvo de exemplo. Então, por favor, se for susceptível
a contágios, tome a vacina da gripe e depois, se tiver coragem, a
que aparecer para o actual Coronavírus.
(*) Professor de Neurociência - https://bit.ly/3jlGc6P
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
TELEVISÃO
15
Portuguesa no “Der Bachelor Swiss”
Ana Rodrigues, de 22 anos, é educadora
de infância. Está a viver na
Suíça há 8 anos, actualmente no
cantão de Argóvia. Jovem portuguesa,
natural de Ponte de Lima, é uma
das participantes do programa “Der
Bachelor Swiss”, que passa actualmente
no canal 3+. Fomos conhecer
melhor esta participante e saber os
motivos que a levaram a entrar no
programa em procura do amor.
JORGE MACIEIRA
Lusitano de Zurique - Quem é a Ana
Rodrigues?
Ana Rodrigues - É uma mulher decidida,
determinada e que sabe o que quer da
vida. Gostava de conquistar muito na vida,
quer formar família ao lado de alguém que
lhe de valor e aceita ela como é. Tem um
grande coração, é amiga, gosta de novas
aventuras e gosta de aprender todos os
dias, para se tornar melhor cada dia como
pessoa. É romântica e sensível. Por outro
lado é teimosa, tem temperamento forte,
por vezes é orgulhosa e não se dá bem
com o stress.
LZ - Em que consiste o programa “Der
Bachelor”?
AR - É um reality show/ programa suíço,
penso que uns dos mais vistos em toda
a Suíça. Há várias mulheres solteiras que
tentam conquistar o coração de um homem
(o Bachelor) e naturalmente tentam
encontrar o amor para a sua vida. Consiste
em distribuir rosas a quem ele quer que
fique no programa, até ao final só restar
apenas uma.
LZ - Entraste no Bachelor porque?
AR - Primeiro porque há três anos que
estou solteira e eu gosto de tentar coisas
novas.
Queria tentar a minha sorte e encontrar o
amor depois destes anos todos. Pois está
difícil cá fora!! Por outro lado, queria ver
como funciona um reality-show.
Agora se eu encontrei o amor ou não vão
ter que ver o programa até ao fim!
LZ - Onde foram gravados os episódios?
AR - Engraçado que este ano foi gravado
em Portugal, no Algarve. Senti-me em
casa e foi bom gravar lá.
LZ - Gostaste desta experiência?
AR - É uma boa experiência! Foi também
bastante engraçado e eu aproveitei ao
máximo! Sem dúvida que levo isto como
aprendizado para a minha vida.
LZ - O que mudou em ti depois da entrada
no “Bachelor”?
AR - Conheci pessoas novas (as candidatas
e o “bachelor”), nas redes sociais os
números de seguidores vão subindo.
E acho que eu também mudei. Vejo certas
coisas de maneira diferente. E claro,
as pessoas que não falavam para mim há
anos começam a falar de repente.
LZ - Qual é a sensação de seres reconhecida
na rua?
AR - É um sentimento bom e ao mesmo
tempo engraçado.
LZ - Que imagem os portugueses ficaram
de ti?
AR - Não sei mas eu espero que seja boa,
pois eu vou tentar passar a minha imagem,
tal como eu sou. Uma mulher divertida,
engraçada, positiva, mas também
muito sensível...
LZ - Que portas achas que te podem
abrir esta entrada no “Bachelor”?
AR - Espero que só venham coisas boas
para o meu futuro. Sou muito sonhadora e
tenho vários projectos na minha cabeça.
Espero que as portas se abram, principalmente
se for para poder realizar o meu
maior sonho, que é ser actriz de televisão,
cinema e teatro profissional.
LZ - Já sentes algum tipo de preconceito
por teres entrado neste reality-
-show?
AR - Na Internet há vários comentários
maus dos ‘haters’. Eu tento não ler muito
isso. Essas pessoas não nos conhecem,
não sabem das nossas histórias e criticam
só porque não tem melhor hobby para fazer
e são frustradas com a vida que levam.
Criticam porque elas próprias não tem a
coragem de participar num programa
como este.
Isto não faz de nós más mulheres, só por
participarmos de um reality-show. Aliás
eu admiro a nossa coragem. Claro que há
pessoas que nos suportam e falam coisas
boas, mas principalmente é o ódio que
reina na Internet. Cada um dá o que tem
no coração.
LZ - Que mensagem deitas aos nossos
leitores?
AR - Este programa é realmente uma
experiência única e que se deve experimentar
pelo menos uma vez na vida. Não
deixem nunca de fazer algo pelo motivo: o
que é que os outros vão pensar de mim?’.
Sejam sempre vocês próprios e realizem
os vossos sonhos. Não julguem logo as
pessoas pela aparência ou por atitudes,
pois nem tudo o que parece é e cada um
tem a sua própria visão.
Gostava ainda de vos dizer para verem o
programa “O Bachelor”, a partir do dia 19
de Outubro, todas as segundas ás 20h15
no Canal 3plus.
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
16 ESPECTÁCULO
António Côrte-Real
guitarrista dos UHF, fala das emoções do regresso aos palcos
JOAQUIM GALANTE
Depois de todas as emoções do regresso
aos palcos, FOCUSMSN quis ouvir
António Sérgio Côrte-Real, guitarrista
da banda UHF, que muito interagiu com
o público, incentivando à participação
dos fãs naquele inesquecível concerto.
FOCUSMSN: Como te sentiste neste teu
regresso aos palcos?
António Côrte-Real: Senti-me bem por estar
a tocar. Mas fez-me confusão não ver a
cara das pessoas… foi esquisito.
F: Foi anormal ficares tanto tempo sem
tocar para um público fisicamente presente….
ACR: Claro… seis meses sem concertos é
anti-natura em nós… até me custou fazer a
mala de viagem, já nem me lembrava onde
andavam as coisas (risos)
F: E logo tocar com a prestigiada Banda
Sinfónica do Exército, foi recomeçar com
chave de ouro?
ACR: Exacto, foram momentos que não irei
esquecer, tocar com uma banda sinfónica
acrescentou algo à nossa música. Elevou-a
a outro patamar. Gostava de gravar um disco
ao vivo assim.
F: Uma palavra para os fãs….
ACR: Quero agradecer em meu nome e dos
UHF, o terem preenchido todos os lugares
disponíveis do Forúm Luísa Todi, vocês (fãs)
são a razão da nossa existência e os responsáveis
pela longevidade do grupo e do
seu futuro. Trabalhamos todos os dias para
vos oferecer mais e melhor música. Estamos
de coração aberto e de abraço apertado por
sentirmos o vosso apoio.
Texto e fotos: FOCUSMSN
https://focusmsn.pt
G https://www.facebook.com/transportes.fernandes
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
ESPECTÁCULO
17
UHF sem igual
deram concerto imortal com a Banda Sinfónica do Exército
JOAQUIM GALANTE
No primeiro concerto
com público pós-pandemia,
os UHF juntaram-se,
ontem, à Banda Sinfónica
do Exército e deram
um espectáculo único,
no fórum Luísa Todi, em
Setúbal, que com certeza
ficará marcado para
todo o sempre nos fãs
dos UHF.
Inesquecível já eu previa que
seria mas… foi muito mais que
isso.
Os UHF mereciam a sala cheia,
não a sala possível. Ainda assim
foi com emoção que o AMR
pisou de novo os palcos com
público. Quando um artista com
mais de 40 anos de carreira se
emociona desta forma, é prova
de vitalidade, de juventude, de
irreverência, aquela irreverência
que o António não teve tempo
de viver nos anos 80, mas que
a sente agora. De surpresa em
surpresa, de espectacular em
espectacular, os UHF superam-
-se a si mesmos a cada concerto.
Quem não pode ir não
imagina o que perdeu. Foi show.
Num concerto com cerca de 80′
minutos, os UHF interpretaram
quinze músicas do seu vasto
repertório, entre elas, grandes
sucessos da sua já longa carreira,
que fizeram com que o
público vibrasse, cantasse e
aplaudisse de pé.
AMR começou por fugir com a
Maria, brincar no fogo, na tua
cama, pelo meio cantou Zeca
Afonso, na parte final passeou
na Rua do Carmo, foi a uma corrida
de cavalos e homenageou
Amália Rodrigues, para terminar
com o bis ‘Hey! Hey! (Bora lá)!’
E fomos.
Alinhamento: ‘Foge Comigo Maria’
– ‘Brincar No Fogo’ – ‘Na Tua
Cama’ – ‘Vejam Bem’ – ‘Hey!
Hey!’ – ‘A Lágrima Caiu’ – ‘Toca-me’
– ‘Matas-me Com o Teu
Olhar’ – ‘O Tempo é Meu Amigo’
– ‘Uma Palavra tua’ – ‘Rua do
Carmo’ – ‘Cavalos de Corrida’
– ‘Menina Tás à Janela’ – ‘Povo
Que Lavas No Rio’ – ‘Hey! Hey!’
Texto e fotos: FOCUSMSN
https://focusmsn.pt
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
18
EFEMÉRIDE
Comemoração do V Centenário
da viagem de Magalhães anulada
Patagónia é uma região geográfica que abrange a parte mais meridional da América do Sul. Localiza-se na Argentina e no Chile e integra a secção
mais ao sul da cordilheira dos Andes.
por AGÊNCIAS
Fernão de Magalhães nasceu em Sabrosa,
na região norte de Portugal em Trás-os-
-Montes, no dia 3 de Fevereiro de 1480.
Quando ainda criança foi para Lisboa e
pertenceu à quarta ordem da nobreza
portuguesa. Foi também pajem da corte
da rainha D. Leonor, esposa de D. João II.
Ficou conhecido como o navegante e capitão
da armada que foi a pioneira em navegar
os oceanos Atlântico, Pacifico e Indico
com o intuito de uma rota alternativa para
chegar às Índias e obter as tão almejadas
especiarias.
Quando tinha 25 anos, acompanhado do
vice-rei, participou nas viagens para as
Índias Orientais que envolvia as regiões da
China, Japão, Índia, Arábia e Pérsia. Em
1513 lutou na região de Azamor na conquista
de Marrocos, onde ficou gravemente
ferido de uma perna.
Foi acusado de traição porque disseram
que ele havia feito negociações com os
mouros. O rei D. Manuel acreditou nos rumores
e impediu-o de continuar a prestar
serviços à pátria. Fernão decepcionado
sai do país e oferece-se para trabalhar ao
rei da Espanha Carlos V.
Como seu amigo Rui Faleiro também havia
sido exilado, juntos uniram seus conhecimentos
e elaboraram vários planos de
viagens, mapearam lugares através dos
astros e apresentaram-nos à coroa espanhola.
Com o auxilio de Cristóvão de Haro
que era inimigo do rei de Portugal, juraram
lealdade ao rei da Espanha e assinaram
um contrato afirmando que todas as terras
encontradas seriam espanholas.
Assim, partiram cinco embarcações em
Naus carregadas de itens de subsistência,
armamentos e munições. Composta por
aproximadamente 265 homens de várias
nacionalidades, se asseguraram de que
não teriam problemas de comunicação
com os povos que pudessem encontrar
pelo caminho.
No dia 20 de Setembro de 1519 partiram
em direção ao Brasil. Após nove dias de
navegação chegaram ao Cabo de Santo
Agostinho em Pernambuco e ficaram até
13 de Dezembro, depois seguiram para o
Rio de Janeiro, onde passaram o fim de
ano para após isso seguirem viagem. No
dia 10 de Janeiro avistaram um rio, que
posteriormente seria o Rio da Prata.
As expedições comandadas por Fernão
Magalhães continuaram até chegar ao
Golfo de São Matias, onde encontraram
pessoas altas que receberam por eles o
nome de “patagones” e a região foi baptizada
de Patagônia.
Infelizmente em Maio do mesmo ano uma
Nau afundou com vários marinheiros a
bordo e por sorte, alguns conseguiram
salvar-se. A frota seguiu viagem em 24 de
Agosto, mas tiveram que parar por dois
meses por causa do mau tempo. Em Outubro
encontraram o “Cabo das Onze Mil
Virgens” que os permitiu passar para o
outro lado do oceano. Relatos afirmam
que o caminho era estreito e assustador.
O itinerário durou 27 dias e hoje é conhecido
como “Estreito de Magalhães”. Ao
chegarem ao novo oceano baptizaram-no
de “Pacifico” devido às suas águas calmas.
Após muitos dias a navegar, quando já estavam
quase sem mantimentos, avistaram
as Filipinas no dia 16 de Março de 1521,
uma ilha que lhes proporcionou muita fruta
e água potável.
Após descansarem e abastecerem os seus
barcos, seguiram em direcção a Mactán.
Ao desembarcarem no dia 27 de Abril Fernão
de Magalhães foi recebido com uma
flecha no peito. Ele não resistiu e morreu
na praia. Abalados, os marinheiros continuaram
a viagem ao comando de Juan
Sebastián Elcano. No dia 21 de Dezembro
chegaram ao destino tão almejado por Fernão:
Ilhas Molucas.
No regresso, voltaram apenas 18 homens.
Essas viagens entraram para a história de
Fernão de Magalhães que, apesar de não
ter concluído os seus objetivos, conseguiu
provas de que seu mapeamento estava
correcto através da teoria de que a Terra
era redonda.
Caso não houvesse pandemia, o Presidente
da República, Marcelo Rebelo de Sousa e
Felipe VI de Espanha, iriam estar estar em
Punta Arenas a celebrar os 500 anos da
descoberta e travessia do estreito que liga
o oceano Atlântico ao Pacífico.
O Navio Escola Sagres iria estar presente
nesta homenagem à grande epopeia do
navegador português Fernão de Magalhães,
cumprindo assim uma das etapas
mais importantes da volta ao mundo, começada
por Magalhães e terminada por
Juan Elcano, que transformou o mundo
num lugar mais global.
Da mesma forma imprevista que Fernão
de Magalhães foi morto a meio da grande
viagem, o coronavírus mudou as nossas
vidas e as celebração desta epopeia. A
Marinha espanhola não quis faltar à festa,
e Magalhães será mais uma vez recordado
como Magallanes.
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
PERSONALIDADE
19
Caldelas
Chefe Silva
Biografia I
Em 1934, com o nome curto e simples
de António da Silva, nasceu
em Caldelas uma criança, filha de
Domingos Rodrigues, com 75 anos
e de Teresa de Jesus da Silva, uma
jovem de 30 anos. Logo à nascença
ficou marcado o cunho singular
que haveria de o acompanhar por
toda a vida.
AMÍLCAR MALHÓ (*)
1934, ano de nascimento. Caldelas, lugar
de nascimento. António da Silva, nome
de registo.
Em 29 de Março de 1834 nasceu, no concelho
de Vila Verde, o Abade de Priscos,
cujo nome ficou ligado ao Pudim Abade
de Priscos. Deixou o manuscrito ‘Livro de
Receitas Culinárias.
Um século depois, o ano de 1934 ficou
marcado, entre outros acontecimentos, por:
A nível internacional
O nascimento, em Londres, de Mary Quant,
conhecida mundialmente como a criadora
da mini-saia, da actriz italiana Sophia Loren,
de Richard Chamberlain, famoso no papel
de Dr. Kildare e do poeta e cantor canadiano,
Leonard Cohen que foi cozinheiro
durante seis anos.
Na sequência da morte de Hindenburg
fizeram-se eleições, controladas pelos
nazis, nas quais Hitler é o mais votado,
assumindo o poder.
Neste mesmo ano, Hitler encomendou ao
engenheiro austríaco Ferdinand Porsche o
desenvolvimento de um carro pequeno que
fosse, ao mesmo tempo, barato e económico;
um «carro popular», que em alemão
se dizia Volkswagen.
A nível nacional
A 18 de Janeiro de 1934 deu-se a revolta da
Marinha Grande, um levantamento operário
que fez tremer Salazar.
Fernando Pessoa publicou Mensagem.
Inauguração do monumento ao Marquês
de Pombal, em Lisboa.
Foi inaugurado o Cine-Teatro Beatriz Costa
na Malveira.
Realizou-se, no Porto, a 1ª Exposição Colonial
Portuguesa.
O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel
Cerejeira, visitou o Cristo Redentor do Rio
de Janeiro e decidiu construir em Portugal
uma obra semelhante.
O Decreto nº 24402 estabelecia as oito
horas de trabalho diárias para a indústria e
comércio. O descanso semanal obrigatório
era ao Domingo.
Foi inaugurado no Porto, o Restaurante
Escondidinho, em Lisboa a Taberna da Tia
Matilde e em Cacilhas a Floresta do Ginjal.
No Porto, nasceu Francisco Sá Carneiro,
o fundador do Partido Social Democrata.
Em Lisboa, nasceu Frei Hermano da Câmara
Em 29 de Março nasceu um menino baptizado
com o nome de António da Silva, no
concelho de Amares, lugar de Caldelas.
O nome de Caldelas (Caldellas na grafia antiga),
é todo de origem latina e o seu significado relaciona-se
directamente com as nascentes mínero-
-medicinais. Assim, etimologicamente, o vocábulo
“Caldellas” é uma palavra derivada do étimo latino
“calda” (que significa água quente) com o sufixo
diminutivo “ella” igualmente latino (que junta a ideia
de pequenez), sendo o plural utilizado para referir
duas nascentes. “Caldellas” significa portanto,
literalmente, “pequenas águas quentes”, sendo
que o nome da povoação está ligado ao período
da romanização, existindo registos escritos deste
nome desde o século XIII. Caldelas, só com um “l”,
é a grafia moderna, adoptada no primeiro quartel
deste século.
Em 1779, Frei Cristóvão dos Reis, um frade carmelita
descalço, administrador da botica do Convento
do Carmo em Braga, publicou “Reflexões Experimentais
Metódico-Botânicas (e outras notícias de
águas minerais)”, onde faz várias considerações
sobre as duas nascentes termais, a que chamou
Caldas do Albito, na freguesia de Caldelas.
Para as águas das duas nascentes refere virtudes
terapêuticas extraordinárias nas áreas de tratamentos
cutâneos e gástrico-intestinais,
As águas mínero-medicinais de Caldelas começaram
a ser administradas pelos frades do Mosteiro
de Rendufe em 1780 e foi na sua administração
que se operou, nas Caldas do Albito, a transição
da fase de utilização primitiva, para uma utilização
disciplinada, a caminho da exploração moderna.
Caldelas é uma das 24 freguesias do concelho
de Amares, um dos 14 que integram o distrito
de Braga.
Amares é terra de Solares Medievais e Mosteiros
das Ordens Beneditina e de Cister. As suas gentes,
simples e hospitaleiras, encantam-se pelo
sussurrar das águas dos rios Homem e Cávado,
enquanto colhem da terra e levam para a mesa
a gastronomia de paladar caseiro acompanhada
por um dos melhores vinhos verdes brancos da
região e das famosas laranjas de Amares.
A gastronomia deste município minhoto, que pode
dividir-se em senhorial, termal, conventual e rural,
rica e variada, serviu certamente de inspiração ao
seu famoso “filho da terra”.
Papas de sarrabulho, rojões “à Minhota”, cozido
à portuguesa, arroz de pato, bacalhau “à Abadia”,
pastéis de bacalhau, pataniscas de bacalhau,
perna de porco assada no forno, cabrito assado
no forno, leitão assado no forno, vitela assada e
arroz de “pica no chão”, constituem alguns dos
pratos fortes da gastronomia de Amares.
Para sobremesa, a oferta também é irresistível:
leite creme queimado, pudim de laranja, arroz
doce, formigos, rabanadas, peras bêbedas, bolo
rei, pão de ló, doces de laranja e de romaria e a
laranja ao natural, sobretudo nos meses sem “r”,
ou seja, de Maio a Agosto.
Do excelente vinho aqui produzido, com predominância
da casta loureiro, desconhece-se a origem
da designação “Verde”, mas talvez derive da sua
juventude, uma vez que se bebe novo (preferencialmente
no ano seguinte à colheita).
Em Junho de 2004 a Câmara Municipal de Amares
atribuiu a Medalha de Ouro do Concelho a um
ilustre munícipe que, em Caldelas, por iniciativa
da Junta de Freguesia, tem uma rua com o seu
nome: António Silva (Chefe Silva).
(*) com o Patrocínio da Comissão Vitivinícola Regional
de Lisboa (Vinhos de Lisboa)
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
20
AGENDA
Informação MAPS
Estimados leitores, devido à actual situação
é possível que os eventos sejam
cancelados a curto prazo. Além disso,
em muitos dos eventos há limite no número
de visitantes, é necessário fazer
inscrição e o uso de máscara é obrigatório.
Por favor, informe-se antes de ir.
Mantenha pelo menos 1,5 m de distância
de pessoas fora do seu agregado familiar,
lave regularmente as mãos e use
máscara de protecção nos transportes
públicos. Apesar de tudo, a equipa da
MAPS espera que se divirta!
01.11.2020 (Sonntag)
Oficina de trabalhos manuais
para crianças
O “Nordamerika Native Museum (NO-
NAM)” mostra as culturas dos povos indígenas
da América do Norte. No primeiro
domingo do mês (excepto férias escolares),
as crianças fazem trabalhos manuais
com cores e padrões dos indígenas e dos
esquimós. Obrigatório uso de máscara.
13:30-16:00. CHF 5.- por criança.
NONAM. Seefeldstr. 317.
Tram 2/4 oder Bus 33 bis “Bahnhof Tiefenbrunnen”.
http://www.nonam.ch
http://www.stadt-zuerich.ch/kultur/de/index/institutionen/nonam_indianer_inuit_
kulturen/Agenda/FamiliensonntagJuli.html
02.11.2020 (Montag)
Concerto
Desfrute deste serão com um concerto. Os
músicos Adrian Frey e Tony Renold apresentam
uma mistura de sons e ritmos improvisados
e ensaiados. 19:30. Entrada
livre.
Toni-Areal, Konzertsaal 2, Ebene 7. Pfingstweidstr.
96.
Tram 4 bis „Toni-Areal“ oder Tram 6/8 bis
„Fischerweg“.
http://www.zhdk.ch
http://www.zhdk.ch/studium/musik/careercentermusik/musik-livestream-8343/
spektrum-limetree-8346
03.11.2020 (Dienstag)
Concerto de jazz
O grupo „Ducadu“ de Simon Schwaninger
toca uma mistura de jazz, pop e rock. Desfrute
de uma noite com melodias animadas
e emocionantes. 20:00. Entrada livre, contribuição
espontânea.
Musikklub Mehrspur. Förrlibuckstr. 109.
Tram 4 bis „Toni-Areal“ oder Tram 6/8 bis
„Fischerweg“.
http://www.mehrspur.ch
http://www.mehrspur.ch/veranstaltungen/
ducadu-jam-night
04.11.2020 (Mittwoch)
Esculpir nabos
No centro comunitário „GZ Grünau“, à
quarta-feira de tarde (excepto férias escolares),
as crianças põem mãos à obra e
fazem diversos trabalhos manuais. Nesta
quarta-feira podem esculpir e ornamentar
uma „Räbeliechtli“, uma vela dentro do
nabo esculpido. 14:30-17:30. CHF 3.- por
nabo.
GZ Grünau. Grosser Platz vor Alterszentrum.
Grünauring 18.
Tram 6 oder Bus 78 bis „Grünaustrasse“.
http://gz-zh.ch/gz-gruenau
05.11.2020 (Donnerstag)
Almoço „Foodwaste“
À quinta-feira, é cozinhada uma deliciosa
refeição, usando alimentos frescos que
de outro modo seriam deitados fora. 12:00.
Participação gratuita.
Aki. Hirschengraben 86.
Tram 3/4/6/7/10/15 oder Bus 31/46 bis
„Central“.
http://www.aki-zh.ch/event-directory
06.11.2020 (Freitag)
Desfile “Räbeliechtli”
Com a sua “Räbeliechtli”, as crianças participam
no desfile e no final têm um snack à
sua espera. O cortejo “Räbeliechtli-Umzug”
é uma antiga tradição suíça para toda a
família. Trazer: „Räbeliechtli“ e máscara.
18:15-21:00. Entrada livre.
GZ Grünau. Grosser Platz vor Alterszentrum.
Grünauring 18.
Tram 6 oder Bus 78 bis „Grünaustrasse“.
http://gz-zh.ch/gz-gruenau
Concurso de leitura em voz alta
Gosta de poesia e de ler? Então seleccione
um poema na sua língua materna ou num
idioma à sua escolha e faça uma gravação
audio com o seu telemóvel. Envie a gravação,
com o seu nome, idade, língua e o
texto da poesia, para info@kanzbi.ch. Um
júri irá escolher os melhores poemas. Informação
completa em http://www.kanzbi.ch/
blog/. Prazo para envio: 06.11.
http://www.kanzbi.ch/wp-content/
uploads/2020/09/flyer_vorlesewettbewerb-1.pdf
07.11.2020 (Samstag)
Circo infantil
O circo infantil “Robinson” celebra o seu
aniversário e faz uma retrospectiva da
sua história. Desfrute de um interessante
e bem-humorado olhar pelos 60 anos de
existência do circo. 18:00. O escritório da
MAPS oferece 3×2 bilhetes. Basta ligar 044
415 65 89 ou enviar um mail para: maps@
aoz.ch.
Volkshaus. Stauffacherstr. 60.
Tram 8 oder Bus 32 bis „Helvetiaplatz“.
http://www.kinderzirkus.ch/informationen/
08.11.2020 (Sonntag)
Semana das religiões (até 15.11.)
Na cidade de Zurique coexistem diversas
religiões. Durante uma semana, o Forum
das Religiões de Zurique convida-o a participar
no diálogo inter-religioso. Conheça as
visões do mundo e as crenças de diferentes
tradições religiosas. Programa completo
em www.forum-der-religionen.ch. Participação
gratuita.
http://www.forum-der-religionen.ch/veranstaltungen/woche-der-religionen-2020
Rituais do budismo tibetano
Quais os rituais do budismo tibetano e que
objectos são usados? O historiador de arte
Michael Henss apresenta o seu livro “Buddhist
Ritual Art of Tibet” e informa sobre os
rituais da cultura budista-tibetana. 11:30-
13:30. Inscrições em musethno@vmz.uzh.
ch ou 044 634 90 11. Entrada livre.
Völkerkundemuseum. Pelikanstr. 40.
Tram 2/9 bis „Sihlstrasse“.
http://www.musethno.uzh.ch
http://www.agenda.uzh.ch/record.php?id=46725&group=24
09.11.2020 (Montag)
Dança à segunda-feira
À segunda-feira o bar «Boschbar» está
aberto. Todas as semanas DJs põem música
de todos os géneros. Programa em
www.strandbaer.ch/bosch. 22:00. Entrada
livre.
Provitreff. Sihlquai 240.
Tram 4/6/13 bis „Quellenstrasse“.
http://www.strandbaer.ch/bosch
11.11.2020 (Mittwoch)
Meditação
A meditação é um meio eficaz para combater
o stress. Durante uma hora, venha ao
encontro do repouso e esqueça a correria
do quotidiano num curso de meditação.
19:00-20:00. Entrada livre, contribuição espontânea.
Jenseits im Viadukt, Bogen 12. Viaduktstr.
65.
Tram 4/6/13 bis „Dammweg“.
http://jenseitsimviadukt.ch
http://jenseitsimviadukt.ch/detail/termin/
meditation-2020-11-11-19-00-5963
12.11.2020 (Donnerstag)
Noite de cinema
Hoje pode ver o filme “Les Misérables”
(2019) de Lady Ly no recinto “Toni-Areal”. A
acção decorre em Paris e conta as difíceis
condições de vida de moradores oriundos
de diversas culturas. Em francês. 20:00.
CHF 5.-.
Toni-Areal, Ebene 3. Pfingstweidstr. 96.
Tram 4 bis „Toni-Areal“ oder Tram 6/8 bis
„Fischerweg“.
http://www.zhdk.ch
http://www.zhdk.ch/veranstaltung/43422
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
AGENDA
21
13.11.2020 (Freitag)
Exposição sobre o tema da fuga
(até 18.12.)
A exposição multimédia „Kein Kinderspiel“
mostra as consequências da guerra, perseguição
e fuga de refugiados na Suíça. Neste
projecto, pais e filhos falam das suas experiências.
Seg-sex 09:00-18:00. Entrada livre.
Paulus Akademie, Pfingstweidstr. 28.
Tram 4/8 oder Bus 33/72/83 bis „Schiffbau“
oder S-Bahn bis „Hardbrücke“.
http://www.paulusakademie.ch
http://www.paulusakademie.ch/programm/?eid=16581&event-title=Ausstellung+%C2%ABKein+Kinderspiel%-
C2%BB+%E2%80%93+13.11.2020
14.11.2020 (Samstag)
Desporto para crianças
Junta uma equipa de 7 a 10 amigos/as e
desfruta de uma tarde de diversão. O ginásio
“Noam” está à disposição de todas as
crianças (a partir dos 8 anos) entusiastas de
desporto. A partir das 17:00. Inscrições até
08.11. em benji.frey@quartiertreff.ch. CHF
5.-.
Noam-Turnhalle. Schulhausstr. 19a.
Tram 7 bis „Museum Rietberg“.
http://quartiertreff.ch/index.php/aktuelle-
-kinderagenda.html
Teatro de figuras
O conto infantil „Der Wolf und die sieben
Geisslein“ („O lobo e os sete cabritinhos“)
dos irmãos Grimm é apresentado em teatro
de figuras para toda a família. Com enquadramento
musical. 10:30-11:15. Entrada livre.
PBZ Schütze. Heinrichstr. 238.
Tram 4/6/8/11/13 oder Bus 33/72/83 bis „Escher-Wyss-Platz“.
http://www.pbz.ch
http://www.pbz.ch/angebot/events/um-
-zwoelf-kommt-der-wolf/
15.11.2020 (Sonntag)
Debate sobre feminismo e racismo
Interessa-se pelos temas feminismo e racismo?
Então apareça e assista à leitura e
conversa sobre o livro “Feminist Theory,
From Margin to Center” de “bell hooks”. Ela
mostra a origem do feminismo nos EUA e
a problemática do racismo. Em inglês, se
necessário também em alemão e francês.
12:00-16:30. Inscrições em joycekalumba@
hotmail.com. Entrada livre, contribuição espontânea.
Maxim Theater. Ausstellungsstr. 100.
Tram 4/6/13 oder Bus 32 bis „Limmatplatz“.
http://www.maximtheater.ch
http://www.maximtheater.ch/schwarzer-feminismus-und-sisterhood/
16.11.2020 (Montag)
Xadrez
Gosta de jogar xadrez? Ou deseja aprender?
Jovens, menos jovens, principiantes e jogadores
experientes: todos são bem-vindos ao
encontro de xadrez todas as segunda-feiras.
15:00-17:00. CHF 4.-.
GZ Witikon. Witikonerstr. 405.
Bus 31 bis „Loorenstrasse“.
www.gz-zh.ch/gz-witikon
17.11.2020 (Dienstag)
Exposição sobre o Romantismo
(até 14.02.21)
Não perca na “Kunsthaus” a exposição sobre
a época do Romantismo. Mais de 150
obras de conhecidos artistas suíços e internacionais
mostram glaciares, montanhas e
navios naufragados desta época. Ter/sex-
-dom 10:00-18:00. Qua/qui 10:00-20:00.
Qua 10:00-20:00 entrada livre para todos.
Nos restantes dias entrada livre com cartão
KulturLegi (em vez de CHF 23.-).
Kunsthaus Zürich. Rämistr. 45.
Tram 3/5/9 oder Bus 31 bis „Kunsthaus“.
http://www.kunsthaus.ch
http://www.kunsthaus.ch/besuch-planen/
ausstellungen/im-herzen-wild/
20.11.2020 (Freitag)
Mercados de Natal
Desfrute da época pré-natalícia num dos
mercados de Natal da cidade. Este ano, há
vinho quente, deliciosos biscoitos de Natal
e muitos stands para descobrir em „Niederdörfli“,
junto de „Münsterhof“ e da gare
central. Todas as informações e moradas
em http://www.weihnachtsmarkt-doerfli.ch,
http://www.zuerich-weihnachtsmarkt.ch e
http://www.zuerich.com/de/besuchen/shopping/christkindlimarkt.
21.11.2020 (Samstag)
Dar as boas-vindas a refugiados
Passear em conjunto, comer castanhas, conhecer
a cidade ou andar de patins no gelo:
agora os encontros do projecto “Gemeinsam
Znacht” acontecem principalmente ao
ar livre. Está interessado? Então inscreva-se
em info@gemeinsamznacht.ch. Informação
completa em www.gemeinsamznacht.ch.
22.11.2020 (Sonntag)
Charadas para crianças
Na exposição “Kunstdetektive!”, crianças
dos 8 aos 12 anos tornam-se detectives.
Recebem um livro de passatempos e têm
de desenhar, inventar histórias policiais ou
analisar amostras. Ter-qua/sex-dom 11:00-
18:00. Qui 11:00-20:00. Entrada gratuita
para crianças.
Migros Museum für Gegenwartskunst.
Limmatstr. 270.
Tram 4/6/8/11/13 oder Bus 33/72/83 bis „Escher-Wyss-Platz“.
http://www.migrosmuseum.ch/
http://kikuka.ch/event/Migros+Museum+für+Gegenwartskunst/4980
23.11.2020 (Montag)
Fazer velas (até 11.12.)
Na época antes do Natal, no centro comunitário
“GZ Wollishofen”, adultos e crianças
podem fazer as suas próprias velas. Venha
com algum tempo e uma máscara e desfrute
da atmosfera contemplativa. Diariamente
14:00-17:30. Custo de acordo com o peso,
50% com cartão KulturLegi.
GZ Wollishofen. Bachstr. 7.
Tram 7 oder Bus 70/184/185 bis „Post, Wollishofen“
oder Bus 161/165 bis „Rote Fabrik“.
http://www.gz-zh.ch/gz-wollishofen
25.11.2020 (Mittwoch)
Criar uma coroa do Advento
Gostaria de fazer uma coroa do Advento
e não sabe como? Então dirija-se ao
centro comunitário “GZ Bachwiesen” e,
em conjunto com outras pessoas, poderá
criar a sua própria coroa. À sua disposição
terá verdura, folhas e pinhas. Traga velas
e máscara. Qua 14:00-18:00. Qui 14:00-
17:00 e 18:00-21:00. Contribuição para
as despesas conforme material usado.
GZ Bachwiesen. Bachwiesenstr. 40.
Bus 67/80 bis “Untermoosstrasse”.
http://gz-zh.ch/gz-bachwiesen
28.11.2020 (Samstag)
Criar um calendário do Advento
Surpreenda os seus familiares ou amigos
com um calendário do Advento feito por
si. No centro comunitário “GZ Wollishofen”
pode criar e fazer o seu próprio calendário
do Advento. 14:00-17:00. CHF 5.-.
GZ Wollishofen. Bachstr. 7.
Tram 7 bis „Post, Wollishofen“ oder Bus
161/165 bis „Rote Fabrik“.
http://www.gz-zh.ch/gz-wollishofen
29.11.2020 (Sonntag)
Viagem no tempo para crianças
Na exposição “Mit fliegendem Teppich durch
die Geschichte” as crianças e toda a família
descobrem a história do Oriente, da navegação
e do caminho de ferro. A impressionante
concepção das salas proporciona uma
imaginativa e esclarecedora visita. Ter/qua
e sex-dom 10:00-17:00. Qui 10:00-19:00.
Com cartão KulturLegi CHF 5.- (em vez de
CHF 10.-). Gratuito para crianças e jovens
até aos 16 anos.
Landesmuseum. Museumstr. 2.
S-Bahn bis „Zürich Hauptbahnhof“, Tram
4/6/11/13/14 oder Bus 46 bis „Bahnhofquai/
HB“.
http://www.landesmuseum.ch
MAPS 342 (November 2020)
(Lúcia Sousa)
Fonte:Maps Züri Agenda
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
22
ACTUALIDADE
DO COLAPSO MUNDIAL AO CAOS… EM P
IVO MARGARIDO
Manipulação, divisão, polarização
política e muito mais! Os algoritmos
das plataformas Facebook, Instagram,
Google, Twitter, Youtube, ...,
tomaram “vida própria” e tornaram-
-se perigosos. O documentário “The
Social Dilemma”, inédito na forma,
lança um alerta para a realidade oculta
por detrás dos nossos ecrãs. Especialistas,
activistas e até ex-funcionários
das gigantes tecnológicas fazem soar
o alarme sobre algumas das suas invenções,
que causam vícios e desestabilizam
as democracias. Apesar destas
tecnologias também proporcionarem
benefícios, o realizador, Jeff Orlowski,
acredita que o código tem de ser redesenhado
e reconstruído, tal como as
plataformas. Caso contrário, “o desfecho
natural de tudo isto é a guerra
civil “.
“O Facebook percebeu que podia afetar os comportamentos
e emoções das pessoas sem que
os seus utilizadores percebessem ...”
“Os algoritmos difundem fake news que se propagam
6 vezes mais rapidamente que uma informação
verdadeira ... somos bombardeados
por boatos ...”
“A informação que chega a cada utilizador é
ajustada em função do seu perfil ... controlamos
cada vez menos quem somos e aquilo em que
acreditamos ... as mentiras estão a sobrepor-se
à verdade”
“Para controlar a população de um país nunca
houve uma ferramenta tão eficaz como o
facebook”
“Esta tecnologia está a criar caos de massas,
solidão, mais polarização, eleições pirateadas
… distrai-nos dos verdadeiros problemas ...
estamos condenados”
“Se não invertermos isto, a humanidade está
predestinada ao fracasso!”
Estas são algumas das afirmações que podemos
ver e ouvir no documentário. Sombrio, foi
o que me ocorreu no imediato. Mas também
poderá ser um incentivo para uma evolução
real da espécie humana. Todavia, será que
conseguimos determinar o grau de manipulação
- induzido por algoritmos - em que cada
um de nós se encontra? O alerta pretende despertar
os utilizadores das redes sociais para a
manipulação inconsciente de que estão a ser
alvo. É desvendada a forma como os algoritmos
contribuem, na verdade, para disseminar
desinformação, teorias da conspiração virais
e para provocar polarização política. Também
é explicado como exacerbam problemas do
foro mental. Precisamos reconhecer que isto
é um problema grave, tornando-se urgente
abandonar este modelo! Percebe-se então
que fazer colapsar o actual modelo do sistema
monetário talvez seja a única possibilidade
de curto prazo e a solução mais lógica
para combater estes gigantes de interesses
pervertidos! Nesta ótica, analisemos o que
está a acontecer; o actual sistema monetário
está a ser conduzido ao colapso através
de um mecanismo designado por “reservas
fraccionarias”. Compreender como funciona
possibilita a dissipação matemática de todas
as dúvidas. Resta depois observar a realidade
das instituições bancárias, que enfrentam
cada vez mais necessidades de injecção de
capital do Estado. Outro indicador são as dívidas
públicas crescentes dos países, que se
tornaram impagáveis. A conclusão não deixa
margem para incertezas. Ainda que de um
ponto de vista das leis criadas pelo homem,
este mecanismo possa ser considerado de
fraude, ilegalidade, inconstitucionalidade,
…, de um ponto de vista mais amplo (União
do Todo) a sua introdução faz todo o sentido
uma vez que está a potenciar a libertação
humana dos sistemas escravizantes e altamente
destruidores deste mundo. Na minha
opinião, isto é demonstrativo de um grau de
inteligência superior por parte daqueles que
o introduziram. Para os leitores interessados
em aprofundar esta matéria, disponibilizo link
de acesso a informação detalhada:
A FRAUDE DO SISTEMA MONETÁRIO
http://tiny.cc/fraude-sistema-monetario
O modo de vida humano deu um salto qualitativo
com o actual modelo do sistema monetário,
é facto inegável e demonstrável. Basta
comparar o tipo de vida dos nossos avós e
visavós com o nosso. Mas também deu aso
a que “consciências inferiores” construíssem
modelos que criaram opressão sobre as
classes mais fragilizadas, gerando escassez
e exclusão social. A perfeição não existe; devemos
agora estimular um salto qualitativo
das “consciências”, porque este mundo dispõe
de tudo o que precisamos. Vejo a actual
pandemia enquanto mecanismo estratégico
que pode acelerar este processo e impor a
evolução para novos paradigmas socioeconómicos.
Espero, contudo, que haja inteligência
e ética suficientes para adoptar modelos
baseados na cooperação, para que se tornem
mais justos e equilibrados para o Todo.
Só assim se poderá extinguir gradualmente o
domínio de uns sobre os outros! É por isso
“natural” que, neste período de transição,
assistamos a esta luta feroz patrocinada por
“consciências inferiores”, numa derradeira
tentativa de preservação dos seus privilégios,
que escravizam a humanidade em larga escala.
Falta ordem, transparência, cooperação e
muito mais amor próprio e pelo próximo. Isto
só se alcança com uma mudança de rumo,
com um novo paradigma socioeconómico e
com a reforma do sistema de ensino, que deverá
orientar para o SER e não tanto para o
TER.
Dos estudos que venho fazendo, concluo
que a espécie humana está a ser conduzida
para uma evolução através da genética. É de
facto lógico que assim seja; não podemos é
permitir que a nossa espécie continue a viver
num estado de consciência tão primitivo
e destrutivo para o Todo, sem mesmo que,
de forma transversal, reconheça a sua condição.
No entanto, basta fazer algumas pequenas
demonstrações para observar este
fenómeno de despertar da consciência. Entreguei-me
a esse exercício ao longo de mais
de quatro anos em palestras, nomeadamente.
A compreensão é real e as pessoas ficam
até estupefactas com a auto-descoberta. A
lógica mostra-lhes o caminho. Não obstante,
surpreende-me que não consigam fazer estas
análises sem ajuda, sobretudo aquelas que
têm maior facilidade de acesso a dados / informação;
é de facto uma experiência social interessante
cujas observações vou registando.
Há uma guerra a acontecer, “invisível” aos
olhos da maioria. Enquanto a lógica permitir
sustentar a minha verdade com factos, números
e acontecimentos, mantenho viva a minha
capacidade crítica. E esta é condição sine
qua non para me manter fiel à minha cabeça,
barrando a influência de teorias “desmontáveis”
e difundidas, quase sempre, por aqueles
que tentam a todo o custo confundir a população.
A humanidade está a ser distraída e
nesse processo perde a sua capacidade individual
de raciocínio e, de forma inconsciente,
torna-se aliada na manutenção dos privilégios
dos seus carrascos.
Outro factor não menos surpreendente é a
negatividade em que se encontra a população;
está amplamente focada no mal. Repentinamente,
parece que o mal se instalou por
toda a parte, que um
certo grupo de indivíduos
quer “eliminar”
toda a gente e que este
mundo vai ficar vazio
de pessoas... Será
pertinente questionar;
como é que isto aconteceu?
Porque é que
a humanidade está
cada vez mais focada
num cenário futurista
tão sombrio e aterrador?
Não haverá outras
possibilidades?
Não será esta uma das
causas do actual cenário
caótico? Se tudo
é energia, o que esta
gente julga que está a
alimentar/criar? Como
poderemos evoluir
para um mundo melhor
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CIDADANIA
23
ROL DA EVOLUÇÃO CÍCLICA DA ESPÉCIE
nesta condição? Consigo apresentar cenários
harmoniosos, saudáveis e equilibrados para o
Todo. Quero acreditar que todos temos esta
capacidade, embora seja necessário despertá-la.
O que nos impede então de direccionar o
foco apenas para o que realmente queremos?
Não seria mais producente? Com tantas outras
possibilidades, surpreende-me que todas
estas pessoas “vibrem” somente nessa energia,
induzida em larga escala por conteúdos
difundidos nas redes sociais. As suas mentes
são mantidas em “cativeiro” e conduzi-las-ão
a essa realidade que, colectivamente, estão a
conceber. Se somente tivessem consciência e
compreendessem o seu potencial de criação...
A deterioração do diálogo, nas redes sociais,
é demonstrativa da polarização em curso. A
agressividade alcançou níveis perigosos e
já ultrapassou todos os limites do aceitável.
Preocupa-me esta constante perda de valores
e escalada de violência global, seja ela física,
verbal e/ou emocional. Num tal cenário, é para
mim perfeitamente lógico que se enverede por
uma evolução induzida, porque para o resto
a população não precisa de ajuda; auto-destrói-se
a si e tudo à sua volta com uma naturalidade
que já não espanta. Torna-se de facto
compreensível que seja necessário enquadrar
toda esta gente “fora das leis universais”! Não
estivéssemos nós em plena mudança de ciclo
(inversão de polaridades), cujo momento produz
uma “colheita de almas” em larga escala...
E o que dizer de toda esta resistência em
abandonar os velhos padrões nocivos? O ser
humano pode vencer outro ser humano, mas
nunca poderá vencer a energia de que é constituído,
sendo esta regida pelos ciclos naturais
e universais! Façamos um paralelo com as células
do corpo humano, já que este é apenas
um sistema que integra os diversos organismos
inseridos na escala universal; espelha um
sistema organizacional eficiente. Cada célula
é totalmente supervisionada e só assim o organismo
funciona ao mais alto nível de eficácia.
Serão estas células livres? O que acontece
quando uma das células “desobedece”
ao sistema de supervisão? Muta e degenera,
provocando cancro localizado com tendência
evolutiva para generalizado. Ora, se observarmos
a sociedade, constatamos que não existe
um nível de supervisão eficiente, dando aso
a todo o tipo de excessos, abusos, corrupção,
opressão, etc. A
sociedade humana é o
principal cancro deste
planeta (organismo). A
transparência assusta
as pessoas, porque
mentir, ocultar, corromper,
…, são “valores”
amplamente inculcados
no ADN humano e aceites
de maneira geral e
transversal. Isto apenas
atesta o elevado grau
doentio em que esta
sociedade se desenvolve.
Mas precisamos
entender que a supervisão
não retira a autonomia,
apenas permite
identificar e combater
os infractores que põem
em causa o equilíbrio do
Todo. Precisamos urgentemente de um modelo
de supervisão baseado na natureza ...
Estes são debates demasiado profundos e
sensíveis para as redes sociais a menos que
se esteja na disposição de se submeter à
agressividade e insulto, características típicas
e recorrentes nestas plataformas. Reconheço
que é pena que assim seja. De facto, sinto falta
das tertúlias com gente genuína que ainda
sabe respeitar e questionar de forma pertinente
... A experiência da vida ensinou-me que o
conhecimento é aprender algo todos os
dias e a sabedoria é abandonar algo todos
os dias. A vida sempre nos concede várias
opções; a escolha é livre, mas, uma vez validada,
cessa a nossa liberdade e somos confrontados
com as consequências das nossas
decisões, sejam elas boas ou más. O caos em
que nos encontramos é por isso da nossa inteira
responsabilidade. Mesmo assim, eu escolho
evoluir esforçando-me, a cada dia, para
me tornar um Ser melhor.
A humanidade precisa de um “reset”. Carece
de uma reconexão com o Universo, com a sua
essência. Precisa de comprometer-se genuinamente
com o discernimento espiritual de
que não há outro trilho senão o do caminho
interior, da viagem da alma. Não há outra fonte
exterior e qualquer “deus” encontrado lá fora
desvia-nos da essência, da consciência do
nosso “Eu Superior”. Mas cuidado, porque a
mente colectiva foi aprisionada; os métodos
evoluem no tempo e, na era das redes sociais,
os “deuses” exteriores multiplicam-se. Ou
melhor será dizer “demónios”?
Com que se pareceriam as nossas vidas se
começássemos cada dia bem cientes da plenitude
da nossa divindade, vivendo apenas a
partir de uma clara compreensão de nós? Não
é o prémio no fim da viagem que é importante.
Importa é saber que nós somos a viagem e
por isso não devemos perder a oportunidade
de “saboreá-la”. Devemos compreender que
todos nós somos a imagem e semelhança
perfeitas da divindade. A única coisa de que
precisamos é ajudar-nos uns aos outros a
recordar a nossa natureza intrínseca e tudo
incluir nessa recordação, respeitando a dignidade
de todos, incluindo da vida vegetal e
animal, vendo-as também como divinas. Urge
ouvir a voz da paz e da alegria, sem ceder ao
medo, à angústia ou à preocupação, pois eles
não são a “voz interior”. Esses sentimentos
que perturbam a nossa orientação são clamores
de distracção que temos ainda de superar,
de modo a dar espaço à Verdade Espiritual
para que, através de nós, se faça ouvir e se
espalhe. Como saber se é a Verdade que ouvimos?
É a Verdade se o conhecimento dela
nos libertar e desapegar da dependência das
distracções.
A Lei da Ordem diz-nos que qualquer consciência
que sustentemos com intenção e atenção
concentrada retribui-nos com um resultado
em conformidade. Não é isto mesmo que
as redes sociais estão a promover? O foco naquilo
que nos mantém em cativeiro? Assim, se
permanecermos num estado de consciência
pertencente ao Ego e focarmos as nossas vidas
em resultados determinados pela competição,
necessidade de poder e acumulação de
bens materiais para além das nossas necessidades,
o nosso mundo parecer-se-á exactamente
com isso: apinhado de jogos de poder,
guerras, competição, relações falhadas, acumulação
de bens de que não necessitamos e,
em geral, caótico. Ao invés, quando iniciamos
o nosso comprometimento com a Vida a partir
da divindade, passamos a demonstrar cada
inspiração amorosa que nos chega como uma
nova visão das coisas, uma intuição e uma
iluminação. Na verdade, dispomos de tudo
aquilo de que precisamos dentro de nós, para
nos plenificarmos como Seres do caminho do
Amor. A dualidade desaparece então das nossas
vidas. Pode parecer complexo, mas, na
realidade, é muito simples. Quando levamos
ordem à Vida, esta transforma-se numa profecia
que se cumpre. A congruência com a voz
da Verdade e da Sabedoria só ocorre quando
silenciamos as nossas crenças incutidas.
Se formos capazes de sentir este nível mais
profundo que nos diz que viver em estado de
consciência do Ego não é de facto viver e, em
simultâneo, nos empenharmos num processo
de superação, abrimos simplesmente caminho
para um alinhamento em harmonia com
a nossa verdadeira vocação. Esta é a transformação
que nos permitirá sair do “casulo” e
dançar na nossa magnificência.
Esta é a jornada interior que somos chamados
a empreender, a Viver e a SER. A viagem ilumina-nos
o caminho e revela-nos a beleza que só
aguarda pela nossa consciência e demonstração.
Só então, poderemos celebrar a plenitude
da Vida percebendo em uníssono que, embora
aparentemente diferentes, SOMOS UM. Ao
construirmos as nossas vidas a partir deste
Amor, vemos os outros, todos eles, como divinos
e tratamo-los com respeito pela dignidade
que merecem, ainda que eles próprios não se
vejam como divinos nem se tratem como aquilo
que são. Exercitemos relações, empreendimentos
pessoais e profissionais de forma colaborativa
e não competitiva; este é o pináculo
da criação que compõe uma abordagem 100%
vitoriosa.
Vamos participar na construção de um
mundo melhor?
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ESPECTÁCULO
No Teatro Maria Matos
Sérgio Godinho
deu mais um
concerto de
celebração
dos seus 75 anos
JOAQUIM GALANTE
Todos os caminhos foram dar ao Teatro Maria
Matos, a celebrar os seus 75 anos, Sérgio Godinho
deu mais um concerto de sala cheia.
São 75 anos de jovialidade, numa vida dedicada à música, intérprete
e compositor, à poesia, ao teatro e ao cinema. Durante
mais de 90 minutos, cantou, conversou e emocionou-se, um
brilhosinho nos olhos notou-se, quando falou do seu grande
amigo José Mário Branco, antes de cantar a música ‘Mariana
Pais’, escrita por este.
Em tempos de um ‘Novo Normal’, em situação de pandemia
que atravessamos e que lhe inspirou a canção, o cantor celebrou
o seu aniversário na companhia dos fãs, que lotaram
o seu quinto concerto comemorativo naquele teatro, o último
será hoje ás 21 horas.
Sérgio Godinho é a lenda viva da música popular portuguesa
e das canções de intervenção, merece um enorme aplauso
por tudo o que nos tem dado ao longo de todos estes anos. E
esses aplausos vieram fortes por parte do público, obrigando
o cantor a dois encores, uma enorme manifestação de carinho
para este grande intéprete e compositor da música portuguesa.
Ontem deu um daqueles espectáculos que perdurarão na
memória de quem teve a felicidade de estar presente. E eu tive.
Para o ano celebrará 50 anos sobre o lançamento do álbum
de estreia, Sobreviventes.
Alinhamento: ‘O Velho Samurai’ – ‘A Deusa Do Amor’ – Às Vezes
o Amor’ – ‘O Novo Normal’ – ‘Cuidado Com As Imitações’
– ‘Benvindo Sr. Presidente’ – ‘Mariana Pais’ – ‘Dancemos No
Mundo’ – ‘Tipo Contrafacção’ – ‘Espectáculo’ – ‘O Coro Das
Velhas’ – ‘O Fugitivo’ – ‘Balada Da Rita’ – ‘Grão Da Mesma
Mó’ – ‘Liberdade’
Encore I: ‘Tudo No Amor’ – ‘Lisboa Que Amanhece’ – ‘Com
Um Brilhozinho…’
Encore II: ‘O Primeiro Dia’
Texto e fotos: FOCUSMSN
https://focusmsn.pt
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CRÓNICA
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Procurar informação fidedigna
em vez de só ouvir
ANTÓNIO MANUEL RIBEIRO
Ontem almocei tarde, estava no meio de
uma tarefa e quis primeiro acabá-la – vício
(bom) de quem trabalha em casa.
Liguei a televisão para que a ‘caixa mágica’
falasse comigo. Ouvi os números Covid do
dia e anotei a inflexão que a apresentadora
do noticiário das 15 da SIC Notícias colocou
na palavra ‘mil’. Faz parte do desempenho,
alterar a vida das palavras. A palavra ‘mil’
soou pesada e recebeu de seguida ‘trezentos
e noventa e quatro infectados’. É muito? É,
mas, como a ministra da Saúde afirmou logo
a seguir, passámos de cerca de 2.300 testes
diários em Abril para mais de 16.000 testes
diários em Outubro. Portanto, o crescimento
é normal. Não é agradável, mas é normal.
O que me faz pensar que em Abril poderia
haver por aí mais infectados, muitos assintomáticos,
que não expandiram o contágio.
Não sou de alarmismos, é preciso cumprir
as regras e não facilitar SEMPRE, até porque
o nosso SNS, ou outro qualquer no mundo,
não aguentaria uma corrida de todos às urgências
– aconteceu dramaticamente em
Espanha e em Itália na primavera.
Assim, contrariando o alarmismo das palavras
do nosso PR (talvez chamuscado pela
substituição do presidente do Tribunal de
Contas), que projectou as reuniões para a
ceia Natal no dia 9 de Outubro, proponho-
© António Homem Cardoso (2000)
-vos que sigam as regras e vivam sem medo.
Contenção e cuidado, SEMPRE, nunca o
pânico.
Numa leitura rápida e sem dramatismos, leio:
Dia 8/10 – 1.278 casos activos; 10 óbitos;
480 recuperados. Diferença entre os novos
casos e os recuperados: 798 activos.
Dia 9/10 – 1.394 casos activos; 12 óbitos;
647 recuperados. Diferença entre os novos
casos e os recuperados: 747 casos activos.
Dia 10/10 – 1.646 casos activos; 5 óbitos; 639
recuperados. Diferença entre os novos casos
e os recuperados: 1.007 activos. Fonte: DGS.
É apenas uma leitura, a minha, para trazer
água fresca à ebulição das notícias. Há gente
que adoece e gente que recupera.
Apresento-vos agora as últimas
compras.
Faço esta divulgação para vos transmitir que
não sei viver sem aprender, ler, ouvir música,
escrutinar. Pensar pela minha cabeça, além
do martelo das notícias.
Bom fim-de-semana.
Jazz/sinfónica: CD+DVD – Ludovico Einaudi
– “Elements” (special edition, 2016); CD – Stefano
Bollani – “Piano variations on Jesus Christ
Superstar” (2019); CD – Pat Metheny – “From
this place” (2020);
Pop/rock: CD – Fleetwood Mac – “Future games”
(1971); CD – Velvet Underground – “Squeeze”
(1973); CD – Paul Kossoff – “Bach street crawler”
(1973); DVD – Doors – “When you’re strange”
(2010); 2CD+DVD – Nick Mason – “Saucerful of
secrets – Live at the Roundhouse” (2020); CD –
Bruce Hornsby – “Non-secure connection” (2020);
CD – Neil Young – “The times” (2020); CD – Savoy
Brown – “Ain’t done yet” (2020); CD – Waterboys
– “Good luck, seeker” (2020); CD – Killers
– “Imploding the mirage” (2020); CD – Robby
Krieger – “The ritual begins at Sundown” (2020);
CD – The Pretty Things – “bare as bone, bright
as blood” (2020); CD – Soundwalk Collective x/
patti Smith – “Peradam” (2020)
UHF - lançam novo disco
JOAQUIM GALANTE
Para todos aqueles para quem a música faz
recordar momentos nas suas vidas, viajar
num passado distante mas que nos parece
tão próximo e ao mesmo tempo ainda podermos
vibrar com as suas músicas, sentimos
que o passado é um presente com futuro e
que mais ainda estará para vir.
Para eles, os amantes do melhor rock feito
em português em geral e para os fãs em
particular, o duplo CD “Aula Magna – 40
Anos Numa Noite” dos UHF, entra hoje à
venda em exclusivo na página do facebook e
no sítio oficial dos UHF – www.uhfrock.com.
Gravado em Dezembro de 2018, este disco
celebra duplamente essa noite memorável
e os 40 anos da edição do single “Cavalos
de Corrida”. Contém 20 canções, mais duas
do que o concerto exibido pela RTP – em
digipack. Conta com a brilhante actuação
dos convidados Frankie Chavez, João Pedro
Pais, Paulo Furtado e Renato Gomes (ex-UHF
e membro fundador da banda).
Os pedidos também podem ser efectuados
através do e-mail aiemera-lda@sapo.pt, da
produtora dos UHF. Em distribuição no mercado
a partir de 15 de Novembro.
Texto: FOCUSMSN
https://focusmsn.pt
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MEMÓRIA
A guerra que não sai
dentro de nós
CARLOS ESPERANÇA
Fui dos mais medrosos e dos que
menos riscos corri, mas não se
esbate a raiva que há de levar-
-me, a afronta diária que sofro
ao ver transformados os combatentes
que fomos, vítimas da
guerra colonial, em “Heróis do
Ultramar”, na toponímia e nas
estátuas de soldados enormes
com um menino negro aos ombros,
em pseudo-homenagem.
Esta forma insidiosa de reescrever
a História, de branquear
a ditadura, que encontra eco em
quem sofreu a inclemência da
guerra, é a porta por onde passa
à sorrelfa a ideologia de extrema-
-direita, que absolve a ditadura .
Julgam que não sofri ao ver chegar
pacíficos portugueses, alguns
da minha família, que a descolonização
tardia transformou
em refugiados na própria pátria,
alguns em difíceis situações, só
minimizadas pela solidariedade
do povo que somos e soube,
como nenhum outro, integrar!?
Fui recebido em Nampula por
uma prima-direita de meu pai e
marido, funcionários dos Correios
em Nampula, com grande
estima. Quando lhes disse em
1968 ou 69, depois de a guerrilha
se ter estendido a Tete, que
preparassem a vinda, riram-se
e disseram-me que a guerra só
não acabara porque os militares
ganhavam rios de dinheiro, e não
careciam de tropa para se defenderem.
Julgam que não me dói a
hostilidade com que me trataram,
depois do regresso, salazaristas
tardios, por acharem que a independência
das colónias foi obra
dos comunistas com os quais
sempre me conotaram?
Alguém imagina o que sofre um
homem a quem desapareceu um
camarada nas águas revoltas do
Zambeze quando a jangada se
virou e uma centena de pessoas
se afogaram ou desapareceram,
como foi o caso? O que fica na
memória quando outro camarada
que acabara de almoçar à mesma
mesa, exalou o último suspiro
nos seus braços, esmagado pela
Berliet em cujo guarda-lamas
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
Angola, 1962 - no início da Guerra, militares exibem os seus “troféus” decapitados.
Guiné, 1974 - Companhia de Cavalaria 8720/73, em missão de entrega da Guiné.
Foram estes, os últimos homens a abandonar a Guiné-Bissau na noite de 14/10/1974
insistiu sentar-se e mandou o
condutor arrancar, ainda dentro
do quartel?
Por ser amigo de um capataz dos
Caminhos de Ferro, fui indigitado
para lhe prestar a derradeira homenagem,
dar ordem de fogo à
salva de tiros ao civil morto com
uma granada de bazuca, à queima-roupa,
em pleno peito e que
da parte superior do tronco só
ficaram despojos espalhados por
dezenas de metros que a zorra
em que foi emboscado ainda percorreu,
despojos recolhidos com
terra e metidos na urna.
Imaginam como fica a sangrar
por dentro quem, a seguir aos
tiros, viu chegar um velho de
cerca de sessenta anos, a pedir,
por amor de Deus, que lhe
deixasse dar o último beijo na
testa do filho, na altura de fazer
sinal para descer o caixão e, com
lágrimas e o olhar, faz prosseguir
a cerimónia, com o homem ajoelhado
e desfeito?
Pode-se imaginar o que me
doeu ler de um íntimo amigo,
humanista, o único camarada
que encontro com frequência
na mesma cidade, um remoque
ao aproveitamento político que
julgou ver na denúncia do massacre
que ocorreu 13 meses antes
da nossa chegada, na área do
nosso Batalhão, para acabar a
corroborar o que sei ser verdade:
«Porque não referir a acção que o
Múrias [já falecido] e eu tivemos
quando chegámos a Massangulo
no inicio da comissão e demos
com o capitão dos "Kokuanas"
e outros militares, a torturar dois
prisioneiros, pendurados nas traves
do teto, e nós interviemos,
ameaçando o capitão (que mal
conhecíamos) de que o nosso
comandante era contra aquelas
atitudes e que ele corria o risco
de se ver mal, se entregasse os
prisioneiros no Catur, naquele
estado.»
Era preciso serem homens bem
formados para tomarem tão corajosa
atitude junto de um capitão,
que ali estava há muito, por
alferes acabados de chegar, mas
é este silêncio que quase todos
guardamos que nos torna cúmplices
dos que querem silenciar
os horrores de uma guerra e os
crimes de um regime que descartava
a morte das vítimas da
guerra no lacónico telegrama que
a imagem documenta.
Em dezembro perfazem-se 50
anos que saímos da guerra, e a
guerra não sai de nós, nem os
afetos que o degredo, o medo e
a ansiedade exacerbaram. Não
há remoques que os debilitem.
Para o ano lá estaremos os que
ainda pudermos porque são
indestrutíveis os laços que nos
amarram.
P. S. – Tenho hoje mais 15 ou
20 anos do que o velho que era
pai do Martins, o velho a quem
neguei o beijo na testa desaparecida
de um filho que ali tombou
a uma centena de metros
do aquartelamento militar e cujo
estrondo nos sobressaltou.
OPINIÃO
27
Uma vaga ideia do
Estado Novo
Alistamento de crianças, alunos na Mocidade Portuguesa, 1938
MANUEL ARAÚJO
Nunca uma publicação minha teve tantas
partilhas no Facebook, mais de duas mil,
e perto de duas centenas de pedidos
de “amizade”, centenas de “gostos” e
também insultos.
Desconheço se o motivo da partilha foi
o efeito visual da fotografia dos meninos
fardados da Mocidade Portuguesa, ou
o teor dos números oficiais do Instituto
Nacional de Estatística (INE), ou o ódio
à verdade.
Até o site de “fact checking” (verificador
de factos) Polígrafo, talvez com ganas
de desmentir os números, contactou-me
para eu indicar-lhes a fonte do texto.
Após este contacto e a minha explicação,
aguardei que viessem catalogar a
publicação com “pimenta na língua”,
“falso” ou “verdade”, como é costume,
mas isso não aconteceu.
Como digo no texto, é claro que o povo
português em 2020, não está ainda a
viver como desejaria, há muitos problemas,
mas não podemos comparar o
tempo actual, com o tempo miserável e
criminoso do “antigamente”, que muitas
pessoas da minha idade viveram na pele,
que é isso que está em causa.
Muitos jovens não sabem, e talvez nem
nunca entenderão o que a minha geração
e a anterior passou realmente para
chegarmos aqui. Muitos desses críticos
possuidores de “canudos” universitários,
podem hoje opinar, e insultar livremente
quem lhe deu a Liberdade, sem medo de
ser presos e até podem “armar-se ao pingarelho”
e demonstrar também o quanto
ignorantes e burros são.
É certo que Portugal está ainda atrás de
alguns países europeus em muitos aspectos,
mas para o trabalhador, muito
mudou nestas décadas pós-25 de Abril;
Liberdade, igualdade de direitos, direito
à greve, liberdade sindical, direito de
associação e manifestação, protecção
do emprego, universalização do direito
à saúde e segurança social, direito a um
subsídio de desemprego etc...
Eis o texto em questão:
Uma vaga ideia do
Estado Novo
Para terem uma vaga ideia do que era realmente
o Estado Novo, deixo-vos aqui alguns
números oficiais do Instituto Nacional de
Estatística:
- O PIB per capita a preços constantes, em
1960, era de 3.682 euros. Em 2016 era de
18.061 euros (https://cutt.ly/DgfYVuS) - (corrigido)
- A mortalidade infantil era de 55,5 por mil
nascituros, em 1970. Em 2015 era de 2,9 em
cada mil nascituros.
- Em 1970, sofriam de tuberculose 131,8 portugueses,
em cada cem mil. - Em 2016 eram
17,7 em cada cem mil.
- Em 1970, havia 94 médicos para cem mil
habitantes. Em 2016 havia 486 médicos para
cem mil habitantes.
- Em 1970, havia 159 enfermeiros para cada
cem mil habitantes. Em 2016 eram 673 para
cada cem mil habitantes.
- Em 1970, quase 26% dos portugueses eram
analfabetos. Em 2015 eram ainda 5,2%.
- Em 1972, o Estado gastou com a educação
de cada português 2,6 euros. Em 2016 gastou
695,1 euros, por cada português.
- Em 1960, a Segurança Social e a Caixa Geral
de Aposentações pagou 119.586 pensões.
Em 2016 foram 3.637.341 pensionistas que
receberam a sua merecida reforma.
Perante a frieza destes números, custa a
entender porque há cada vez mais pessoas,
algumas mesmo miseráveis, que suspiram
pelo regime fascista, onde apenas os ricos,
viviam decentemente.
Antes de 1974 como é sabido, os portugueses
não votavam livremente, não podiam
manifestar as suas ideias e opiniões em público,
não podiam criticar o Governo e se o
fizessem, podiam ser presos ou desterrados.
O portugueses não podiam sequer organizar-se
livremente em partidos e outras organizações
sociais e os jovens eram obrigados
a participar numa guerra estúpida.
Hoje somos livres, temos uma Democracia
adulta e é visível que o povo português
ainda não está a viver como desejaria e o
descrédito mantém-se em relação ao futuro.
Não obstante esse desagrado, não podemos
comparar o tempo da escravatura, da fome,
do arbítrio, deportação, censura e opressão
do Estado Novo, com o tempo de hoje, e
quem o fizer só poderá ser por má-fé, ou
ignorância do que foi realmente o Fascismo
da mais tenebrosa, estúpida, retrógrada ditadura
da Europa, marcada pela máxima
“orgulhosamente sós” .../...
- Excerto do meu livro - “A Mala - de Braga
a Caldelas, via Olossato e Zurique“
ADENDA:Porque este texto que publiquei
acima, causou imensa ”urticária” a saudosistas,
deixo-vos aqui, mais uma comparação
de Portugal, antes e depois do 25 de Abril:
https://bit.ly/2H6lhb6
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
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CRÓNICA
Um homem que morre em nome
da liberdade nunca morre em vão
LUÍS OSÓRIO
1.
Eram 15 horas e o professor
Samuel Paty preparava-se
para dar uma aula de cidadania.
Estava visivelmente cansado,
o que alguns colegas terão
ligado à polémica em que
se envolvera uns dias antes.
O idealista Samuel mostrara a
uma das suas turmas de miúdos
da Escola Secundária de
Saint-Honorine, nas cercanias
de Paris, algumas caricaturas
de Maomé com o objetivo de
fazer pensar os seus miúdos
acerca dos limites da liberdade.
Samuel estava cansado e
aborrecido com o curso das
coisas. O que fora feito para
despertar o pensamento crítico
e o obscurantismo fora
mal compreendido por alguns.
Recebera ameaças, nada de
muito complicado confessara
a colegas, mas ainda assim
incómodo.
Eram 15 horas e faltavam duas
para a sua hora de saída. Mais
120 minutos e poderia voltar
para casa onde o filho de 5
anos o esperava para mais um
fim-de-semana em família.
1a.
Um adolescente de 18 anos
estacionou no portão da escola
às 15 horas em ponto.
Chamava-se Abdouallakh Anzorov
e com ele estavam dois
miúdos – um com 13 e outr
com 14 anos. Uns minutos o
jovem dera 500 euros a cada
um dos miúdos para o ajudarem
a identificar o professor
que mostrara cartoons do profeta
numa sala de aula.
2.
Samuel Paty usou o seu intervalo
para estar um bocadinho
consigo próprio.
Pode ter pensado em algum
pormenor da aula, no tanto
que tinha para fazer, num livro
que lhe apetecia escrever
sobre os jovens e a liberdade
neste tempo de paradoxos e
fanatismos ou até, quem sabe,
sobre uma carreira de professor
que o levara até àquele subúrbio
de Paris.
Coisas da vida…
Durante toda a juventude ambicionara
fazer uma carreira
académica na Sorbonne, a
universidade das universidades
para quem pensa no ser
humano como o centro de todos
os paradoxos e oportunidades.
Ou então, naquele curto intervalo,
Samuel ter-se-á limitado
a comer uma baguete de qualquer
coisa ou a beber um café.
Eram 16 horas…
2a.
A mesma hora em que um jovem
checheno, no portão da
escola, começava a ficar inquieto
e a pressionar os seus
jovens bufos.
O professor que ele queria
não era nenhum dos que tinham
saído naquele intervalo.
Os seus informadores, menos
animados do que no instante
em que guardaram os euros,
começaram a ver a vida a andar
para trás. Será que se o
professor não aparecesse teriam
de devolver o dinheiro ao
maluco?
3.
Samuel Paty arrumou a sua
mala e saiu da sala de aula às
17 em ponto. Atravessou o recreio,
acenou a um ou a outro
colega e parou para responder
a uma dúvida de uma aluna
mais diligente.
Visivelmente contente pelo fim
de uma extenuante semana dirigiu-se
por fim ao portão.
3c.
Os dois miúdos, aliviados, informam
Anzorov
“É aquele!”
“Está ali”.
4.
Samuel está entretido nos
seus pensamentos. Desce a
rua, atravessa para um outro
passeio, acelera o passo.
Alguém lhe grita.
“Professor”
4d.
O jovem checheno puxa de
uma navalha afiada.
Está apenas a uns metros do
seu alvo, um homem que ele
nunca vira até àquele preciso
instante.
Grita…
“Professor”
5.
Samuel Paty vira-se e vê um
jovem praticamente colado a
si.
Sente a dor de uma faca a espetar-se
no seu corpo.
5a.
O jovem fanático esfaqueia o
professor.
Agarra-lhe na cabeça e começa
a degolar o professor.
Há sangue por todo o lado,
mas ele não para.
Vai até ao fim.
Só para quando a cabeça de
Samuel se separa do corpo.
Pega então no telemóvel e tira
fotografias ou filma. Coloca
tudo online.
E desde a rua.
Eram 17 horas e uns minutos.
6.
Samuel Paty não voltou à escola
Secundária de Saint-Honorine
nos dias que se seguiram
à tragédia.
Por isso não sabe…
… mas milhares e milhares
de pessoas desceram às ruas
francesas para o celebrar.
E o seu corpo pôde, por fim,
ser celebrado também na Sorbonne
– celebrado como um
dos professores mais emblemáticos
da história da universidade
apesar de nunca lá ter
dado aulas.
Um dia, numa qualquer sexta-feira
de tarde, daqui a muitos
anos, o seu filho hoje com
cinco anos, perceberá (estou
certo) que a morte do pai não
aconteceu em vão. Um homem
que morre em nome da liberdade
nunca morre em vão.
6a)
O adolescente de 18 anos foi
abatido pela polícia.
É provável que não tenha conhecido
Deus.
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OPINIÃO
29
Não gosto de que me decapitem
CARLOS ESPERANÇA
A decapitação do professor de História
que exibiu na aula as caricaturas de um
beduíno amoral, que criou uma religião
de fanáticos através do plágio grosseiro
do judaísmo e cristianismo, conduziu à
sua decapitação por um fascista islâmico.
Quando um manual terrorista conduz
à violência assassina, tal como o Mein
Kampf, na política, é a civilização que
fica em perigo e a liberdade de expressão
coartada.
A morte do professor Samuel Paty, em
França, é a metáfora do Islão dito radical,
como se houvesse outro, como se
os versículos não fossem os do Antigo
Testamento, os que os patriarcas tribais
da Idade do Bronze, atribuíram ao suspeito
que inventaram – Deus.
Os europeus esqueceram as sangrentas
guerras religiosas, o caminho percorrido
com a Reforma, Renascimento, Iluminismo
e Revolução Francesa, a Guerra dos
Trinta Anos e a paz de Vestefália, e os
mortos que a precederam, e os que ainda
houve depois.
Foi a repressão política sobre o clero
que permitiu a laicidade, um valor que
se sobrepõe às legítimas crenças, que
não conduzam à violência, caso em que
a defesa da civilização deve combatê-
-las. A cruzada contra os Albigenses, a
teocracia calvinista de Basileia, ou, mais
recentes, a Cruzada de Franco contra a
República e o terrorismo do IRA, deviam
estar na memória como vacina da patologia
beata contra a paz e a liberdade.
Na Europa, há recorrentes manifestações
de vingança de uma civilização decadente
que pretende impor pela força
a religião identitária que a preservou na
Idade Média.As religiões têm de aceitar
o direito às crenças, descrenças e anti
crenças alheias, todos somo ateus em
relação à religião dos outros. Exigir o
respeito pela laicidade e liberdade de
expressão é proteger os princípios cívicos
e democráticos da nossa civilização,
que fez da Europa a vanguarda da defesa
dos Direitos Humanos.
Há 150 anos, ainda Pio IX excomungava
o panteísmo, o naturalismo, o racionalismo,
o indiferentismo, o socialismo, o
comunismo, a maçonaria, o judaísmo, as
outras igrejas cristãs, enfim, o livre-pensamento
e todos os livres-pensadores.
Era um talibã romano, a cabeça tortuosa
que produziu a encíclica Quanta Cura,
com o famoso Syllabus errorum.
A Europa foi capaz de amansar a violência
papal, e não será capaz de impor o
código de conduta democrática a todas
as ideologias, políticas, religiosas ou outras?
Os muçulmanos podem dilatar as rezas,
jejuns e genuflexões, virados para Meca,
e odiar o toucinho, não podem estimular
o terrorismo ou a lapidação, a pedofilia,
a poligamia, a excisão do clitóris, a decapitação
dos infiéis e as malfeitorias de
que são capazes em nome do Deus que
outros inventaram e eles tornaram mais
sádico.
Não gosto de que me decapitem.
Solidário com Samuel Paty, mártir da liberdade,
publico caricaturas de um jornal
que os beatos não toleram.
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30
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CRÓNICA
31
CORAÇÃO DE MANTEIGA
ALICE VIEIRA
Não sei se há caras normais, não sei sequer
o que é uma cara normal, mas ele tinha
uma cara normal. Lembro-me de ter pensado
isso quando olhei para ele depois de
tudo –muito calmo, como se nada se tivesse
passado.
A sala de espera de um consultório é aquele
estranho lugar onde geralmente ficamos
em dia com as desgraças, amores e desamores
de gente certamente muito importante
porque as suas fotografias
enchem páginas e páginas das
revistas, mas de quem nunca
ouvimos falar.
Eu então, que não vejo telenovelas
e, da televisão, só vejo a
RTP-Memória e o Fox Crime,
não conheço 90 por cento das
pessoas que enchem aquelas
páginas.
Às vezes, no final, reparo que
aquelas revistas já têm mais de
um ou dois anos, mas isso que
importa, o tom de irrealidade é
o mesmo, e o que é preciso é
que a gente fique mais calma
para enfrentar o que nos espera
quando a empregada abrir
a porta e chamar pelo nosso
nome.
O rapaz tinha sido chamado antes de mim
e confesso que nem tinha reparado nele.
Mas ali estava ele de novo, agora com um
ar muito preocupado ,a perguntar se alguém
tinha visto a carteira, só podia estar ali, ele
lembrava-se até de a ter aberto , por isso
tinha de estar ali.
Mas ninguém tinha visto a carteira.
Ao balcão, um homem apressava-se a pagar
a conta, abanou a cabeça, também não a
tinha visto, e saiu.
Na sala, levantámo-nos todos, revirámos
almofadas dos sofás, olhámos por todos
os cantos, e nem rasto.
O rapaz garantia que só podia estar ali, o
que nos tornava a todos suspeitos.
”Devo tê-la deixado cair aqui”, repetia ele,
aflito, a carteira tinha, segundo afirmava, os
cartões todos e muito dinheiro, “e agora?”
A empregada garantia que a sala não tinha
buracos, se ele a deixara ali, ali tinha de
estar,.
Mas o pior é que não estava, e o rapaz olhava
para cada um de nós , e nós olhávamos
uns para os outros como se fôssemos cúmplices
de coisa nenhuma.
–Tenho de ligar para casa, a pedir que me
tragam dinheiro — murmurou , tirando o
telemóvel do bolso das calças.
É então que a porta da rua se abre e regressa
o outro homem, o que acabara de
pagar a conta ao balcão.
Tem uma carteira na mão e, com maus modos,
estende-lha:
–Tome lá.
O rapaz olha e nem pergunta nada,
não percebe o que aconteceu.
O outro encolhe os ombros e diz:
–Esta semana já me roubaram três
vezes. Por isso há bocado, quando
vi a sua carteira caída no chão, decidi
que me ia vingar. Mas quando
cheguei à rua vi que você tinha muito
dinheiro e uma data de cartões e
ainda podia arranjar uma data de
chatices, e olhe, arrependi-me.”
O rapaz pegou na carteira e correu
escada abaixo.
O outro encolheu outra vez os ombros,
olhou para nós todos como se tivesse
feito uma coisa absolutamente normal, e
murmurou:
–O meu mal é ter um coração de manteiga
Abriu a porta e saiu.
E a empregada até trocou o nome do doente
seguinte.
VENDO VIVENDA
em Amares - Braga
Quatro quartos, duas casas de banho,
fundos amplos, pavilhão para
eventual negócio, implantada num
lote de terreno de 1400m2, em zona
de bons acessos, calma e verde,
perto de tudo.
195.000 euros
Trata e vende o proprietário:
Sr. Costa - (00351) 965 038 789
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32
OPINIÃO
Julian Assange
vai morrer sozinho?
PEDRO TADEU (*)
Julian Assange chegou a ter estatuto de
herói pop. O homem que criou o Wikileaks
para receber de forma segura informações,
de fontes anónimas, com interesse
jornalístico, divulgou documentos e
vídeos a provar crimes de guerra cometidos
pelos Estados Unidos da América,
no Iraque e no Afeganistão.
Toda a imprensa mundial, graças a Assange
e ao seu site, divulgou em 2010 as imagens
terríveis de massacres de civis inocentes,
cometidos três anos antes.
Foi uma comoção no mundo e foi a desoladora
prova concreta da hipocrisia das nações
que se desculpam com a defesa dos direitos
humanos para intervir noutros países.
No mesmo ano, o jornal espanhol El País, o
alemão Der Spiegel, o francês Le Monde, o
britânico The Guardian e o norte-americano
The New York Times juntaram-se para trabalhar
mais de 250 mil documentos fornecidos
pelo Wikileaks. Dessa vez os dados provaram
inúmeros casos de corrupção na diplomacia
mundial e desmascararam intervenções abusivas
de países poderosos na vida interna
de outros países.
Em 2016 o Wikileaks divulgou e-mails da
então secretária de Estado norte-americana,
Hillary Clinton, que revelavam que o objectivo
da guerra da NATO contra a Líbia tinha, mais
uma vez, pouco a ver com direitos humanos
e democracia mas, em contrapartida, tinha
muito a ver com a vontade de impedir que
este país tentasse criar uma moeda pan-africana
alternativa ao dólar e ao franco usado
em 14 ex-colónias africanas da França. Mais
uma vez toda a imprensa mundial utilizou,
alegremente, essa informação.
Sim, o australiano Julian Assange foi entusiasticamente
aplaudido pela generalidade
da imprensa ocidental, foi inúmeras
vezes apontado como
campeão da liberdade
de expressão, foi mostrado
como exemplo de
modernidade eficaz no
combate pela transparência
no mundo. Se
formos ler os jornais da
altura, até parecia que
Assange, sozinho, ia
revolucionar o governo
mundial.
Nos dias de hoje quase
ninguém fala de Julian
Assange. Quando
os Estados Unidos decidiram capturá-lo,
a polícia sueca tentou prendê-lo por um
suposto caso de violação sexual. Assange
refugiou-se em 2012 na embaixada do
Equador em Londres e ficou lá a viver até
ao ano passado. Entretanto a acusação a
Assange não foi provada, mas o fundador
do Wikileaks teve azar: é que o governo no
Equador mudou e o novo presidente do país,
Lenin Moreno, amigo dos Estados Unidos,
decidiu entregá-lo à polícia inglesa.
Apesar de uma missão da ONU ter declarado
a detenção ilegal, uma vez que a acusação
sueca de abuso sexual tinha caído,
a verdade é que Assange está preso por
uma suposta falta a uma convocatória de
um tribunal inglês.
Neste momento uma juíza decide se ele vai
ser extraditado para os Estados Unidos.
onde terá de cumprir uma pena de prisão de
175 anos, anunciada ainda antes de qualquer
julgamento nos tribunais norte-americanos
ter começado.
No julgamento em Inglaterra, Assange tem
de estar dentro de uma gaiola de vidro e
não pode falar, não pode comunicar com
os seus advogados e, ao contrário de todos
presos da Grã-Bretanha, não foi submetido
a medidas de proteção contra o coronavírus.
O relator especial das Nações Unidas, Nils
Metzer, já disse mesmo que Assange está
a ser submetido a tortura psicológica. Há,
também, informações de que o ativista está
debilitado, sofre de depressão e alimenta
tendências suicidas. O antigo herói-pop
pode acabar por morrer sozinho.
(*) TSF
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
SOCIEDADE
33
O FUTURO DO AMOR
NELSON S LIMA
Na minha vida, o amor foi sempre um
tema presente por boas e por más razões.
Julgo que, neste capítulo, não sou diferente
dos outros humanos. Fui feliz e infeliz,
também. É que, como todos sabemos, o
amor pode ser gerador de sentimentos
menos bons. Um amor não correspondido,
por exemplo, dá origem a decepção
e sofrimento. Isto não é novo. Sempre foi
assim em todos os tempos.
O problema actual é outro. Os humanos
parecem estar a perder a capacidade de
amar! Ou melhor, são capazes de amar
mas dedicam‐se menos ao amor. Tenho
reparado que as pessoas amam cada vez
mais à distância por telemóvel, por Internet,
em solidão e em silêncio. Na verdade,
correspondem‐se uns com os outros, avidamente,
teclando. Mas vão perdendo o
sentido das prioridades.
Muitas pessoas comunicam por necessidade
de comunicar, de estarem conectadas
aos outros, mais para se fazerem ouvir
(ou ler) do que para ouvirem e lerem os
outros. No amor parece estar a acontecer
o mesmo.
Nas famílias atuais, as pessoas passam
mais tempo a ver televisão, a teclar no
computador ou no “smartphone”. Para
além de que passam mais tempo com os
colegas de trabalho do que com os filhos
ou com o seu companheiro. O cenário é,
neste capítulo, decepcionante. Não é por
acaso que as famílias estão a desestruturar‐se,
aumentam os divórcios e os conjugues
vivem cada um no seu mundo.
O amor é um sentimento multi-focal. É,
segundo a psicologia, uma confluência de
paixão, intimidade e união. Está ligado a
numerosas emoções e influencia os comportamentos.
O amor, ele próprio, combina‐se
com sentimentos de fundo como a
excitação, o bem‐estar, o entusiasmo e a
harmonia.
O amor influencia também o estado do
nosso Eu (nas suas dimensões espiritual,
psíquica e física) e pode contribuir para
o enriquecimento da auto-estima. O que
quer dizer que, na ausência do sentimento
do amor ou na sua falta de correspondência,
o nosso psiquismo pode falhar, sofrer
rupturas e provocar sentimentos de frustração,
desânimo, tristeza e depressão.
O ser humano está predisposto geneticamente
para amar e ser amado porque é
um animal profundamente social, envolvido
em múltiplas redes de relações (familiares,
comunitárias, laborais, etc.).
Os sentimentos têm servido ao Homem
para o influenciar na sua percepção de si
e do mundo e a levá‐lo a agir no e sobre
o mundo. O amor, em particular, é um estimulante
poderoso (motivador) da acção.
Já a falta de amor e afecto conduz à inacção.
Amor em mudança
O desenvolvimento da capacidade de
amar depende de factores históricos, culturais
e familiares. O amor, hoje, é diferente
de épocas passadas. Por exemplo, no
período do Romantismo (final do século
18 e grande parte do século 19), o amor
estava associado à paixão - um sentimento
intenso, contemplativo e subversivo.
Era sentido como emancipador, mesmo
que trágico como na história de Romeu e
Julieta.
Actualmente, o amor é mais dominado
pela racionalidade. O amor já não provoca
escravidão como à época do Romantismo.
O sofrimento é mais limitado nas
suas consequências e não amar para toda
a vida já não constitui um drama para a
maioria das pessoas.
O amor romântico extremo, fantasista, por
exemplo, ainda que procurado por muitas
pessoas, não passa actualmente de um
mito. «A paixão de hoje é mercadoria de
consumo. Não tem mais a ver com o destino,
com os riscos, com o enfrentamento»
- escreveu Renato Ribeiro, professor
titular de Ética e Filosofia Política.
As transformações sociais modificaram
um pouco a forma como o amor é percebido,
sentido e gerido. O modo de amar
depende muito das aprendizagens sociais
nos primeiros anos de vida. Num mundo
em que aumentam os divórcios entre casais,
os filhos ficam menos preparados
para relacionamentos amorosos duradouros.
Por outro lado, actualmente, ensina‐se
mais sobre as relações sexuais do que sobre
as relações amorosas. Os jovens sabem
mais sobre sexo do que sobre amor.
E isto influencia o seu comportamento no
mundo.
É de prever que no futuro, os divórcios
possam aumentar e a própria instituição
do casamento, tal como a conhecemos
hoje, desapareça. Aliás, já há casos de
paixões com “humanos virtuais” que
mais não são do que robôs alugados ao
mês. Em 2005, a empresa Artificial Life, de
Hong-Kong, criou uma “namorada virtual”
de nome Vivienne, com quem os homens
podiam conversar e partilhar “sentimentos”
mediante o pagamento de uma mensalidade.
Vivienne era, obviamente, um programa
de computador mas a “moça” teve milhões
de “namorados” e muitas esposas
foram traídas da forma mais inesperada
possível.
Professor de Neurociência
- https://bit.ly/3jlGc6P
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
34 HUMOR “Quem não sabe rir, não sabe viver”
Einstein sobre a América
Albert Einstein, o pai da Teoria da
Relatividade, apesar do asilo que os
Estados Unidos lhe concederam quando
ele deixou a Alemanha perseguido
pelos esbirros nazis, nunca se mostrou
muito indulgente para com o país que
o acolheu: Os Estados Unidos - dizia
ele - fornecem o melhor exemplo de
um povo que passou da barbárie à
decadência sem nunca ter passado
pela civilização..
Português
- Bom dia Francisco! Onde é que tu
vais assim tão lesto, aperaltado, circunspecto
e assaz atribulado?
- Porra Zé, eu ia ao WC, mas se não
me explicas o que queres dizer, vou ter
que procurar um dicionário!
Não entendo...
A minha vizinha ficou zangada comigo,
só porque quando a vi a sair de casa
de vassoura na mão, disse-lhe que
devido à Pandemia, os voos estavam
suspensos até final de Maio...
Num estabelecimento
O patrão de uma casa comercial, preocupado
com a pouca higiene de um dos seus
empregados decidi chama-lo a atenção:
Agradecia que se apresentasse neste
esta belecimento com um pouco mais
de higiene. No quero voltar a ve-lo nesse
estado, com a barba por fazer!
É que, cu decidi deixar crescer a barba
responde o empregado timidamente
Pois se decidiu, o problema é seu pode
deixá-la crescer, mas fora das horas de
serviço!.
Entre compadres
Viva compadre! Como vai?
Assim, assim, não me sinto lá muito bem!
Não me diga! O senhor, no entanto, parece
trazer, uma montanha de saúde em
cima dos seus cento e vinte quilos!.
-Sim, a saúde é boa, quanto a isso não
tenho por que queixar-me. É o apetite,
sabe. É o apetite. Quanto mais como,
menos fome tenho...
Vamos ter calma
Temos que nos manter em quarentena
com calma, pois já há
registo de pessoas que estão a
ficar malucas por estarem confinadas
em casa!
Estava a comentar sobre isso
ainda há pouco com o microondas
e com a torradeira, enquanto
tomava o meu café! E não é que
os três concordamos com esta
situação!
Não comentei nada com a máquina
de lavar, porque ela distorce
tudo...
Muito menos com o frigorífico,
devido à sua frieza...
Com a televisão ou a ventoinha
nem pensar. Uma fala demasiado,
a outra espalha tudo pelos quatro
cantos.
Ainda pensei em pedir a opinião
da panela de pressão, porém
como ficou logo nervosa e começou
a bufar, desisti
Restava-me o fogão, mas com
quatro bocas nem quis arriscar.
Valha-me o ferro que me acalmou
dizendo “Que tudo vai Passar...”
Baptista Soares
(Endireita)
MASSAGISTA TERAPEUTA DE RELAXAMENTO
MUSCULAR DESPORTIVO
MASSEUR UND KÖRPERTHERAPEUT
KLASSISCHE SPORT UND RELAX MASSAGEN
Zürichstrasse 112, 8123 Ebmatingen
Natel 078 754 18 31
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CULTURA
35
Palavras Cruzadas
Por
PAULO FREIXINHO
HORIZONTAIS
1. Dia de São Martinho, lume, (...) e vinho.
3. Água-pé, castanhas e vinho faz-se uma boa
(...) pelo S. Martinho.
6. A cada (...) vem o seu S. Martinho.
7. (...) de S. Martinho são três dias e mais um
bocadinho.
8. Se o (...) não erra caminho, tê-lo-ei pelo São
Martinho.
11. Dia de São Martinho, fura o teu (...).
13. No (...) o Sol tem sono.
14. Pelo São Martinho, nem (...), nem vinho.
16. Do São Martinho ao Natal, o médico e o boticário
enchem o (...).
17. Pelo São Martinho, todo o (...) é bom vinho.
Verticais:
1. Mais vale um (...) do que um saco com dinheiro.
2. No dia de São Martinho, vai à (...) e prova o
vinho.
4. Dia de S. Martinho, prova o teu (...).
5. Pelo S. Martinho engorda o teu (...).
9. Se queres pasmar teu (...), lavra, sacha e esterca
pelo São Martinho.
10. (...) em Outubro que S. Martinho to dirá.
12. Pelo São Martinho, mata o teu porquinho e
semeia o teu (...).
15. Quem planta no Outono, leva um ano de (...).
Soluções na página 37 8
Um site que é uma referência
Adepto das Redes Sociais e dos blogues, Paulo Freixinho, juntamente
com um amigo de infância, admirador do seu trabalho, relançou este
ano o seu site onde é possível fazer Palavras Cruzadas online.
Juntos, pretendem criar um site que seja cada vez mais uma referência,
já apelidado como “Um Paraíso para Cruzadistas”.
Experimente: WWW.PALAVRASCRUZADAS.PT
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
36
LITERATURA
VCARMINDO
DE CARVALHO
Ghttps://www.fa-
cebook.com/carmindo.
carvalho
Liberdade
Liberdade é quando posso
Esquecer o relógio e não tenho
Que me enfiar
Numa poluída fábrica.
Quando posso
Livremente sair
E ver a vida
A fluir
No sol a raiar.
Liberdade é ir daqui
E para ali
Como quiser
Quando quiser
Sem ter de dar cavaco a ninguém
Como o pardal que vai e vem.
Liberdade é quando posso
Ser como um cavalo
Que escoiceia
E cavalga solto
Ao vento.
Sem peias
Nem grilhetas.
Liberdade é e sinto
Que sou livre quando o teu
calar
Permite o meu falar
E depois juntos ouvimos o
som do silêncio.
Liberdade é e está no voar
Suave do falcão
Do milhafre no seu planar
Da águia altaneira na função
De caçar.
Liberdade é e está no respeito
Do poder ser eu.
No poderes ser tu.
Sem atritos
Nem atropelos.
Cada qual ser como é a seu
gosto
Mais um na diversidade
No meio de um lugarejo
Vila ou cidade.
Outubro, 2020
VEUCLIDES
CAVACO
Este Povo que nós somos
Ghttps://www.face-
book.com/euclides.cavaco
Nós somos de Viriato, o Lusitano
Descendentes de heróis e heroínas.
Nós somos de Afonso, o soberano
Herdeiros da Pátria das cinco quinas.
Nós somos dinastias duma história
Que encerra oito séculos de epopeias.
Nós somos das batalhas, a glória
E Homeros de outras tantas Odisseias.
Nós somos oceanos e as marés
Onde ousado navegou o nosso Gama.
Nós somos marinheiros e as galés
Que deram ao Império a grande fama.
Nós somos a aventura e a coragem
Sem medo de qualquer Adamastor.
Nós somos o padrão dessa viagem
Que passou para além do Bojador.
Nós somos os heróis de mil facetas
Descobridores do mar sem fim, a majestade.
Nós somos a voz desses poetas
Que rimaram génio Luso com saudade
!…
Nós somos as estrofes de Camões
Orgulhosos do presente e do passado.
Nós somos o eco das gerações
Que com alma deram vida e berço ao
fado.
Nós somos as memórias do Infante
De Eanes, Magalhães e de Cabral.
Nós somos Este Povo Fascinante…
Desta Pátria que se chama Portugal !…
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PASSATEMPO
37
Novembro 2020
01 DOM Dia de Todos os Santos
02 SEG Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos
Crimes contra Jornalistas
03 TER Dia da Dona de Casa
04 QUA Dia Mundial dos Materiais
04 QUA Dia de Consciencialização do Stress
05 QUI Dia Mundial do Cinema
06 SEX Dia para a Prevenção da Exploração do Ambiente
em Tempo de Guerra
07 SÁB Dia Internacional da Preguiça
09 SEG Dia Mundial do Órfão
09 SEG Dia Internacional Contra o Fascismo e o Anti-
-Semitismo
11 QUA Dia do Armistício
12 QUI Dia Mundial da Pneumonia
14 SÁB Dia Mundial da Diabetes
15 DOM Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa
15 DOM Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada
15 DOM Dia do Escritor Preso
16 SEG Dia Internacional da Tolerância
16 SEG Dia Nacional do Mar
17 TER Dia Mundial do Não Fumador
18 QUA Dia do Ocultismo
18 QUA Dia Europeu do Antibiótico
18 QUA Dia dos Sistemas de Informação Geográfica
19 QUI Dia Mundial da Casa de Banho
19 QUI Dia Internacional do Homem
20 SEX Dia Internacional dos Direitos das Crianças
21 SÁB Dia Mundial da Televisão
21 SÁB Dia Mundial do Olá
21 SÁB Dia Europeu da Fibrose Quística
23 SEG Dia Pelo Fim da Impunidade
23 SEG Dia de Fibonacci
24 TER Dia Mundial da Ciência
24 TER Dia Nacional da Cultura Científica
25 QUA Dia Internacional para a Eliminação da Violência
Contra as Mulheres
27 SEX Black Friday
27 SEX Dia de Não Comprar Nada
29 DOM Dia Internacional de Solidariedade com o Povo
Palestiniano
29 DOM Início do Advento
30 SEG 4.º Eclipse Lunar Penumbral
30 SEG Dia da Segurança do Computador
30 SEG Cyber Monday
Sabia que...
A cada minuto, cerca de 72 horas
de conteúdo são enviadas ao site
de vídeos do Youtube.
Estima-se que, a cada ano, o monte
Everest cresça 4 milímetros.
Durante o fenómeno Super-lua, calcula-se
que o diâmetro lunar possa
aumentar em até 14%.
Há uma lâmpada que permanece
ligada continuamente há mais de
113 anos na cidade de Livermore,
na Califórnia.
O cérebro humano é formado por,
aproximadamente, 75% de água.
O cachorro-quente é uma invenção
alemã do século XV.
Alguns animais, como os cangurus,
não páram de crescer mesmo atingindo
a idade adulta.
SOLUÇÕES
Novembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
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HORÓSCOPO
Novembro
RV - JOANA ARAÚJO (*)
CARNEIRO
- Novembro será para você um mês
gerador de energias profundas. Na
verdade, o quadrante de Marte em
seu signo apoia o quadrante de Plutão
e vai gerar circunstâncias que
levam você a agir de maneira radical
e até mesmo cortante. Sua emotividade
parecerá reduzida, ao passo
que você irá simplesmente escutá-la
menos. É preciso ficar de olho para
não favorecer sua vida profissional
em detrimento da vida a dois ou em
família, pois isso pode levar você a
sabotar os esforços produzidos no
último mês de Agosto.
GÉMEOS
- A oposição do Sol este mês fará
com que você encontre pessoas
realmente diferentes das que você
convive normalmente, o que vai abrir
seus horizontes de maneira radical.
Essas influências vão despertar em
você novas ideias que vão arejar seu
quotidiano e também impulsionar a
construção de novos projectos. A
partir do dia 17, os aspectos de Mercúrio
suscitam a vontade de partir e
se desvincular de alguns hábitos, às
vezes até de maneira espectacular.
Tenha tacto com os seus familiares
próximos, a embriaguez de sua vida
social não será do agrado de todos
do seu clã.
LEÃO
- Este Novembro será feito de sucesso
e de vitórias que, pequenas ou
grandes, vão-lhe ajudar a estabilizar
seus projectos. Etapas anteriores
serão concluídas e lhe mostrarão
seus objectivos mais de perto. O
optimismo aumenta e abre todas as
grandes portas em sua vida social
para novas relações, extremamente
férteis em possibilidades de futuro.
É especialmente a partir do dia 17
que você irá viver uma renovação de
trocas que mudarão suas actividades
habituais de maneira agradável.
Sua vida familiar se mostra sere- na,
sem grandes mudanças, diferente da
sua vida social e com amigos, que
vai inevitavelmente ficar apimentada.
BALANÇA
- Sua vida vai assumir um desenrolar
positivo neste mês se você aceitar
avançar rumo ao desconhecido, ao
inédito e ao estrangeiro, no sentido
amplo do termo. Os influxos de
Marte em quadrante com seu signo
vão aprimorar suas fantasias, o que
permitirá a você se destacar, sair
da casinha, especialmente no âmbito
social. Apesar disso, evite ser
muito zeloso, principalmente com
seus chefes, o que lhe aguarda é o
inesperado se você se deixar levar
por gracejos que incomodam autoridades
externas. Atenção também
em família para manter seu senso
de tacto e compromisso para evitar
discórdias, avance com calma.
SAGITÁRIO
- Novembro será para você sinónimo
de facilidade nas percepções,
de introspecção e de balanços que
irão clarear sua visão de futuro. Os
influxos de Marte na sua Casa dois
simbólica vão estimular suas ambições
e proporcionar ousadias férteis
para assentar sua situação material
e financeira de maneira mais sólida.
Você terá a resiliência de utilizar seus
recursos interiores para transformá-
-los em dinheiro vivo ou para realizar
economias substanciais. Sua vida
sentimental estará agitada durante
as duas primeiras semanas.
AQUÁRIO
- O mês de Novembro levará você
a acções radicais, sobretudo durante
as três primeiras semanas. Os
influxos do Sol em quadrante com
sua constelação reforçam o quadrante
de Saturno, o que provoca
riscos de tensões. Sua maneira de
se expressar geral- mente parece
não ter apelo, o que pode ser a fonte
de reacções enérgicas com seus
inter- locutores. Sua vida profissional
lhe parecerá arrastada no dia-
-a- -dia. Você irá se interessar por
novos projectos e, neste mês, sua
curiosidade será a fonte do sucesso
para o próximo outono. Proteja-se
de tormentas emocionais que relembram
as limitações do passado,
e aproveite esse vento de liberdade
que a favorece
TOURO
- O trânsito do Sol em oposição a
seu signo permite que você se afaste
um pouco de seus projectos, reduza
a dedicação do quotidiano a detalhes
e se lance com mais facilidade
rumo às alturas que permitem uma
verdadeira reflexão de base. Mas o
trânsito de Vénus em sua constelação
vai dar um gás positivo em sua
vida afectiva e trazer emoções fortes!
A oposição de Saturno, no entanto,
pode levar você a cometer excessos
que não devem ser confundidos
com paixão. Sua vida financeira vai
passar por uma onda de sorte que
se traduzirá na facilidade de conseguir
bons contactos, desvendar
bons negócios.
CARANGUEJO
- Neste mês, você deverá ajudar
e acompanhar alguns conhecidos
em mu- danças necessárias para
a evolução deles. Isso talvez tenha
o impacto de lhe fazer apreciar ainda
mais a estabilidade de sua vida,
mesmo que, no momento, ela seja só
relativa. Uma tendência a faltar com
o rigor se anuncia, mas desde que
você continue a seguir suas prioridades,
seu bem- -estar fundamental
pode ser cumprido com facilidade.
VIRGEM
- Os influxos de Marte em sextil com
seu signo durante as duas primeiras
semanas do mês vão electrizar suas
energias e fortalecer sua perseverança
psíquica. O reforço de Mercúrio
em sextil, ligado a Saturno, põe
você em confronto com situações
que permitirão colocar seus talentos
em prática e estabilizar sua vida
profissional. Sua criatividade será
positivamente abastecida por sua
curiosidade intelectual, mas tome
cuidado para não se jogar sem amarras
em envolvimentos ou decisões
muito precipitadas para isso.
ESCORPIÃO
- Este mês de Novembro irá trazer-
-lhe uma onda de sorte importante
no domínio das finanças e, por
extensão disso, também na sua
vida íntima. Você saberá aproveitar
as oportunidades com rapidez e se
cercar de pessoas com quem tem
profunda complementaridade, para
com elas talvez florescer projectos
até mesmo de grande envergadura.
O Sol em conjunção com seu signo
reaquece os seus ideais e afasta a
austeridade de Saturno.
CAPRICÓRNIO
- Os influxos planetários deste mês
de Novembro vão impulsionar seu
senso filosófico. Na verdade, os influxos
de Saturno, seu planeta regente,
em conjunção com o Sol, vão
permitir a identificação de todas as
falhas, no sentido mais amplo, para
ter um melhor avanço na direcção de
seus projectos.
PEIXES
- Este mês de Novembro será efervescente,
rico em novas possibilidades
de vida. Não hesite em lançar um
projecto novo ou se candidatar caso
haja uma possibilidade de promoção.Você
precisará de temperança
para não tomar seus desejos por
realidade ou não sacudir os processos
naturais de maturação dos
vínculos afectivos, mas também dos
vínculos sociais que reclamam com
virtuosidade, apesar de tudo.
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ÚLTIMA
Portugal compra vinte e
dois comboios à Stadler
A empresa ferroviária estatal Comboios
de Portugal (CP) e a Stadler assinaram
um contrato para o fabrico e entrega de
22 comboios regionais do tipo FLIRT. O
valor da encomenda ascende a cerca de
158 milhões de euros. É a primeira vez
que o comboio FLIRT da Stadler será
utilizado para o serviço de passageiros
na Península Ibérica.
A empresa ferroviária estatal portuguesa
Comboios de Portugal (CP) e a Stadler
assinaram no passado dia 21 Novembro o
contrato de entrega de um total de 22 carruagens
para a renovação da frota regional
de comboios da CP. O contrato inclui o
fabrico e entrega de dez unidades múltiplas
eléctricas (EMU) e doze unidades múltiplas
bimodais (BMU) do tipo FLIRT. O valor total
da encomenda de 158 milhões de euros
inclui não só a entrega das viaturas, mas
também serviços de manutenção por pelo
menos quatro anos, assim como serviços
de formação.
A Stadler Rail AG, situada em Bussnang
- Suíça constrói comboios há 75 anos e
fabrica pela primeira vez o FLIRT para
serviço de passageiros na bitola ibérica
de 1668 milímetros. Os doze FLIRT (BMU)
bimodais estão equipados com um módulo
de accionamento adicional, que inclui o
accionamento diesel-eléctrico. Isso permite
circular em linhas não electrificadas. Graças
ao seu design modular, uma possível
reforma futura de bimodal para acionamento
puramente eléctrico ou a substituição
dos geradores a diesel por baterias são
simplificados, dependendo das necessidades
do operador ferroviário. Além disso, 95
por cento do material usado é reciclável.
Os 22 FLIRT (EMU e BMU) têm 63,2 metros
e 74,4 metros de comprimento respectivamente.
Consistem em três carroçarias de
alumínio com capacidade máxima para 375
passageiros, 214 deles sentados. Esses
comboios podem atingir uma velocidade
máxima de 160 respectivamente 140 quilómetros
por hora, dependendo da fonte de
energia utilizada. Stadler dedicou atenção
especial à optimização da acessibilidade
do veículo, permitindo o acesso sem degraus
de plataformas de diferentes alturas
para todos os passageiros - também para
pessoas com mobilidade limitada. Os trens
também possuem áreas reservadas para
cadeiras de rodas, carrinhos de bebé e
bicicletas.
www.stadlerrail.com
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