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*Fevereiro:2021 Referência Industrial 226

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ECONOMIA - Reformas estruturais: aprovação é fundamental para retomada já em <strong>2021</strong><br />

75 ANOS DE<br />

TRADIÇÃO<br />

COM PRODUÇÃO 100% NACIONAL,<br />

EMPRESA COMEMORA SETE DÉCADAS<br />

E MEIA DE ATUAÇÃO<br />

75 YEARS OF TRADITION<br />

WITH 100% DOMESTICALLY MADE<br />

PRODUCTS, COMPANY CELEBRATES SEVEN<br />

AND A HALF DECADES OF OPERATION<br />

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SUMÁRIO<br />

INDUSTRIAL<br />

54<br />

<strong>2021</strong><br />

36<br />

50<br />

46<br />

MADEIRA<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

Alca Máquinas 15<br />

Auge Metal Mecânica 61<br />

Benecke 11<br />

Cipem 09<br />

DRV Ferramentas 19<br />

Dudi Máquinas 59<br />

Eletro Izidoro 33<br />

Engecass 23<br />

Eurothermo 27<br />

Impacto 25<br />

Lignum Brasil 65<br />

Linck 05<br />

Mafercon 29<br />

Máquinas Águia 67<br />

Mendes Máquinas 02<br />

Mill Indústrias 49<br />

Mill Indústrias 63<br />

Mill Indústrias 68<br />

Montana Química 07<br />

MSM Química 13<br />

Nazzareno 21<br />

Omil 35<br />

Plantag 57<br />

Picoloto 45<br />

Serf Drytech 17<br />

XH Mar Bethlehem 53<br />

SUMÁRIO<br />

06 Editorial<br />

08 Cartas<br />

10 Bastidores<br />

12 Coluna Flavio C. Geraldo<br />

14 Notas<br />

26 Aplicação<br />

28 Frases<br />

30 Entrevista<br />

34 Coluna ABIMCI<br />

36 Principal Tradição, referência e inovação<br />

42 Economia<br />

46 Mercado<br />

50 Marcenaria<br />

54 Madeira Tratada<br />

58 Artigo<br />

64 Agenda<br />

66 Espaço Aberto<br />

04<br />

referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


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Inovação. Qualidade.<br />

Economia.<br />

MADE IN GERMANY


EDITORIAL<br />

MÃOS À<br />

OBRA!<br />

NA CAPA<br />

A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

ECONOMIA - Reformas estruturais: aprovação é fundamental para retomada já em <strong>2021</strong><br />

75 ANOS DE<br />

TRADIÇÃO<br />

COM PRODUÇÃO 100% NACIONAL,<br />

EMPRESA COMEMORA SETE DÉCADAS<br />

E MEIA DE ATUAÇÃO<br />

75 YEARS OF TRADITION<br />

WITH 100% DOMESTICALLY MADE<br />

PRODUCTS, COMPANY CELEBRATES SEVEN<br />

AND A HALF DECADES OF OPERATION<br />

06<br />

C<br />

om a promessa de um ano muito<br />

melhor para a economia brasileira,<br />

a indústria nacional se anima com a<br />

estimativa do Banco Mundial, que<br />

prevê um crescimento econômico de<br />

3% para o país em <strong>2021</strong>. No segmento moveleiro,<br />

a promessa é de ainda mais evolução no ano que<br />

começa. Na editoria de Mercado, a REFERÊNCIA<br />

INDUSTRIAL traz uma reportagem que aborda o<br />

boom de vendas durante a pandemia, com destaque<br />

para estofados e móveis planejados. Na<br />

entrevista desta edição, o ex-secretário executivo<br />

do MME (Ministério de Minas e Energia), Paulo<br />

Pedrosa, fala sobre as oportunidades para o Brasil<br />

após a aprovação da Nova Lei do Gás. Além disso,<br />

o leitor poderá acompanhar matérias exclusivas<br />

nas editorias de Madeira Tratada e Marcenaria, assim<br />

como novidades do setor. Um ótimo <strong>2021</strong>!<br />

LET’S GET DOWN<br />

TO WORK!<br />

W<br />

ith the promise of a much better<br />

year for the Brazilian economy,<br />

the domestic <strong>Industrial</strong> Sector<br />

is encouraged by the World<br />

Bank’s estimate predicting economic<br />

growth of 3% for the Country in <strong>2021</strong>. In the<br />

furniture segment, the promise is for even more<br />

growth in the year that is beginning. In the Market<br />

Section, REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong> has a story that<br />

addresses the “sales boom” during the pandemic,<br />

highlighting upholstered furniture and ready-made<br />

cabinets. In this issue’s interview, Paulo Pedrosa,<br />

former Executive Secretary of the Ministry<br />

of Mines and Energy, talks about the Country’s<br />

opportunities after the approval of the “New Natural<br />

Gas Act.” The reader can also read exclusive<br />

articles in the Treated Wood and Wood Working<br />

Sections and News from the Sector. Pleasant reading!<br />

referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong><br />

A CAPA DESTA EDIÇÃO TRAZ<br />

REPORTAGEM SOBRE OS 75<br />

ANOS DA OMIL MÁQUINAS<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XXIII - EDIÇÃO <strong>226</strong> - FEVEREIRO <strong>2021</strong><br />

Ano XXIII • N°<strong>226</strong> • Favereiro <strong>2021</strong><br />

9 772359 466028 0 0 2 2 6<br />

Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director - Pedro Bartoski Jr.<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Murilo Basso<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista / Columnist<br />

Flavio C. Geraldo | Paulo Pupo<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski / Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira<br />

Gabriel Faria | Mateus Paludo<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Redes Sociais / Social Media<br />

Larissa Araujo<br />

Depto. Comercial / Sales Departament - Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />

Tainá Carolina Brandão<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Representante Comercial - Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Tradução / Translation - John Wood Moore<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

Cristiane Baduy<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

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GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />

consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />

segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />

conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />

responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco<br />

de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista RE-<br />

FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />

exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />

consumers of the good and services of the lumberz industry, research institutions, university students,<br />

governmental agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked to the forest based<br />

segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself responsible for the concepts contained in the material,<br />

articles or columns signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors, themselves. The<br />

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and other intellectual property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited without<br />

the written authorization of the holders of the authorial rights.


ASSOCIATION STRENGTHENS<br />

THE INDUSTRIALIZED<br />

TIMBER INDUSTRY<br />

0 0 2 2<br />

ECONOMIA - Recessão já é passado e cenário pós-pandemia é animador<br />

CARTAS<br />

A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

CARTAS<br />

CAPA DA EDIÇÃO 225 DA<br />

REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE DEZEMBRO DE 2020<br />

MADEIRA TRATADA<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

Ano XXII • N°225 • Dezembro 2020<br />

FORÇA DA<br />

REPRESENTATIVIDADE<br />

ASSOCIAÇÃO FORTALECE<br />

A INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />

STRENGTH OF<br />

REPRESENTATION<br />

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MARCENARIA<br />

Por Rosicler Cavallin –<br />

Porto Alegre (RS)<br />

Por Clotilde Fontana –<br />

Curitiba (PR)<br />

Que bela a iniciativa do home office em um local<br />

diferente do ambiente familiar e, ao mesmo<br />

tempo, dentro do seu próprio imóvel. Adorei!<br />

As reportagens da seção<br />

de Marcenaria sempre me<br />

ajudam muito. Parabéns<br />

pelo trabalho!<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação/EBC<br />

ENTREVISTA<br />

Por Gustavo Santos –<br />

Londrina (PR)<br />

ECONOMIA<br />

Entrevista muito<br />

esclarecedora do exministro<br />

do Planejamento<br />

e da Casa Civil, Pedro<br />

Pullen Parente. País<br />

nenhum é rico sem uma<br />

indústria forte!<br />

Por Dionísio Gripp –<br />

São Carlos (SP)<br />

Vamos torcer para que a economia<br />

brasileira volte a crescer após esse vendaval<br />

de emoções, que foi 2020. Vamos, Brasil!<br />

08<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />

e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />

fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />

referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong><br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

CURTA NOSSA PÁGINA<br />

Revista Referência <strong>Industrial</strong><br />

@referenciaindustrial


CIPEM atualiza o Plano de Ação para enfrentamento<br />

da segunda onda da Pandemia do novo Coronavírus<br />

Apesar dos avanços com os testes das possíveis vacinas<br />

a serem disponibilizadas para combater a pandemia de<br />

Covid-19, o Brasil já está enfrentando a segunda onda de<br />

infecção, dado que se evidencia pelo aumento do número<br />

de casos e de mortes registradas nos últimos dias.<br />

Em 2020, quando foram registrados os primeiros casos<br />

de contaminação em Mato Grosso, o Cipem elaborou um<br />

Plano de Ação que foi amplamente divulgado para os 44<br />

municípios que compõem o setor de base florestal organizado,<br />

a fim de promover ações que visassem a preservação<br />

da saúde e do bem-estar dos colaboradores da cadeia<br />

produtiva da base florestal no estado e, consequentemente,<br />

de seus familiares e suas redes de relacionamento.<br />

Foram realizadas várias ações voltadas ao gerenciamento<br />

dos riscos e dos impactos trazidos pela pandemia, por<br />

meio da elaboração e distribuição de comunicados,<br />

banners e informativos impressos com dicas e esclarecimentos<br />

sobre a prevenção da contaminação, bem como a<br />

distribuição de folders e vídeos informativos para auxiliar<br />

na detecção dos sintomas e orientar a respeito dos<br />

cuidados com o distanciamento social e higienização<br />

pessoal e de ambientes coletivos, que foram afixados em<br />

murais e áreas comuns de empresas. Além disso, também<br />

foram distribuídas mais de 40 mil máscaras de tecido que<br />

comportem até 20 lavagens e a distribuição de álcool 70%,<br />

para intensificar a proteção individual.<br />

Nesse início de <strong>2021</strong>, com o começo da segunda onda de<br />

contágio, 20 mil novas máscaras estão sendo novamente<br />

distribuídas, e todos os protocolos e orientações de prevenção<br />

estão sendo reforçados, sempre em acordo com as determinações<br />

da Organização Mundial da Saúde (OMS).<br />

Também está sendo reforçada a orientação aos gestores,<br />

para que mantenham a cobrança do uso de máscaras durante<br />

todo o tempo de permanência nas indústrias, da higienização<br />

frequente das mãos e de se evitar aglomerações nas áreas<br />

comuns e na vida pessoal nos ambientes comunitários.<br />

O presidente do Cipem reafirma o compromisso com a<br />

continuidade da atividade de forma sustentável do setor<br />

florestal, apoiando e/ou coordenando ações de natureza<br />

social.<br />

“Não podemos descuidar, o cenário é extremamente<br />

preocupante, não apenas no Brasil, mas no mundo todo e<br />

nossas ações refletem diretamente na estatística, todo<br />

cuidado é necessário para assegurar o bem-estar global”.<br />

Desse modo, o embasamento da atualização do Plano<br />

de Ação elaborado pelo Cipem tem como sustentáculo<br />

que a prevenção ainda é o melhor remédio.<br />

Previna-se, use máscara e quando puder, fique em<br />

casa, lave constantemente as mãos e evite aglomerações!<br />

CipemdeMT CipemMT cipemmt<br />

Manejosustentavel (65) 3644-3666


BASTIDORES<br />

BASTIDORES<br />

MATÉRIA DE CAPA<br />

LUIZ KOZAK, JORNALISTA DA REFERÊNCIA FLORESTAL, AO LADO DO<br />

SUPERVISOR DE VENDAS DA OMIL, ACÁCIO OLIANI, DO COLABORADOR<br />

RICARDO ROSSINI E DE ORLANDO RUDOLF, TAMBÉM DA OMIL, EM VISITA À<br />

SEDE DA ROSSINI MADEIRAS, EM JOSÉ BOITEUX (SC)<br />

Foto: Emanoel Caldeira<br />

VISITA<br />

O REPRESENTANTE COMERCIAL DA REFERÊNCIA<br />

INDUSTRIAL, GÉRSON PENKAL, ESTEVE EM TIMBÓ (SC)<br />

VISITANDO AS DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA BENECKE<br />

IRMÃOS E CIA LTDA, DA DIRETORA HENRIETE BENECKE.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

ALTA<br />

ÍNDICE DE EMPREGO<br />

Após uma das maiores crises do último<br />

século, as vendas de móveis confirmam<br />

sinais de retomada na economia gaúcha<br />

para <strong>2021</strong>. Em outubro do ano passado,<br />

o volume de negócios subiu pelo sexto<br />

mês consecutivo. Na comparação com o<br />

mesmo período em 2019, a alta chegou<br />

a 19,9%. Os bons resultados no varejo,<br />

apontados pelo IBGE (Instituto Brasileiro<br />

de Geografia e Estatística), repercutem<br />

também na retomada de contratações<br />

no setor. Segundo dados do Novo<br />

Caged, o setor moveleiro já superou o<br />

saldo de postos de trabalho do início de<br />

2020. A variação positiva no Rio Grande<br />

do Sul é de 3,3% em relação ao início do<br />

ano. No polo de Bento Gonçalves (RS), a<br />

geração de empregos é ainda mais forte:<br />

a taxa de crescimento dos postos de trabalho<br />

no setor moveleiro é superior à do<br />

Estado e do país.<br />

BAIXA<br />

ABAIXO DA MÉDIA MUNDIAL<br />

Apesar da estimativa de crescimento<br />

da economia brasileira de 3% para<br />

<strong>2021</strong>, divulgada pelo Banco Mundial, a<br />

quantia ainda está abaixo da evolução<br />

econômica global, que deve ser de,<br />

aproximadamente, 4%. Os cálculos<br />

do relatório: Perspectivas Econômicas<br />

Mundiais; ainda dão conta que o<br />

Brasil deve ficar para trás também em<br />

relação a outros países da região. A<br />

América Latina e o Caribe devem acumular<br />

crescimento de 3,7% em <strong>2021</strong>.<br />

Ao menos neste comparativo, a queda<br />

brasileira em 2020 será menor do que<br />

a dos vizinhos: -4,5% contra -6,9%,<br />

sempre segundo o Banco Mundial.<br />

O Brasil vem abaixo da média do PIB<br />

(Produto Interno Bruto) agregado dos<br />

emergentes, que deve ser de 5%, puxada<br />

pela China.<br />

10 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


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COLUNA<br />

DANDO O TOM<br />

NO MOMENTO EM QUE O TEXTO NORMATIVO ABNT NBR 16936 VAI A CONSULTA PÚBLICA EM NÍVEL<br />

NACIONAL, O SETOR CONSTRUTIVO BRASILEIRO ENTRA EM UMA NOVA DIMENSÃO EM RELAÇÃO À UTILIZAÇÃO<br />

DA MADEIRA NA CONSTRUÇÃO.<br />

Flavio C. Geraldo<br />

FG4 MAD - Consultoria em Madeira<br />

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O DIRECIONAMENTO DE<br />

ESFORÇOS PARA A<br />

ELABORAÇÃO DE NOVOS TEXTOS<br />

NORMATIVOS É FUNDAMENTAL<br />

G<br />

raças aos esforços setoriais, em especial da<br />

ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria<br />

de Madeira Processada Mecanicamente),<br />

que liderou o processo de elaboração do<br />

texto, a utilização da madeira em construções<br />

modulares industrializadas ganha um importante<br />

referencial técnico. Certamente, trata-se de uma significativa<br />

contribuição a um melhor disciplinamento do mercado<br />

e, em especial, um texto orientativo determinante aos<br />

construtores e consumidores. Mais um passo importante<br />

para que a madeira industrializada se consolide como material<br />

construtivo verdadeiramente amigo do ambiente e<br />

com incomparáveis vantagens, como método construtivo<br />

eficiente e econômico. Uma significativa contribuição às<br />

ações que visam soluções para a redução do déficit habitacional,<br />

que hoje se aproxima da casa de 8 milhões de<br />

unidades.<br />

Ainda há muito por se fazer, porém. O direcionamento<br />

de esforços para a elaboração de novos textos normativos<br />

é fundamental, e um importante foco pode ser o elemento<br />

construtivo de base MLCC (Madeira Lamelada Colada<br />

Cruzada), cuja principal característica é a possibilidade de<br />

Foto: divulgação<br />

se ter peças estruturais de grandes dimensões, abrindo<br />

novas perspectivas de aplicações. Essa concepção tem<br />

motivado engenheiros, arquitetos e construtores ao redor<br />

do mundo. Todo o setor industrial madeireiro e a sua<br />

cadeia produtiva devem se beneficiar, sendo um enorme<br />

estímulo às iniciativas voltadas às inovações nos vários<br />

campos da tecnologia da madeira e da engenharia construtiva.<br />

Na área da proteção de madeiras, em particular, será<br />

certamente uma forte inspiração para desenvolvimentos<br />

de formulações preservativas amigáveis e para novos direcionamentos<br />

para o mercado da madeira tratada, onde<br />

produtos de maior valor agregado serão muito bem-vindos,<br />

refletindo em melhorias de produção e qualidade<br />

nas usinas de tratamento de madeiras.<br />

Um exemplo bastante ilustrativo é o que está acontecendo<br />

nos EUA (Estados Unidos da América), onde,<br />

segundo o FEA (Forest Economics Advisors), mesmo com<br />

as limitações causadas pela pandemia do novo coronavírus,<br />

os preços da madeira serrada atingiram os mais altos<br />

níveis dos últimos 40 anos no ano passado, com unidades<br />

produzindo e vendendo o que é possível e baixando seus<br />

estoques. Ainda segundo o pessoal do FEA, as projeções<br />

de curto prazo, até 2022, são de que o consumo de madeira<br />

serrada no país apresentará robusto crescimento,<br />

estimulado pelo setor da construção residencial.<br />

Voltando ao segmento da proteção de madeiras, não<br />

é difícil imaginar os reflexos positivos nas atividades das<br />

usinas de tratamento. Esses fatos podem nos servir de<br />

indicativos para o futuro próximo. O surgimento de novas<br />

normas técnicas é um importante agente propulsor de<br />

mercados, que também deve receber a devida retaguarda<br />

da formação profissional nas disciplinas da ciência da madeira,<br />

com investimentos em ensino e desenvolvimento<br />

de projetos de pesquisas alinhados com o setor industrial.<br />

Por outro lado, além da promoção de ações voltadas<br />

à agregação de esforços para o desenvolvimento de textos<br />

normativos, é muito importante que as associações<br />

representativas de classe promovam, conjuntamente,<br />

ações de forte comunicação junto aos construtores e<br />

consumidores em geral, objetivando a quebra de preconceitos,<br />

hoje ainda muito fortes junto aos construtores<br />

e à opinião pública. Muito importante também a criação<br />

de um amplo programa de disseminação de informações<br />

junto às universidades, visando, especialmente, os futuros<br />

profissionais da engenharia, arquitetura, técnicos em edificações<br />

e correlatos. Parece ser este o momento.<br />

12 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


NOTAS<br />

EXPORTAÇÕES<br />

DE MÓVEIS<br />

As exportações moveleiras reagiram de modo favorável nos<br />

últimos meses de 2020 e a região sul conseguiu recuperar<br />

boa parte das perdas que ocorreram no segundo trimestre<br />

do ano passado, considerado o pior período para os embarques<br />

de móveis. No polo moveleiro de Bento Gonçalves<br />

(RS), os valores exportados em dólares ficaram praticamente<br />

estáveis em relação ao ano anterior e foi registrado o melhor<br />

desempenho em comparação ao estado e ao país. Foram<br />

exportados US$ 47,6 milhões, o que representa uma queda<br />

de 0,2% em comparação a 2019. Os EUA (Estados Unidos da<br />

América) estão consolidados como o principal destino dos<br />

móveis da região. Destaques também para os bons resultados<br />

que foram registrados para Peru, Reino Unido, Porto<br />

Rico, Equador, França e Emirados Árabes Unidos. Os dados<br />

são originários do Comex Stat – portal oficial de estatísticas<br />

de comércio exterior do Brasil – e apurados pela Inteligência<br />

Comercial do Sindmóveis Bento Gonçalves.<br />

Foto: divulgação<br />

MOVELSUL<br />

BRASIL 2022<br />

A pandemia trouxe novas perspectivas de mercado para<br />

o setor moveleiro e a Movelsul Brasil, principal feira de<br />

móveis da América Latina para o lojista e importador, conseguiu<br />

articular um ambiente de negócios para a cadeia<br />

moveleira mesmo com o adiamento de sua próxima edição<br />

para 2022. Com forte tradição no fomento às exportações,<br />

a feira trouxe para o ambiente virtual as rodadas de negócios<br />

que teriam ocorrido no evento, entre fabricantes<br />

brasileiros de móveis e lojistas estrangeiros. Nos meses de<br />

novembro e dezembro, a Movelsul articulou 320 reuniões<br />

virtuais entre 85 empresas brasileiras e 48 importadores,<br />

com uma expectativa de geração de US$ 35 milhões em<br />

exportações. As reuniões, com apoio da APEX-BRASIL<br />

(Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos),<br />

ocorreram numa plataforma digital desenvolvida<br />

especialmente para este projeto e que possibilita às empresas<br />

cadastrarem seus portfólios e agendarem rodadas<br />

com compradores aderentes a cada perfil de fabricante.<br />

Foto: divulgação<br />

CRESCIMENTO<br />

GAÚCHO<br />

Foto: divulgação<br />

O setor moveleiro tem boas perspectivas para <strong>2021</strong>. A expectativa do<br />

SINDMÓVEIS (Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves)<br />

é um crescimento de 4% em termos reais no cenário base. Em<br />

termos nominais (sem descontar o aumento dos custos e a inflação do<br />

período), está sendo projetado um crescimento de 9% no faturamento<br />

do polo moveleiro de Bento Gonçalves (RS), que engloba também os municípios de Monte Belo do Sul, Santa Tereza e Pinto<br />

Bandeira. O presidente do SINDMÓVEIS, Vinicius Benini (foto), salienta que a pandemia causou uma forte desorganização da<br />

cadeia produtiva, com redução da produção, escala e forte queda de estoques. Embora o volume de vendas no varejo de móveis<br />

no Brasil tenha reagido fortemente nos últimos meses, a produção não conseguiu acompanhar essa evolução. Ele reforça<br />

que as vendas se recuperaram de modo mais rápido do que a produção em um cenário de estoques em baixa e pela alta de<br />

preço dos insumos dolarizados, o que freia uma recuperação mais consolidada. Ou seja, há um descompasso entre oferta e demanda.<br />

“Há pedidos ainda parados em função da falta e alta nos preços de insumos e embalagens. Além disso, deverá haver<br />

recomposição dos estoques no comércio, atualmente em baixa.”<br />

14 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


NOTAS<br />

AUMENTO<br />

DO ICMS<br />

Após o aumento da alíquota do ICMS (Imposto Sobre Circulação<br />

de Mercadoria e Serviço), promulgado pelo Governo<br />

do Estado de São Paulo, a ABIMÓVEL (Associação Brasileira<br />

das Indústrias do Mobiliário) divulgou uma nota de repúdio<br />

em que questiona a decisão do governador João Doria<br />

(PSDB). “Em que pese os ajustes fiscais serem um dos componentes<br />

para efetiva reforma administrativa tão necessária<br />

e fundamental para o equilíbrio econômico, aumentar os<br />

impostos é o caminho mais rápido para aniquilar a sobrevivência<br />

das empresas que estão com dificuldades para gerar<br />

e manter os empregos, os parques industriais, o desenvolvimento<br />

econômico e a sua sobrevivência. Esse é o momento<br />

em que empresários e governos devem estreitar relações<br />

pensando na construção de um novo cenário econômico”,<br />

traz o pronunciamento.<br />

Foto: Governo do Estado de São Paulo/Fotos Públicas<br />

INCENTIVOS PARA<br />

O SETOR<br />

Após a crise gerada pela<br />

pandemia do novo coronavírus,<br />

o setor moveleiro<br />

no Brasil precisa de táticas<br />

para retornar a pleno<br />

vapor em <strong>2021</strong>. Em entrevista,<br />

a presidente da<br />

ABIMÓVEL (Associação<br />

Brasileira das Indústrias<br />

de Mobiliário), Maristela<br />

Longhi (foto), trouxe<br />

algumas medidas da instituição<br />

para melhorar a<br />

situação dos empresários<br />

do segmento. “O novo<br />

cenário é de desafio, de<br />

muito trabalho, da busca<br />

por novas oportunidades,<br />

do mercado digital e da adoção de protocolos de segurança<br />

e de novas práticas em todos os níveis. Muitas indústrias e<br />

organizações infelizmente não conseguirão se reerguer após<br />

a pandemia, tanto no Brasil quanto no restante do mundo.<br />

No caso da indústria de móveis, deveremos concentrar nossos<br />

esforços na estratégia e gestão de cada organização, no<br />

seu plano de negócios, na gestão de sua equipe, no olhar<br />

atento a cada nicho de mercado, nos processos de produção,<br />

nas demandas do nosso consumidor e nas diversas<br />

formas de atuação do varejo, incluindo o e-commerce e os<br />

novos canais de distribuição”, explicou.<br />

Foto: divulgação<br />

NOVA<br />

DIRETORIA<br />

No último dia 8 de dezembro, foi eleita a nova diretoria<br />

do SIMNO (Sindicato das Indústrias Madeireiras<br />

e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso). O novo<br />

presidente, o empresário do setor moveleiro, Edvaldo<br />

Dal Pozzo, falou sobre as expectativas para seu<br />

mandato nos próximos anos. De acordo com ele, sua<br />

gestão será focada em fazer um trabalho diferenciado,<br />

mas consciente, da necessidade de novas ideias<br />

que pretende implantar em sua gestão, com um trabalho<br />

voltado aos associados, resgatando os que se<br />

afastaram e prestando assistência aos que permaneceram.<br />

Dal Pozzo menciona ainda que será dada uma<br />

atenção especial a todos os associados de toda região Noroeste, através de um planejamento para a realização de reuniões<br />

descentralizadas, ou seja, não apenas em Juína, mas em cada base de atuação do SIMNO.<br />

Foto: divulgação<br />

16 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


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NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

BRASIL NA<br />

OCDE<br />

Segundo Marcelo Barros Gomes (foto), secretário especial de<br />

Relacionamento Externo da Casa Civil, “o Brasil espera receber,<br />

em <strong>2021</strong>, a carta-convite da OCDE (Organização para a<br />

Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para que possa<br />

iniciar o processo formal de acessão.” A expectativa sintetiza<br />

anos de investimento do país na pavimentação da sua entrada<br />

no seleto grupo de membros da organização. Em 2020, diversos<br />

passos foram dados nesse sentido, como a adesão a mais<br />

de 15 instrumentos normativos da organização; a aceitação<br />

do Brasil como membro participante do Comitê de Política do<br />

Consumidor; e o avanço nas negociações para aderir aos Códigos<br />

de Liberalização da OCDE. Além disso, foi criada a SEREX (Secretaria Especial de Relacionamento Externo), no âmbito<br />

da Casa Civil, para coordenar as ações do Poder Executivo voltadas ao pedido de adesão do Brasil à entidade.<br />

INDÚSTRIA<br />

BRASILEIRA<br />

A produção industrial cresceu em 10 dos 15 locais analisados<br />

pela PIM-Regional (Pesquisa <strong>Industrial</strong> Mensal), em novembro.<br />

A média nacional ficou em 1,2% de crescimento e oito<br />

dessas altas superaram esse percentual: Bahia (4,9%), Rio<br />

Grande do Sul (3,8%) Amazonas (3,4%), Região Nordeste<br />

(2,9%), Santa Catarina (2,8%), Ceará (1,7%), Rio de Janeiro<br />

(1,6%) e São Paulo (1,5%). Os outros locais com índices positivos<br />

foram o Paraná (1,2%) e Minas Gerais (0,6%). As quedas<br />

mais acentuadas foram no Pará (-5,3%) e em Mato Grosso<br />

(-4,3%), além de Pernambuco (-1,0%), Espírito Santo (-0,9%)<br />

e Goiás (-0,9%). Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto<br />

Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com a<br />

pesquisa, o local que exerceu a maior influência no resultado<br />

da indústria nacional, que foi São Paulo, teve alta de 1,5%<br />

em novembro, depois da retração de 0,5% em outubro.<br />

Foto: divulgação<br />

CRÉDITO ÀS<br />

EXPORTAÇÕES<br />

O Governo Federal, por meio do Ministro Paulo Guedes<br />

(foto), atendeu ao pedido da CNI (Confederação Nacional<br />

da Indústria) e prorrogou o contrato do Ministério da Economia<br />

com a ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos<br />

Garantidores e Garantias), hoje operador do SCE (Seguro<br />

de Crédito à Exportação). O prazo foi estendido até 30 de<br />

junho de <strong>2021</strong>. Em carta encaminhada à CNI, a Casa Civil<br />

informou que a prorrogação do contrato busca “evitar algum<br />

tipo de descontinuidade do seguro enquanto não se<br />

conclui a estruturação do novo sistema de apoio oficial à<br />

exportação concedido pela União.” Em 2 de dezembro de<br />

2020, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e 21<br />

associações setoriais enviaram carta a várias autoridades do<br />

governo solicitando a imediata renovação do contrato de<br />

prestação de serviços da ABGF com o Governo Federal, de<br />

forma a evitar prejuízos ao financiamento à exportação. O<br />

contrato estava previsto para terminar em 30 de dezembro.<br />

Foto: divulgação<br />

18 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


A história da DRV Serras e Facas Industriais completa 10 anos de muito<br />

sucesso. Uma data marcante, que expressa a experiência e qualidade dos<br />

profissionais que transformaram um sonho em realidade. O mercado de<br />

facas e serras se transformou após o nascimento da DRV.<br />

Aguardem muitas novidades durante esse ano de <strong>2021</strong>.


NOTAS<br />

FLORESTAS<br />

MINEIRAS<br />

A retomada econômica mundial já mostra grandes resultados,<br />

e a indústria florestal brasileira tem se beneficiado do<br />

novo momento, passada a pior fase da pandemia em vários<br />

países do mundo. Além disso, a recuperação da China e a<br />

demanda aquecida do mercado interno trouxeram bons resultados<br />

para o segmento de florestas mineiro no último trimestre<br />

de 2020. A promessa para este ano é ainda mais positiva.<br />

A presidente executiva da AMIF (Associação Mineira<br />

da Indústria Florestal), Adriana Maugeri, explica que, apesar<br />

da pandemia de Covid-19, a demanda pelos produtos do setor<br />

está em alta, o que vem favorecendo o desempenho das<br />

empresas. Dentre os produtos demandados, destacam-se o<br />

carvão vegetal, o aço, o ferro gusa, algumas ligas metálicas<br />

especiais, a celulose e o papel. “Nossa estimativa é superar<br />

o desempenho de 2019, já que a demanda está bem maior”,<br />

ressalta.<br />

Foto: divulgação<br />

FALTA DE<br />

MATÉRIA-PRIMA<br />

Após os meses de março e abril de 2020, o Brasil sofreu um<br />

boom produtivo em diversos setores industriais, e no ramo<br />

moveleiro não foi diferente. Segundo dados do IBGE (Instituto<br />

de Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção<br />

de móveis do Brasil foi 8% superior à do período pré-pandemia.<br />

O aquecimento nas vendas, porém, fez surgir dois<br />

problemas: a falta de produtos e uma escalada de reajuste<br />

nos preços. Todos os insumos usados na indústria moveleira<br />

já estão com um certo grau de dificuldade para aquisição,<br />

o que prejudica os fabricantes, por vários motivos. É o que<br />

explica o presidente do SINDIMOL (Sindicato das Indústrias<br />

da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do<br />

Espírito Santo), Bruno Barbieri Rangel. “Todos os insumos<br />

já estão com um certo grau de dificuldade para aquisição.<br />

Alguns um pouco menos e outros que já estamos tendo<br />

que ou deixar de produzir ou substituir, como é o caso do<br />

alumínio. Essa falta de insumos, além de quebrar o ritmo<br />

de produção, gera um desconforto enorme em relação aos<br />

compromissos assumidos com o cliente, que acabamos não<br />

conseguindo cumprir”, destaca Rangel.<br />

Foto: divulgação<br />

NOVA<br />

ALTA CONSECUTIVA<br />

Pelo sétimo mês seguido, a produção da indústria nacional<br />

cresceu frente ao mês anterior, com alta de 1,2% em novembro<br />

contra outubro. Entretanto, de janeiro a novembro de 2020, o<br />

setor registrou perda de 5,5%. No acumulado em 12 meses,<br />

a queda foi de 5,2%. Mesmo com o desempenho positivo recente,<br />

a produção industrial ainda se encontra 13,9% abaixo<br />

do nível recorde, alcançado em maio de 2011. Os dados são<br />

da Pesquisa <strong>Industrial</strong> Mensal, divulgada pelo IBGE (Instituto<br />

Brasileiro de Geografia e Estatística), que mostra ainda que,<br />

em relação a novembro de 2019, a indústria avançou 2,8%. Segundo<br />

o Ibge, todas as grandes categorias tiveram alta frente<br />

a outubro, com destaque para bens de capital (7,4%) e bens<br />

de consumo duráveis (6,2%), que apresentaram as maiores taxas positivas. É o sétimo mês seguido de expansão na produção<br />

em ambas as áreas, com acúmulo de 129,7% na primeira e 550,7% na segunda. As duas categorias estão acima do patamar pré-<br />

-pandemia de Covid-19: 12,2% e 2,7%, respectivamente.<br />

Foto: divulgação<br />

20 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


NOTAS<br />

EM DEFESA<br />

DE AUXÍLIO<br />

Foto: Luiz Macedo/Camâra dos deputados<br />

A saída da crise, auxiliando os mais pobres e, ao mesmo<br />

tempo reerguendo a economia nacional, guiou as falas<br />

dos representantes do Poder Legislativo na abertura dos<br />

trabalhos do Congresso Nacional em <strong>2021</strong>, na primeira<br />

semana de fevereiro. Rodrigo Pacheco (DEM), novo presidente<br />

do Senado, lembrou da importância do auxílio<br />

emergencial de R$ 600 e acrescentou que já discute com<br />

o governo algum tipo de auxílio também para <strong>2021</strong>. Já<br />

Arthur Lira/PP (foto), eleito para o comando da Câmara<br />

dos Deputados, defendeu o auxílio pago no ano passado<br />

como uma das medidas de enfrentamento à crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. O presidente Jair Bolsonaro<br />

também citou o auxílio de 2020 e destacou seu pagamento a 68 milhões de brasileiros, mas não falou em uma nova edição<br />

do benefício. De qualquer forma, agora a expectativa é que os poderes trabalhem em prol de um Brasil ainda melhor.<br />

COMUNICADO<br />

OFICIAL<br />

CONSULTA<br />

PÚBLICA<br />

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) disponibilizou<br />

a norma técnica para o sistema construtivo wood<br />

frame, de casas em madeira, para consulta nacional. O conteúdo<br />

fica disponível até o dia 24 de fevereiro e pode ser<br />

acessado em: www.abntonline.com.br/consultanacional. O<br />

avanço e a consolidação desse novo sistema construtivo no<br />

Brasil é uma das mais esperadas demandas do setor madeireiro<br />

nacional, pois traz reais possibilidades de geração de<br />

escala de negócios. A consulta pública é um passo importante<br />

nesse processo para que, em breve, o sistema construtivo<br />

possa estar disponível e oficializado para o mercado da<br />

construção. A ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de<br />

Madeira Processada Mecanicamente), como entidade gestora<br />

do Comitê Brasileiro de Madeira da ABNT, tem liderado<br />

o desenvolvimento dessa e de outras frentes sobre o uso da<br />

madeira na construção civil no país.<br />

Foto: divulgação<br />

A MOVERGS (Associação das Indústrias de Móveis do<br />

Estado do Rio Grande do Sul) comunicou oficialmente<br />

o adiamento da Fimma Brasil, que ocorreria na cidade<br />

de Bento Gonçalves de 26 a 29 de abril de <strong>2021</strong>. A decisão<br />

foi tomada pelo fato de o país ainda se encontrar<br />

em uma situação delicada em relação à pandemia<br />

do novo coronavírus. “O intuito principal é preservar<br />

a saúde de todo o nosso público de uma exposição à<br />

Covid-19 neste momento em que as pessoas anseiam<br />

pela imunização”, informou a entidade em nota. Ainda<br />

não há definição sobre novas datas e os expositores<br />

serão consultados em breve. As Rodadas de Negócios<br />

virtuais, contudo, programadas para maio de <strong>2021</strong>,<br />

permanecem confirmadas. A MOVERGS afirmou que<br />

está à disposição para sanar quaisquer dúvidas a respeito<br />

do adiamento da feira.<br />

Foto: divulgação<br />

22 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


NOTAS<br />

COM A PALAVRA,<br />

O PRESIDENTE<br />

Durante a sessão solene de abertura do ano legislativo, no<br />

dia 3 de fevereiro, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro,<br />

pediu ao Congresso apoio a uma série de pautas, como<br />

pacto federativo, reforma administrativa, reforma tributária e<br />

agenda de concessões e privatizações. Em seu discurso, Bolsonaro<br />

também disse que o Governo Federal buscou atuar,<br />

no contexto da pandemia do novo coronavírus, para preservar<br />

vidas e proteger empregos. “Com base nessas premissas<br />

e com um olhar especial às populações mais vulneráveis,<br />

aqueles que mais necessitavam da atenção do Poder Público,<br />

todo o Governo Federal foi mobilizado para uma<br />

atuação ainda mais coordenada, integrada e efetiva. Todos<br />

os órgãos e todas as entidades governamentais passaram<br />

a direcionar esforços no combate ao vírus e na proteção às<br />

pessoas”, pontuou o presidente.<br />

Foto: Carolina Antunes/PR<br />

INDÚSTRIA<br />

EM ALTA<br />

Os Indicadores Industriais da CNI (Confederação Nacional<br />

da Indústria), divulgados no último dia 4, mostraram que,<br />

no país, o faturamento da indústria de transformação subiu<br />

1,6% em dezembro de 2020 na comparação com o mês anterior.<br />

Mesmo com a pandemia de Covid-19, as vendas reais<br />

também encerraram o ano em alta: 0,8% em relação a 2019.<br />

A pesquisa também identificou que o emprego aumentou<br />

0,2% em dezembro em relação a novembro, o quinto mês<br />

consecutivo com alta nas contratações no setor industrial.<br />

Na visão da entidade, o resultado indica a continuidade<br />

da recuperação da indústria brasileira, que teve início logo<br />

após as fortes quedas de maio e abril e durou todo o segundo<br />

semestre de 2020. Os dados, contudo, não apontam<br />

para um setor sem problemas no pós-crise, mas mostram<br />

que a indústria conseguiu reagir à pandemia, ainda que a<br />

recuperação econômica não esteja consolidada.<br />

Foto: divulgação<br />

CRÉDITO<br />

EM ELEVAÇÃO<br />

As empresas paranaenses conseguiram uma liberação maior<br />

de recursos das instituições financeiras em 2020. O crescimento<br />

no saldo das operações foi de 33% em relação ao ano<br />

anterior. O resultado é maior do que a média nacional, que<br />

ficou em 22% de alta no mesmo período. Os dados divulgados<br />

pelo relatório de estatísticas monetárias e de crédito<br />

do Banco Central incluem tanto os recursos levantados em<br />

instituições financeiras quanto os concedidos por meio dos<br />

programas emergenciais de crédito do Governo Federal<br />

liberados em virtude da pandemia. O crescimento é consequência<br />

da urgência das empresas por capital de giro para<br />

manter as portas abertas. “Os recursos foram principalmente para pagamento de despesas básicas, fornecedores e salários<br />

de trabalhadores, já que muitas tiveram suas atividades parcial ou totalmente interrompidas no início da crise e o faturamento<br />

ficou comprometido”, avalia o especialista do NAC (Núcleo de Acesso ao Crédito) do Fiep (Sistema Federação das Indústrias<br />

do Paraná), João Baptista Guimarães.<br />

Foto: divulgação<br />

24 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


Linha de empacotamento<br />

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APLICAÇÃO<br />

DETALHE<br />

QUE FAZ A DIFERENÇA<br />

Foto: divulgação<br />

Em um despojado apartamento na cidade de<br />

Guarulhos (SP), desenhado pela arquiteta Monise<br />

Rosa para um jovem casal, o conjunto de cadeiras<br />

de jantar dá o tom de uma sala moderna e receptiva,<br />

pensada para receber vários convidados<br />

em reuniões íntimas e aconchegantes. As peças<br />

escolhidas por Rosa foram as cadeiras Dueto<br />

com perfil sem braço, desenvolvidas pela Breton,<br />

empresa familiar já consolidada no mercado<br />

mobiliário de luxo brasileiro. O contraste da madeira<br />

escura com a textura clara do assento traz<br />

um estilo moderno e único para a sala de jantar,<br />

cômodo principal do apartamento paulista. O<br />

apartamento de 190 m² (metros quadrados) conta<br />

com living, terraço gourmet/social, cozinha/<br />

copa, lavanderia, lavabo, suíte máster com closet<br />

e mais duas suítes.<br />

TENDÊNCIA<br />

RETRÔ<br />

A onda vintage na decoração de interiores<br />

não é novidade para ninguém. Com o crescente<br />

desenvolvimento do design no Brasil<br />

e no mundo, diversas tendências ganharam<br />

espaço e têm conquistado o gosto do consumidor,<br />

sejam elas modernas, industriais, desenvolvidas<br />

a partir do metal ou da madeira.<br />

Uma boa prova disso é o relógio de parede<br />

Art Deco, da empresa alemã Factory. O equipamento<br />

traz linhas retas e objetivas, com inspiração<br />

no design da década de 1930. O relógio<br />

foi desenvolvido em madeira maciça com<br />

folheado de nogueira, com ponteiras de aço e<br />

com o movimento 100% mecânico, como era<br />

utilizado na época.<br />

Foto: divulgação<br />

26 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


FRASES<br />

“NO BRASIL, PAGA-SE MUITO IMPOSTO PARA UM PAÍS EMERGENTE. ISSO<br />

DECORRE DO FATO DE TERMOS GASTOS OBRIGATÓRIOS DO SETOR PÚBLICO<br />

MUITO ALTOS. A SEGUNDA PARTE DA HISTÓRIA É QUE ESSE IMPOSTO É<br />

DESIGUALMENTE DISTRIBUÍDO SOBRE AS DECISÕES DE CONSUMO E SOBRE<br />

AS FAMÍLIAS. AÍ, OS GRUPOS REAGEM. QUEM PAGA MENOS IMPOSTO NÃO<br />

QUER SER TRATADO COMO OS DEMAIS. VIMOS NA DISCUSSÃO DA REFORMA<br />

TRIBUTÁRIA DIVERSOS SETORES QUE FICARAM PREOCUPADOS DE TER UM<br />

PEQUENO AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA, PORQUE PAGAM MENOS”<br />

MARCOS LISBOA, PRESIDENTE DO INSPER (INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA),<br />

SOBRE A REFORMA TRIBUTÁRIA<br />

“O QUE O<br />

PRESIDENTE<br />

DEU FOI UMA<br />

TREMENDA<br />

DECLARAÇÃO<br />

EM DEFESA DA<br />

CONSOLIDAÇÃO<br />

FISCAL, MOSTRANDO<br />

O COMPROMISSO<br />

DA PRESIDÊNCIA<br />

DA REPÚBLICA COM<br />

A ESTABILIDADE<br />

MACROECONÔMICA.<br />

PESSOALMENTE, ACHO QUE<br />

É O TIPO DE DECLARAÇÃO<br />

QUE MOSTRA PARA TODO O<br />

MERCADO QUE O PRESIDENTE<br />

ESTÁ SIM COMPROMETIDO,<br />

NÃO APENAS COM A AGENDA DE<br />

REFORMAS, MAS COM A AGENDA<br />

DE CONSOLIDAÇÃO FISCAL”<br />

ADOLFO SACHSIDA,<br />

SECRETÁRIO<br />

DE POLÍTICA<br />

ECONÔMICA DO<br />

MINISTÉRIO DA<br />

ECONOMIA, SOBRE<br />

A FALA DE JAIR<br />

BOLSONARO DE<br />

QUE O PAÍS ESTARIA<br />

QUEBRADO<br />

“ESTRATEGICAMENTE, É CRUCIAL QUE AS EMPRESAS<br />

SE APROXIMEM DO SINDMÓVEIS, CONTRIBUINDO COM<br />

A CONSTRUÇÃO DO CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL PARA<br />

O SETOR E USUFRUINDO DE TODA A NOSSA ESTRUTURA.<br />

MAIS DO QUE NUNCA, É PRECISO QUE AS PESSOAS SE<br />

PROPONHAM A CONTRIBUIR COLETIVAMENTE PARA<br />

ALCANÇARMOS UM MELHOR ENTENDIMENTO DO<br />

PERÍODO PÓS-PANDEMIA”<br />

Foto: divulgação/EBC<br />

VINICIUS BENINI, PRESIDENTE DO SINDMÓVEIS, SOBRE<br />

O CENÁRIO PARA <strong>2021</strong><br />

“AS DIFICULDADES APRESENTADAS<br />

EM 2020 NOS FIZERAM REPENSAR A<br />

AFFEMAQ COMO UM TODO E BUSCAR<br />

SOLUÇÕES ALTERNATIVAS PARA O<br />

CUMPRIMENTO DO NOSSO PROPÓSITO, QUE<br />

É SER PROMOTORA DO DESENVOLVIMENTO<br />

DO SETOR. O GRANDE LEGADO DA GESTÃO<br />

2019/2020 É O ALINHAMENTO DOS<br />

OBJETIVOS DA ENTIDADE COM O NOVO<br />

MERCADO QUE SE APRESENTA”<br />

IVÂNIO ANGELO ARIOLI, EX-PRESIDENTE DA AFFEMAQ<br />

(ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES PARA AS<br />

INDÚSTRIAS DE MADEIRA E MÓVEIS), AO PASSAR O<br />

BASTÃO PARA A GESTÃO <strong>2021</strong>/2022<br />

28 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


Tecnologia e soluções<br />

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ENTREVISTA<br />

UM NOVO<br />

GÁS PARA O BRASIL<br />

NEW NATURAL<br />

GAS FOR BRAZIL<br />

E<br />

ngenheiro mecânico com mais de 30 anos de experiência,<br />

Paulo Pedrosa é uma das principais lideranças<br />

na articulação junto ao Congresso Nacional para que o<br />

país destrave sua legislação relativa à produção de gás<br />

natural, quebrando o atual monopólio no setor. Em<br />

entrevista, o atual dirigente da ABRACE (Associação de Grandes<br />

Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres) e ex-<br />

-secretário executivo do MME (Ministério de Minas e Energia) fala<br />

sobre suas expectativas para a votação da Lei do Gás no Senado<br />

Federal e a respeito dos impactos das novas regras nos custos<br />

de produção e na atividade econômica. “Virá a modernização da<br />

produção industrial e um ganho que nos permitirá competir nos<br />

mercados globais”, garante.<br />

ENTREVISTA<br />

P<br />

aulo Pedrosa, a mechanical engineer with more than 30<br />

years of experience, is one of the foremost leaders in<br />

the articulation within the National Congress for Brazil<br />

to unlock its legislation on natural gas production, breaking<br />

the current monopoly in the Sector. In an interview,<br />

the current President of the Brazilian Association of Large <strong>Industrial</strong><br />

and Free Market Energy Consumers (Abrace) and former Executive<br />

Secretary of the Ministry of Mines and Energy (MME) talks about his<br />

expectations for the vote on the “New Natural Gas Act” in the Federal<br />

Senate and about the impacts of the new rules on production<br />

costs and economic activity. “It will lead to the modernization of industrial<br />

production and a gain that will allow us to compete in global<br />

markets,” he ensures.<br />

Foto: divulgação<br />

PAULO PEDROSA<br />

FORMAÇÃO PROFISSIONAL: ENGENHEIRO MECÂNICO,<br />

FORMADO PELA UNB (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA)<br />

CARGO: DIRIGENTE DA ABRACE (ASSOCIAÇÃO DE GRANDES<br />

CONSUMIDORES INDUSTRIAIS DE ENERGIA E CONSUMIDORES<br />

LIVRES) E EX-SECRETÁRIO EXECUTIVO DO MME (MINISTÉRIO<br />

DE MINAS E ENERGIA)<br />

PROFESSIONAL EDUCATION: MECHANICAL ENGINEERING, UNIVERSITY OF<br />

BRASÍLIA (UNB)<br />

FUNCTION: PRESIDENT OF THE BRAZILIAN ASSOCIATION OF LARGE INDUSTRIAL<br />

AND FREE MARKET ENERGY CONSUMERS (ABRACE) AND FORMER EXECUTIVE<br />

SECRETARY OF THE MINISTRY OF MINES AND ENERGY (MME)<br />

30 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


JÁ APROVADA NA CÂMARA DOS DEPUTA-<br />

DOS, A NOVA LEI DO GÁS ESTÁ EM TRAMITA-<br />

ÇÃO NO SENADO FEDERAL. QUAIS SÃO AS<br />

EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO A ESSA VOTA-<br />

ÇÃO?<br />

A tramitação da Lei do Gás no Congresso<br />

reflete as escolhas do Brasil. Assim como fizeram<br />

na Câmara, os interesses do passado se articulam<br />

para mudar a lógica da proposta de abertura de<br />

mercado e fazer do Novo Mercado do Gás, que<br />

veio para promover a competição e reduzir preços,<br />

um veículo para subsídios e com a presença de<br />

monopólios ou campeões regionais no mercado.<br />

Conseguimos uma surpreendente vitória na Câmara.<br />

Agora, de novo com a articulação do governo,<br />

vamos confiantes para este novo ciclo no Senado<br />

para que a lei seja aprovada ainda este ano. A<br />

postergação só interessa aos adversários do novo<br />

mercado.<br />

QUAIS SÃO OS IMPACTOS DAS NOVAS<br />

REGRAS NOS CUSTOS DE PRODUÇÃO E NA<br />

ATIVIDADE ECONÔMICA COMO UM TODO?<br />

Para o Brasil, essa lei tem importância equivalente<br />

à do Novo Marco do Saneamento, que demonstrou<br />

enorme vitalidade nos primeiros leilões,<br />

com ágios que superam em mais de 130 vezes os<br />

valores de edital. Além disso, a abertura do mercado<br />

de gás sinalizará aos investidores do mundo<br />

todo a disposição da nova economia em atrair capitais<br />

e promover soluções para um mercado competitivo<br />

e sem intervenções governamentais que<br />

assustem investidores. Já os efeitos concretos são<br />

extraordinários: geração de 4 milhões de empregos<br />

e triplicação do consumo de gás, inclusive o<br />

industrial, gerando R$ 60 bilhões de investimentos<br />

ao ano. Com o gás, virá a modernização da produção<br />

industrial e um ganho de competitividade que<br />

nos permitirá competir nos mercados globais.<br />

A NOVA LEI DO GÁS TEM SIDO APONTADA<br />

COMO INCENTIVO À RETOMADA ECONÔ-<br />

MICA DO PAÍS APÓS A CRISE OCASIONADA<br />

PELA PANDEMIA DA COVID-19. CONTUDO,<br />

HÁ QUEM DIGA QUE O IMPACTO NÃO SERÁ<br />

TÃO GRANDE ASSIM. COMO O SENHOR AVA-<br />

LIA ESSE CENÁRIO?<br />

Sairemos da pandemia com uma situação<br />

fiscal ainda mais delicada do que a que motivou<br />

a Reforma da Previdência. O custo do necessário<br />

acolhimento dos brasileiros pelo governo chegará<br />

às contas públicas. Portanto, não adianta sonhar<br />

com soluções que dependam de recursos públicos<br />

ou investimentos da União e dos Estados ou<br />

subsídios e encargos que sejam um peso ainda<br />

maior para a economia. A tentação de promover<br />

o desenvolvimento por meio do estímulo a obras<br />

ALREADY APPROVED IN THE HOUSE OF RE-<br />

PRESENTATIVES, THE NEW NATURAL GAS ACT<br />

HAS MOVED ON TO BE VOTED UPON IN THE FE-<br />

DERAL SENATE. WHAT ARE THE EXPECTATIONS<br />

FOR THIS VOTE?<br />

The procedures outlined for the New Natural Gas<br />

Act in Congress reflect choices for Brazil. As they did in<br />

the House, interested parties are articulating the logic<br />

of the proposal to open up the market and create a<br />

New Natural Gas Market, which will lead to promoting<br />

more competition and reduced prices, different from<br />

the old vehicle with subsidies and the presence of regional<br />

monopolies or market champions. The bill was<br />

overwhelmingly passed in the House. Again, with the<br />

articulation of the Government, we are confident that<br />

this new cycle in the Senate will be passed this year.<br />

Postponement is only in the interest of opponents of<br />

the new market.<br />

WHAT ARE THE IMPACTS OF THE NEW RULES<br />

ON PRODUCTION COSTS AND ECONOMIC ACTI-<br />

VITY AS A WHOLE?<br />

For Brazil, this Law’s importance is equivalent to<br />

that of the New Sanitation Framework that demonstrated<br />

enormous vitality in the first auctions, with bids<br />

that exceeded the minimum stipulated values by more<br />

than 130 times. Besides, the opening up of the natural<br />

gas market will signal investors worldwide the new<br />

economy’s willingness to attract capital and promote<br />

solutions to create a competitive market without Government<br />

intervention that scares off investors. The<br />

concrete effects are extraordinary: generating 4 million<br />

jobs and tripling natural gas consumption, including<br />

industrial, generating R$ 60 billion in investment per<br />

year. With natural gas, the modernization of industrial<br />

production and a gain of competitiveness will come<br />

that will allow us to compete in global markets.<br />

A APROVAÇÃO NA<br />

CÂMARA NOS MOSTROU A<br />

FORÇA DA ARTICULAÇÃO DA<br />

INDÚSTRIA. POR MEIO DE AMPLA<br />

ARTICULAÇÃO, CHEGAMOS ÀS<br />

LIDERANÇAS DO GOVERNO E DO<br />

CONGRESSO PELOS MAIS DIVERSOS E<br />

LEGÍTIMOS CANAIS<br />

FEVEREIRO <strong>2021</strong> 31


ENTREVISTA<br />

desnecessárias, por exemplo, apenas aumentará<br />

o peso sobre a sociedade e atrasará ainda mais a<br />

nossa recuperação. Precisamos de soluções que<br />

façam sentido econômico, tragam capitais novos<br />

e dinamizem a economia. A Nova Lei do Gás vai<br />

ser o grande tiro de largada para um novo ciclo na<br />

nossa economia.<br />

EM TERMOS DE REGULAMENTAÇÃO DO<br />

SETOR, COMO ESSE NOVO MARCO REGU-<br />

LATÓRIO COLOCARÁ O BRASIL DIANTE DO<br />

CENÁRIO INTERNACIONAL?<br />

Nossas indústrias chegam a pagar três ou quatro<br />

vezes o preço de concorrentes internacionais.<br />

Portanto, é muito mais barato trazer produtos<br />

acabados fora do Brasil do que produzir aqui, em<br />

especial aqueles produtos intensivos em energia.<br />

Foi assim que a nossa agricultura passou a depender<br />

de 80% dos fertilizantes importados e foi assim<br />

que, para dar um exemplo de grande valor simbólico,<br />

paramos de produzir até aspirina, um produto<br />

do dia a dia das famílias brasileiras. É importante<br />

avançarmos na aprovação da Lei do Gás, na modernização<br />

do setor elétrico e nessa agenda que,<br />

junto com o mercado nacional, é uma plataforma<br />

importante. Podemos reposicionar a indústria brasileira<br />

e reverter uma trajetória que tem custado<br />

muito caro à nossa sociedade. A Lei do Gás vai<br />

trazer muita diversidade e segurança jurídica.<br />

NA DISCUSSÃO DA LEI DO GÁS, A VOZ DA<br />

INDÚSTRIA ESTÁ SENDO OUVIDA?<br />

A aprovação na Câmara nos mostrou a força da<br />

articulação da indústria. Por meio de ampla articulação,<br />

chegamos às lideranças do governo e do<br />

Congresso pelos mais diversos e legítimos canais<br />

e fomos ouvidos. Esse movimento foi um grande<br />

aprendizado e esperamos que ele se repita e dê<br />

ao Brasil a vitória da aprovação da Nova Lei do<br />

Gás no Senado Federal.<br />

THE NEW NATURAL GAS ACT HAS BEEN<br />

POINTED OUT AS AN INCENTIVE FOR THE COU-<br />

NTRY’S ECONOMIC RECOVERY AFTER THE CRISIS<br />

CAUSED BY THE COVID-19 PANDEMIC. HOWE-<br />

VER, SOME SAY THAT THE IMPACT WILL NOT<br />

BE THAT GREAT. HOW DO YOU EVALUATE THIS<br />

SCENARIO?<br />

We will come out of the pandemic with an even<br />

more delicate fiscal situation than the one that motivated<br />

Social Insurance Reform. The cost of the<br />

Government’s actions for Brazilians will significantly<br />

affect public accounts. Therefore, there is no point in<br />

dreaming of solutions that depend on public resources<br />

or investments or subsidies and tax relief by the Central<br />

and State Governments, which would create an even<br />

more significant economic burden. The temptation to<br />

promote development by encouraging unnecessary<br />

works, for example, will only increase the burden on<br />

society and further delay recovery. We need solutions<br />

that make economic sense, bring in new capital, and<br />

streamline the economy. The New Natural Gas Act will<br />

be a big boost for starting a new cycle in our economy.<br />

IN TERMS OF INDUSTRY REGULATION, HOW<br />

WILL THIS NEW REGULATORY FRAMEWORK AF-<br />

FECT BRAZIL WITHIN THE INTERNATIONAL SCE-<br />

NARIO?<br />

Our companies pay three or four times the price<br />

that our international competitors pay. Therefore, it is<br />

much cheaper to bring finished products from abroad<br />

than to produce them here, in Brazil, especially energy-intensive<br />

products. This is why our agriculture came<br />

to depend on 80% of fertilizers being imported. That<br />

is why, to give an example of great symbolic value, we<br />

even stopped producing aspirin, a product in the day-<br />

-to-day of Brazilian families. It is essential to proceed<br />

with the Natural Gas Act’s approval for the modernization<br />

of the Electricity Sector as this agenda is a crucial<br />

platform for the national market. We can reposition<br />

Brazilian industry and reverse a trajectory that has cost<br />

our society dearly. The Natural Gas Act will lead to diversity<br />

and legal certainty.<br />

É IMPORTANTE<br />

AVANÇARMOS NA<br />

APROVAÇÃO DA LEI DO GÁS, NA<br />

MODERNIZAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO<br />

E NESSA AGENDA QUE, JUNTO COM O<br />

MERCADO NACIONAL, É UMA<br />

PLATAFORMA IMPORTANTE<br />

IN THE DISCUSSION OF THE NATURAL GAS<br />

ACT, IS THE VOICE OF INDUSTRY BEING HEARD?<br />

The approval in the House showed us the strength<br />

of the articulation of the industry. Through broad articulation<br />

and the most diverse and legitimate channels,<br />

we reached out to Government and Congress leaders,<br />

and were heard. This movement was a great learning<br />

process, and we hope that it will be repeated and lead<br />

to a Brazilian victory through the approval of the New<br />

Natural Gas Act in the Federal Senate.<br />

32 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


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COLUNA ABIMCI<br />

BRASIL CONSOLIDA PAPEL<br />

DE DESTAQUE NO CENÁRIO INTERNACIONAL<br />

MESMO DIANTE DE UM CENÁRIO MARCADO POR ADVERSIDADES, AS EMPRESAS BRASILEIRAS DE MADEIRA<br />

FECHARAM 2020 COM BONS RESULTADOS NOS VOLUMES EMBARCADOS<br />

Paulo Pupo<br />

Superintendente da ABIMCI<br />

(Associação Brasileira da Indústria de<br />

Madeira Processada Mecanicamente)<br />

Contato: abimci@abimci.com.br<br />

OS RESULTADOS<br />

ALCANÇADOS NO ANO<br />

PASSADO CONFIRMAM A<br />

CONSOLIDAÇÃO DA PRESENÇA DO<br />

BRASIL NO MERCADO INTERNACIONAL<br />

DE PRODUTOS DE MADEIRA<br />

imprevisibilidade de 2020, causada pela<br />

Apandemia do novo coronavírus, deixou todos<br />

os segmentos produtivos em alerta. A<br />

indústria de produtos de madeira do Brasil,<br />

que tem no mercado internacional um dos<br />

principais destinos, acompanhou de forma<br />

atenta as decisões internacionais quanto à paralisação<br />

das atividades e as tendências de consumo, principalmente<br />

na Europa e nos EUA (Estados Unidos da América).<br />

Mesmo diante de um cenário marcado por adversidades,<br />

as empresas brasileiras de madeira fecharam 2020<br />

com bons resultados nos volumes embarcados. Os EUA,<br />

por exemplo, continuaram sendo o principal destino de<br />

produtos como compensado de pinus, molduras e madeira<br />

serrada de pinus. Este último produto atingiu pela<br />

Foto: divulgação<br />

primeira vez a marca histórica de 3 milhões de m³ (metros<br />

cúbicos) exportados pelo Brasil para os principais mercados<br />

compradores.<br />

Esse bom resultado na madeira serrada, associado<br />

ao aumento de 20% das exportações de compensado de<br />

pinus, indica o movimento dos últimos anos de crescimento<br />

da participação do Brasil no mercado internacional,<br />

posicionando novamente o país entre os principais<br />

players mundiais.<br />

As exportações de pisos e portas maciças também<br />

registraram alta no ano passado. Destaque ainda para as<br />

vendas de pellets de pinus para a Europa, com foco especial<br />

no mercado italiano. Quanto ao mercado asiático,<br />

produtos como as lâminas de pinus e lâminas de espécies<br />

tropicais aumentaram os volumes comercializados.<br />

Entre as retrações nas vendas estão os pisos engenheirados,<br />

com uma redução de 29% em relação ao volume<br />

embarcado em 2019. Também houve diminuição do<br />

volume final embarcado em 2020 de madeiras serrada e<br />

perfilada e espécies tropicais.<br />

Os resultados alcançados no ano passado confirmam<br />

a consolidação da presença do Brasil no mercado internacional<br />

de produtos de madeira, um mercado para o qual<br />

é preciso estar preparado comercialmente e tecnicamente.<br />

A ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira<br />

Processada Mecanicamente) tem exercido um papel<br />

institucional fundamental junto às suas empresas associadas,<br />

subsidiando-as com informações e monitoramento<br />

comercial dos produtos e segmentos que representa,<br />

assim como abordando e atualizando decisões políticas<br />

e econômicas e de mercado que afetam diretamente os<br />

negócios com o Brasil.<br />

Assim, diante de incertezas internas e externas ainda<br />

em virtude da pandemia, mudanças políticas, a dinâmica<br />

dos acordos comerciais em andamento, o monitoramento<br />

permanente de informações e o olhar apurado para os<br />

encaminhamentos em <strong>2021</strong> continuarão a ser fundamentais<br />

para a tomada de decisões e definições nos negócios.<br />

Devemos permanecer vigilantes em relação a pautas<br />

que devem ganhar força neste ano, como meio ambiente<br />

e suprimento florestal, avanços e investimentos necessários<br />

no modal logístico e barreiras comerciais internacionais,<br />

bem como, o andamento das reformas, em especial<br />

a tributária.<br />

34 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


Há 75 anos parceira<br />

do setor madeireiro<br />

Plaina Moldureira<br />

PMO 240 e PMO-320<br />

Versões: 4, 5, 6,7 e 8 eixos<br />

Velocidade de<br />

avanço até 90 m/min<br />

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posicionamento dos<br />

eixos através de CLP<br />

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TRADIÇÃO,<br />

REFERÊNCIA<br />

E INOVAÇÃO<br />

TRADITION, REFERENCE,<br />

AND INNOVATION<br />

36 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


COM PRODUTOS 100% BRASILEIROS, EMPRESA CATARINENSE<br />

COMPLETA 75 ANOS DE HISTÓRIA COMO ESPECIALISTA NA<br />

PRODUÇÃO DE MÁQUINAS PARA O BENEFICIAMENTO DA<br />

MADEIRA E NA FUNDIÇÃO DE PEÇAS DE FERRO<br />

Fotos: Emanoel Caldeira<br />

A<br />

história da Omil Máquinas se confunde<br />

com o desenvolvimento da cidade de Ibirama,<br />

no interior de Santa Catarina. Como<br />

uma das empresas mais antigas da região,<br />

a Omil cresceu e trouxe o nome do município<br />

consigo, nos últimos 75 anos. Em <strong>2021</strong>, a companhia<br />

completa sete décadas e meia de puro trabalho, com<br />

foco na tradição de seus produtos, na referência de seu<br />

conhecimento técnico e na inovação, presente em suas<br />

máquinas para o setor madeireiro.<br />

Com um parque industrial moderno, com cerca de 12<br />

mil m 2 (metros quadrados), a Omil produz equipamentos<br />

para o beneficiamento de madeiras, com destaque para<br />

as plainas, plainas moldureiras, serras múltiplas, alimentadores<br />

e descarregadores automáticos. A empresa<br />

também tem investido fortemente, nos últimos anos, na<br />

produção de peças fundidas em ferro cinzento, nodular,<br />

ferro branco, ampliando sua capacidade produtiva para<br />

aproximadamente 700t (toneladas) mês.<br />

WITH 100% BRAZILIAN PRODUCTS,<br />

A COMPANY FROM THE STATE OF<br />

SANTA CATARINA IS COMPLETING 75<br />

YEARS OF EXISTENCE AS A SPECIALIST<br />

IN PRODUCING WOODWORKING<br />

MACHINES AND CASTIRON PRODUCTS<br />

The history of Omil Máquinas is intertwined with<br />

the development of the city of Ibirama, in the interior<br />

of the State of Santa Catarina. As one of the<br />

oldest companies in the Region, Omil has grown<br />

and become an essential part of the municipality<br />

over the last 75 years. In <strong>2021</strong>, the Company completes seven<br />

and a half decades of pure work, focusing on its products’<br />

tradition, a reference of its technical knowledge and inno-<br />

FEVEREIRO <strong>2021</strong> 37


PRINCIPAL<br />

De acordo com o gerente geral da Omil, Maikon Koelbel,<br />

o segredo para o sucesso reside na administração<br />

familiar da empresa, fundada por seu avô, cunhados,<br />

amigos e um grupo de investidores, ainda no ano de<br />

1946. “A Omil é mais antiga que o meu próprio pai. Essa<br />

administração mais próxima faz com que todo o corpo<br />

de colaboradores da Omil seja quase como uma família,<br />

e o trabalho é levado neste sentido. Por exemplo, tenho<br />

meu filho e também quero que isso vá para frente e que<br />

gere frutos para a próxima geração”, conta o gerente,<br />

que trabalha desde sua adolescência na Omil.<br />

Entre altos e baixos, a Omil se fortaleceu e buscou<br />

atender diversos países, com forte atuação em toda a<br />

América Latina, com destaque para as exportações em<br />

países como México, Chile e Uruguai. A Omil, inclusive, é<br />

a única empresa nacional com produção 100% brasileira.<br />

“Temos realizado alguns projetos que devem sair do<br />

papel muito em breve, tanto para <strong>2021</strong> quanto para o ano<br />

que vem. Nos últimos 5 anos, temos investido também<br />

no ramo da fundição, com fornecimento de peças fundidas<br />

para o setor agrícola. Aliás, para o mês de março,<br />

estão chegando maquinários novos, para que a Omil<br />

agregue um valor ainda maior para os nossos clientes”,<br />

revela Maikon.<br />

vation, present in its machines for the Woodworking Sector.<br />

With a modern industrial park, with about 12,000 m 2 ,<br />

Omil produces equipment for woodworking, with emphasis<br />

on planers, molding planers, gang saws, feeders, and<br />

automatic unloaders. Over the last few years, the Company<br />

has also invested heavily in the production of cast iron parts<br />

in grey, nodular, and white iron, expanding its production<br />

capacity to approximately 700 tons per month.<br />

According to Maikon Koelbel, General Manager for<br />

Omil, the secret to success lies in the Company’s family<br />

administration, founded, in 1946, by his grandfather, brother-in-law,<br />

friends, and a group of investors. “Omil is older<br />

than my father. This close administration leads to Omil’s<br />

entire workforce almost feeling like a family, and works takes<br />

this direction. I, for example, have a son, and I also want the<br />

Company to continue to develop and bear fruit for the next<br />

generation,” says the Manager, who has worked since his<br />

adolescence at Omil.<br />

Between the ups and downs, Omil has strengthened and<br />

sought to serve markets in several countries, with substantial<br />

operations throughout Latin America, with emphasis on<br />

exports to countries such as Mexico, Chile, and Uruguay.<br />

Omil is also the only domestic company in the area with<br />

100% Brazilian production.<br />

“We have elaborated several designs that should come<br />

off the paper very soon, both in <strong>2021</strong> and next year. Over the<br />

38 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


last five years, we have also invested in the foundry business,<br />

supplying cast iron parts to the Agricultural Sector. In fact,<br />

for March, we expect to take delivery of new machinery, so<br />

that Omil will be able to add an even greater value for our<br />

customers,” explains Maikon.<br />

MÁQUINAS<br />

Entre os principais produtos da Omil, as plainas<br />

moldureiras PMC-PLUS-200 e a PMO-240/320 tem conquistado<br />

o mercado nacional e internacional. Algumas<br />

das maiores empresas do setor da madeira têm adquirido<br />

esses equipamentos e atestam a qualidade dos serviços<br />

da Omil.<br />

Há três décadas na Madeireira Rossini, localizada em<br />

José Boiteux (SC), o colaborador Ricardo Rossini iniciou<br />

sua carreira ao lado de um maquinário da Omil. “Meu<br />

primeiro trabalho na Rossini foi justamente no beneficiamento<br />

de madeira. Na época, usávamos uma moldureira<br />

MACHINERY<br />

Among Omil’s major products, the PMC-PLUS-200 and<br />

PMO-240/320 molder/planers have conquered the domestic<br />

and international market. Some of the largest companies in<br />

the Woodworking Sector have acquired this equipment and<br />

attest to Omil service quality.<br />

Three decades ago, at Madeira Rossini, located in José<br />

Boiteux, Santa Catarina, Ricardo Rossini began his career<br />

alongside an Omil machine. “My first job at Rossini was<br />

precisely in wood processing. At the time, we used a more<br />

rudimentary molder, the best technology of the time, which<br />

was from Omil. I believe that our relationship with the Omil<br />

is almost 50 years old,” says Rossini.<br />

Currently, Rossini has a PLUS-200 planer in its factory. “It<br />

is a machine that has helped us a lot to grow. At some point,<br />

VISITA À MADEIREIRA ROSSINI


PRINCIPAL<br />

VISITA À EMPRESA BUTZKE MÓVEIS<br />

EQUIPE COMERCIAL MÁQUINAS OMIL<br />

mais rudimentar, até pela tecnologia da época, que era<br />

da Omil. Acredito que nossa parceria com a empresa<br />

tenha perto de 50 anos”, avalia Ricardo.<br />

Atualmente, a Rossini possui uma plaina PLUS-200 em<br />

sua fábrica. “São máquinas que, realmente, nos ajudaram<br />

muito a crescer. Em algum momento, a gente fez uma<br />

opção de deixar de simplesmente serrar a madeira e<br />

passamos a procurar esse trabalho do beneficiamento,<br />

com um pouco mais de velocidade, um pouco mais de<br />

elaboração. Então procuramos a Omil e adquirimos duas<br />

PMO-240. Essas máquinas continuam rodando aqui até<br />

hoje”, salienta o colaborador.<br />

Ricardo ainda afirma que, além da confiabilidade das<br />

máquinas, o relacionamento próximo entre as empresas<br />

é o grande diferencial da Omil. “Esse olho no olho ajuda<br />

muito, até porque moramos ao lado da fábrica da Omil.<br />

Eles sempre buscaram uma participação muito ativa e o<br />

pós-venda é excelente. A grande preocupação da Omil<br />

é entregar uma máquina que atenda às demandas e<br />

expectativas de cada cliente, e acho isso fundamental<br />

em uma parceria comercial”, acrescenta.<br />

Presidente da Butzke Móveis, localizada em Timbó<br />

(SC), Michel Otte revela que a parceria das empresas se<br />

we decided to stop simply sawing wood, and we started<br />

looking for wood processing work with a little more speed,<br />

a little more elaboration. So, we went to Omil and acquired<br />

two PMO-240. These machines continue to run here to this<br />

day,” stresses Rossini.<br />

Rossini also states that, in addition to the machines’<br />

reliability, the close relationship between the companies is<br />

Omil’s great differential. “The eye to the eye contact helps a<br />

lot, not least because we live next door to the Omil factory.<br />

They have always sought to have a very active participation,<br />

and the after-sales service is excellent. Omil’s main concern<br />

is to deliver a machine that meets the demands and expectations<br />

of each customer, and I think that this is fundamental<br />

in a commercial relationship,” he adds.<br />

Michel Otte, President of Butzke Móveis, located in<br />

Timbó SC, reveals that the relationship between the two<br />

companies has become part of Butzke, which has been in<br />

operation for more than 120 years. He analyzes that the<br />

cost-benefit of Omil’s services highlights the Company, in a<br />

crowded market such as that of the woodworking industry.<br />

“We have noticed, in recent years, a great improvement<br />

in our production, very much due to the Omil planers. We<br />

recently bought an 8-axis PMO-320 with Automatic Feed<br />

40 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


confunde com os mais de 120 anos de atuação da Butzke.<br />

Ele analisa que o custo-benefício dos serviços da Omil é<br />

o que destaca a companhia, em um mercado concorrido<br />

como o da indústria madeireira.<br />

“Percebemos, nos últimos anos, uma melhora grande<br />

na nossa produção, muito devido às plainas da Omil.<br />

Nós compramos, recentemente, uma PMO-320 de 8<br />

eixos com Alimentador Automático, pois precisávamos<br />

melhorar o acabamento da madeira. Estudamos várias<br />

soluções e encontramos na máquina da Omil a solução<br />

que achávamos ideal para o que estávamos precisando.<br />

Além disso, a Omil sempre esteve ao nosso lado. Nós<br />

batíamos no telefone e eles vinham até nós. É uma relação<br />

especial”, destaca Michel Otte.<br />

Com planos para o futuro da empresa, o gerente<br />

geral da Omil, Maikon Koelbel, agradece a parceria com<br />

seus clientes e parceiros e com todos que fizeram parte<br />

da história da Omil nesses 75 anos. “Queria deixar um<br />

agradecimento a todas as pessoas que fizeram parte<br />

dessa empresa, que passaram por aqui de alguma maneira,<br />

e deixaram um pedaço delas aqui dentro. No fim,<br />

o que importa são as pessoas que passaram aqui dentro<br />

e o esforço que elas fizeram para sermos essa grande<br />

empresa que somos hoje”, enaltece Maikon.<br />

A OMIL POSSUI UM<br />

PARQUE INDUSTRIAL<br />

MODERNO, COM CERCA DE 12<br />

MIL M 2<br />

because we needed to improve the wood finish. We studied<br />

several solutions and found in the Omil machine the solution<br />

that we thought was ideal for what we needed. Besides,<br />

Omil’s always been there for us. We could phone them,<br />

and they would immediately send someone. It is a special<br />

relationship,” he adds.<br />

With plans for the Company’s future, Omil General Manager<br />

Koelbel appreciates the relationship with his customers<br />

and suppliers and with everyone who has been part of Omi’s<br />

history in these 75 years. “I would like to give a thank you<br />

to all the people who were part of this Company, who came<br />

through here in any way and left a piece of themselves here.<br />

In the end, what matters are the people who passed through<br />

here and the effort they made to help this great company<br />

be what we are today,” he concludes.<br />

FÁBRICA DA OMIL<br />

FEVEREIRO <strong>2021</strong> 41


ECONOMIA<br />

A HORA DA<br />

RETOMADA<br />

BRASIL PRECISA APROVAR<br />

REFORMAS ESTRUTURAIS PARA SE<br />

RECUPERAR DAS PERDAS DE 2020<br />

Fotos: divulgação<br />

42 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


D<br />

epois de amargar uma recessão em<br />

2020, desencadeada pela pandemia de<br />

Covid-19, a economia brasileira voltará a<br />

crescer em <strong>2021</strong>. É o que aponta a Projeção<br />

da CNI (Confederação Nacional da<br />

Indústria), que mostra que o PIB (Produto Interno Bruto)<br />

registrará expansão de 4% neste ano. A atividade<br />

econômica será impulsionada pelo avanço de 4,4% do<br />

PIB industrial. As previsões estão na edição especial do<br />

Informe Conjuntural – Economia Brasileira.<br />

O estudo mostra que parte significativa do crescimento<br />

econômico será explicada pela base de comparação<br />

com 2020, ano marcado por uma recessão decorrente<br />

dos efeitos da pandemia do novo coronavírus<br />

sobre a atividade econômica. A estimativa é que o PIB<br />

caia 4,3% na comparação com 2019 e o PIB industrial,<br />

3,5%.<br />

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade,<br />

avalia que as incertezas com relação à economia continuam<br />

elevadas e só diminuirão com a imunização da<br />

maior parcela da população. A manutenção da recuperação<br />

dependerá não só de medidas econômicas, mas<br />

também de saúde pública.<br />

FEVEREIRO <strong>2021</strong> 43


ECONOMIA<br />

Ele observa, porém, que o primeiro passo já foi<br />

dado. A economia vai continuar a se recuperar das perdas<br />

sofridas ao longo deste ano. No caso da indústria,<br />

para a maioria dos setores, a recuperação já ocorreu<br />

em 2020. O grande desafio do Brasil é fazer o país voltar<br />

a crescer acima de 2% ao ano de maneira sustentada,<br />

ou seja, por um longo período.<br />

“O desafio é a transição da retomada para o crescimento<br />

sustentado já em <strong>2021</strong>. Para isso, o país, mais<br />

do que nunca, precisa eliminar o Custo Brasil. É preciso<br />

prover um ambiente favorável aos negócios, que<br />

ofereça segurança jurídica, melhore as expectativas e<br />

estimule o investimento, o crescimento econômico e<br />

o desenvolvimento social”, afirma Robson Braga de<br />

Andrade.<br />

O presidente ainda ressalta a necessidade de se<br />

avançar nas reformas estruturais, entre elas a tributária<br />

e a administrativa. O Brasil também precisa atrair<br />

investimentos em infraestrutura, por meio de uma<br />

modernização dos marcos regulatórios, para garantir a<br />

segurança jurídica e o respeito aos contratos.<br />

INFLAÇÃO<br />

A estimativa é que a inflação oficial medida pelo<br />

IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)<br />

fique em 3,55% ao ano no fechamento de <strong>2021</strong>. A<br />

meta definida pelo Conselho Monetário Nacional para<br />

o próximo ano é de uma inflação de 3,75% ao ano,<br />

com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual<br />

para cima ou para baixo. Assim, a inflação no próximo<br />

ano deverá ficar abaixo da meta, mas ainda dentro do<br />

intervalo de tolerância. Para 2020, a projeção da CNI é<br />

que o Ipca fique em 4,28%, um pouco acima da meta<br />

de 4% definida para este ano, mas também dentro da<br />

margem de tolerância.<br />

TAXA SELIC<br />

No caso da taxa básica de juros, a Selic, a CNI espera<br />

que ela seja mantida no atual patamar de 2% ao<br />

ano até o fim do primeiro semestre de <strong>2021</strong>, quando<br />

se iniciará uma sequência de três aumentos. Com isso,<br />

a Selic deverá ficar em 3% ao ano no fechamento de<br />

<strong>2021</strong>.<br />

“Com a Selic em baixo patamar e com as perspectivas<br />

da Agenda BC, o mercado de crédito terá um<br />

importante papel no impulso ao crescimento econômico<br />

em <strong>2021</strong>”, diz o relatório da CNI. A taxa de câmbio<br />

deve ficar em R$ 5,15/US$ na média de 2020. Para<br />

<strong>2021</strong>, projeta-se que a taxa de câmbio fique em torno<br />

de R$ 4,84/US$, na média, o que representa apreciação<br />

moderada frente à média esperada para 2020.<br />

O DESAFIO É A<br />

TRANSIÇÃO DA<br />

RETOMADA PARA O<br />

CRESCIMENTO SUSTENTADO<br />

JÁ EM <strong>2021</strong>. PARA ISSO, O<br />

PAÍS, MAIS DO QUE NUNCA,<br />

PRECISA ELIMINAR O CUSTO<br />

BRASIL<br />

44 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


MERCADO<br />

SETOR<br />

MOVELEIRO<br />

EM DESTAQUE<br />

46 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


CONTRA A MARÉ, INDÚSTRIA DE MÓVEIS<br />

MOSTROU CRESCIMENTO DURANTE A<br />

PANDEMIA, COM NÚMEROS SUPERIORES<br />

AOS DE ANOS ANTERIORES<br />

Fotos: divulgação<br />

FEVEREIRO <strong>2021</strong> 47


MERCADO<br />

Aquarentena e as demais imposições geradas<br />

pela pandemia do coronavírus fizeram com<br />

que os consumidores brasileiros direcionassem<br />

a atenção para o conforto de seus lares.<br />

Por passar mais tempo dentro de casa, o<br />

mercado de móveis nacional mostrou grande crescimento<br />

durante 2020 e superou as vendas de toda a década.<br />

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)<br />

mostram que, no acumulado do ano, o crescimento<br />

na aquisição desses produtos registrou alta de 39,9% em<br />

todo o país em comparação com o ano anterior. Os maiores<br />

responsáveis por esse bom momento do setor são<br />

os móveis planejados (60%); móveis residenciais (20%) e<br />

estofados (30%).<br />

“Com a permanência das pessoas em casa, elas<br />

acabaram percebendo a necessidade de mudança e de<br />

algumas reformas. Isso está impactando o nosso setor e<br />

trazendo, de forma satisfatória, retorno para os lojistas de<br />

Passos e região. Hoje, temos a necessidade de contratar<br />

mais e ampliar fábricas. Tivemos nessa crise uma oportunidade”,<br />

explica Marcelo Coimbra, diretor de Comunicação<br />

da ACIMOV (Associação Comercial e <strong>Industrial</strong><br />

de Móveis de Passos), grande polo moveleiro de Minas<br />

Gerais.<br />

E o boom de vendas no setor moveleiro veio em um<br />

momento chave para o segmento, que vem sofrendo desde<br />

a crise econômica surgida em 2014. Antes da pandemia,<br />

por exemplo, a situação do mercado de móveis era<br />

crítica. Em março e abril, as vendas apresentaram recuos<br />

de mais de 10% ao mês.<br />

MÓVEIS GAÚCHOS<br />

No Rio Grande do Sul, um dos maiores polos mo-<br />

veleiros do país, o crescimento nominal de faturamento<br />

apresentou alta de 4,1% em 2020, o que representou R$<br />

6,4 bilhões em comparação ao mesmo período do ano<br />

passado. De acordo com a MOVERGS (Associação das Indústrias<br />

de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul), tais<br />

resultados demonstram que “a indústria moveleira segue<br />

o processo de retomada, iniciada nos últimos meses”.<br />

O resultado também impactou positivamente na geração<br />

de empregos, conforme dados do Novo Caged, no<br />

mês de outubro. No Rio Grande do Sul, a variação é de<br />

3,3% em relação ao início do ano, e o fechamento do mês<br />

aponta 34.823 postos de trabalho na indústria gaúcha,<br />

resultado que também supera a média da indústria de<br />

transformação no estado, que ficou praticamente estagnada<br />

em 0,15%.<br />

Para o economista da MOVERGS, Eduardo Santarossa,<br />

o setor já retornou aos níveis de produção e empregos<br />

pré-pandemia. Dados do IBGE mostram que o volume<br />

de vendas de móveis é o segmento que mais cresceu no<br />

varejo brasileiro por dois meses consecutivos (agosto e<br />

setembro) nas comparações com os mesmos meses do<br />

ano anterior. A variação acumulada no ano já tem alta de<br />

8,8% quando comparada ao período de janeiro a setembro<br />

de 2019.<br />

“No entanto, a produção ainda não conseguiu acompanhar<br />

o forte aumento de vendas. Há um descompasso<br />

entre oferta e demanda, o que freia uma recuperação<br />

mais consolidada. A pandemia causou alta nos custos e<br />

empurrou todos os estoques para baixo. Hoje, o setor<br />

está sofrendo com a falta de insumos de produção e<br />

grande aumento nos seus preços em decorrência desse<br />

cenário, em especial os painéis de madeira, principal matéria-prima<br />

para a indústria de móveis”, pontua.<br />

48 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


MARCENARIA<br />

50 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


A NOVA<br />

MARCENARIA<br />

ADAPTADA AO SÉCULO 21, A MARCENARIA MODERNA ADOTOU<br />

INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E BUSCA SATISFAZER DEMANDAS<br />

DOS CONSUMIDORES<br />

Fotos: divulgação<br />

FEVEREIRO <strong>2021</strong> 51


MARCENARIA<br />

Apesar de a marcenaria tradicional atrair<br />

tanto profissionais como consumidores<br />

apaixonados pelo trabalho artesanal e<br />

diferenciado, nem sempre essa modalidade<br />

se torna rentável para o empresário.<br />

Quando isso acontece, o melhor a fazer é buscar<br />

características e automações da marcenaria moderna,<br />

que vem crescendo exponencialmente no Brasil e no<br />

mundo.<br />

Dois dos principais problemas de uma marcenaria<br />

tradicional, embora contrários, podem se tornar grandes<br />

dores de cabeça para a empresa. O primeiro deles<br />

é a queda no número de pedidos, devido à preferência<br />

por produtos confeccionados em grande escala e com<br />

pronta-entrega. O outro problema é a falta de capacidade<br />

para atender às possíveis altas demandas dos<br />

clientes.<br />

Esses são indícios de que seu empreendimento<br />

está sendo passado para trás por uma marcenaria<br />

moderna. Para retornar ao mercado, serão necessárias<br />

algumas adequações funcionais para não perder mais<br />

espaço no setor marceneiro.<br />

O QUE É?<br />

O conceito da marcenaria moderna é baseado,<br />

principalmente, na automação. Essa característica será<br />

a estrutura básica do seu negócio, sendo obrigatoriamente<br />

um pré-requisito para qualquer marcenaria que<br />

tenha como objetivo o lucro e a expansão comercial.<br />

Três dos mais importantes pilares para a automação<br />

de funções são: as máquinas, ferramentas e equipamentos,<br />

cuja tecnologia de ponta seja capaz de produzir<br />

móveis mais elaborados; softwares que “desenhem”<br />

os móveis com eficiência e que estejam em sintonia<br />

com as máquinas, dando as coordenadas; e o fluxo de<br />

automação entre todos os processos de produção, ou<br />

seja, a “conversa” entre esses pilares representará o<br />

real sentido de uma marcenaria moderna atualmente,<br />

indo desde o projeto detalhado do móvel, passando<br />

pela eficiência e qualidade da sua produção e chegando<br />

até a finalização para entrega.<br />

Em uma marcenaria moderna, o marceneiro conseguirá<br />

desenhar o móvel, terá toda a explicação para<br />

construí-lo, saberá qual será o custo para produção.<br />

Além disso, vai gerar um orçamento completo para o<br />

52 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


cliente, que será feito na hora e 100% otimizado.<br />

Mas para que todos esses passos sejam seguidos,<br />

algumas medidas devem ser tomadas pela empresa,<br />

como:<br />

• Redução de gastos: em um sistema convencional,<br />

leva-se muito tempo para desenhar o móvel, assim<br />

como para criar as listas de corte e prever o melhor<br />

aproveitamento do painel. Tempo é dinheiro. Por isso,<br />

esse processo deixa o custo final do móvel mais caro.<br />

Na marcenaria moderna, tudo é feito tecnologicamente,<br />

maximizando a produção;<br />

• Orçamento a toque de caixa: a marcenaria do<br />

futuro gera os custos completos instantaneamente a<br />

partir da formulação do projeto e estimativa de componentes;<br />

• Construção ágil: há vários softwares que auxiliam<br />

os profissionais na hora da montagem do produto. Eles<br />

possibilitam a construção do móvel em apenas alguns<br />

minutos, visualizando as alterações em tempo real e<br />

gerando automaticamente as listas de peças necessárias;<br />

• Aproveitamento do material: talvez o maior diferencial<br />

da marcenaria moderna seja evitar o desperdício<br />

de materiais. O programa de computador é preciso,<br />

graças às informações fornecidas pelo software<br />

enviadas para a seccionadora. O operador só precisa<br />

abrir o plano de corte e iniciar a produção.<br />

EM UMA MARCENARIA<br />

MODERNA, O MARCENEIRO<br />

CONSEGUIRÁ DESENHAR O MÓVEL,<br />

SABER QUAL SERÁ O CUSTO PARA<br />

PRODUÇÃO E PODERÁ GERAR UM<br />

ORÇAMENTO COMPLETO<br />

PARA O CLIENTE<br />

FEVEREIRO <strong>2021</strong> 53


MADEIRA TRATADA<br />

54 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


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PARA CRIAR AMBIENTE ACONCHEGANTE E<br />

CALMO NA COSTA AUSTRALIANA<br />

Fotos: divulgação<br />

Linhas modernas, curvas e com uma intrínseca<br />

relação com a natureza. Esse é o conceito<br />

de uma bela residência incrustada nas<br />

dunas costeiras do leste de Victoria, cidade<br />

litorânea na Austrália. A casa de férias pertence<br />

a uma tradicional família da região, que tem uma<br />

longa história com o modesto vilarejo à beira-mar de<br />

Sandy Point. A quase 3h (horas) de Melbourne, o imóvel<br />

tem a madeira como protagonista e foi projetado<br />

para longas estadias – tanto nas férias de verão quanto<br />

nas de inverno.<br />

Desenhada pelo arquiteto Kennedy Nolan, a casa<br />

possui uma coloração acinzentada, de forma a se<br />

camuflar no entorno de uma plantação indígena. A<br />

aspiração subjacente do projeto foi projetar uma casa<br />

que refletisse e amplificasse a conexão genuína com o<br />

local, que evoluiu ao longo de gerações. Algumas das<br />

condicionantes impostas pelos donos pediam um local<br />

íntimo e com ambientes amplos para grandes reuniões,<br />

com um senso constante de integração.<br />

O clima local costuma ser bucólico, por se tratar<br />

de uma praia pouco habitada, mas os proprietários<br />

encontram beleza e uma conexão profunda em todas<br />

as condições. Pelo fato de a casa ficar desocupada por<br />

longos períodos, a edificação precisava ser segura e de<br />

baixa manutenção. Sandy Point é uma comunidade de<br />

residências modestas e estradas de terra, desta forma,<br />

os clientes buscavam uma casa que não agredisse o<br />

FEVEREIRO <strong>2021</strong> 55


MADEIRA TRATADA<br />

entorno. O projeto abordou uma espécie de parametrização<br />

instintiva, considerando todas as condicionantes.<br />

A modelagem da planta, forma e materialidade<br />

foi feita com base nas características únicas do local e<br />

a partir de uma interpretação das tradições de habitações<br />

à beira-mar. Subjacente a esse entendimento,<br />

também se buscou imaginar uma experiência costeira.<br />

A casa é um cata-vento, disposta em torno de um pátio<br />

interno protegido - um refúgio dos ventos e do clima.<br />

O pátio funciona como um claustro, à medida em<br />

que fornece uma conexão externa protegida entre os<br />

quatro cômodos distintos. Não há conexões internas;<br />

é preciso sair para se deslocar entre os ambientes. O<br />

espaço central é usado intensamente, além de ser o<br />

acesso da casa, e quase todos os ambientes se abrem<br />

para ele, configurando um local externo protegido e<br />

mediando as mudanças de nível.<br />

Há uma experiência no espaço, de modo que conforme<br />

o usuário se move de uma sala para outra há a<br />

visão das estrelas, uma explosão de ar frio ou o som do<br />

oceano.<br />

Os cômodos que permeiam o pátio são dispostos<br />

de forma a refletir o terreno acidentado. Movendo-se<br />

pela casa, o usuário se recorda do solo sob seus pés,<br />

conforme transita entre os diferentes níveis. O arranjo<br />

do pátio promove uma consciência sensorial do lugar,<br />

mas também apoia uma experiência social cheia de<br />

nuances, como um claustro tradicional.<br />

O pátio oferece reclusão, mas facilita os encontros<br />

em um espaço comum neutro - de forma organizada<br />

ou casual. Como as casas de férias costumam acomo-<br />

A CASA É UM<br />

LOCAL<br />

PROFUNDAMENTE<br />

ENRAIZADO NA PAISAGEM,<br />

DERIVANDO DAS MEMÓRIAS<br />

DAS FÉRIAS EM FAMÍLIA<br />

56 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


dar visitantes, esse arranjo a torna um lugar para receber<br />

e ser um hóspede. A casa é um local profundamente<br />

enraizado na paisagem, derivando das memórias<br />

das férias em família e onde novas memórias podem<br />

ser nutridas.<br />

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FEVEREIRO <strong>2021</strong> 57


ARTIGO<br />

RESISTÊNCIA AO<br />

CISALHAMENTO DE<br />

LIGAÇÕES DE MADEIRA<br />

PARA A PRODUÇÃO DE<br />

PAINEL DO SISTEMA WOOD<br />

FRAME COM EUCALIPTO JOVEM<br />

Fotos: divulgação<br />

RESUMO<br />

E<br />

m estruturas de wood frame, as ligações<br />

entre montantes e banzos têm como finalidade<br />

garantir a rigidez e o contraventamento<br />

necessários para essas construções, que são<br />

naturalmente flexíveis, quando submetidas a<br />

esforços horizontais, como vento e sismos. Este trabalho<br />

teve como objetivo avaliar a resistência ao cisalhamento<br />

de ligações de madeira para produção de painéis de<br />

wood frame produzidos com madeira de eucalipto jovem<br />

(menos de 15 anos de idade), tendo em vista que o<br />

plantio de espécies desse gênero é mais abundante no<br />

país.<br />

Os tipos de ligações escolhidas para o estudo foram<br />

do tipo chapa de dente estampado, parafuso autoatarraxante<br />

e encaixe de madeira. Para cumprir o objetivo<br />

proposto, foram utilizados corpos de prova de madeira<br />

de Eucalyptus pellita com idade variando entre sete e<br />

10 anos (classe C20). Foram utilizados os procedimentos<br />

experimentais previstos no projeto de revisão de norma<br />

da ABNT PN 02:126.10-001-4 (ABNT, 2017). Os resultados<br />

indicaram que a ligação do tipo encaixe é a mais<br />

apropriada para a ligação entre banzos e montantes de<br />

painéis de wood frame produzidos com madeira de eucalipto<br />

jovem, por ter melhor resistência e maior rigidez<br />

ao cisalhamento quando comparada com as ligações<br />

com parafuso autoatarraxante a 90° e chapa de dente<br />

estampado.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A madeira é um dos materiais de construção mais<br />

utilizados no mundo, tendo dominado os métodos construtivos<br />

por séculos, devendo ser utilizada de maneira<br />

compatível com suas propriedades. Desde seus primeiros<br />

usos, as técnicas de construção em madeira têm<br />

passado por transformações que visam, principalmente,<br />

a otimização dos recursos e a eficiência construtiva. Mais<br />

recentemente, em razão das preocupações ambientais<br />

e dos esforços empregados para a diminuição das emissões<br />

de carbono, os sistemas construtivos em madeira<br />

destacam-se por serem sustentáveis e pela capacidade<br />

de retenção de carbono.<br />

Entretanto, edificações em madeira constituem sistemas<br />

não monolíticos, e a rigidez dessas construções<br />

está diretamente associada aos materiais utilizados para<br />

a ligação que conectam os elementos. O desempenho<br />

dessas ligações é influenciado pela espécie, presença ou<br />

não de defeitos na madeira, direção em que o conector<br />

está sendo aplicado em relação às fibras, por possíveis<br />

58 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


FILIPE LUIGI DANTAS LIMA SANTOS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM<br />

ENGENHARIA CIVIL, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

JÚLIA CRUZ DA SILVA<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM<br />

ENGENHARIA CIVIL, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

RITA DIONE ARAÚJO CUNHA<br />

NÚCLEO DE TECNOLOGIA, PROJETO<br />

E PLANEJAMENTO, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

ALEXANDRE DE MACÊDO WAHRHAFTIG<br />

DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO<br />

E ESTRUTURA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

SANDRO FÁBIO CÉSAR<br />

DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO<br />

E ESTRUTURA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

FEVEREIRO <strong>2021</strong> 59


ARTIGO<br />

variações dimensionais que possam ocorrer devido à<br />

mudança no teor de umidade e à temperatura do ambiente<br />

ou se a construção se encontra em situação de<br />

incêndio.<br />

O estudo de ligações em madeira é um tema complexo,<br />

e durante anos foram utilizados métodos empíricos<br />

para o dimensionamento desses elementos. A partir<br />

da segunda metade do século 20, surgiram teorias que<br />

passaram a ser incorporadas ao projeto. Notoriamente,<br />

uma das técnicas mais conhecidas está associada à<br />

teoria que Johansen desenvolveu para a aplicação de<br />

conectores metálicos em elementos de madeira. Atualmente,<br />

Liu Xiong afirma que os métodos definidos por<br />

normas para a caracterização de resistência e rigidez de<br />

ligações oferecem resultados satisfatórios, mas salientam<br />

a necessidade de maior investigação para aproximar<br />

a teoria do comportamento real de cada tipo de<br />

estrutura.<br />

A norma brasileira de dimensionamento em madeira,<br />

ABNT NBR 7190 – Projeto de Estruturas de Madeira,<br />

preconiza que as ligações mecânicas podem ser feitas<br />

de três formas: por pinos metálicos, sendo divididas<br />

entre pregos e parafusos; por pinos de madeiras ou por<br />

conectores metálicos, sendo utilizados anéis ou chapas<br />

metálicas. Vale lembrar que a norma brasileira foi concebida<br />

num momento em que era mais comum o uso de<br />

madeira adulta de cerne de espécies de alta densidade<br />

para construções, especialmente de coberturas. Sendo<br />

assim, constata-se uma lacuna para a aplicação de madeira<br />

jovem de espécies oriundas de florestas plantadas.<br />

Durante os anos, com o desenvolvimento da indústria<br />

florestal, passou-se a produzir madeira serrada proveniente<br />

de árvores de pequeno diâmetro com baixo ciclo<br />

de espécies exóticas. Por essa razão, busca-se, nesta<br />

investigação, avaliar a adequação de conceitos normativos<br />

previamente desenvolvidos a esta condição de uso.<br />

Poucos trabalhos foram conduzidos para determinar<br />

as propriedades de materiais para ligação de madeira<br />

oriundas de árvores jovens, a fim de verificar a utilização<br />

dessas espécies em sistemas construtivos industrializados<br />

modernos no Brasil, como o wood frame.<br />

A estabilidade de estruturas de wood frame para<br />

cargas horizontais depende da capacidade lateral da parede<br />

diafragma feita pela ossatura de madeira fechada<br />

com chapa de OSB (Oriented Stand Board), sendo que<br />

esta capacidade lateral da parede depende da resistência<br />

ao cisalhamento da chapa OSB e das ligações que<br />

conectam os banzos e montantes que compõem a ossatura<br />

de madeira.<br />

Outros autores buscaram avaliar o comportamento<br />

de ligações entre banzos e montantes, quando se propuseram<br />

a adaptar os painéis de sistema wood frame<br />

para materiais disponíveis no mercado local. Silva publicou<br />

um projeto conceitual de produção de painéis<br />

de wood frame utilizando nos montantes e banzos o<br />

eucalipto jovem (Eucalyptus spp.), tendo em vista que<br />

as espécies desse gênero são mais abundantes no país.<br />

No referido trabalho, a autora propõe que árvores jovens<br />

(com idade entre sete e 10 anos), com diâmetro<br />

médio de 12 cm (centímetros) no topo da tora, podem<br />

ser cortadas para uma sessão de 9,0 cm x 9,0 cm e utilizadas<br />

para produção dos painéis. A seção proposta pela<br />

autora tem presença de cerne, alburno, madeira juvenil<br />

e medula.<br />

No presente trabalho, estudaram-se as ligações entre<br />

montantes e banzos para esta configuração proposta<br />

por Silva. Assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a<br />

resistência ao cisalhamento de ligações de madeira entre<br />

elementos horizontais e verticais que compõem a ossatura<br />

do painel de wood frame produzido com madeira<br />

de eucalipto jovem.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

IDENTIFICAÇÃO DA MADEIRA<br />

Esta pesquisa foi realizada com madeira de Eucalyptus<br />

pellita, com idades entre sete e 10 anos, originadas<br />

da Fazenda São Marcos, situada no município de Araçás,<br />

no estado da Bahia, Brasil. As propriedades físicas<br />

e mecânicas da madeira foram determinadas segundo<br />

os métodos presentes no Anexo B da norma brasileira<br />

ABNT NBR 7190, em que N representa o número de corpos<br />

de prova; f c0<br />

, f c0,k<br />

f v0,k<br />

são a resistência média e característica<br />

à compressão paralela às fibras e a resistência<br />

ao cisalhamento; E c0,12%<br />

é o módulo de elasticidade na<br />

compressão paralela às fibras; ρ bas<br />

e ρ ap<br />

são a densidade<br />

básica e aparente, com todos os parâmetros relativos à<br />

umidade de 12%.<br />

Os dados apresentados indicam que a madeira de<br />

Eucalyptus pellita pode ser classificada como madeira<br />

de classe C40, tendo em vista que, segundo o item 10.6<br />

da ABNT NBR 7190 [ 9 ], a caracterização da madeira deve<br />

ser feita segundo a resistência característica à compressão<br />

paralela às fibras da madeira (f c0,k<br />

). No entanto, por<br />

se tratar de madeira jovem, a espécie não obteve módulo<br />

de elasticidade a compressão (E c0,12%<br />

) como esperado<br />

para a classe C40 do grupo de dicotiledôneas, que se<br />

situa em torno de 19500,00 MPa. Sendo assim, optou-se<br />

OS DADOS<br />

APRESENTADOS<br />

INDICAM QUE A MADEIRA DE<br />

EUCALYPTUS PELLITA PODE SER<br />

CLASSIFICADA COMO MADEIRA<br />

DE CLASSE C40<br />

60 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


por classificar a madeira estudada como classe C20 por<br />

ser a favor da segurança e cumprir todos os requisitos<br />

de valores mínimos para as propriedades físico-mecânicas<br />

para essa classe.<br />

Para a produção de montantes e banzos de painéis<br />

de wood frame é recomendado o uso de madeira com<br />

classificação mínima de classe C20. Desta forma, a madeira<br />

de Eucalyptus pellita jovem teve comportamento<br />

físico-mecânico dentro do esperado para a produção de<br />

componentes estruturais para o sistema construtivo considerado<br />

no presente estudo.<br />

DESCRIÇÃO DOS CORPOS DE PROVA<br />

Para a confecção dos corpos de prova, as toras de<br />

madeira foram cortadas para gerar peças prismáticas de<br />

dimensões 90 mm (milímetros) x 90 mm x 300 mm em<br />

concordância com o trabalho de Silva [ 18 ] e estocadas<br />

até umidade de equilíbrio, em torno de 17%, esperada<br />

para regiões com umidade relativa do ar entre 75% e<br />

85%, como no caso da cidade de Salvador [ 9 ], onde a<br />

pesquisa foi realizada. A seção das peças tinha presença<br />

de medula, cerne, alburno e madeira juvenil.<br />

Foi identificada pouca presença de rachaduras após<br />

a secagem, devido à boa estabilidade dimensional da<br />

madeira de Eucalyptus pellita, o que foi demonstrado<br />

Metal Mecânica<br />

O QUE HÁ DE MELHOR<br />

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FEVEREIRO <strong>2021</strong> 61


ARTIGO<br />

previamente por Santos et al. [ 21 ]. Após a secagem, três<br />

peças foram unidas de acordo com a ligação selecionada,<br />

formando corpos de prova em forma de “H”, de<br />

modo que a direção das fibras da madeira fosse perpendicular<br />

entre as peças. Foram estudados três tipos de<br />

ligações, sendo elas: chapas de dente estampado, parafusos<br />

autoatarraxantes e encaixes de madeira.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Os dados apresentam os valores médios de força<br />

máxima cisalhante das ligações (f v,max<br />

, em kN), o número<br />

de amostras (N), a umidade da madeira no momento<br />

do ensaio (U, em %), o desvio padrão (DP), o coeficiente<br />

de variação (CV, em %) e os valores mínimos e máximo<br />

para cada grupo. Foi encontrado um baixo coeficiente<br />

de variação para todos os grupos (CV < 18%), indicando<br />

pouca dispersão e alta confiabilidade dos dados.<br />

A umidade da madeira estava em equilíbrio com o<br />

ambiente como esperado para regiões com umidade<br />

relativa do ar entre 75% e 85%. De acordo com a formulação<br />

proposta pela ABNT NBR 7190 [9], a resistência<br />

pode ser até 15% maior do que a encontrada para a<br />

condição de umidade da madeira próxima a 12%, como<br />

esperado em outras regiões do Brasil que se encontram<br />

com umidade relativa do ar inferior a 65%.<br />

A relação de umidade da madeira e resistência das<br />

ligações é discutida por Harada et al. [ 24 ], sendo que os<br />

autores mostram que a resistência de ligações metálicas<br />

(parafuso e chapa de dente estampado) aumenta entre<br />

1% e 3% para cada ponto percentual de umidade que a<br />

madeira seca em serviço. Optou-se por não utilizar fórmulas<br />

de correção da resistência para umidade padrão<br />

(U = 12%), pois a pesquisa objetivou apresentar resultados<br />

realistas para cidades que tenham umidade relativa<br />

ao ar parecida com a de Salvador, onde a pesquisa foi<br />

conduzida.<br />

Para as ligações com encaixe, não foi encontrada<br />

referência que relacionasse a umidade com a resistência<br />

ao cisalhamento, mas cabe mencionar que a variação<br />

de umidade influencia a resistência de embutimento da<br />

conexão, não sendo tal questão abordada na presente<br />

investigação. Mesmo assim, vale ressaltar que para esta<br />

pesquisa não foi verificada a ocorrência de folga das<br />

ligações por encaixe devido a uma eventual variação de<br />

umidade.<br />

Nos ensaios com chapa de dente estampado foi<br />

encontrada uma carga média máxima (F v,max<br />

) de 36,30<br />

kN considerando todos os grupos testados, dentro do<br />

intervalo de significância para 95% dos dados. O estudo<br />

mostra a curva carga versus deslocamento para cada um<br />

dos grupos ensaiados com chapa de dente estampado.<br />

A falência da ligação ocorreu majoritariamente por es-<br />

A ESTABILIDADE DE<br />

ESTRUTURAS DE WOOD<br />

FRAME PARA CARGAS<br />

HORIZONTAIS DEPENDE DA<br />

CAPACIDADE LATERAL DA<br />

PAREDE DIAFRAGMA FEITA PELA<br />

OSSATURA DE MADEIRA FECHADA<br />

COM CHAPA DE OSB<br />

62 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


coamento e ruptura da chapa, sendo registrada falência<br />

por arrancamento da chapa em dois corpos de prova.<br />

Não foi registrada ruptura na madeira em nenhum dos<br />

corpos de prova.<br />

CONCLUSÕES<br />

Neste trabalho, avaliou-se a resistência de ligações<br />

do tipo chapa de dente estampado, parafuso autoatarraxante<br />

e encaixe de madeira para madeira de eucalipto<br />

jovem destinada para a produção de painéis do<br />

sistema wood frame. Para isso, foi utilizada a madeira<br />

de Eucalyptus pellita classe C20 com idade variando<br />

entre sete e 10 anos de idade. O estudo das ligações<br />

mostrou-se importante para a evolução nas pesquisas<br />

de adaptação da madeira de eucalipto jovem para produção<br />

de painéis do sistema wood frame. A partir da<br />

realização deste trabalho, foi possível concluir que:<br />

• A ligação com chapa de dentes estampados<br />

apresentou ganho na capacidade resistente<br />

média de 11%, quando os dentes da chapa são<br />

ancorados em madeira de cerne;<br />

• Em comparação com as outras ligações estudadas,<br />

as ligações realizadas com chapas de<br />

dente estampado apresentaram boa resistência<br />

mecânica e rigidez. No entanto, antes que seja<br />

definido o uso desse tipo de ligação, devem ser<br />

avaliados os riscos de oxidação da chapa metálica<br />

em face do seu emprego em locais com<br />

algum nível de agressividade ambiental;<br />

• As ligações por parafuso autoatarraxante com<br />

cravação a 90° foram as que apresentaram resultados<br />

menos favoráveis. Isso se dá em razão<br />

de terem baixa resistência ao cisalhamento<br />

e reduzida rigidez quando comparadas com<br />

as outras ligações propostas (chapa de dente<br />

estampado e encaixes). Portanto, esse tipo de<br />

ligação é recomendada apenas para a conexão<br />

de travessas;<br />

• Na ligação aparafusada, foi notado que a ruptura<br />

da união ocorreu por plastificação da madeira<br />

na região do furo, causando a rotação da peça<br />

horizontal e deformação excessiva do corpo<br />

de prova. Não se recomenda, devido a esse<br />

aspecto, a utilização de apenas um parafuso na<br />

ligação entre montantes e banzos;<br />

• As ligações do tipo encaixe apresentaram melhor<br />

resistência ao cisalhamento, assim como<br />

maior rigidez. Ressalta-se, porém, a importância<br />

do uso de técnicas computacionais de corte<br />

como forma de melhorar a qualidade da confecção<br />

da ligação.<br />

FEVEREIRO <strong>2021</strong> 63


AGENDA<br />

AGENDA<br />

<strong>2021</strong><br />

FEVEREIRO<br />

18 A 21<br />

CAIRO WOODSHOW<br />

LOCAL: CAIRO (EGITO)<br />

WWW.WOODSHOWGLOBAL.<br />

COM/CAIRO<br />

MARÇO<br />

16 A 17<br />

INTERNATIONAL BIOMASS<br />

CONFERENCE & EXPO<br />

LOCAL: ONLINE<br />

WWW.BIOMASSCONFERENCE.<br />

COM/<br />

MARÇO<br />

26 A 29<br />

MEDWOOD<br />

DATA: 26/03/<strong>2021</strong> A 29/03/<strong>2021</strong><br />

LOCAL: ATENAS (GRÉCIA)<br />

WWW.MEDWOOD.GR/EN/MED-<br />

WOOD<br />

LIGNA HANNOVER <strong>2021</strong><br />

27 DE SETEMBRO A 01 DE OUTUBRO<br />

HANNOVER (ALEMANHA)<br />

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A CIDADE DE HANNOVER, NA ALEMANHA, SE TRANSFORMA NO FOCO DE ATENÇÃO<br />

PARA O MUNDO DA MADEIRA E A INDÚSTRIA MADEIREIRA. CONSIDERADA A MAIOR<br />

OU A MAIS IMPORTANTE FEIRA DO MUNDO NO SETOR, A LIGNA EXPÕE TODA A<br />

CADEIA DE PRODUÇÃO MADEIREIRA: DESDE A CAPTAÇÃO E O PROCESSAMENTO DA<br />

MADEIRA, ATÉ A PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE PRODUTOS DA MADEIRA E TECNOLOGIAS<br />

INOVADORAS DE TRATAMENTO DA MADEIRA, ENTRE OUTROS.<br />

ABRIL<br />

16 A 18<br />

FORST LIVE<br />

LOCAL: OFFENBURG (ALEMANHA)<br />

/WWW.FORST-LIVE.DE/EN<br />

MAIO<br />

18 A 21<br />

WOODPROCESSING LVIV<br />

LOCAL: LVIV (UCRÂNIA)<br />

WWW.GALEXPO.COM.UA/<br />

JUNHO<br />

8 A 11<br />

FESQUA<br />

LOCAL: SÃO PAULO<br />

WWW.FESQUA.COM.BR<br />

NOVEMBRO<br />

3 A 5<br />

EXPOCORMA <strong>2021</strong><br />

LOCAL: CONCEPCIÓN (CHILE)<br />

WWW.EXPOCORMA.CL/<br />

64 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>


ESPAÇO ABERTO<br />

<strong>2021</strong>,<br />

O ANO DA RETOMADA<br />

O<br />

ano de 2020 foi um dos mais desafiadores<br />

que o mundo enfrentou na história recente,<br />

em função da crise sanitária e econômica<br />

gerada pela Covid-19. Entramos em<br />

<strong>2021</strong> com esperanças de uma retomada<br />

gradual, mas consistente, da economia, que permita<br />

ao Brasil voltar a crescer e se desenvolver.<br />

O setor produtivo ainda sofre com os efeitos negativos<br />

ocasionados pela pandemia, mas a economia já<br />

dá sinais de recuperação. Neste momento, precisamos<br />

renovar a confiança e trabalhar firmemente para que<br />

a crise seja superada o mais rapidamente possível. Lamentamos<br />

enormemente que o coronavírus continue<br />

ceifando preciosas vidas aqui e lá fora, provocando<br />

dor nas famílias. Graças ao esforço de cientistas e<br />

governos em todo o mundo, porém, a vacinação está<br />

começando em alguns países e deve se disseminar<br />

rapidamente.<br />

Isso nos dá a certeza de que este ano será bem<br />

melhor do que 2020, tanto do ponto de vista da saúde<br />

de todos nós quanto da indispensável recuperação da<br />

atividade econômica. Ao longo dos meses, indústria,<br />

serviços, agropecuária e turismo vão se reaquecer, trazendo,<br />

aos poucos, a bonança de volta aos lares.<br />

Ainda que em um ritmo aquém do desejável, a<br />

economia fechou 2020 e entra em <strong>2021</strong> em um cenário<br />

positivo, o que nos proporciona uma base mínima para<br />

continuar avançando. Para isso, é preciso que o país<br />

persevere no caminho das medidas econômicas, em<br />

especial das reformas estruturais, imprescindíveis para<br />

a melhora do ambiente de negócios.<br />

Temos que preparar o terreno, removendo crônicos<br />

O CONTROLE DAS DESPESAS<br />

E A CONTENÇÃO DO<br />

ENDIVIDAMENTO PÚBLICO SÃO<br />

REQUISITOS FUNDAMENTAIS PARA A<br />

CONFIANÇA DOS INVESTIDORES E<br />

PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO<br />

SEM INFLAÇÃO<br />

66 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong><br />

POR<br />

ROBSON BRAGA<br />

DE ANDRADE<br />

PRESIDENTE DA CNI<br />

(CONFEDERAÇÃO<br />

NACIONAL DA<br />

INDÚSTRIA)<br />

obstáculos à expansão em um ritmo vigoroso, para<br />

conseguir uma retomada sustentável da economia,<br />

sobretudo com a redução do desemprego, flagelo que<br />

pesa sobre quase 14 milhões de brasileiros.<br />

Nunca é demais reiterar que a reforma tributária é<br />

fundamental para acabar com o emaranhado de leis,<br />

decretos, portarias, instruções normativas e outras<br />

tantas regras que estabelecem obrigações descabidas,<br />

transformando o dia a dia dos empreendedores e dos<br />

trabalhadores em um sofrido pesadelo.<br />

Simplificando o sistema de cobrança de tributos e<br />

cortando a burocracia, vamos dar um passo gigantesco<br />

para estimular os investimentos, a abertura de empresas<br />

e a geração de empregos. Isso também facilitará<br />

o funcionamento e a expansão das companhias já<br />

existentes. O país também necessita de uma reforma<br />

administrativa que torne o Estado mais eficiente, provendo<br />

melhores serviços públicos a custos menores.<br />

Ainda que governo e congresso concluam que é preciso<br />

prorrogar o auxílio emergencial dado à população<br />

mais vulnerável, em razão da pandemia, é essencial<br />

que se aponte para a recuperação do equilíbrio fiscal a<br />

médio e longo prazos.<br />

O controle das despesas e a contenção do endividamento<br />

público são requisitos fundamentais para<br />

a confiança dos investidores e para o crescimento<br />

econômico sem inflação. A racionalização dos gastos<br />

públicos deve ser feita de maneira criteriosa, mas firme.<br />

Sabemos todos que o Brasil é uma terra plena de<br />

oportunidades, habitada por uma gente trabalhadora<br />

e com o temperamento voltado para a alegria. Nas<br />

últimas décadas, tivemos outras viradas de ano marcadas<br />

por incertezas, mas nunca esmorecemos. Com<br />

otimismo, determinação e esperança, sempre demos<br />

a volta por cima. Vamos conseguir mais uma vez, ninguém<br />

tenha dúvidas.<br />

Foto: divulgação

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