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ECONOMIA - Reformas estruturais: aprovação é fundamental para retomada já em <strong>2021</strong><br />
75 ANOS DE<br />
TRADIÇÃO<br />
COM PRODUÇÃO 100% NACIONAL,<br />
EMPRESA COMEMORA SETE DÉCADAS<br />
E MEIA DE ATUAÇÃO<br />
75 YEARS OF TRADITION<br />
WITH 100% DOMESTICALLY MADE<br />
PRODUCTS, COMPANY CELEBRATES SEVEN<br />
AND A HALF DECADES OF OPERATION<br />
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SUMÁRIO<br />
INDUSTRIAL<br />
54<br />
<strong>2021</strong><br />
36<br />
50<br />
46<br />
MADEIRA<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
Alca Máquinas 15<br />
Auge Metal Mecânica 61<br />
Benecke 11<br />
Cipem 09<br />
DRV Ferramentas 19<br />
Dudi Máquinas 59<br />
Eletro Izidoro 33<br />
Engecass 23<br />
Eurothermo 27<br />
Impacto 25<br />
Lignum Brasil 65<br />
Linck 05<br />
Mafercon 29<br />
Máquinas Águia 67<br />
Mendes Máquinas 02<br />
Mill Indústrias 49<br />
Mill Indústrias 63<br />
Mill Indústrias 68<br />
Montana Química 07<br />
MSM Química 13<br />
Nazzareno 21<br />
Omil 35<br />
Plantag 57<br />
Picoloto 45<br />
Serf Drytech 17<br />
XH Mar Bethlehem 53<br />
SUMÁRIO<br />
06 Editorial<br />
08 Cartas<br />
10 Bastidores<br />
12 Coluna Flavio C. Geraldo<br />
14 Notas<br />
26 Aplicação<br />
28 Frases<br />
30 Entrevista<br />
34 Coluna ABIMCI<br />
36 Principal Tradição, referência e inovação<br />
42 Economia<br />
46 Mercado<br />
50 Marcenaria<br />
54 Madeira Tratada<br />
58 Artigo<br />
64 Agenda<br />
66 Espaço Aberto<br />
04<br />
referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
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Inovação. Qualidade.<br />
Economia.<br />
MADE IN GERMANY
EDITORIAL<br />
MÃOS À<br />
OBRA!<br />
NA CAPA<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
ECONOMIA - Reformas estruturais: aprovação é fundamental para retomada já em <strong>2021</strong><br />
75 ANOS DE<br />
TRADIÇÃO<br />
COM PRODUÇÃO 100% NACIONAL,<br />
EMPRESA COMEMORA SETE DÉCADAS<br />
E MEIA DE ATUAÇÃO<br />
75 YEARS OF TRADITION<br />
WITH 100% DOMESTICALLY MADE<br />
PRODUCTS, COMPANY CELEBRATES SEVEN<br />
AND A HALF DECADES OF OPERATION<br />
06<br />
C<br />
om a promessa de um ano muito<br />
melhor para a economia brasileira,<br />
a indústria nacional se anima com a<br />
estimativa do Banco Mundial, que<br />
prevê um crescimento econômico de<br />
3% para o país em <strong>2021</strong>. No segmento moveleiro,<br />
a promessa é de ainda mais evolução no ano que<br />
começa. Na editoria de Mercado, a REFERÊNCIA<br />
INDUSTRIAL traz uma reportagem que aborda o<br />
boom de vendas durante a pandemia, com destaque<br />
para estofados e móveis planejados. Na<br />
entrevista desta edição, o ex-secretário executivo<br />
do MME (Ministério de Minas e Energia), Paulo<br />
Pedrosa, fala sobre as oportunidades para o Brasil<br />
após a aprovação da Nova Lei do Gás. Além disso,<br />
o leitor poderá acompanhar matérias exclusivas<br />
nas editorias de Madeira Tratada e Marcenaria, assim<br />
como novidades do setor. Um ótimo <strong>2021</strong>!<br />
LET’S GET DOWN<br />
TO WORK!<br />
W<br />
ith the promise of a much better<br />
year for the Brazilian economy,<br />
the domestic <strong>Industrial</strong> Sector<br />
is encouraged by the World<br />
Bank’s estimate predicting economic<br />
growth of 3% for the Country in <strong>2021</strong>. In the<br />
furniture segment, the promise is for even more<br />
growth in the year that is beginning. In the Market<br />
Section, REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong> has a story that<br />
addresses the “sales boom” during the pandemic,<br />
highlighting upholstered furniture and ready-made<br />
cabinets. In this issue’s interview, Paulo Pedrosa,<br />
former Executive Secretary of the Ministry<br />
of Mines and Energy, talks about the Country’s<br />
opportunities after the approval of the “New Natural<br />
Gas Act.” The reader can also read exclusive<br />
articles in the Treated Wood and Wood Working<br />
Sections and News from the Sector. Pleasant reading!<br />
referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong><br />
A CAPA DESTA EDIÇÃO TRAZ<br />
REPORTAGEM SOBRE OS 75<br />
ANOS DA OMIL MÁQUINAS<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXIII - EDIÇÃO <strong>226</strong> - FEVEREIRO <strong>2021</strong><br />
Ano XXIII • N°<strong>226</strong> • Favereiro <strong>2021</strong><br />
9 772359 466028 0 0 2 2 6<br />
Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director - Pedro Bartoski Jr.<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Murilo Basso<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista / Columnist<br />
Flavio C. Geraldo | Paulo Pupo<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski / Supervisão<br />
Crislaine Briatori Ferreira<br />
Gabriel Faria | Mateus Paludo<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Redes Sociais / Social Media<br />
Larissa Araujo<br />
Depto. Comercial / Sales Departament - Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />
Tainá Carolina Brandão<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Representante Comercial - Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />
Tradução / Translation - John Wood Moore<br />
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assinatura@revistareferencia.com.br<br />
0800 600 2038<br />
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GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />
consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />
segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />
conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />
responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco<br />
de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista RE-<br />
FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />
exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />
consumers of the good and services of the lumberz industry, research institutions, university students,<br />
governmental agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked to the forest based<br />
segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself responsible for the concepts contained in the material,<br />
articles or columns signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors, themselves. The<br />
use, reproduction, appropriation and databank storage under any form or means of the texts, photographs<br />
and other intellectual property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited without<br />
the written authorization of the holders of the authorial rights.
ASSOCIATION STRENGTHENS<br />
THE INDUSTRIALIZED<br />
TIMBER INDUSTRY<br />
0 0 2 2<br />
ECONOMIA - Recessão já é passado e cenário pós-pandemia é animador<br />
CARTAS<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
CARTAS<br />
CAPA DA EDIÇÃO 225 DA<br />
REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE DEZEMBRO DE 2020<br />
MADEIRA TRATADA<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Ano XXII • N°225 • Dezembro 2020<br />
FORÇA DA<br />
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ASSOCIAÇÃO FORTALECE<br />
A INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />
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MARCENARIA<br />
Por Rosicler Cavallin –<br />
Porto Alegre (RS)<br />
Por Clotilde Fontana –<br />
Curitiba (PR)<br />
Que bela a iniciativa do home office em um local<br />
diferente do ambiente familiar e, ao mesmo<br />
tempo, dentro do seu próprio imóvel. Adorei!<br />
As reportagens da seção<br />
de Marcenaria sempre me<br />
ajudam muito. Parabéns<br />
pelo trabalho!<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação/EBC<br />
ENTREVISTA<br />
Por Gustavo Santos –<br />
Londrina (PR)<br />
ECONOMIA<br />
Entrevista muito<br />
esclarecedora do exministro<br />
do Planejamento<br />
e da Casa Civil, Pedro<br />
Pullen Parente. País<br />
nenhum é rico sem uma<br />
indústria forte!<br />
Por Dionísio Gripp –<br />
São Carlos (SP)<br />
Vamos torcer para que a economia<br />
brasileira volte a crescer após esse vendaval<br />
de emoções, que foi 2020. Vamos, Brasil!<br />
08<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />
fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong><br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
CURTA NOSSA PÁGINA<br />
Revista Referência <strong>Industrial</strong><br />
@referenciaindustrial
CIPEM atualiza o Plano de Ação para enfrentamento<br />
da segunda onda da Pandemia do novo Coronavírus<br />
Apesar dos avanços com os testes das possíveis vacinas<br />
a serem disponibilizadas para combater a pandemia de<br />
Covid-19, o Brasil já está enfrentando a segunda onda de<br />
infecção, dado que se evidencia pelo aumento do número<br />
de casos e de mortes registradas nos últimos dias.<br />
Em 2020, quando foram registrados os primeiros casos<br />
de contaminação em Mato Grosso, o Cipem elaborou um<br />
Plano de Ação que foi amplamente divulgado para os 44<br />
municípios que compõem o setor de base florestal organizado,<br />
a fim de promover ações que visassem a preservação<br />
da saúde e do bem-estar dos colaboradores da cadeia<br />
produtiva da base florestal no estado e, consequentemente,<br />
de seus familiares e suas redes de relacionamento.<br />
Foram realizadas várias ações voltadas ao gerenciamento<br />
dos riscos e dos impactos trazidos pela pandemia, por<br />
meio da elaboração e distribuição de comunicados,<br />
banners e informativos impressos com dicas e esclarecimentos<br />
sobre a prevenção da contaminação, bem como a<br />
distribuição de folders e vídeos informativos para auxiliar<br />
na detecção dos sintomas e orientar a respeito dos<br />
cuidados com o distanciamento social e higienização<br />
pessoal e de ambientes coletivos, que foram afixados em<br />
murais e áreas comuns de empresas. Além disso, também<br />
foram distribuídas mais de 40 mil máscaras de tecido que<br />
comportem até 20 lavagens e a distribuição de álcool 70%,<br />
para intensificar a proteção individual.<br />
Nesse início de <strong>2021</strong>, com o começo da segunda onda de<br />
contágio, 20 mil novas máscaras estão sendo novamente<br />
distribuídas, e todos os protocolos e orientações de prevenção<br />
estão sendo reforçados, sempre em acordo com as determinações<br />
da Organização Mundial da Saúde (OMS).<br />
Também está sendo reforçada a orientação aos gestores,<br />
para que mantenham a cobrança do uso de máscaras durante<br />
todo o tempo de permanência nas indústrias, da higienização<br />
frequente das mãos e de se evitar aglomerações nas áreas<br />
comuns e na vida pessoal nos ambientes comunitários.<br />
O presidente do Cipem reafirma o compromisso com a<br />
continuidade da atividade de forma sustentável do setor<br />
florestal, apoiando e/ou coordenando ações de natureza<br />
social.<br />
“Não podemos descuidar, o cenário é extremamente<br />
preocupante, não apenas no Brasil, mas no mundo todo e<br />
nossas ações refletem diretamente na estatística, todo<br />
cuidado é necessário para assegurar o bem-estar global”.<br />
Desse modo, o embasamento da atualização do Plano<br />
de Ação elaborado pelo Cipem tem como sustentáculo<br />
que a prevenção ainda é o melhor remédio.<br />
Previna-se, use máscara e quando puder, fique em<br />
casa, lave constantemente as mãos e evite aglomerações!<br />
CipemdeMT CipemMT cipemmt<br />
Manejosustentavel (65) 3644-3666
BASTIDORES<br />
BASTIDORES<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
LUIZ KOZAK, JORNALISTA DA REFERÊNCIA FLORESTAL, AO LADO DO<br />
SUPERVISOR DE VENDAS DA OMIL, ACÁCIO OLIANI, DO COLABORADOR<br />
RICARDO ROSSINI E DE ORLANDO RUDOLF, TAMBÉM DA OMIL, EM VISITA À<br />
SEDE DA ROSSINI MADEIRAS, EM JOSÉ BOITEUX (SC)<br />
Foto: Emanoel Caldeira<br />
VISITA<br />
O REPRESENTANTE COMERCIAL DA REFERÊNCIA<br />
INDUSTRIAL, GÉRSON PENKAL, ESTEVE EM TIMBÓ (SC)<br />
VISITANDO AS DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA BENECKE<br />
IRMÃOS E CIA LTDA, DA DIRETORA HENRIETE BENECKE.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
ALTA<br />
ÍNDICE DE EMPREGO<br />
Após uma das maiores crises do último<br />
século, as vendas de móveis confirmam<br />
sinais de retomada na economia gaúcha<br />
para <strong>2021</strong>. Em outubro do ano passado,<br />
o volume de negócios subiu pelo sexto<br />
mês consecutivo. Na comparação com o<br />
mesmo período em 2019, a alta chegou<br />
a 19,9%. Os bons resultados no varejo,<br />
apontados pelo IBGE (Instituto Brasileiro<br />
de Geografia e Estatística), repercutem<br />
também na retomada de contratações<br />
no setor. Segundo dados do Novo<br />
Caged, o setor moveleiro já superou o<br />
saldo de postos de trabalho do início de<br />
2020. A variação positiva no Rio Grande<br />
do Sul é de 3,3% em relação ao início do<br />
ano. No polo de Bento Gonçalves (RS), a<br />
geração de empregos é ainda mais forte:<br />
a taxa de crescimento dos postos de trabalho<br />
no setor moveleiro é superior à do<br />
Estado e do país.<br />
BAIXA<br />
ABAIXO DA MÉDIA MUNDIAL<br />
Apesar da estimativa de crescimento<br />
da economia brasileira de 3% para<br />
<strong>2021</strong>, divulgada pelo Banco Mundial, a<br />
quantia ainda está abaixo da evolução<br />
econômica global, que deve ser de,<br />
aproximadamente, 4%. Os cálculos<br />
do relatório: Perspectivas Econômicas<br />
Mundiais; ainda dão conta que o<br />
Brasil deve ficar para trás também em<br />
relação a outros países da região. A<br />
América Latina e o Caribe devem acumular<br />
crescimento de 3,7% em <strong>2021</strong>.<br />
Ao menos neste comparativo, a queda<br />
brasileira em 2020 será menor do que<br />
a dos vizinhos: -4,5% contra -6,9%,<br />
sempre segundo o Banco Mundial.<br />
O Brasil vem abaixo da média do PIB<br />
(Produto Interno Bruto) agregado dos<br />
emergentes, que deve ser de 5%, puxada<br />
pela China.<br />
10 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
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ELABORAÇÃO DE NOVOS TEXTOS<br />
NORMATIVOS É FUNDAMENTAL<br />
G<br />
raças aos esforços setoriais, em especial da<br />
ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria<br />
de Madeira Processada Mecanicamente),<br />
que liderou o processo de elaboração do<br />
texto, a utilização da madeira em construções<br />
modulares industrializadas ganha um importante<br />
referencial técnico. Certamente, trata-se de uma significativa<br />
contribuição a um melhor disciplinamento do mercado<br />
e, em especial, um texto orientativo determinante aos<br />
construtores e consumidores. Mais um passo importante<br />
para que a madeira industrializada se consolide como material<br />
construtivo verdadeiramente amigo do ambiente e<br />
com incomparáveis vantagens, como método construtivo<br />
eficiente e econômico. Uma significativa contribuição às<br />
ações que visam soluções para a redução do déficit habitacional,<br />
que hoje se aproxima da casa de 8 milhões de<br />
unidades.<br />
Ainda há muito por se fazer, porém. O direcionamento<br />
de esforços para a elaboração de novos textos normativos<br />
é fundamental, e um importante foco pode ser o elemento<br />
construtivo de base MLCC (Madeira Lamelada Colada<br />
Cruzada), cuja principal característica é a possibilidade de<br />
Foto: divulgação<br />
se ter peças estruturais de grandes dimensões, abrindo<br />
novas perspectivas de aplicações. Essa concepção tem<br />
motivado engenheiros, arquitetos e construtores ao redor<br />
do mundo. Todo o setor industrial madeireiro e a sua<br />
cadeia produtiva devem se beneficiar, sendo um enorme<br />
estímulo às iniciativas voltadas às inovações nos vários<br />
campos da tecnologia da madeira e da engenharia construtiva.<br />
Na área da proteção de madeiras, em particular, será<br />
certamente uma forte inspiração para desenvolvimentos<br />
de formulações preservativas amigáveis e para novos direcionamentos<br />
para o mercado da madeira tratada, onde<br />
produtos de maior valor agregado serão muito bem-vindos,<br />
refletindo em melhorias de produção e qualidade<br />
nas usinas de tratamento de madeiras.<br />
Um exemplo bastante ilustrativo é o que está acontecendo<br />
nos EUA (Estados Unidos da América), onde,<br />
segundo o FEA (Forest Economics Advisors), mesmo com<br />
as limitações causadas pela pandemia do novo coronavírus,<br />
os preços da madeira serrada atingiram os mais altos<br />
níveis dos últimos 40 anos no ano passado, com unidades<br />
produzindo e vendendo o que é possível e baixando seus<br />
estoques. Ainda segundo o pessoal do FEA, as projeções<br />
de curto prazo, até 2022, são de que o consumo de madeira<br />
serrada no país apresentará robusto crescimento,<br />
estimulado pelo setor da construção residencial.<br />
Voltando ao segmento da proteção de madeiras, não<br />
é difícil imaginar os reflexos positivos nas atividades das<br />
usinas de tratamento. Esses fatos podem nos servir de<br />
indicativos para o futuro próximo. O surgimento de novas<br />
normas técnicas é um importante agente propulsor de<br />
mercados, que também deve receber a devida retaguarda<br />
da formação profissional nas disciplinas da ciência da madeira,<br />
com investimentos em ensino e desenvolvimento<br />
de projetos de pesquisas alinhados com o setor industrial.<br />
Por outro lado, além da promoção de ações voltadas<br />
à agregação de esforços para o desenvolvimento de textos<br />
normativos, é muito importante que as associações<br />
representativas de classe promovam, conjuntamente,<br />
ações de forte comunicação junto aos construtores e<br />
consumidores em geral, objetivando a quebra de preconceitos,<br />
hoje ainda muito fortes junto aos construtores<br />
e à opinião pública. Muito importante também a criação<br />
de um amplo programa de disseminação de informações<br />
junto às universidades, visando, especialmente, os futuros<br />
profissionais da engenharia, arquitetura, técnicos em edificações<br />
e correlatos. Parece ser este o momento.<br />
12 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
NOTAS<br />
EXPORTAÇÕES<br />
DE MÓVEIS<br />
As exportações moveleiras reagiram de modo favorável nos<br />
últimos meses de 2020 e a região sul conseguiu recuperar<br />
boa parte das perdas que ocorreram no segundo trimestre<br />
do ano passado, considerado o pior período para os embarques<br />
de móveis. No polo moveleiro de Bento Gonçalves<br />
(RS), os valores exportados em dólares ficaram praticamente<br />
estáveis em relação ao ano anterior e foi registrado o melhor<br />
desempenho em comparação ao estado e ao país. Foram<br />
exportados US$ 47,6 milhões, o que representa uma queda<br />
de 0,2% em comparação a 2019. Os EUA (Estados Unidos da<br />
América) estão consolidados como o principal destino dos<br />
móveis da região. Destaques também para os bons resultados<br />
que foram registrados para Peru, Reino Unido, Porto<br />
Rico, Equador, França e Emirados Árabes Unidos. Os dados<br />
são originários do Comex Stat – portal oficial de estatísticas<br />
de comércio exterior do Brasil – e apurados pela Inteligência<br />
Comercial do Sindmóveis Bento Gonçalves.<br />
Foto: divulgação<br />
MOVELSUL<br />
BRASIL 2022<br />
A pandemia trouxe novas perspectivas de mercado para<br />
o setor moveleiro e a Movelsul Brasil, principal feira de<br />
móveis da América Latina para o lojista e importador, conseguiu<br />
articular um ambiente de negócios para a cadeia<br />
moveleira mesmo com o adiamento de sua próxima edição<br />
para 2022. Com forte tradição no fomento às exportações,<br />
a feira trouxe para o ambiente virtual as rodadas de negócios<br />
que teriam ocorrido no evento, entre fabricantes<br />
brasileiros de móveis e lojistas estrangeiros. Nos meses de<br />
novembro e dezembro, a Movelsul articulou 320 reuniões<br />
virtuais entre 85 empresas brasileiras e 48 importadores,<br />
com uma expectativa de geração de US$ 35 milhões em<br />
exportações. As reuniões, com apoio da APEX-BRASIL<br />
(Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos),<br />
ocorreram numa plataforma digital desenvolvida<br />
especialmente para este projeto e que possibilita às empresas<br />
cadastrarem seus portfólios e agendarem rodadas<br />
com compradores aderentes a cada perfil de fabricante.<br />
Foto: divulgação<br />
CRESCIMENTO<br />
GAÚCHO<br />
Foto: divulgação<br />
O setor moveleiro tem boas perspectivas para <strong>2021</strong>. A expectativa do<br />
SINDMÓVEIS (Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves)<br />
é um crescimento de 4% em termos reais no cenário base. Em<br />
termos nominais (sem descontar o aumento dos custos e a inflação do<br />
período), está sendo projetado um crescimento de 9% no faturamento<br />
do polo moveleiro de Bento Gonçalves (RS), que engloba também os municípios de Monte Belo do Sul, Santa Tereza e Pinto<br />
Bandeira. O presidente do SINDMÓVEIS, Vinicius Benini (foto), salienta que a pandemia causou uma forte desorganização da<br />
cadeia produtiva, com redução da produção, escala e forte queda de estoques. Embora o volume de vendas no varejo de móveis<br />
no Brasil tenha reagido fortemente nos últimos meses, a produção não conseguiu acompanhar essa evolução. Ele reforça<br />
que as vendas se recuperaram de modo mais rápido do que a produção em um cenário de estoques em baixa e pela alta de<br />
preço dos insumos dolarizados, o que freia uma recuperação mais consolidada. Ou seja, há um descompasso entre oferta e demanda.<br />
“Há pedidos ainda parados em função da falta e alta nos preços de insumos e embalagens. Além disso, deverá haver<br />
recomposição dos estoques no comércio, atualmente em baixa.”<br />
14 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
NOTAS<br />
AUMENTO<br />
DO ICMS<br />
Após o aumento da alíquota do ICMS (Imposto Sobre Circulação<br />
de Mercadoria e Serviço), promulgado pelo Governo<br />
do Estado de São Paulo, a ABIMÓVEL (Associação Brasileira<br />
das Indústrias do Mobiliário) divulgou uma nota de repúdio<br />
em que questiona a decisão do governador João Doria<br />
(PSDB). “Em que pese os ajustes fiscais serem um dos componentes<br />
para efetiva reforma administrativa tão necessária<br />
e fundamental para o equilíbrio econômico, aumentar os<br />
impostos é o caminho mais rápido para aniquilar a sobrevivência<br />
das empresas que estão com dificuldades para gerar<br />
e manter os empregos, os parques industriais, o desenvolvimento<br />
econômico e a sua sobrevivência. Esse é o momento<br />
em que empresários e governos devem estreitar relações<br />
pensando na construção de um novo cenário econômico”,<br />
traz o pronunciamento.<br />
Foto: Governo do Estado de São Paulo/Fotos Públicas<br />
INCENTIVOS PARA<br />
O SETOR<br />
Após a crise gerada pela<br />
pandemia do novo coronavírus,<br />
o setor moveleiro<br />
no Brasil precisa de táticas<br />
para retornar a pleno<br />
vapor em <strong>2021</strong>. Em entrevista,<br />
a presidente da<br />
ABIMÓVEL (Associação<br />
Brasileira das Indústrias<br />
de Mobiliário), Maristela<br />
Longhi (foto), trouxe<br />
algumas medidas da instituição<br />
para melhorar a<br />
situação dos empresários<br />
do segmento. “O novo<br />
cenário é de desafio, de<br />
muito trabalho, da busca<br />
por novas oportunidades,<br />
do mercado digital e da adoção de protocolos de segurança<br />
e de novas práticas em todos os níveis. Muitas indústrias e<br />
organizações infelizmente não conseguirão se reerguer após<br />
a pandemia, tanto no Brasil quanto no restante do mundo.<br />
No caso da indústria de móveis, deveremos concentrar nossos<br />
esforços na estratégia e gestão de cada organização, no<br />
seu plano de negócios, na gestão de sua equipe, no olhar<br />
atento a cada nicho de mercado, nos processos de produção,<br />
nas demandas do nosso consumidor e nas diversas<br />
formas de atuação do varejo, incluindo o e-commerce e os<br />
novos canais de distribuição”, explicou.<br />
Foto: divulgação<br />
NOVA<br />
DIRETORIA<br />
No último dia 8 de dezembro, foi eleita a nova diretoria<br />
do SIMNO (Sindicato das Indústrias Madeireiras<br />
e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso). O novo<br />
presidente, o empresário do setor moveleiro, Edvaldo<br />
Dal Pozzo, falou sobre as expectativas para seu<br />
mandato nos próximos anos. De acordo com ele, sua<br />
gestão será focada em fazer um trabalho diferenciado,<br />
mas consciente, da necessidade de novas ideias<br />
que pretende implantar em sua gestão, com um trabalho<br />
voltado aos associados, resgatando os que se<br />
afastaram e prestando assistência aos que permaneceram.<br />
Dal Pozzo menciona ainda que será dada uma<br />
atenção especial a todos os associados de toda região Noroeste, através de um planejamento para a realização de reuniões<br />
descentralizadas, ou seja, não apenas em Juína, mas em cada base de atuação do SIMNO.<br />
Foto: divulgação<br />
16 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
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NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
BRASIL NA<br />
OCDE<br />
Segundo Marcelo Barros Gomes (foto), secretário especial de<br />
Relacionamento Externo da Casa Civil, “o Brasil espera receber,<br />
em <strong>2021</strong>, a carta-convite da OCDE (Organização para a<br />
Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para que possa<br />
iniciar o processo formal de acessão.” A expectativa sintetiza<br />
anos de investimento do país na pavimentação da sua entrada<br />
no seleto grupo de membros da organização. Em 2020, diversos<br />
passos foram dados nesse sentido, como a adesão a mais<br />
de 15 instrumentos normativos da organização; a aceitação<br />
do Brasil como membro participante do Comitê de Política do<br />
Consumidor; e o avanço nas negociações para aderir aos Códigos<br />
de Liberalização da OCDE. Além disso, foi criada a SEREX (Secretaria Especial de Relacionamento Externo), no âmbito<br />
da Casa Civil, para coordenar as ações do Poder Executivo voltadas ao pedido de adesão do Brasil à entidade.<br />
INDÚSTRIA<br />
BRASILEIRA<br />
A produção industrial cresceu em 10 dos 15 locais analisados<br />
pela PIM-Regional (Pesquisa <strong>Industrial</strong> Mensal), em novembro.<br />
A média nacional ficou em 1,2% de crescimento e oito<br />
dessas altas superaram esse percentual: Bahia (4,9%), Rio<br />
Grande do Sul (3,8%) Amazonas (3,4%), Região Nordeste<br />
(2,9%), Santa Catarina (2,8%), Ceará (1,7%), Rio de Janeiro<br />
(1,6%) e São Paulo (1,5%). Os outros locais com índices positivos<br />
foram o Paraná (1,2%) e Minas Gerais (0,6%). As quedas<br />
mais acentuadas foram no Pará (-5,3%) e em Mato Grosso<br />
(-4,3%), além de Pernambuco (-1,0%), Espírito Santo (-0,9%)<br />
e Goiás (-0,9%). Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto<br />
Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com a<br />
pesquisa, o local que exerceu a maior influência no resultado<br />
da indústria nacional, que foi São Paulo, teve alta de 1,5%<br />
em novembro, depois da retração de 0,5% em outubro.<br />
Foto: divulgação<br />
CRÉDITO ÀS<br />
EXPORTAÇÕES<br />
O Governo Federal, por meio do Ministro Paulo Guedes<br />
(foto), atendeu ao pedido da CNI (Confederação Nacional<br />
da Indústria) e prorrogou o contrato do Ministério da Economia<br />
com a ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos<br />
Garantidores e Garantias), hoje operador do SCE (Seguro<br />
de Crédito à Exportação). O prazo foi estendido até 30 de<br />
junho de <strong>2021</strong>. Em carta encaminhada à CNI, a Casa Civil<br />
informou que a prorrogação do contrato busca “evitar algum<br />
tipo de descontinuidade do seguro enquanto não se<br />
conclui a estruturação do novo sistema de apoio oficial à<br />
exportação concedido pela União.” Em 2 de dezembro de<br />
2020, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e 21<br />
associações setoriais enviaram carta a várias autoridades do<br />
governo solicitando a imediata renovação do contrato de<br />
prestação de serviços da ABGF com o Governo Federal, de<br />
forma a evitar prejuízos ao financiamento à exportação. O<br />
contrato estava previsto para terminar em 30 de dezembro.<br />
Foto: divulgação<br />
18 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
A história da DRV Serras e Facas Industriais completa 10 anos de muito<br />
sucesso. Uma data marcante, que expressa a experiência e qualidade dos<br />
profissionais que transformaram um sonho em realidade. O mercado de<br />
facas e serras se transformou após o nascimento da DRV.<br />
Aguardem muitas novidades durante esse ano de <strong>2021</strong>.
NOTAS<br />
FLORESTAS<br />
MINEIRAS<br />
A retomada econômica mundial já mostra grandes resultados,<br />
e a indústria florestal brasileira tem se beneficiado do<br />
novo momento, passada a pior fase da pandemia em vários<br />
países do mundo. Além disso, a recuperação da China e a<br />
demanda aquecida do mercado interno trouxeram bons resultados<br />
para o segmento de florestas mineiro no último trimestre<br />
de 2020. A promessa para este ano é ainda mais positiva.<br />
A presidente executiva da AMIF (Associação Mineira<br />
da Indústria Florestal), Adriana Maugeri, explica que, apesar<br />
da pandemia de Covid-19, a demanda pelos produtos do setor<br />
está em alta, o que vem favorecendo o desempenho das<br />
empresas. Dentre os produtos demandados, destacam-se o<br />
carvão vegetal, o aço, o ferro gusa, algumas ligas metálicas<br />
especiais, a celulose e o papel. “Nossa estimativa é superar<br />
o desempenho de 2019, já que a demanda está bem maior”,<br />
ressalta.<br />
Foto: divulgação<br />
FALTA DE<br />
MATÉRIA-PRIMA<br />
Após os meses de março e abril de 2020, o Brasil sofreu um<br />
boom produtivo em diversos setores industriais, e no ramo<br />
moveleiro não foi diferente. Segundo dados do IBGE (Instituto<br />
de Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção<br />
de móveis do Brasil foi 8% superior à do período pré-pandemia.<br />
O aquecimento nas vendas, porém, fez surgir dois<br />
problemas: a falta de produtos e uma escalada de reajuste<br />
nos preços. Todos os insumos usados na indústria moveleira<br />
já estão com um certo grau de dificuldade para aquisição,<br />
o que prejudica os fabricantes, por vários motivos. É o que<br />
explica o presidente do SINDIMOL (Sindicato das Indústrias<br />
da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do<br />
Espírito Santo), Bruno Barbieri Rangel. “Todos os insumos<br />
já estão com um certo grau de dificuldade para aquisição.<br />
Alguns um pouco menos e outros que já estamos tendo<br />
que ou deixar de produzir ou substituir, como é o caso do<br />
alumínio. Essa falta de insumos, além de quebrar o ritmo<br />
de produção, gera um desconforto enorme em relação aos<br />
compromissos assumidos com o cliente, que acabamos não<br />
conseguindo cumprir”, destaca Rangel.<br />
Foto: divulgação<br />
NOVA<br />
ALTA CONSECUTIVA<br />
Pelo sétimo mês seguido, a produção da indústria nacional<br />
cresceu frente ao mês anterior, com alta de 1,2% em novembro<br />
contra outubro. Entretanto, de janeiro a novembro de 2020, o<br />
setor registrou perda de 5,5%. No acumulado em 12 meses,<br />
a queda foi de 5,2%. Mesmo com o desempenho positivo recente,<br />
a produção industrial ainda se encontra 13,9% abaixo<br />
do nível recorde, alcançado em maio de 2011. Os dados são<br />
da Pesquisa <strong>Industrial</strong> Mensal, divulgada pelo IBGE (Instituto<br />
Brasileiro de Geografia e Estatística), que mostra ainda que,<br />
em relação a novembro de 2019, a indústria avançou 2,8%. Segundo<br />
o Ibge, todas as grandes categorias tiveram alta frente<br />
a outubro, com destaque para bens de capital (7,4%) e bens<br />
de consumo duráveis (6,2%), que apresentaram as maiores taxas positivas. É o sétimo mês seguido de expansão na produção<br />
em ambas as áreas, com acúmulo de 129,7% na primeira e 550,7% na segunda. As duas categorias estão acima do patamar pré-<br />
-pandemia de Covid-19: 12,2% e 2,7%, respectivamente.<br />
Foto: divulgação<br />
20 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
NOTAS<br />
EM DEFESA<br />
DE AUXÍLIO<br />
Foto: Luiz Macedo/Camâra dos deputados<br />
A saída da crise, auxiliando os mais pobres e, ao mesmo<br />
tempo reerguendo a economia nacional, guiou as falas<br />
dos representantes do Poder Legislativo na abertura dos<br />
trabalhos do Congresso Nacional em <strong>2021</strong>, na primeira<br />
semana de fevereiro. Rodrigo Pacheco (DEM), novo presidente<br />
do Senado, lembrou da importância do auxílio<br />
emergencial de R$ 600 e acrescentou que já discute com<br />
o governo algum tipo de auxílio também para <strong>2021</strong>. Já<br />
Arthur Lira/PP (foto), eleito para o comando da Câmara<br />
dos Deputados, defendeu o auxílio pago no ano passado<br />
como uma das medidas de enfrentamento à crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. O presidente Jair Bolsonaro<br />
também citou o auxílio de 2020 e destacou seu pagamento a 68 milhões de brasileiros, mas não falou em uma nova edição<br />
do benefício. De qualquer forma, agora a expectativa é que os poderes trabalhem em prol de um Brasil ainda melhor.<br />
COMUNICADO<br />
OFICIAL<br />
CONSULTA<br />
PÚBLICA<br />
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) disponibilizou<br />
a norma técnica para o sistema construtivo wood<br />
frame, de casas em madeira, para consulta nacional. O conteúdo<br />
fica disponível até o dia 24 de fevereiro e pode ser<br />
acessado em: www.abntonline.com.br/consultanacional. O<br />
avanço e a consolidação desse novo sistema construtivo no<br />
Brasil é uma das mais esperadas demandas do setor madeireiro<br />
nacional, pois traz reais possibilidades de geração de<br />
escala de negócios. A consulta pública é um passo importante<br />
nesse processo para que, em breve, o sistema construtivo<br />
possa estar disponível e oficializado para o mercado da<br />
construção. A ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de<br />
Madeira Processada Mecanicamente), como entidade gestora<br />
do Comitê Brasileiro de Madeira da ABNT, tem liderado<br />
o desenvolvimento dessa e de outras frentes sobre o uso da<br />
madeira na construção civil no país.<br />
Foto: divulgação<br />
A MOVERGS (Associação das Indústrias de Móveis do<br />
Estado do Rio Grande do Sul) comunicou oficialmente<br />
o adiamento da Fimma Brasil, que ocorreria na cidade<br />
de Bento Gonçalves de 26 a 29 de abril de <strong>2021</strong>. A decisão<br />
foi tomada pelo fato de o país ainda se encontrar<br />
em uma situação delicada em relação à pandemia<br />
do novo coronavírus. “O intuito principal é preservar<br />
a saúde de todo o nosso público de uma exposição à<br />
Covid-19 neste momento em que as pessoas anseiam<br />
pela imunização”, informou a entidade em nota. Ainda<br />
não há definição sobre novas datas e os expositores<br />
serão consultados em breve. As Rodadas de Negócios<br />
virtuais, contudo, programadas para maio de <strong>2021</strong>,<br />
permanecem confirmadas. A MOVERGS afirmou que<br />
está à disposição para sanar quaisquer dúvidas a respeito<br />
do adiamento da feira.<br />
Foto: divulgação<br />
22 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
NOTAS<br />
COM A PALAVRA,<br />
O PRESIDENTE<br />
Durante a sessão solene de abertura do ano legislativo, no<br />
dia 3 de fevereiro, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro,<br />
pediu ao Congresso apoio a uma série de pautas, como<br />
pacto federativo, reforma administrativa, reforma tributária e<br />
agenda de concessões e privatizações. Em seu discurso, Bolsonaro<br />
também disse que o Governo Federal buscou atuar,<br />
no contexto da pandemia do novo coronavírus, para preservar<br />
vidas e proteger empregos. “Com base nessas premissas<br />
e com um olhar especial às populações mais vulneráveis,<br />
aqueles que mais necessitavam da atenção do Poder Público,<br />
todo o Governo Federal foi mobilizado para uma<br />
atuação ainda mais coordenada, integrada e efetiva. Todos<br />
os órgãos e todas as entidades governamentais passaram<br />
a direcionar esforços no combate ao vírus e na proteção às<br />
pessoas”, pontuou o presidente.<br />
Foto: Carolina Antunes/PR<br />
INDÚSTRIA<br />
EM ALTA<br />
Os Indicadores Industriais da CNI (Confederação Nacional<br />
da Indústria), divulgados no último dia 4, mostraram que,<br />
no país, o faturamento da indústria de transformação subiu<br />
1,6% em dezembro de 2020 na comparação com o mês anterior.<br />
Mesmo com a pandemia de Covid-19, as vendas reais<br />
também encerraram o ano em alta: 0,8% em relação a 2019.<br />
A pesquisa também identificou que o emprego aumentou<br />
0,2% em dezembro em relação a novembro, o quinto mês<br />
consecutivo com alta nas contratações no setor industrial.<br />
Na visão da entidade, o resultado indica a continuidade<br />
da recuperação da indústria brasileira, que teve início logo<br />
após as fortes quedas de maio e abril e durou todo o segundo<br />
semestre de 2020. Os dados, contudo, não apontam<br />
para um setor sem problemas no pós-crise, mas mostram<br />
que a indústria conseguiu reagir à pandemia, ainda que a<br />
recuperação econômica não esteja consolidada.<br />
Foto: divulgação<br />
CRÉDITO<br />
EM ELEVAÇÃO<br />
As empresas paranaenses conseguiram uma liberação maior<br />
de recursos das instituições financeiras em 2020. O crescimento<br />
no saldo das operações foi de 33% em relação ao ano<br />
anterior. O resultado é maior do que a média nacional, que<br />
ficou em 22% de alta no mesmo período. Os dados divulgados<br />
pelo relatório de estatísticas monetárias e de crédito<br />
do Banco Central incluem tanto os recursos levantados em<br />
instituições financeiras quanto os concedidos por meio dos<br />
programas emergenciais de crédito do Governo Federal<br />
liberados em virtude da pandemia. O crescimento é consequência<br />
da urgência das empresas por capital de giro para<br />
manter as portas abertas. “Os recursos foram principalmente para pagamento de despesas básicas, fornecedores e salários<br />
de trabalhadores, já que muitas tiveram suas atividades parcial ou totalmente interrompidas no início da crise e o faturamento<br />
ficou comprometido”, avalia o especialista do NAC (Núcleo de Acesso ao Crédito) do Fiep (Sistema Federação das Indústrias<br />
do Paraná), João Baptista Guimarães.<br />
Foto: divulgação<br />
24 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
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DETALHE<br />
QUE FAZ A DIFERENÇA<br />
Foto: divulgação<br />
Em um despojado apartamento na cidade de<br />
Guarulhos (SP), desenhado pela arquiteta Monise<br />
Rosa para um jovem casal, o conjunto de cadeiras<br />
de jantar dá o tom de uma sala moderna e receptiva,<br />
pensada para receber vários convidados<br />
em reuniões íntimas e aconchegantes. As peças<br />
escolhidas por Rosa foram as cadeiras Dueto<br />
com perfil sem braço, desenvolvidas pela Breton,<br />
empresa familiar já consolidada no mercado<br />
mobiliário de luxo brasileiro. O contraste da madeira<br />
escura com a textura clara do assento traz<br />
um estilo moderno e único para a sala de jantar,<br />
cômodo principal do apartamento paulista. O<br />
apartamento de 190 m² (metros quadrados) conta<br />
com living, terraço gourmet/social, cozinha/<br />
copa, lavanderia, lavabo, suíte máster com closet<br />
e mais duas suítes.<br />
TENDÊNCIA<br />
RETRÔ<br />
A onda vintage na decoração de interiores<br />
não é novidade para ninguém. Com o crescente<br />
desenvolvimento do design no Brasil<br />
e no mundo, diversas tendências ganharam<br />
espaço e têm conquistado o gosto do consumidor,<br />
sejam elas modernas, industriais, desenvolvidas<br />
a partir do metal ou da madeira.<br />
Uma boa prova disso é o relógio de parede<br />
Art Deco, da empresa alemã Factory. O equipamento<br />
traz linhas retas e objetivas, com inspiração<br />
no design da década de 1930. O relógio<br />
foi desenvolvido em madeira maciça com<br />
folheado de nogueira, com ponteiras de aço e<br />
com o movimento 100% mecânico, como era<br />
utilizado na época.<br />
Foto: divulgação<br />
26 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
FRASES<br />
“NO BRASIL, PAGA-SE MUITO IMPOSTO PARA UM PAÍS EMERGENTE. ISSO<br />
DECORRE DO FATO DE TERMOS GASTOS OBRIGATÓRIOS DO SETOR PÚBLICO<br />
MUITO ALTOS. A SEGUNDA PARTE DA HISTÓRIA É QUE ESSE IMPOSTO É<br />
DESIGUALMENTE DISTRIBUÍDO SOBRE AS DECISÕES DE CONSUMO E SOBRE<br />
AS FAMÍLIAS. AÍ, OS GRUPOS REAGEM. QUEM PAGA MENOS IMPOSTO NÃO<br />
QUER SER TRATADO COMO OS DEMAIS. VIMOS NA DISCUSSÃO DA REFORMA<br />
TRIBUTÁRIA DIVERSOS SETORES QUE FICARAM PREOCUPADOS DE TER UM<br />
PEQUENO AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA, PORQUE PAGAM MENOS”<br />
MARCOS LISBOA, PRESIDENTE DO INSPER (INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA),<br />
SOBRE A REFORMA TRIBUTÁRIA<br />
“O QUE O<br />
PRESIDENTE<br />
DEU FOI UMA<br />
TREMENDA<br />
DECLARAÇÃO<br />
EM DEFESA DA<br />
CONSOLIDAÇÃO<br />
FISCAL, MOSTRANDO<br />
O COMPROMISSO<br />
DA PRESIDÊNCIA<br />
DA REPÚBLICA COM<br />
A ESTABILIDADE<br />
MACROECONÔMICA.<br />
PESSOALMENTE, ACHO QUE<br />
É O TIPO DE DECLARAÇÃO<br />
QUE MOSTRA PARA TODO O<br />
MERCADO QUE O PRESIDENTE<br />
ESTÁ SIM COMPROMETIDO,<br />
NÃO APENAS COM A AGENDA DE<br />
REFORMAS, MAS COM A AGENDA<br />
DE CONSOLIDAÇÃO FISCAL”<br />
ADOLFO SACHSIDA,<br />
SECRETÁRIO<br />
DE POLÍTICA<br />
ECONÔMICA DO<br />
MINISTÉRIO DA<br />
ECONOMIA, SOBRE<br />
A FALA DE JAIR<br />
BOLSONARO DE<br />
QUE O PAÍS ESTARIA<br />
QUEBRADO<br />
“ESTRATEGICAMENTE, É CRUCIAL QUE AS EMPRESAS<br />
SE APROXIMEM DO SINDMÓVEIS, CONTRIBUINDO COM<br />
A CONSTRUÇÃO DO CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL PARA<br />
O SETOR E USUFRUINDO DE TODA A NOSSA ESTRUTURA.<br />
MAIS DO QUE NUNCA, É PRECISO QUE AS PESSOAS SE<br />
PROPONHAM A CONTRIBUIR COLETIVAMENTE PARA<br />
ALCANÇARMOS UM MELHOR ENTENDIMENTO DO<br />
PERÍODO PÓS-PANDEMIA”<br />
Foto: divulgação/EBC<br />
VINICIUS BENINI, PRESIDENTE DO SINDMÓVEIS, SOBRE<br />
O CENÁRIO PARA <strong>2021</strong><br />
“AS DIFICULDADES APRESENTADAS<br />
EM 2020 NOS FIZERAM REPENSAR A<br />
AFFEMAQ COMO UM TODO E BUSCAR<br />
SOLUÇÕES ALTERNATIVAS PARA O<br />
CUMPRIMENTO DO NOSSO PROPÓSITO, QUE<br />
É SER PROMOTORA DO DESENVOLVIMENTO<br />
DO SETOR. O GRANDE LEGADO DA GESTÃO<br />
2019/2020 É O ALINHAMENTO DOS<br />
OBJETIVOS DA ENTIDADE COM O NOVO<br />
MERCADO QUE SE APRESENTA”<br />
IVÂNIO ANGELO ARIOLI, EX-PRESIDENTE DA AFFEMAQ<br />
(ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES PARA AS<br />
INDÚSTRIAS DE MADEIRA E MÓVEIS), AO PASSAR O<br />
BASTÃO PARA A GESTÃO <strong>2021</strong>/2022<br />
28 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
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GÁS PARA O BRASIL<br />
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GAS FOR BRAZIL<br />
E<br />
ngenheiro mecânico com mais de 30 anos de experiência,<br />
Paulo Pedrosa é uma das principais lideranças<br />
na articulação junto ao Congresso Nacional para que o<br />
país destrave sua legislação relativa à produção de gás<br />
natural, quebrando o atual monopólio no setor. Em<br />
entrevista, o atual dirigente da ABRACE (Associação de Grandes<br />
Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres) e ex-<br />
-secretário executivo do MME (Ministério de Minas e Energia) fala<br />
sobre suas expectativas para a votação da Lei do Gás no Senado<br />
Federal e a respeito dos impactos das novas regras nos custos<br />
de produção e na atividade econômica. “Virá a modernização da<br />
produção industrial e um ganho que nos permitirá competir nos<br />
mercados globais”, garante.<br />
ENTREVISTA<br />
P<br />
aulo Pedrosa, a mechanical engineer with more than 30<br />
years of experience, is one of the foremost leaders in<br />
the articulation within the National Congress for Brazil<br />
to unlock its legislation on natural gas production, breaking<br />
the current monopoly in the Sector. In an interview,<br />
the current President of the Brazilian Association of Large <strong>Industrial</strong><br />
and Free Market Energy Consumers (Abrace) and former Executive<br />
Secretary of the Ministry of Mines and Energy (MME) talks about his<br />
expectations for the vote on the “New Natural Gas Act” in the Federal<br />
Senate and about the impacts of the new rules on production<br />
costs and economic activity. “It will lead to the modernization of industrial<br />
production and a gain that will allow us to compete in global<br />
markets,” he ensures.<br />
Foto: divulgação<br />
PAULO PEDROSA<br />
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: ENGENHEIRO MECÂNICO,<br />
FORMADO PELA UNB (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA)<br />
CARGO: DIRIGENTE DA ABRACE (ASSOCIAÇÃO DE GRANDES<br />
CONSUMIDORES INDUSTRIAIS DE ENERGIA E CONSUMIDORES<br />
LIVRES) E EX-SECRETÁRIO EXECUTIVO DO MME (MINISTÉRIO<br />
DE MINAS E ENERGIA)<br />
PROFESSIONAL EDUCATION: MECHANICAL ENGINEERING, UNIVERSITY OF<br />
BRASÍLIA (UNB)<br />
FUNCTION: PRESIDENT OF THE BRAZILIAN ASSOCIATION OF LARGE INDUSTRIAL<br />
AND FREE MARKET ENERGY CONSUMERS (ABRACE) AND FORMER EXECUTIVE<br />
SECRETARY OF THE MINISTRY OF MINES AND ENERGY (MME)<br />
30 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
JÁ APROVADA NA CÂMARA DOS DEPUTA-<br />
DOS, A NOVA LEI DO GÁS ESTÁ EM TRAMITA-<br />
ÇÃO NO SENADO FEDERAL. QUAIS SÃO AS<br />
EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO A ESSA VOTA-<br />
ÇÃO?<br />
A tramitação da Lei do Gás no Congresso<br />
reflete as escolhas do Brasil. Assim como fizeram<br />
na Câmara, os interesses do passado se articulam<br />
para mudar a lógica da proposta de abertura de<br />
mercado e fazer do Novo Mercado do Gás, que<br />
veio para promover a competição e reduzir preços,<br />
um veículo para subsídios e com a presença de<br />
monopólios ou campeões regionais no mercado.<br />
Conseguimos uma surpreendente vitória na Câmara.<br />
Agora, de novo com a articulação do governo,<br />
vamos confiantes para este novo ciclo no Senado<br />
para que a lei seja aprovada ainda este ano. A<br />
postergação só interessa aos adversários do novo<br />
mercado.<br />
QUAIS SÃO OS IMPACTOS DAS NOVAS<br />
REGRAS NOS CUSTOS DE PRODUÇÃO E NA<br />
ATIVIDADE ECONÔMICA COMO UM TODO?<br />
Para o Brasil, essa lei tem importância equivalente<br />
à do Novo Marco do Saneamento, que demonstrou<br />
enorme vitalidade nos primeiros leilões,<br />
com ágios que superam em mais de 130 vezes os<br />
valores de edital. Além disso, a abertura do mercado<br />
de gás sinalizará aos investidores do mundo<br />
todo a disposição da nova economia em atrair capitais<br />
e promover soluções para um mercado competitivo<br />
e sem intervenções governamentais que<br />
assustem investidores. Já os efeitos concretos são<br />
extraordinários: geração de 4 milhões de empregos<br />
e triplicação do consumo de gás, inclusive o<br />
industrial, gerando R$ 60 bilhões de investimentos<br />
ao ano. Com o gás, virá a modernização da produção<br />
industrial e um ganho de competitividade que<br />
nos permitirá competir nos mercados globais.<br />
A NOVA LEI DO GÁS TEM SIDO APONTADA<br />
COMO INCENTIVO À RETOMADA ECONÔ-<br />
MICA DO PAÍS APÓS A CRISE OCASIONADA<br />
PELA PANDEMIA DA COVID-19. CONTUDO,<br />
HÁ QUEM DIGA QUE O IMPACTO NÃO SERÁ<br />
TÃO GRANDE ASSIM. COMO O SENHOR AVA-<br />
LIA ESSE CENÁRIO?<br />
Sairemos da pandemia com uma situação<br />
fiscal ainda mais delicada do que a que motivou<br />
a Reforma da Previdência. O custo do necessário<br />
acolhimento dos brasileiros pelo governo chegará<br />
às contas públicas. Portanto, não adianta sonhar<br />
com soluções que dependam de recursos públicos<br />
ou investimentos da União e dos Estados ou<br />
subsídios e encargos que sejam um peso ainda<br />
maior para a economia. A tentação de promover<br />
o desenvolvimento por meio do estímulo a obras<br />
ALREADY APPROVED IN THE HOUSE OF RE-<br />
PRESENTATIVES, THE NEW NATURAL GAS ACT<br />
HAS MOVED ON TO BE VOTED UPON IN THE FE-<br />
DERAL SENATE. WHAT ARE THE EXPECTATIONS<br />
FOR THIS VOTE?<br />
The procedures outlined for the New Natural Gas<br />
Act in Congress reflect choices for Brazil. As they did in<br />
the House, interested parties are articulating the logic<br />
of the proposal to open up the market and create a<br />
New Natural Gas Market, which will lead to promoting<br />
more competition and reduced prices, different from<br />
the old vehicle with subsidies and the presence of regional<br />
monopolies or market champions. The bill was<br />
overwhelmingly passed in the House. Again, with the<br />
articulation of the Government, we are confident that<br />
this new cycle in the Senate will be passed this year.<br />
Postponement is only in the interest of opponents of<br />
the new market.<br />
WHAT ARE THE IMPACTS OF THE NEW RULES<br />
ON PRODUCTION COSTS AND ECONOMIC ACTI-<br />
VITY AS A WHOLE?<br />
For Brazil, this Law’s importance is equivalent to<br />
that of the New Sanitation Framework that demonstrated<br />
enormous vitality in the first auctions, with bids<br />
that exceeded the minimum stipulated values by more<br />
than 130 times. Besides, the opening up of the natural<br />
gas market will signal investors worldwide the new<br />
economy’s willingness to attract capital and promote<br />
solutions to create a competitive market without Government<br />
intervention that scares off investors. The<br />
concrete effects are extraordinary: generating 4 million<br />
jobs and tripling natural gas consumption, including<br />
industrial, generating R$ 60 billion in investment per<br />
year. With natural gas, the modernization of industrial<br />
production and a gain of competitiveness will come<br />
that will allow us to compete in global markets.<br />
A APROVAÇÃO NA<br />
CÂMARA NOS MOSTROU A<br />
FORÇA DA ARTICULAÇÃO DA<br />
INDÚSTRIA. POR MEIO DE AMPLA<br />
ARTICULAÇÃO, CHEGAMOS ÀS<br />
LIDERANÇAS DO GOVERNO E DO<br />
CONGRESSO PELOS MAIS DIVERSOS E<br />
LEGÍTIMOS CANAIS<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong> 31
ENTREVISTA<br />
desnecessárias, por exemplo, apenas aumentará<br />
o peso sobre a sociedade e atrasará ainda mais a<br />
nossa recuperação. Precisamos de soluções que<br />
façam sentido econômico, tragam capitais novos<br />
e dinamizem a economia. A Nova Lei do Gás vai<br />
ser o grande tiro de largada para um novo ciclo na<br />
nossa economia.<br />
EM TERMOS DE REGULAMENTAÇÃO DO<br />
SETOR, COMO ESSE NOVO MARCO REGU-<br />
LATÓRIO COLOCARÁ O BRASIL DIANTE DO<br />
CENÁRIO INTERNACIONAL?<br />
Nossas indústrias chegam a pagar três ou quatro<br />
vezes o preço de concorrentes internacionais.<br />
Portanto, é muito mais barato trazer produtos<br />
acabados fora do Brasil do que produzir aqui, em<br />
especial aqueles produtos intensivos em energia.<br />
Foi assim que a nossa agricultura passou a depender<br />
de 80% dos fertilizantes importados e foi assim<br />
que, para dar um exemplo de grande valor simbólico,<br />
paramos de produzir até aspirina, um produto<br />
do dia a dia das famílias brasileiras. É importante<br />
avançarmos na aprovação da Lei do Gás, na modernização<br />
do setor elétrico e nessa agenda que,<br />
junto com o mercado nacional, é uma plataforma<br />
importante. Podemos reposicionar a indústria brasileira<br />
e reverter uma trajetória que tem custado<br />
muito caro à nossa sociedade. A Lei do Gás vai<br />
trazer muita diversidade e segurança jurídica.<br />
NA DISCUSSÃO DA LEI DO GÁS, A VOZ DA<br />
INDÚSTRIA ESTÁ SENDO OUVIDA?<br />
A aprovação na Câmara nos mostrou a força da<br />
articulação da indústria. Por meio de ampla articulação,<br />
chegamos às lideranças do governo e do<br />
Congresso pelos mais diversos e legítimos canais<br />
e fomos ouvidos. Esse movimento foi um grande<br />
aprendizado e esperamos que ele se repita e dê<br />
ao Brasil a vitória da aprovação da Nova Lei do<br />
Gás no Senado Federal.<br />
THE NEW NATURAL GAS ACT HAS BEEN<br />
POINTED OUT AS AN INCENTIVE FOR THE COU-<br />
NTRY’S ECONOMIC RECOVERY AFTER THE CRISIS<br />
CAUSED BY THE COVID-19 PANDEMIC. HOWE-<br />
VER, SOME SAY THAT THE IMPACT WILL NOT<br />
BE THAT GREAT. HOW DO YOU EVALUATE THIS<br />
SCENARIO?<br />
We will come out of the pandemic with an even<br />
more delicate fiscal situation than the one that motivated<br />
Social Insurance Reform. The cost of the<br />
Government’s actions for Brazilians will significantly<br />
affect public accounts. Therefore, there is no point in<br />
dreaming of solutions that depend on public resources<br />
or investments or subsidies and tax relief by the Central<br />
and State Governments, which would create an even<br />
more significant economic burden. The temptation to<br />
promote development by encouraging unnecessary<br />
works, for example, will only increase the burden on<br />
society and further delay recovery. We need solutions<br />
that make economic sense, bring in new capital, and<br />
streamline the economy. The New Natural Gas Act will<br />
be a big boost for starting a new cycle in our economy.<br />
IN TERMS OF INDUSTRY REGULATION, HOW<br />
WILL THIS NEW REGULATORY FRAMEWORK AF-<br />
FECT BRAZIL WITHIN THE INTERNATIONAL SCE-<br />
NARIO?<br />
Our companies pay three or four times the price<br />
that our international competitors pay. Therefore, it is<br />
much cheaper to bring finished products from abroad<br />
than to produce them here, in Brazil, especially energy-intensive<br />
products. This is why our agriculture came<br />
to depend on 80% of fertilizers being imported. That<br />
is why, to give an example of great symbolic value, we<br />
even stopped producing aspirin, a product in the day-<br />
-to-day of Brazilian families. It is essential to proceed<br />
with the Natural Gas Act’s approval for the modernization<br />
of the Electricity Sector as this agenda is a crucial<br />
platform for the national market. We can reposition<br />
Brazilian industry and reverse a trajectory that has cost<br />
our society dearly. The Natural Gas Act will lead to diversity<br />
and legal certainty.<br />
É IMPORTANTE<br />
AVANÇARMOS NA<br />
APROVAÇÃO DA LEI DO GÁS, NA<br />
MODERNIZAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO<br />
E NESSA AGENDA QUE, JUNTO COM O<br />
MERCADO NACIONAL, É UMA<br />
PLATAFORMA IMPORTANTE<br />
IN THE DISCUSSION OF THE NATURAL GAS<br />
ACT, IS THE VOICE OF INDUSTRY BEING HEARD?<br />
The approval in the House showed us the strength<br />
of the articulation of the industry. Through broad articulation<br />
and the most diverse and legitimate channels,<br />
we reached out to Government and Congress leaders,<br />
and were heard. This movement was a great learning<br />
process, and we hope that it will be repeated and lead<br />
to a Brazilian victory through the approval of the New<br />
Natural Gas Act in the Federal Senate.<br />
32 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
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BRASIL CONSOLIDA PAPEL<br />
DE DESTAQUE NO CENÁRIO INTERNACIONAL<br />
MESMO DIANTE DE UM CENÁRIO MARCADO POR ADVERSIDADES, AS EMPRESAS BRASILEIRAS DE MADEIRA<br />
FECHARAM 2020 COM BONS RESULTADOS NOS VOLUMES EMBARCADOS<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da ABIMCI<br />
(Associação Brasileira da Indústria de<br />
Madeira Processada Mecanicamente)<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
OS RESULTADOS<br />
ALCANÇADOS NO ANO<br />
PASSADO CONFIRMAM A<br />
CONSOLIDAÇÃO DA PRESENÇA DO<br />
BRASIL NO MERCADO INTERNACIONAL<br />
DE PRODUTOS DE MADEIRA<br />
imprevisibilidade de 2020, causada pela<br />
Apandemia do novo coronavírus, deixou todos<br />
os segmentos produtivos em alerta. A<br />
indústria de produtos de madeira do Brasil,<br />
que tem no mercado internacional um dos<br />
principais destinos, acompanhou de forma<br />
atenta as decisões internacionais quanto à paralisação<br />
das atividades e as tendências de consumo, principalmente<br />
na Europa e nos EUA (Estados Unidos da América).<br />
Mesmo diante de um cenário marcado por adversidades,<br />
as empresas brasileiras de madeira fecharam 2020<br />
com bons resultados nos volumes embarcados. Os EUA,<br />
por exemplo, continuaram sendo o principal destino de<br />
produtos como compensado de pinus, molduras e madeira<br />
serrada de pinus. Este último produto atingiu pela<br />
Foto: divulgação<br />
primeira vez a marca histórica de 3 milhões de m³ (metros<br />
cúbicos) exportados pelo Brasil para os principais mercados<br />
compradores.<br />
Esse bom resultado na madeira serrada, associado<br />
ao aumento de 20% das exportações de compensado de<br />
pinus, indica o movimento dos últimos anos de crescimento<br />
da participação do Brasil no mercado internacional,<br />
posicionando novamente o país entre os principais<br />
players mundiais.<br />
As exportações de pisos e portas maciças também<br />
registraram alta no ano passado. Destaque ainda para as<br />
vendas de pellets de pinus para a Europa, com foco especial<br />
no mercado italiano. Quanto ao mercado asiático,<br />
produtos como as lâminas de pinus e lâminas de espécies<br />
tropicais aumentaram os volumes comercializados.<br />
Entre as retrações nas vendas estão os pisos engenheirados,<br />
com uma redução de 29% em relação ao volume<br />
embarcado em 2019. Também houve diminuição do<br />
volume final embarcado em 2020 de madeiras serrada e<br />
perfilada e espécies tropicais.<br />
Os resultados alcançados no ano passado confirmam<br />
a consolidação da presença do Brasil no mercado internacional<br />
de produtos de madeira, um mercado para o qual<br />
é preciso estar preparado comercialmente e tecnicamente.<br />
A ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente) tem exercido um papel<br />
institucional fundamental junto às suas empresas associadas,<br />
subsidiando-as com informações e monitoramento<br />
comercial dos produtos e segmentos que representa,<br />
assim como abordando e atualizando decisões políticas<br />
e econômicas e de mercado que afetam diretamente os<br />
negócios com o Brasil.<br />
Assim, diante de incertezas internas e externas ainda<br />
em virtude da pandemia, mudanças políticas, a dinâmica<br />
dos acordos comerciais em andamento, o monitoramento<br />
permanente de informações e o olhar apurado para os<br />
encaminhamentos em <strong>2021</strong> continuarão a ser fundamentais<br />
para a tomada de decisões e definições nos negócios.<br />
Devemos permanecer vigilantes em relação a pautas<br />
que devem ganhar força neste ano, como meio ambiente<br />
e suprimento florestal, avanços e investimentos necessários<br />
no modal logístico e barreiras comerciais internacionais,<br />
bem como, o andamento das reformas, em especial<br />
a tributária.<br />
34 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
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36 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
COM PRODUTOS 100% BRASILEIROS, EMPRESA CATARINENSE<br />
COMPLETA 75 ANOS DE HISTÓRIA COMO ESPECIALISTA NA<br />
PRODUÇÃO DE MÁQUINAS PARA O BENEFICIAMENTO DA<br />
MADEIRA E NA FUNDIÇÃO DE PEÇAS DE FERRO<br />
Fotos: Emanoel Caldeira<br />
A<br />
história da Omil Máquinas se confunde<br />
com o desenvolvimento da cidade de Ibirama,<br />
no interior de Santa Catarina. Como<br />
uma das empresas mais antigas da região,<br />
a Omil cresceu e trouxe o nome do município<br />
consigo, nos últimos 75 anos. Em <strong>2021</strong>, a companhia<br />
completa sete décadas e meia de puro trabalho, com<br />
foco na tradição de seus produtos, na referência de seu<br />
conhecimento técnico e na inovação, presente em suas<br />
máquinas para o setor madeireiro.<br />
Com um parque industrial moderno, com cerca de 12<br />
mil m 2 (metros quadrados), a Omil produz equipamentos<br />
para o beneficiamento de madeiras, com destaque para<br />
as plainas, plainas moldureiras, serras múltiplas, alimentadores<br />
e descarregadores automáticos. A empresa<br />
também tem investido fortemente, nos últimos anos, na<br />
produção de peças fundidas em ferro cinzento, nodular,<br />
ferro branco, ampliando sua capacidade produtiva para<br />
aproximadamente 700t (toneladas) mês.<br />
WITH 100% BRAZILIAN PRODUCTS,<br />
A COMPANY FROM THE STATE OF<br />
SANTA CATARINA IS COMPLETING 75<br />
YEARS OF EXISTENCE AS A SPECIALIST<br />
IN PRODUCING WOODWORKING<br />
MACHINES AND CASTIRON PRODUCTS<br />
The history of Omil Máquinas is intertwined with<br />
the development of the city of Ibirama, in the interior<br />
of the State of Santa Catarina. As one of the<br />
oldest companies in the Region, Omil has grown<br />
and become an essential part of the municipality<br />
over the last 75 years. In <strong>2021</strong>, the Company completes seven<br />
and a half decades of pure work, focusing on its products’<br />
tradition, a reference of its technical knowledge and inno-<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong> 37
PRINCIPAL<br />
De acordo com o gerente geral da Omil, Maikon Koelbel,<br />
o segredo para o sucesso reside na administração<br />
familiar da empresa, fundada por seu avô, cunhados,<br />
amigos e um grupo de investidores, ainda no ano de<br />
1946. “A Omil é mais antiga que o meu próprio pai. Essa<br />
administração mais próxima faz com que todo o corpo<br />
de colaboradores da Omil seja quase como uma família,<br />
e o trabalho é levado neste sentido. Por exemplo, tenho<br />
meu filho e também quero que isso vá para frente e que<br />
gere frutos para a próxima geração”, conta o gerente,<br />
que trabalha desde sua adolescência na Omil.<br />
Entre altos e baixos, a Omil se fortaleceu e buscou<br />
atender diversos países, com forte atuação em toda a<br />
América Latina, com destaque para as exportações em<br />
países como México, Chile e Uruguai. A Omil, inclusive, é<br />
a única empresa nacional com produção 100% brasileira.<br />
“Temos realizado alguns projetos que devem sair do<br />
papel muito em breve, tanto para <strong>2021</strong> quanto para o ano<br />
que vem. Nos últimos 5 anos, temos investido também<br />
no ramo da fundição, com fornecimento de peças fundidas<br />
para o setor agrícola. Aliás, para o mês de março,<br />
estão chegando maquinários novos, para que a Omil<br />
agregue um valor ainda maior para os nossos clientes”,<br />
revela Maikon.<br />
vation, present in its machines for the Woodworking Sector.<br />
With a modern industrial park, with about 12,000 m 2 ,<br />
Omil produces equipment for woodworking, with emphasis<br />
on planers, molding planers, gang saws, feeders, and<br />
automatic unloaders. Over the last few years, the Company<br />
has also invested heavily in the production of cast iron parts<br />
in grey, nodular, and white iron, expanding its production<br />
capacity to approximately 700 tons per month.<br />
According to Maikon Koelbel, General Manager for<br />
Omil, the secret to success lies in the Company’s family<br />
administration, founded, in 1946, by his grandfather, brother-in-law,<br />
friends, and a group of investors. “Omil is older<br />
than my father. This close administration leads to Omil’s<br />
entire workforce almost feeling like a family, and works takes<br />
this direction. I, for example, have a son, and I also want the<br />
Company to continue to develop and bear fruit for the next<br />
generation,” says the Manager, who has worked since his<br />
adolescence at Omil.<br />
Between the ups and downs, Omil has strengthened and<br />
sought to serve markets in several countries, with substantial<br />
operations throughout Latin America, with emphasis on<br />
exports to countries such as Mexico, Chile, and Uruguay.<br />
Omil is also the only domestic company in the area with<br />
100% Brazilian production.<br />
“We have elaborated several designs that should come<br />
off the paper very soon, both in <strong>2021</strong> and next year. Over the<br />
38 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
last five years, we have also invested in the foundry business,<br />
supplying cast iron parts to the Agricultural Sector. In fact,<br />
for March, we expect to take delivery of new machinery, so<br />
that Omil will be able to add an even greater value for our<br />
customers,” explains Maikon.<br />
MÁQUINAS<br />
Entre os principais produtos da Omil, as plainas<br />
moldureiras PMC-PLUS-200 e a PMO-240/320 tem conquistado<br />
o mercado nacional e internacional. Algumas<br />
das maiores empresas do setor da madeira têm adquirido<br />
esses equipamentos e atestam a qualidade dos serviços<br />
da Omil.<br />
Há três décadas na Madeireira Rossini, localizada em<br />
José Boiteux (SC), o colaborador Ricardo Rossini iniciou<br />
sua carreira ao lado de um maquinário da Omil. “Meu<br />
primeiro trabalho na Rossini foi justamente no beneficiamento<br />
de madeira. Na época, usávamos uma moldureira<br />
MACHINERY<br />
Among Omil’s major products, the PMC-PLUS-200 and<br />
PMO-240/320 molder/planers have conquered the domestic<br />
and international market. Some of the largest companies in<br />
the Woodworking Sector have acquired this equipment and<br />
attest to Omil service quality.<br />
Three decades ago, at Madeira Rossini, located in José<br />
Boiteux, Santa Catarina, Ricardo Rossini began his career<br />
alongside an Omil machine. “My first job at Rossini was<br />
precisely in wood processing. At the time, we used a more<br />
rudimentary molder, the best technology of the time, which<br />
was from Omil. I believe that our relationship with the Omil<br />
is almost 50 years old,” says Rossini.<br />
Currently, Rossini has a PLUS-200 planer in its factory. “It<br />
is a machine that has helped us a lot to grow. At some point,<br />
VISITA À MADEIREIRA ROSSINI
PRINCIPAL<br />
VISITA À EMPRESA BUTZKE MÓVEIS<br />
EQUIPE COMERCIAL MÁQUINAS OMIL<br />
mais rudimentar, até pela tecnologia da época, que era<br />
da Omil. Acredito que nossa parceria com a empresa<br />
tenha perto de 50 anos”, avalia Ricardo.<br />
Atualmente, a Rossini possui uma plaina PLUS-200 em<br />
sua fábrica. “São máquinas que, realmente, nos ajudaram<br />
muito a crescer. Em algum momento, a gente fez uma<br />
opção de deixar de simplesmente serrar a madeira e<br />
passamos a procurar esse trabalho do beneficiamento,<br />
com um pouco mais de velocidade, um pouco mais de<br />
elaboração. Então procuramos a Omil e adquirimos duas<br />
PMO-240. Essas máquinas continuam rodando aqui até<br />
hoje”, salienta o colaborador.<br />
Ricardo ainda afirma que, além da confiabilidade das<br />
máquinas, o relacionamento próximo entre as empresas<br />
é o grande diferencial da Omil. “Esse olho no olho ajuda<br />
muito, até porque moramos ao lado da fábrica da Omil.<br />
Eles sempre buscaram uma participação muito ativa e o<br />
pós-venda é excelente. A grande preocupação da Omil<br />
é entregar uma máquina que atenda às demandas e<br />
expectativas de cada cliente, e acho isso fundamental<br />
em uma parceria comercial”, acrescenta.<br />
Presidente da Butzke Móveis, localizada em Timbó<br />
(SC), Michel Otte revela que a parceria das empresas se<br />
we decided to stop simply sawing wood, and we started<br />
looking for wood processing work with a little more speed,<br />
a little more elaboration. So, we went to Omil and acquired<br />
two PMO-240. These machines continue to run here to this<br />
day,” stresses Rossini.<br />
Rossini also states that, in addition to the machines’<br />
reliability, the close relationship between the companies is<br />
Omil’s great differential. “The eye to the eye contact helps a<br />
lot, not least because we live next door to the Omil factory.<br />
They have always sought to have a very active participation,<br />
and the after-sales service is excellent. Omil’s main concern<br />
is to deliver a machine that meets the demands and expectations<br />
of each customer, and I think that this is fundamental<br />
in a commercial relationship,” he adds.<br />
Michel Otte, President of Butzke Móveis, located in<br />
Timbó SC, reveals that the relationship between the two<br />
companies has become part of Butzke, which has been in<br />
operation for more than 120 years. He analyzes that the<br />
cost-benefit of Omil’s services highlights the Company, in a<br />
crowded market such as that of the woodworking industry.<br />
“We have noticed, in recent years, a great improvement<br />
in our production, very much due to the Omil planers. We<br />
recently bought an 8-axis PMO-320 with Automatic Feed<br />
40 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
confunde com os mais de 120 anos de atuação da Butzke.<br />
Ele analisa que o custo-benefício dos serviços da Omil é<br />
o que destaca a companhia, em um mercado concorrido<br />
como o da indústria madeireira.<br />
“Percebemos, nos últimos anos, uma melhora grande<br />
na nossa produção, muito devido às plainas da Omil.<br />
Nós compramos, recentemente, uma PMO-320 de 8<br />
eixos com Alimentador Automático, pois precisávamos<br />
melhorar o acabamento da madeira. Estudamos várias<br />
soluções e encontramos na máquina da Omil a solução<br />
que achávamos ideal para o que estávamos precisando.<br />
Além disso, a Omil sempre esteve ao nosso lado. Nós<br />
batíamos no telefone e eles vinham até nós. É uma relação<br />
especial”, destaca Michel Otte.<br />
Com planos para o futuro da empresa, o gerente<br />
geral da Omil, Maikon Koelbel, agradece a parceria com<br />
seus clientes e parceiros e com todos que fizeram parte<br />
da história da Omil nesses 75 anos. “Queria deixar um<br />
agradecimento a todas as pessoas que fizeram parte<br />
dessa empresa, que passaram por aqui de alguma maneira,<br />
e deixaram um pedaço delas aqui dentro. No fim,<br />
o que importa são as pessoas que passaram aqui dentro<br />
e o esforço que elas fizeram para sermos essa grande<br />
empresa que somos hoje”, enaltece Maikon.<br />
A OMIL POSSUI UM<br />
PARQUE INDUSTRIAL<br />
MODERNO, COM CERCA DE 12<br />
MIL M 2<br />
because we needed to improve the wood finish. We studied<br />
several solutions and found in the Omil machine the solution<br />
that we thought was ideal for what we needed. Besides,<br />
Omil’s always been there for us. We could phone them,<br />
and they would immediately send someone. It is a special<br />
relationship,” he adds.<br />
With plans for the Company’s future, Omil General Manager<br />
Koelbel appreciates the relationship with his customers<br />
and suppliers and with everyone who has been part of Omi’s<br />
history in these 75 years. “I would like to give a thank you<br />
to all the people who were part of this Company, who came<br />
through here in any way and left a piece of themselves here.<br />
In the end, what matters are the people who passed through<br />
here and the effort they made to help this great company<br />
be what we are today,” he concludes.<br />
FÁBRICA DA OMIL<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong> 41
ECONOMIA<br />
A HORA DA<br />
RETOMADA<br />
BRASIL PRECISA APROVAR<br />
REFORMAS ESTRUTURAIS PARA SE<br />
RECUPERAR DAS PERDAS DE 2020<br />
Fotos: divulgação<br />
42 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
D<br />
epois de amargar uma recessão em<br />
2020, desencadeada pela pandemia de<br />
Covid-19, a economia brasileira voltará a<br />
crescer em <strong>2021</strong>. É o que aponta a Projeção<br />
da CNI (Confederação Nacional da<br />
Indústria), que mostra que o PIB (Produto Interno Bruto)<br />
registrará expansão de 4% neste ano. A atividade<br />
econômica será impulsionada pelo avanço de 4,4% do<br />
PIB industrial. As previsões estão na edição especial do<br />
Informe Conjuntural – Economia Brasileira.<br />
O estudo mostra que parte significativa do crescimento<br />
econômico será explicada pela base de comparação<br />
com 2020, ano marcado por uma recessão decorrente<br />
dos efeitos da pandemia do novo coronavírus<br />
sobre a atividade econômica. A estimativa é que o PIB<br />
caia 4,3% na comparação com 2019 e o PIB industrial,<br />
3,5%.<br />
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade,<br />
avalia que as incertezas com relação à economia continuam<br />
elevadas e só diminuirão com a imunização da<br />
maior parcela da população. A manutenção da recuperação<br />
dependerá não só de medidas econômicas, mas<br />
também de saúde pública.<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong> 43
ECONOMIA<br />
Ele observa, porém, que o primeiro passo já foi<br />
dado. A economia vai continuar a se recuperar das perdas<br />
sofridas ao longo deste ano. No caso da indústria,<br />
para a maioria dos setores, a recuperação já ocorreu<br />
em 2020. O grande desafio do Brasil é fazer o país voltar<br />
a crescer acima de 2% ao ano de maneira sustentada,<br />
ou seja, por um longo período.<br />
“O desafio é a transição da retomada para o crescimento<br />
sustentado já em <strong>2021</strong>. Para isso, o país, mais<br />
do que nunca, precisa eliminar o Custo Brasil. É preciso<br />
prover um ambiente favorável aos negócios, que<br />
ofereça segurança jurídica, melhore as expectativas e<br />
estimule o investimento, o crescimento econômico e<br />
o desenvolvimento social”, afirma Robson Braga de<br />
Andrade.<br />
O presidente ainda ressalta a necessidade de se<br />
avançar nas reformas estruturais, entre elas a tributária<br />
e a administrativa. O Brasil também precisa atrair<br />
investimentos em infraestrutura, por meio de uma<br />
modernização dos marcos regulatórios, para garantir a<br />
segurança jurídica e o respeito aos contratos.<br />
INFLAÇÃO<br />
A estimativa é que a inflação oficial medida pelo<br />
IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)<br />
fique em 3,55% ao ano no fechamento de <strong>2021</strong>. A<br />
meta definida pelo Conselho Monetário Nacional para<br />
o próximo ano é de uma inflação de 3,75% ao ano,<br />
com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual<br />
para cima ou para baixo. Assim, a inflação no próximo<br />
ano deverá ficar abaixo da meta, mas ainda dentro do<br />
intervalo de tolerância. Para 2020, a projeção da CNI é<br />
que o Ipca fique em 4,28%, um pouco acima da meta<br />
de 4% definida para este ano, mas também dentro da<br />
margem de tolerância.<br />
TAXA SELIC<br />
No caso da taxa básica de juros, a Selic, a CNI espera<br />
que ela seja mantida no atual patamar de 2% ao<br />
ano até o fim do primeiro semestre de <strong>2021</strong>, quando<br />
se iniciará uma sequência de três aumentos. Com isso,<br />
a Selic deverá ficar em 3% ao ano no fechamento de<br />
<strong>2021</strong>.<br />
“Com a Selic em baixo patamar e com as perspectivas<br />
da Agenda BC, o mercado de crédito terá um<br />
importante papel no impulso ao crescimento econômico<br />
em <strong>2021</strong>”, diz o relatório da CNI. A taxa de câmbio<br />
deve ficar em R$ 5,15/US$ na média de 2020. Para<br />
<strong>2021</strong>, projeta-se que a taxa de câmbio fique em torno<br />
de R$ 4,84/US$, na média, o que representa apreciação<br />
moderada frente à média esperada para 2020.<br />
O DESAFIO É A<br />
TRANSIÇÃO DA<br />
RETOMADA PARA O<br />
CRESCIMENTO SUSTENTADO<br />
JÁ EM <strong>2021</strong>. PARA ISSO, O<br />
PAÍS, MAIS DO QUE NUNCA,<br />
PRECISA ELIMINAR O CUSTO<br />
BRASIL<br />
44 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
MERCADO<br />
SETOR<br />
MOVELEIRO<br />
EM DESTAQUE<br />
46 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
CONTRA A MARÉ, INDÚSTRIA DE MÓVEIS<br />
MOSTROU CRESCIMENTO DURANTE A<br />
PANDEMIA, COM NÚMEROS SUPERIORES<br />
AOS DE ANOS ANTERIORES<br />
Fotos: divulgação<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong> 47
MERCADO<br />
Aquarentena e as demais imposições geradas<br />
pela pandemia do coronavírus fizeram com<br />
que os consumidores brasileiros direcionassem<br />
a atenção para o conforto de seus lares.<br />
Por passar mais tempo dentro de casa, o<br />
mercado de móveis nacional mostrou grande crescimento<br />
durante 2020 e superou as vendas de toda a década.<br />
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)<br />
mostram que, no acumulado do ano, o crescimento<br />
na aquisição desses produtos registrou alta de 39,9% em<br />
todo o país em comparação com o ano anterior. Os maiores<br />
responsáveis por esse bom momento do setor são<br />
os móveis planejados (60%); móveis residenciais (20%) e<br />
estofados (30%).<br />
“Com a permanência das pessoas em casa, elas<br />
acabaram percebendo a necessidade de mudança e de<br />
algumas reformas. Isso está impactando o nosso setor e<br />
trazendo, de forma satisfatória, retorno para os lojistas de<br />
Passos e região. Hoje, temos a necessidade de contratar<br />
mais e ampliar fábricas. Tivemos nessa crise uma oportunidade”,<br />
explica Marcelo Coimbra, diretor de Comunicação<br />
da ACIMOV (Associação Comercial e <strong>Industrial</strong><br />
de Móveis de Passos), grande polo moveleiro de Minas<br />
Gerais.<br />
E o boom de vendas no setor moveleiro veio em um<br />
momento chave para o segmento, que vem sofrendo desde<br />
a crise econômica surgida em 2014. Antes da pandemia,<br />
por exemplo, a situação do mercado de móveis era<br />
crítica. Em março e abril, as vendas apresentaram recuos<br />
de mais de 10% ao mês.<br />
MÓVEIS GAÚCHOS<br />
No Rio Grande do Sul, um dos maiores polos mo-<br />
veleiros do país, o crescimento nominal de faturamento<br />
apresentou alta de 4,1% em 2020, o que representou R$<br />
6,4 bilhões em comparação ao mesmo período do ano<br />
passado. De acordo com a MOVERGS (Associação das Indústrias<br />
de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul), tais<br />
resultados demonstram que “a indústria moveleira segue<br />
o processo de retomada, iniciada nos últimos meses”.<br />
O resultado também impactou positivamente na geração<br />
de empregos, conforme dados do Novo Caged, no<br />
mês de outubro. No Rio Grande do Sul, a variação é de<br />
3,3% em relação ao início do ano, e o fechamento do mês<br />
aponta 34.823 postos de trabalho na indústria gaúcha,<br />
resultado que também supera a média da indústria de<br />
transformação no estado, que ficou praticamente estagnada<br />
em 0,15%.<br />
Para o economista da MOVERGS, Eduardo Santarossa,<br />
o setor já retornou aos níveis de produção e empregos<br />
pré-pandemia. Dados do IBGE mostram que o volume<br />
de vendas de móveis é o segmento que mais cresceu no<br />
varejo brasileiro por dois meses consecutivos (agosto e<br />
setembro) nas comparações com os mesmos meses do<br />
ano anterior. A variação acumulada no ano já tem alta de<br />
8,8% quando comparada ao período de janeiro a setembro<br />
de 2019.<br />
“No entanto, a produção ainda não conseguiu acompanhar<br />
o forte aumento de vendas. Há um descompasso<br />
entre oferta e demanda, o que freia uma recuperação<br />
mais consolidada. A pandemia causou alta nos custos e<br />
empurrou todos os estoques para baixo. Hoje, o setor<br />
está sofrendo com a falta de insumos de produção e<br />
grande aumento nos seus preços em decorrência desse<br />
cenário, em especial os painéis de madeira, principal matéria-prima<br />
para a indústria de móveis”, pontua.<br />
48 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
MARCENARIA<br />
50 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
A NOVA<br />
MARCENARIA<br />
ADAPTADA AO SÉCULO 21, A MARCENARIA MODERNA ADOTOU<br />
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E BUSCA SATISFAZER DEMANDAS<br />
DOS CONSUMIDORES<br />
Fotos: divulgação<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong> 51
MARCENARIA<br />
Apesar de a marcenaria tradicional atrair<br />
tanto profissionais como consumidores<br />
apaixonados pelo trabalho artesanal e<br />
diferenciado, nem sempre essa modalidade<br />
se torna rentável para o empresário.<br />
Quando isso acontece, o melhor a fazer é buscar<br />
características e automações da marcenaria moderna,<br />
que vem crescendo exponencialmente no Brasil e no<br />
mundo.<br />
Dois dos principais problemas de uma marcenaria<br />
tradicional, embora contrários, podem se tornar grandes<br />
dores de cabeça para a empresa. O primeiro deles<br />
é a queda no número de pedidos, devido à preferência<br />
por produtos confeccionados em grande escala e com<br />
pronta-entrega. O outro problema é a falta de capacidade<br />
para atender às possíveis altas demandas dos<br />
clientes.<br />
Esses são indícios de que seu empreendimento<br />
está sendo passado para trás por uma marcenaria<br />
moderna. Para retornar ao mercado, serão necessárias<br />
algumas adequações funcionais para não perder mais<br />
espaço no setor marceneiro.<br />
O QUE É?<br />
O conceito da marcenaria moderna é baseado,<br />
principalmente, na automação. Essa característica será<br />
a estrutura básica do seu negócio, sendo obrigatoriamente<br />
um pré-requisito para qualquer marcenaria que<br />
tenha como objetivo o lucro e a expansão comercial.<br />
Três dos mais importantes pilares para a automação<br />
de funções são: as máquinas, ferramentas e equipamentos,<br />
cuja tecnologia de ponta seja capaz de produzir<br />
móveis mais elaborados; softwares que “desenhem”<br />
os móveis com eficiência e que estejam em sintonia<br />
com as máquinas, dando as coordenadas; e o fluxo de<br />
automação entre todos os processos de produção, ou<br />
seja, a “conversa” entre esses pilares representará o<br />
real sentido de uma marcenaria moderna atualmente,<br />
indo desde o projeto detalhado do móvel, passando<br />
pela eficiência e qualidade da sua produção e chegando<br />
até a finalização para entrega.<br />
Em uma marcenaria moderna, o marceneiro conseguirá<br />
desenhar o móvel, terá toda a explicação para<br />
construí-lo, saberá qual será o custo para produção.<br />
Além disso, vai gerar um orçamento completo para o<br />
52 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
cliente, que será feito na hora e 100% otimizado.<br />
Mas para que todos esses passos sejam seguidos,<br />
algumas medidas devem ser tomadas pela empresa,<br />
como:<br />
• Redução de gastos: em um sistema convencional,<br />
leva-se muito tempo para desenhar o móvel, assim<br />
como para criar as listas de corte e prever o melhor<br />
aproveitamento do painel. Tempo é dinheiro. Por isso,<br />
esse processo deixa o custo final do móvel mais caro.<br />
Na marcenaria moderna, tudo é feito tecnologicamente,<br />
maximizando a produção;<br />
• Orçamento a toque de caixa: a marcenaria do<br />
futuro gera os custos completos instantaneamente a<br />
partir da formulação do projeto e estimativa de componentes;<br />
• Construção ágil: há vários softwares que auxiliam<br />
os profissionais na hora da montagem do produto. Eles<br />
possibilitam a construção do móvel em apenas alguns<br />
minutos, visualizando as alterações em tempo real e<br />
gerando automaticamente as listas de peças necessárias;<br />
• Aproveitamento do material: talvez o maior diferencial<br />
da marcenaria moderna seja evitar o desperdício<br />
de materiais. O programa de computador é preciso,<br />
graças às informações fornecidas pelo software<br />
enviadas para a seccionadora. O operador só precisa<br />
abrir o plano de corte e iniciar a produção.<br />
EM UMA MARCENARIA<br />
MODERNA, O MARCENEIRO<br />
CONSEGUIRÁ DESENHAR O MÓVEL,<br />
SABER QUAL SERÁ O CUSTO PARA<br />
PRODUÇÃO E PODERÁ GERAR UM<br />
ORÇAMENTO COMPLETO<br />
PARA O CLIENTE<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong> 53
MADEIRA TRATADA<br />
54 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
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Fotos: divulgação<br />
Linhas modernas, curvas e com uma intrínseca<br />
relação com a natureza. Esse é o conceito<br />
de uma bela residência incrustada nas<br />
dunas costeiras do leste de Victoria, cidade<br />
litorânea na Austrália. A casa de férias pertence<br />
a uma tradicional família da região, que tem uma<br />
longa história com o modesto vilarejo à beira-mar de<br />
Sandy Point. A quase 3h (horas) de Melbourne, o imóvel<br />
tem a madeira como protagonista e foi projetado<br />
para longas estadias – tanto nas férias de verão quanto<br />
nas de inverno.<br />
Desenhada pelo arquiteto Kennedy Nolan, a casa<br />
possui uma coloração acinzentada, de forma a se<br />
camuflar no entorno de uma plantação indígena. A<br />
aspiração subjacente do projeto foi projetar uma casa<br />
que refletisse e amplificasse a conexão genuína com o<br />
local, que evoluiu ao longo de gerações. Algumas das<br />
condicionantes impostas pelos donos pediam um local<br />
íntimo e com ambientes amplos para grandes reuniões,<br />
com um senso constante de integração.<br />
O clima local costuma ser bucólico, por se tratar<br />
de uma praia pouco habitada, mas os proprietários<br />
encontram beleza e uma conexão profunda em todas<br />
as condições. Pelo fato de a casa ficar desocupada por<br />
longos períodos, a edificação precisava ser segura e de<br />
baixa manutenção. Sandy Point é uma comunidade de<br />
residências modestas e estradas de terra, desta forma,<br />
os clientes buscavam uma casa que não agredisse o<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong> 55
MADEIRA TRATADA<br />
entorno. O projeto abordou uma espécie de parametrização<br />
instintiva, considerando todas as condicionantes.<br />
A modelagem da planta, forma e materialidade<br />
foi feita com base nas características únicas do local e<br />
a partir de uma interpretação das tradições de habitações<br />
à beira-mar. Subjacente a esse entendimento,<br />
também se buscou imaginar uma experiência costeira.<br />
A casa é um cata-vento, disposta em torno de um pátio<br />
interno protegido - um refúgio dos ventos e do clima.<br />
O pátio funciona como um claustro, à medida em<br />
que fornece uma conexão externa protegida entre os<br />
quatro cômodos distintos. Não há conexões internas;<br />
é preciso sair para se deslocar entre os ambientes. O<br />
espaço central é usado intensamente, além de ser o<br />
acesso da casa, e quase todos os ambientes se abrem<br />
para ele, configurando um local externo protegido e<br />
mediando as mudanças de nível.<br />
Há uma experiência no espaço, de modo que conforme<br />
o usuário se move de uma sala para outra há a<br />
visão das estrelas, uma explosão de ar frio ou o som do<br />
oceano.<br />
Os cômodos que permeiam o pátio são dispostos<br />
de forma a refletir o terreno acidentado. Movendo-se<br />
pela casa, o usuário se recorda do solo sob seus pés,<br />
conforme transita entre os diferentes níveis. O arranjo<br />
do pátio promove uma consciência sensorial do lugar,<br />
mas também apoia uma experiência social cheia de<br />
nuances, como um claustro tradicional.<br />
O pátio oferece reclusão, mas facilita os encontros<br />
em um espaço comum neutro - de forma organizada<br />
ou casual. Como as casas de férias costumam acomo-<br />
A CASA É UM<br />
LOCAL<br />
PROFUNDAMENTE<br />
ENRAIZADO NA PAISAGEM,<br />
DERIVANDO DAS MEMÓRIAS<br />
DAS FÉRIAS EM FAMÍLIA<br />
56 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
dar visitantes, esse arranjo a torna um lugar para receber<br />
e ser um hóspede. A casa é um local profundamente<br />
enraizado na paisagem, derivando das memórias<br />
das férias em família e onde novas memórias podem<br />
ser nutridas.<br />
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FEVEREIRO <strong>2021</strong> 57
ARTIGO<br />
RESISTÊNCIA AO<br />
CISALHAMENTO DE<br />
LIGAÇÕES DE MADEIRA<br />
PARA A PRODUÇÃO DE<br />
PAINEL DO SISTEMA WOOD<br />
FRAME COM EUCALIPTO JOVEM<br />
Fotos: divulgação<br />
RESUMO<br />
E<br />
m estruturas de wood frame, as ligações<br />
entre montantes e banzos têm como finalidade<br />
garantir a rigidez e o contraventamento<br />
necessários para essas construções, que são<br />
naturalmente flexíveis, quando submetidas a<br />
esforços horizontais, como vento e sismos. Este trabalho<br />
teve como objetivo avaliar a resistência ao cisalhamento<br />
de ligações de madeira para produção de painéis de<br />
wood frame produzidos com madeira de eucalipto jovem<br />
(menos de 15 anos de idade), tendo em vista que o<br />
plantio de espécies desse gênero é mais abundante no<br />
país.<br />
Os tipos de ligações escolhidas para o estudo foram<br />
do tipo chapa de dente estampado, parafuso autoatarraxante<br />
e encaixe de madeira. Para cumprir o objetivo<br />
proposto, foram utilizados corpos de prova de madeira<br />
de Eucalyptus pellita com idade variando entre sete e<br />
10 anos (classe C20). Foram utilizados os procedimentos<br />
experimentais previstos no projeto de revisão de norma<br />
da ABNT PN 02:126.10-001-4 (ABNT, 2017). Os resultados<br />
indicaram que a ligação do tipo encaixe é a mais<br />
apropriada para a ligação entre banzos e montantes de<br />
painéis de wood frame produzidos com madeira de eucalipto<br />
jovem, por ter melhor resistência e maior rigidez<br />
ao cisalhamento quando comparada com as ligações<br />
com parafuso autoatarraxante a 90° e chapa de dente<br />
estampado.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A madeira é um dos materiais de construção mais<br />
utilizados no mundo, tendo dominado os métodos construtivos<br />
por séculos, devendo ser utilizada de maneira<br />
compatível com suas propriedades. Desde seus primeiros<br />
usos, as técnicas de construção em madeira têm<br />
passado por transformações que visam, principalmente,<br />
a otimização dos recursos e a eficiência construtiva. Mais<br />
recentemente, em razão das preocupações ambientais<br />
e dos esforços empregados para a diminuição das emissões<br />
de carbono, os sistemas construtivos em madeira<br />
destacam-se por serem sustentáveis e pela capacidade<br />
de retenção de carbono.<br />
Entretanto, edificações em madeira constituem sistemas<br />
não monolíticos, e a rigidez dessas construções<br />
está diretamente associada aos materiais utilizados para<br />
a ligação que conectam os elementos. O desempenho<br />
dessas ligações é influenciado pela espécie, presença ou<br />
não de defeitos na madeira, direção em que o conector<br />
está sendo aplicado em relação às fibras, por possíveis<br />
58 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
FILIPE LUIGI DANTAS LIMA SANTOS<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM<br />
ENGENHARIA CIVIL, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />
JÚLIA CRUZ DA SILVA<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM<br />
ENGENHARIA CIVIL, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />
RITA DIONE ARAÚJO CUNHA<br />
NÚCLEO DE TECNOLOGIA, PROJETO<br />
E PLANEJAMENTO, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />
ALEXANDRE DE MACÊDO WAHRHAFTIG<br />
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO<br />
E ESTRUTURA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />
SANDRO FÁBIO CÉSAR<br />
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO<br />
E ESTRUTURA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong> 59
ARTIGO<br />
variações dimensionais que possam ocorrer devido à<br />
mudança no teor de umidade e à temperatura do ambiente<br />
ou se a construção se encontra em situação de<br />
incêndio.<br />
O estudo de ligações em madeira é um tema complexo,<br />
e durante anos foram utilizados métodos empíricos<br />
para o dimensionamento desses elementos. A partir<br />
da segunda metade do século 20, surgiram teorias que<br />
passaram a ser incorporadas ao projeto. Notoriamente,<br />
uma das técnicas mais conhecidas está associada à<br />
teoria que Johansen desenvolveu para a aplicação de<br />
conectores metálicos em elementos de madeira. Atualmente,<br />
Liu Xiong afirma que os métodos definidos por<br />
normas para a caracterização de resistência e rigidez de<br />
ligações oferecem resultados satisfatórios, mas salientam<br />
a necessidade de maior investigação para aproximar<br />
a teoria do comportamento real de cada tipo de<br />
estrutura.<br />
A norma brasileira de dimensionamento em madeira,<br />
ABNT NBR 7190 – Projeto de Estruturas de Madeira,<br />
preconiza que as ligações mecânicas podem ser feitas<br />
de três formas: por pinos metálicos, sendo divididas<br />
entre pregos e parafusos; por pinos de madeiras ou por<br />
conectores metálicos, sendo utilizados anéis ou chapas<br />
metálicas. Vale lembrar que a norma brasileira foi concebida<br />
num momento em que era mais comum o uso de<br />
madeira adulta de cerne de espécies de alta densidade<br />
para construções, especialmente de coberturas. Sendo<br />
assim, constata-se uma lacuna para a aplicação de madeira<br />
jovem de espécies oriundas de florestas plantadas.<br />
Durante os anos, com o desenvolvimento da indústria<br />
florestal, passou-se a produzir madeira serrada proveniente<br />
de árvores de pequeno diâmetro com baixo ciclo<br />
de espécies exóticas. Por essa razão, busca-se, nesta<br />
investigação, avaliar a adequação de conceitos normativos<br />
previamente desenvolvidos a esta condição de uso.<br />
Poucos trabalhos foram conduzidos para determinar<br />
as propriedades de materiais para ligação de madeira<br />
oriundas de árvores jovens, a fim de verificar a utilização<br />
dessas espécies em sistemas construtivos industrializados<br />
modernos no Brasil, como o wood frame.<br />
A estabilidade de estruturas de wood frame para<br />
cargas horizontais depende da capacidade lateral da parede<br />
diafragma feita pela ossatura de madeira fechada<br />
com chapa de OSB (Oriented Stand Board), sendo que<br />
esta capacidade lateral da parede depende da resistência<br />
ao cisalhamento da chapa OSB e das ligações que<br />
conectam os banzos e montantes que compõem a ossatura<br />
de madeira.<br />
Outros autores buscaram avaliar o comportamento<br />
de ligações entre banzos e montantes, quando se propuseram<br />
a adaptar os painéis de sistema wood frame<br />
para materiais disponíveis no mercado local. Silva publicou<br />
um projeto conceitual de produção de painéis<br />
de wood frame utilizando nos montantes e banzos o<br />
eucalipto jovem (Eucalyptus spp.), tendo em vista que<br />
as espécies desse gênero são mais abundantes no país.<br />
No referido trabalho, a autora propõe que árvores jovens<br />
(com idade entre sete e 10 anos), com diâmetro<br />
médio de 12 cm (centímetros) no topo da tora, podem<br />
ser cortadas para uma sessão de 9,0 cm x 9,0 cm e utilizadas<br />
para produção dos painéis. A seção proposta pela<br />
autora tem presença de cerne, alburno, madeira juvenil<br />
e medula.<br />
No presente trabalho, estudaram-se as ligações entre<br />
montantes e banzos para esta configuração proposta<br />
por Silva. Assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a<br />
resistência ao cisalhamento de ligações de madeira entre<br />
elementos horizontais e verticais que compõem a ossatura<br />
do painel de wood frame produzido com madeira<br />
de eucalipto jovem.<br />
MATERIAIS E MÉTODOS<br />
IDENTIFICAÇÃO DA MADEIRA<br />
Esta pesquisa foi realizada com madeira de Eucalyptus<br />
pellita, com idades entre sete e 10 anos, originadas<br />
da Fazenda São Marcos, situada no município de Araçás,<br />
no estado da Bahia, Brasil. As propriedades físicas<br />
e mecânicas da madeira foram determinadas segundo<br />
os métodos presentes no Anexo B da norma brasileira<br />
ABNT NBR 7190, em que N representa o número de corpos<br />
de prova; f c0<br />
, f c0,k<br />
f v0,k<br />
são a resistência média e característica<br />
à compressão paralela às fibras e a resistência<br />
ao cisalhamento; E c0,12%<br />
é o módulo de elasticidade na<br />
compressão paralela às fibras; ρ bas<br />
e ρ ap<br />
são a densidade<br />
básica e aparente, com todos os parâmetros relativos à<br />
umidade de 12%.<br />
Os dados apresentados indicam que a madeira de<br />
Eucalyptus pellita pode ser classificada como madeira<br />
de classe C40, tendo em vista que, segundo o item 10.6<br />
da ABNT NBR 7190 [ 9 ], a caracterização da madeira deve<br />
ser feita segundo a resistência característica à compressão<br />
paralela às fibras da madeira (f c0,k<br />
). No entanto, por<br />
se tratar de madeira jovem, a espécie não obteve módulo<br />
de elasticidade a compressão (E c0,12%<br />
) como esperado<br />
para a classe C40 do grupo de dicotiledôneas, que se<br />
situa em torno de 19500,00 MPa. Sendo assim, optou-se<br />
OS DADOS<br />
APRESENTADOS<br />
INDICAM QUE A MADEIRA DE<br />
EUCALYPTUS PELLITA PODE SER<br />
CLASSIFICADA COMO MADEIRA<br />
DE CLASSE C40<br />
60 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
por classificar a madeira estudada como classe C20 por<br />
ser a favor da segurança e cumprir todos os requisitos<br />
de valores mínimos para as propriedades físico-mecânicas<br />
para essa classe.<br />
Para a produção de montantes e banzos de painéis<br />
de wood frame é recomendado o uso de madeira com<br />
classificação mínima de classe C20. Desta forma, a madeira<br />
de Eucalyptus pellita jovem teve comportamento<br />
físico-mecânico dentro do esperado para a produção de<br />
componentes estruturais para o sistema construtivo considerado<br />
no presente estudo.<br />
DESCRIÇÃO DOS CORPOS DE PROVA<br />
Para a confecção dos corpos de prova, as toras de<br />
madeira foram cortadas para gerar peças prismáticas de<br />
dimensões 90 mm (milímetros) x 90 mm x 300 mm em<br />
concordância com o trabalho de Silva [ 18 ] e estocadas<br />
até umidade de equilíbrio, em torno de 17%, esperada<br />
para regiões com umidade relativa do ar entre 75% e<br />
85%, como no caso da cidade de Salvador [ 9 ], onde a<br />
pesquisa foi realizada. A seção das peças tinha presença<br />
de medula, cerne, alburno e madeira juvenil.<br />
Foi identificada pouca presença de rachaduras após<br />
a secagem, devido à boa estabilidade dimensional da<br />
madeira de Eucalyptus pellita, o que foi demonstrado<br />
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FEVEREIRO <strong>2021</strong> 61
ARTIGO<br />
previamente por Santos et al. [ 21 ]. Após a secagem, três<br />
peças foram unidas de acordo com a ligação selecionada,<br />
formando corpos de prova em forma de “H”, de<br />
modo que a direção das fibras da madeira fosse perpendicular<br />
entre as peças. Foram estudados três tipos de<br />
ligações, sendo elas: chapas de dente estampado, parafusos<br />
autoatarraxantes e encaixes de madeira.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Os dados apresentam os valores médios de força<br />
máxima cisalhante das ligações (f v,max<br />
, em kN), o número<br />
de amostras (N), a umidade da madeira no momento<br />
do ensaio (U, em %), o desvio padrão (DP), o coeficiente<br />
de variação (CV, em %) e os valores mínimos e máximo<br />
para cada grupo. Foi encontrado um baixo coeficiente<br />
de variação para todos os grupos (CV < 18%), indicando<br />
pouca dispersão e alta confiabilidade dos dados.<br />
A umidade da madeira estava em equilíbrio com o<br />
ambiente como esperado para regiões com umidade<br />
relativa do ar entre 75% e 85%. De acordo com a formulação<br />
proposta pela ABNT NBR 7190 [9], a resistência<br />
pode ser até 15% maior do que a encontrada para a<br />
condição de umidade da madeira próxima a 12%, como<br />
esperado em outras regiões do Brasil que se encontram<br />
com umidade relativa do ar inferior a 65%.<br />
A relação de umidade da madeira e resistência das<br />
ligações é discutida por Harada et al. [ 24 ], sendo que os<br />
autores mostram que a resistência de ligações metálicas<br />
(parafuso e chapa de dente estampado) aumenta entre<br />
1% e 3% para cada ponto percentual de umidade que a<br />
madeira seca em serviço. Optou-se por não utilizar fórmulas<br />
de correção da resistência para umidade padrão<br />
(U = 12%), pois a pesquisa objetivou apresentar resultados<br />
realistas para cidades que tenham umidade relativa<br />
ao ar parecida com a de Salvador, onde a pesquisa foi<br />
conduzida.<br />
Para as ligações com encaixe, não foi encontrada<br />
referência que relacionasse a umidade com a resistência<br />
ao cisalhamento, mas cabe mencionar que a variação<br />
de umidade influencia a resistência de embutimento da<br />
conexão, não sendo tal questão abordada na presente<br />
investigação. Mesmo assim, vale ressaltar que para esta<br />
pesquisa não foi verificada a ocorrência de folga das<br />
ligações por encaixe devido a uma eventual variação de<br />
umidade.<br />
Nos ensaios com chapa de dente estampado foi<br />
encontrada uma carga média máxima (F v,max<br />
) de 36,30<br />
kN considerando todos os grupos testados, dentro do<br />
intervalo de significância para 95% dos dados. O estudo<br />
mostra a curva carga versus deslocamento para cada um<br />
dos grupos ensaiados com chapa de dente estampado.<br />
A falência da ligação ocorreu majoritariamente por es-<br />
A ESTABILIDADE DE<br />
ESTRUTURAS DE WOOD<br />
FRAME PARA CARGAS<br />
HORIZONTAIS DEPENDE DA<br />
CAPACIDADE LATERAL DA<br />
PAREDE DIAFRAGMA FEITA PELA<br />
OSSATURA DE MADEIRA FECHADA<br />
COM CHAPA DE OSB<br />
62 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
coamento e ruptura da chapa, sendo registrada falência<br />
por arrancamento da chapa em dois corpos de prova.<br />
Não foi registrada ruptura na madeira em nenhum dos<br />
corpos de prova.<br />
CONCLUSÕES<br />
Neste trabalho, avaliou-se a resistência de ligações<br />
do tipo chapa de dente estampado, parafuso autoatarraxante<br />
e encaixe de madeira para madeira de eucalipto<br />
jovem destinada para a produção de painéis do<br />
sistema wood frame. Para isso, foi utilizada a madeira<br />
de Eucalyptus pellita classe C20 com idade variando<br />
entre sete e 10 anos de idade. O estudo das ligações<br />
mostrou-se importante para a evolução nas pesquisas<br />
de adaptação da madeira de eucalipto jovem para produção<br />
de painéis do sistema wood frame. A partir da<br />
realização deste trabalho, foi possível concluir que:<br />
• A ligação com chapa de dentes estampados<br />
apresentou ganho na capacidade resistente<br />
média de 11%, quando os dentes da chapa são<br />
ancorados em madeira de cerne;<br />
• Em comparação com as outras ligações estudadas,<br />
as ligações realizadas com chapas de<br />
dente estampado apresentaram boa resistência<br />
mecânica e rigidez. No entanto, antes que seja<br />
definido o uso desse tipo de ligação, devem ser<br />
avaliados os riscos de oxidação da chapa metálica<br />
em face do seu emprego em locais com<br />
algum nível de agressividade ambiental;<br />
• As ligações por parafuso autoatarraxante com<br />
cravação a 90° foram as que apresentaram resultados<br />
menos favoráveis. Isso se dá em razão<br />
de terem baixa resistência ao cisalhamento<br />
e reduzida rigidez quando comparadas com<br />
as outras ligações propostas (chapa de dente<br />
estampado e encaixes). Portanto, esse tipo de<br />
ligação é recomendada apenas para a conexão<br />
de travessas;<br />
• Na ligação aparafusada, foi notado que a ruptura<br />
da união ocorreu por plastificação da madeira<br />
na região do furo, causando a rotação da peça<br />
horizontal e deformação excessiva do corpo<br />
de prova. Não se recomenda, devido a esse<br />
aspecto, a utilização de apenas um parafuso na<br />
ligação entre montantes e banzos;<br />
• As ligações do tipo encaixe apresentaram melhor<br />
resistência ao cisalhamento, assim como<br />
maior rigidez. Ressalta-se, porém, a importância<br />
do uso de técnicas computacionais de corte<br />
como forma de melhorar a qualidade da confecção<br />
da ligação.<br />
FEVEREIRO <strong>2021</strong> 63
AGENDA<br />
AGENDA<br />
<strong>2021</strong><br />
FEVEREIRO<br />
18 A 21<br />
CAIRO WOODSHOW<br />
LOCAL: CAIRO (EGITO)<br />
WWW.WOODSHOWGLOBAL.<br />
COM/CAIRO<br />
MARÇO<br />
16 A 17<br />
INTERNATIONAL BIOMASS<br />
CONFERENCE & EXPO<br />
LOCAL: ONLINE<br />
WWW.BIOMASSCONFERENCE.<br />
COM/<br />
MARÇO<br />
26 A 29<br />
MEDWOOD<br />
DATA: 26/03/<strong>2021</strong> A 29/03/<strong>2021</strong><br />
LOCAL: ATENAS (GRÉCIA)<br />
WWW.MEDWOOD.GR/EN/MED-<br />
WOOD<br />
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ABRIL<br />
16 A 18<br />
FORST LIVE<br />
LOCAL: OFFENBURG (ALEMANHA)<br />
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MAIO<br />
18 A 21<br />
WOODPROCESSING LVIV<br />
LOCAL: LVIV (UCRÂNIA)<br />
WWW.GALEXPO.COM.UA/<br />
JUNHO<br />
8 A 11<br />
FESQUA<br />
LOCAL: SÃO PAULO<br />
WWW.FESQUA.COM.BR<br />
NOVEMBRO<br />
3 A 5<br />
EXPOCORMA <strong>2021</strong><br />
LOCAL: CONCEPCIÓN (CHILE)<br />
WWW.EXPOCORMA.CL/<br />
64 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>
ESPAÇO ABERTO<br />
<strong>2021</strong>,<br />
O ANO DA RETOMADA<br />
O<br />
ano de 2020 foi um dos mais desafiadores<br />
que o mundo enfrentou na história recente,<br />
em função da crise sanitária e econômica<br />
gerada pela Covid-19. Entramos em<br />
<strong>2021</strong> com esperanças de uma retomada<br />
gradual, mas consistente, da economia, que permita<br />
ao Brasil voltar a crescer e se desenvolver.<br />
O setor produtivo ainda sofre com os efeitos negativos<br />
ocasionados pela pandemia, mas a economia já<br />
dá sinais de recuperação. Neste momento, precisamos<br />
renovar a confiança e trabalhar firmemente para que<br />
a crise seja superada o mais rapidamente possível. Lamentamos<br />
enormemente que o coronavírus continue<br />
ceifando preciosas vidas aqui e lá fora, provocando<br />
dor nas famílias. Graças ao esforço de cientistas e<br />
governos em todo o mundo, porém, a vacinação está<br />
começando em alguns países e deve se disseminar<br />
rapidamente.<br />
Isso nos dá a certeza de que este ano será bem<br />
melhor do que 2020, tanto do ponto de vista da saúde<br />
de todos nós quanto da indispensável recuperação da<br />
atividade econômica. Ao longo dos meses, indústria,<br />
serviços, agropecuária e turismo vão se reaquecer, trazendo,<br />
aos poucos, a bonança de volta aos lares.<br />
Ainda que em um ritmo aquém do desejável, a<br />
economia fechou 2020 e entra em <strong>2021</strong> em um cenário<br />
positivo, o que nos proporciona uma base mínima para<br />
continuar avançando. Para isso, é preciso que o país<br />
persevere no caminho das medidas econômicas, em<br />
especial das reformas estruturais, imprescindíveis para<br />
a melhora do ambiente de negócios.<br />
Temos que preparar o terreno, removendo crônicos<br />
O CONTROLE DAS DESPESAS<br />
E A CONTENÇÃO DO<br />
ENDIVIDAMENTO PÚBLICO SÃO<br />
REQUISITOS FUNDAMENTAIS PARA A<br />
CONFIANÇA DOS INVESTIDORES E<br />
PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO<br />
SEM INFLAÇÃO<br />
66 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong><br />
POR<br />
ROBSON BRAGA<br />
DE ANDRADE<br />
PRESIDENTE DA CNI<br />
(CONFEDERAÇÃO<br />
NACIONAL DA<br />
INDÚSTRIA)<br />
obstáculos à expansão em um ritmo vigoroso, para<br />
conseguir uma retomada sustentável da economia,<br />
sobretudo com a redução do desemprego, flagelo que<br />
pesa sobre quase 14 milhões de brasileiros.<br />
Nunca é demais reiterar que a reforma tributária é<br />
fundamental para acabar com o emaranhado de leis,<br />
decretos, portarias, instruções normativas e outras<br />
tantas regras que estabelecem obrigações descabidas,<br />
transformando o dia a dia dos empreendedores e dos<br />
trabalhadores em um sofrido pesadelo.<br />
Simplificando o sistema de cobrança de tributos e<br />
cortando a burocracia, vamos dar um passo gigantesco<br />
para estimular os investimentos, a abertura de empresas<br />
e a geração de empregos. Isso também facilitará<br />
o funcionamento e a expansão das companhias já<br />
existentes. O país também necessita de uma reforma<br />
administrativa que torne o Estado mais eficiente, provendo<br />
melhores serviços públicos a custos menores.<br />
Ainda que governo e congresso concluam que é preciso<br />
prorrogar o auxílio emergencial dado à população<br />
mais vulnerável, em razão da pandemia, é essencial<br />
que se aponte para a recuperação do equilíbrio fiscal a<br />
médio e longo prazos.<br />
O controle das despesas e a contenção do endividamento<br />
público são requisitos fundamentais para<br />
a confiança dos investidores e para o crescimento<br />
econômico sem inflação. A racionalização dos gastos<br />
públicos deve ser feita de maneira criteriosa, mas firme.<br />
Sabemos todos que o Brasil é uma terra plena de<br />
oportunidades, habitada por uma gente trabalhadora<br />
e com o temperamento voltado para a alegria. Nas<br />
últimas décadas, tivemos outras viradas de ano marcadas<br />
por incertezas, mas nunca esmorecemos. Com<br />
otimismo, determinação e esperança, sempre demos<br />
a volta por cima. Vamos conseguir mais uma vez, ninguém<br />
tenha dúvidas.<br />
Foto: divulgação