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CONJUNTURA
SEGURO RURAL
WADY CURY,
da Sancor
JORGE EDUARDO DE SOUZA,
da Única
PAULO HORA,
da Brasilseg
País. Rio Grande do Sul e Paraná, por exemplo, responderam juntos
por 59% dos prêmios emitidos em 2020. É uma região caracterizada
pelos minifúndios familiares e que foi fortemente impactada pela
última seca, isso deve favorecer a continuidade do crescimento verificado
nessa região”, avalia Jorge Eduardo de Souza, CEO da Única
Corretora de Seguros. “As duas últimas secas regionais foram muito
trágicas, e ao ver o vizinho recebendo indenizações, o estímulo à
aderência se multiplica.”
O interesse em fazer seguro porém pode arrefecer com os
obstáculos como o maior rigor da aceitação pelas seguradoras; nas
possíveis reduções dos limites técnicos de resseguros para essas regiões,
principalmente em função das perdas recentes que se mostraram
mais frequentes e intensas em algumas regiões; e consequente
elevação dos preços, mesmo com subvenção.
“Com essa forma social como o Ministério da Agricultura vem
atuando no seguro de safras, e a persistir esse foco centrado no
amparo aos pequenos produtores, o seguro não consegue se auto
sustentar e nem sequer provocar impactos significativos no crescimento
da produção agropecuária nacional”, afirma Souza. Ele argumenta
que, em uma visão de mercado, o seguro rural deveria incluir
pelo menos 50% do valor básico de custeio agropecuário nacional
para ter uma boa massa crítica, mútuos menos seletivos, coberturas
e preços mais adequados. “E a penetração nesse universo depende
menos do governo e mais das seguradoras; dos produtores; dos
fornecedores; dos compradores e dos financiadores desse processo
produtivo”, conclui.
Para Daniel Nascimento, vice-presidente da Comissão de
Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), o
interesse do produtor pelo seguro é visível, principalmente nas culturas
de grãos e frutas. “Muitos produtores já colocam o custo de
seguro como insumo, junto com o que ele vai gastar com sementes,
defensivos, e outros”, comenta. “As seguradoras estão cada vez mais
preparadas, com canais mais especializados para vendas, peritos
mais qualificados para esse tipo de sinistro, expansão da rede e, principalmente,
investindo em pós-venda e em ofertas de ferramentas
que ajudem o produtor a fazer a gestão do seu negócio.”
Segundo Nascimento, o mercado está tão aquecido que novas
seguradoras devem se aventurar no ramo rural ainda este ano.
“Em 2020 eram 14, hoje estamos com 15 e provavelmente fecharemos
o ano com 18 ou 19, talvez 20 empresas. É expressivo e atrai o
interesse do investidor tanto em empresas já consolidadas em outros
ramos, como em empresas nichadas em fazer produtos específicos
para essa carteira.”
Há ainda o empenho da Escola de Negócios e Seguros – ENS
em expandir a importância dos seguros para o agronegócio nos
seus programas de formação de corretores. A escola também trabalha
em parceria com o Ministério da Agricultura na construção de
um modelo para a qualificação dos peritos que fazem as inspeções
de aceitação e a regulação desse seguro.
SATÉLITES, DRONES E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O mercado está fazendo a sua parte e busca se tornar grande
aliado do produtor na gestão dos seus riscos no campo. Para isso,
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