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Revista Apólice #263

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CONJUNTURA

SEGURO RURAL

WADY CURY,

da Sancor

JORGE EDUARDO DE SOUZA,

da Única

PAULO HORA,

da Brasilseg

País. Rio Grande do Sul e Paraná, por exemplo, responderam juntos

por 59% dos prêmios emitidos em 2020. É uma região caracterizada

pelos minifúndios familiares e que foi fortemente impactada pela

última seca, isso deve favorecer a continuidade do crescimento verificado

nessa região”, avalia Jorge Eduardo de Souza, CEO da Única

Corretora de Seguros. “As duas últimas secas regionais foram muito

trágicas, e ao ver o vizinho recebendo indenizações, o estímulo à

aderência se multiplica.”

O interesse em fazer seguro porém pode arrefecer com os

obstáculos como o maior rigor da aceitação pelas seguradoras; nas

possíveis reduções dos limites técnicos de resseguros para essas regiões,

principalmente em função das perdas recentes que se mostraram

mais frequentes e intensas em algumas regiões; e consequente

elevação dos preços, mesmo com subvenção.

“Com essa forma social como o Ministério da Agricultura vem

atuando no seguro de safras, e a persistir esse foco centrado no

amparo aos pequenos produtores, o seguro não consegue se auto

sustentar e nem sequer provocar impactos significativos no crescimento

da produção agropecuária nacional”, afirma Souza. Ele argumenta

que, em uma visão de mercado, o seguro rural deveria incluir

pelo menos 50% do valor básico de custeio agropecuário nacional

para ter uma boa massa crítica, mútuos menos seletivos, coberturas

e preços mais adequados. “E a penetração nesse universo depende

menos do governo e mais das seguradoras; dos produtores; dos

fornecedores; dos compradores e dos financiadores desse processo

produtivo”, conclui.

Para Daniel Nascimento, vice-presidente da Comissão de

Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), o

interesse do produtor pelo seguro é visível, principalmente nas culturas

de grãos e frutas. “Muitos produtores já colocam o custo de

seguro como insumo, junto com o que ele vai gastar com sementes,

defensivos, e outros”, comenta. “As seguradoras estão cada vez mais

preparadas, com canais mais especializados para vendas, peritos

mais qualificados para esse tipo de sinistro, expansão da rede e, principalmente,

investindo em pós-venda e em ofertas de ferramentas

que ajudem o produtor a fazer a gestão do seu negócio.”

Segundo Nascimento, o mercado está tão aquecido que novas

seguradoras devem se aventurar no ramo rural ainda este ano.

“Em 2020 eram 14, hoje estamos com 15 e provavelmente fecharemos

o ano com 18 ou 19, talvez 20 empresas. É expressivo e atrai o

interesse do investidor tanto em empresas já consolidadas em outros

ramos, como em empresas nichadas em fazer produtos específicos

para essa carteira.”

Há ainda o empenho da Escola de Negócios e Seguros – ENS

em expandir a importância dos seguros para o agronegócio nos

seus programas de formação de corretores. A escola também trabalha

em parceria com o Ministério da Agricultura na construção de

um modelo para a qualificação dos peritos que fazem as inspeções

de aceitação e a regulação desse seguro.

SATÉLITES, DRONES E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O mercado está fazendo a sua parte e busca se tornar grande

aliado do produtor na gestão dos seus riscos no campo. Para isso,

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