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*Junho/2021 Referência Florestal 230

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ENTREVISTA<br />

de comunicação nas mídias sociais e também fazendo um<br />

programa de comunicação anual com nossa mídia local,<br />

para tirar essa mística de que o manejo não está associado<br />

à conservação. Você tem que pensar que de um hectare vou<br />

tirar em torno de 6 a 10 árvores que irá contribuir com o desenvolvimento<br />

de plantas mais novas, tudo isso com prazos<br />

de 30 anos para retornar até aquela área. Tudo isso é amplamente<br />

desconhecido pela sociedade, mesmo a paraense,<br />

que mora no entorno ou na Floresta Amazônica. Esse foco<br />

em comunicação e informação abre a possibilidade do mercado<br />

aumentar internamente. Hoje, nossos associados trabalham<br />

com quase 90% de produção para exportação e isso<br />

pode abrir um novo mercado. Para isso precisamos desligar<br />

essa ideia de que madeira tropical está ligada ao desmatamento.<br />

Então essa questão da comunicação vai melhorar<br />

principalmente para desmitificar o mercado interno.<br />

>> O ano de 2020 apresentou uma forte queda na exportação<br />

da madeira no Pará. Isso é reflexo direto da Pandemia?<br />

Quais as expectativas para <strong>2021</strong>?<br />

Não estava aqui na época, mas até onde tive informação<br />

esse comportamento foi parecido para diversos setores, não<br />

só o florestal. Os impactos causados pelos lockdowns, fechamentos<br />

de fábricas e afins, que afetaram diretamente os<br />

números do segundo e terceiro trimestres. Agora com a volta<br />

das atividades voltando aos patamares similares pré-pandemia,<br />

temos previsões otimistas para <strong>2021</strong>. Os números do<br />

primeiro trimestre, foram, em média, 10% acima em volume<br />

e valor comparado no mesmo período do ano passado.<br />

>> A Operação Androanthus da PF (AM) de forma abrupta<br />

e trucenta, gerou grandes impactos aos madeireiros do<br />

norte do país. Qual posicionamento da AIMEX diante da<br />

situação?<br />

A operação Androanthus, na nossa avaliação, como está em<br />

nota divulgada, teve falhas operacionais. Quando se pega<br />

toda uma região muito grande, como é a do Tapajós, não<br />

pode colocar tudo no mesmo balaio. Sabemos que existem<br />

os ilegais, faltou esse discernimento de separar o joio do trigo.<br />

Temos associados da AIMEX com madeira certificada paralisada<br />

pela PF (Polícia Federal). Ou seja, se tem um selo de<br />

Procedimento FSC, se tem todo um procedimento de cadeia<br />

de custódia, de rastreabilidade, que foi apresentado para a<br />

PF e a PF não analisou? Chegou uma ação/solicitação judicial<br />

há alguns dias atrás e a PF retroagiu: ela tinha liberado<br />

e ela deu baixa com uma manifestação travando a liberação<br />

de carga. Então foi uma situação bem complexa, onde houve<br />

falhas, principalmente ligadas aos nossos associados. A PF<br />

não reconhece permuta de terra, colocando tudo como grilagem.<br />

Isso já é um procedimento adotado pelo governo do<br />

Estado do Pará, com a emissão de título. Tudo isso é muito<br />

frágil e precisaria realmente ser revisto.<br />

>> A atuação de ONGs que buscam proteger a floresta é<br />

muito forte na Amazônia e pouco ou quase nada pensam<br />

nas pessoas que vivem na Floresta Amazônica. Qual o posi-<br />

sectors, not just forestry. The impacts caused by lockdowns,<br />

factory closures, and the like directly affected the numbers<br />

of the second and third quarters. Now with the return of<br />

activities to similar pre-pandemic levels, we have optimistic<br />

forecasts for <strong>2021</strong>. The first-quarter figures were on average<br />

10% higher in volume and value compared to the same<br />

period last year.<br />

The Handroanthus Operation by the Federal Police (PF) in<br />

the State curtailed forest operations, generating impacts<br />

to the Forestry Sector in the State of Pará. What is AIMEX’s<br />

position in the face of the situation?<br />

The Handroanthus Operation, in our evaluation, and confirmed<br />

in an officially released statement, had operational<br />

failures. When you take a vast region, like Tapajós, you can’t<br />

put everything in the same basket. We know that there are<br />

illegal operations; this operation lacked this discernment<br />

of separating the wheat from the chaff. We have AIMEX<br />

members with certified timber seized by the PF. That is,<br />

the timber has the FSC seal, the whole chain of custody<br />

procedure, rastreability, all presented to the PF, and did the<br />

PF analyze it? As the result of a lawsuit filed a few days ago,<br />

the PF backtracked: it had the timber released, but it was released<br />

during a demonstration hindering the release. So, it is<br />

a very complex situation, where there were failures, mainly<br />

associated to our members. The PF does not recognize the<br />

transfer of land titles, calling land occupation illegal. Land<br />

title transfer is already a procedure adopted by the Government<br />

of the State of Pará, issuing proper land titles. All of<br />

this is very fragile and needs to be reviewed.<br />

Então se essas pessoas<br />

não tiverem renda,<br />

não tiverem como<br />

serem pagos por isso,<br />

não tenha dúvida que<br />

elas vão voltar para a<br />

floresta e teremos novos<br />

tipos de desmatamento<br />

34 www.referenciaflorestal.com.br

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