ENTREVISTA de comunicação nas mídias sociais e também fazendo um programa de comunicação anual com nossa mídia local, para tirar essa mística de que o manejo não está associado à conservação. Você tem que pensar que de um hectare vou tirar em torno de 6 a 10 árvores que irá contribuir com o desenvolvimento de plantas mais novas, tudo isso com prazos de 30 anos para retornar até aquela área. Tudo isso é amplamente desconhecido pela sociedade, mesmo a paraense, que mora no entorno ou na Floresta Amazônica. Esse foco em comunicação e informação abre a possibilidade do mercado aumentar internamente. Hoje, nossos associados trabalham com quase 90% de produção para exportação e isso pode abrir um novo mercado. Para isso precisamos desligar essa ideia de que madeira tropical está ligada ao desmatamento. Então essa questão da comunicação vai melhorar principalmente para desmitificar o mercado interno. >> O ano de 2020 apresentou uma forte queda na exportação da madeira no Pará. Isso é reflexo direto da Pandemia? Quais as expectativas para <strong>2021</strong>? Não estava aqui na época, mas até onde tive informação esse comportamento foi parecido para diversos setores, não só o florestal. Os impactos causados pelos lockdowns, fechamentos de fábricas e afins, que afetaram diretamente os números do segundo e terceiro trimestres. Agora com a volta das atividades voltando aos patamares similares pré-pandemia, temos previsões otimistas para <strong>2021</strong>. Os números do primeiro trimestre, foram, em média, 10% acima em volume e valor comparado no mesmo período do ano passado. >> A Operação Androanthus da PF (AM) de forma abrupta e trucenta, gerou grandes impactos aos madeireiros do norte do país. Qual posicionamento da AIMEX diante da situação? A operação Androanthus, na nossa avaliação, como está em nota divulgada, teve falhas operacionais. Quando se pega toda uma região muito grande, como é a do Tapajós, não pode colocar tudo no mesmo balaio. Sabemos que existem os ilegais, faltou esse discernimento de separar o joio do trigo. Temos associados da AIMEX com madeira certificada paralisada pela PF (Polícia Federal). Ou seja, se tem um selo de Procedimento FSC, se tem todo um procedimento de cadeia de custódia, de rastreabilidade, que foi apresentado para a PF e a PF não analisou? Chegou uma ação/solicitação judicial há alguns dias atrás e a PF retroagiu: ela tinha liberado e ela deu baixa com uma manifestação travando a liberação de carga. Então foi uma situação bem complexa, onde houve falhas, principalmente ligadas aos nossos associados. A PF não reconhece permuta de terra, colocando tudo como grilagem. Isso já é um procedimento adotado pelo governo do Estado do Pará, com a emissão de título. Tudo isso é muito frágil e precisaria realmente ser revisto. >> A atuação de ONGs que buscam proteger a floresta é muito forte na Amazônia e pouco ou quase nada pensam nas pessoas que vivem na Floresta Amazônica. Qual o posi- sectors, not just forestry. The impacts caused by lockdowns, factory closures, and the like directly affected the numbers of the second and third quarters. Now with the return of activities to similar pre-pandemic levels, we have optimistic forecasts for <strong>2021</strong>. The first-quarter figures were on average 10% higher in volume and value compared to the same period last year. The Handroanthus Operation by the Federal Police (PF) in the State curtailed forest operations, generating impacts to the Forestry Sector in the State of Pará. What is AIMEX’s position in the face of the situation? The Handroanthus Operation, in our evaluation, and confirmed in an officially released statement, had operational failures. When you take a vast region, like Tapajós, you can’t put everything in the same basket. We know that there are illegal operations; this operation lacked this discernment of separating the wheat from the chaff. We have AIMEX members with certified timber seized by the PF. That is, the timber has the FSC seal, the whole chain of custody procedure, rastreability, all presented to the PF, and did the PF analyze it? As the result of a lawsuit filed a few days ago, the PF backtracked: it had the timber released, but it was released during a demonstration hindering the release. So, it is a very complex situation, where there were failures, mainly associated to our members. The PF does not recognize the transfer of land titles, calling land occupation illegal. Land title transfer is already a procedure adopted by the Government of the State of Pará, issuing proper land titles. All of this is very fragile and needs to be reviewed. Então se essas pessoas não tiverem renda, não tiverem como serem pagos por isso, não tenha dúvida que elas vão voltar para a floresta e teremos novos tipos de desmatamento 34 www.referenciaflorestal.com.br
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