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CASE<br />
A<br />
cidade de Arapongas (PR), está na rota para<br />
se tornar um polo nacional na produção de<br />
biogás e biometano, obtido a partir de lixo<br />
urbano e rejeitos de gado leiteiro.<br />
Nos últimos três anos diversas lideranças do poder público,<br />
sociedade civil e iniciativa privada tentaram colocar<br />
o projeto em fase de execução, mas foi em março de <strong>2021</strong><br />
que a ideia saiu do papel.<br />
O projeto conta com o apoio da Prefeitura de Arapongas,<br />
do SIMA (Sindicato das Indústrias de Móveis de<br />
Arapongas), do IFPR (Instituto Federal do Paraná) Campus-<br />
-Arapongas e da FIEP (Federação das Indústrias do Estado<br />
do Paraná).<br />
“A Prefeitura tinha esses resíduos orgânicos que podiam<br />
ser aproveitados em um modelo de negócio, a FIEP<br />
e o SIMA tinham uma demanda de consumo de energia<br />
para as empilhadeiras com gás e biometano. Então fomos<br />
atrás de outras fontes e começamos a conversar com uma<br />
cooperativa de laticínios que regionaliza dejetos orgânicos<br />
e resolvemos criar um arranjo produtivo local para que a<br />
gente pudesse atender essa necessidade”, explica Nilson<br />
Violato, secretário da Indústria, Comércio e Turismo de<br />
Arapongas.<br />
A ideia é que essa produção de biogás e biometano<br />
possa abastecer uma caldeira da Cooperativa Campo Vivo<br />
(responsável por destinar os rejeitos do gado leiteiro), 15<br />
carros da frota da Prefeitura de Arapongas e mais 15 empilhadeiras<br />
das indústrias moveleiras veiculadas ao Sima.<br />
“As 300 empilhadeiras do SIMA demandam uma quantidade<br />
imensa de combustível. O uso disso é um tambor<br />
de 40 kg (quilos) de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) a<br />
“A sociedade organizada<br />
se pautando para uma<br />
educação socioambiental<br />
e nisso ganha todo mundo,<br />
ganha o país todo”<br />
Nilson Violato<br />
cada seis, oito horas, dá uma despesa permanente em cerca<br />
de R$ 10 milhões. Então pensamos na possibilidade de<br />
realizar um trabalho para obter biometano, contribuindo<br />
para a redução de gases do efeito estufa provocado pela<br />
queima de combustíveis fósseis”, pontua Cícero Bley Jr,<br />
especialista em biogás e assessor do Conselho de Energia<br />
da FIEP.<br />
Esse processo de descarbonização da mobilidade<br />
permite inclusive que as empresas vinculadas ao SIMA<br />
possam ter como diferenciais no mercado, selos de<br />
sustentabilidade, demonstrando que trabalham com uma<br />
produção compromissada com o meio ambiente.<br />
“Avalio que existe uma modelagem de negócio que<br />
o mundo está impingindo na área da sustentabilidade<br />
ambiental, da descarbonização da matriz energética e de<br />
outras para energia elétrica, então você tem uma demanda<br />
que precisa virar a chave de qualquer município e<br />
espaço territorial no Brasil”, continua Violato.<br />
32 www.REVISTABIOMAIS.com.br