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ENTREVISTA<br />
e Serviços) da conta de energia. Então a tarifa de energia<br />
acaba sendo muito cara por conta dos financiamentos que<br />
os consumidores fazem. E aí, vai entrar mais uma continha.<br />
Nós pagamos pelo diesel e demais combustíveis fosseis<br />
utilizados na eletricidade lá do Amazonas. Nós pagamos<br />
um problema que teve no setor em 2014, por conta das<br />
concessionárias e das renovações. Nós estamos pagando<br />
a conta corrente, que é um valor que o governo deixou<br />
alocado para compensar as distribuidoras de energia.<br />
Então precisamos resolver esse gargalo, mas também sem<br />
afetar demais os outros consumidores, se não a gente vai<br />
fazer um Robin Hood ao contrário. Esse é um dos problemas<br />
desse projeto de lei com relação a compensação.<br />
Mas existem muitas políticas direcionadas para esse setor,<br />
porém algumas levam muito tempo para serem implementadas.<br />
Para se ter uma ideia, esse último projeto de lei, que<br />
já era para ter sido votado, ele já está em pauta há mais de<br />
dois meses. Então realmente não é algo interessante para<br />
gente. Precisamos de mais agilidade na aprovação dessas<br />
legislações e nas revisões, mas os setores também têm que<br />
compreender que a gente tem que ceder um pouquinho.<br />
Um lado cede um pouquinho, o outro lado cede um pouquinho,<br />
e a gente consegue avançar mais rápido.<br />
Percebe-se uma tendência mundial pela busca de<br />
fontes renováveis em detrimento dos combustíveis<br />
fósseis? Quais países são referência nessa área?<br />
Um fato bem interessante que a gente poderia tomar<br />
é o seguinte. Os países que estão realmente conseguindo<br />
atrair investimento. Até poucos dias saiu uma publicação<br />
justamente de uma consultoria, vinculado aos organismos<br />
que cuidam da IRENA (Agência Internacional de Energias<br />
Renováveis - sigla em inglês), que realocou o Brasil como<br />
11º lugar. Mas é bem interessante avaliar o seguinte, quem<br />
são os primeiros? Eu acho que sempre tem que vir por aí.<br />
Quem que está conseguindo atrair os investimentos e está<br />
fazendo realmente implementações importantes. Então,<br />
primeiro lugar, são os EUA (Estados Unidos da América),<br />
o segundo a China e o terceiro é a Índia. São países que<br />
realmente estão conseguindo fazer as migrações muito importantes<br />
na matriz deles. Aí em seguida temos Reino Unido,<br />
França, Austrália e Alemanha. Mas podemos verificar<br />
que esses países têm muita dependência de combustível<br />
exposto. O Brasil já não tem essa dependência extremada,<br />
como existe nesses outros países. Só que eles instituíram<br />
algumas políticas que realmente potencializaram o<br />
ingresso de algumas dessas fontes, então estão investindo<br />
mais em energia solar, em energia eólica, em biomassa. O<br />
Brasil tem que seguir mais esse caminho, mas respeitando<br />
a peculiaridade que tem. Realmente precisamos continuar<br />
a investir na bioeletricidade, nos biocombustíveis, no setor<br />
de eólica. Acredito que o grande mote para o Brasil é a<br />
eólica e a solar. Mas tem que destravar esses probleminhas,<br />
com relação a inserção dessas fontes. Entretanto temos<br />
que tomar o cuidado, que alguns países estão presenciando<br />
de uma fragilidade no sistema elétrico deles, por<br />
conta do excesso de fontes renováveis que estão sazonais,<br />
que elas não têm condição de serem despachadas. Aí nós<br />
temos uma vantagem contra eles, que é a questão das<br />
hidrelétricas. Mas para os investimentos temos que mirar<br />
o que os EUA estão fazendo, que a China está fazendo, que<br />
a Índia está fazendo, para realmente potencializarmos o<br />
ingresso dessas diferentes fontes na nossa matriz.<br />
Regularmente, o Brasil sofre com crises hídricas,<br />
problema que afeta diretamente o potencial das usinas<br />
hidrelétricas. Na sua opinião, faltam alternativas para<br />
suprir a demanda interna de energia no Brasil?<br />
A gente tem que analisar o quadro da energia elétrica,<br />
que é um dos fatores importantes para gente entender<br />
o recorte da energia hidráulica. A energia hidráulica foi a<br />
base para o Brasil por muito tempo e deve continuar como<br />
base para o setor de energia, porque é uma fonte controlável.<br />
Então ela tem essas vantagens, como acontece também<br />
com as usinas térmicas, sejam elas renováveis ou não,<br />
caso do gás natural e a biomassa. As outras fontes estão<br />
ingressando no sistema de uma forma razoavelmente rápida.<br />
Contudo, se a gente tem previsão aqui de construção<br />
e construção não iniciada, as usinas hidrelétricas têm 400<br />
MW (Megawatts) de construção. Já a fotovoltaica apresenta<br />
quase 24 GW (Gigawatts), que estão projetados para os<br />
próximos 5 anos de inserção na nossa fonte, enquanto a<br />
eólica, tem 12 GW, 12,5 GW previsto. Então muito maior<br />
do que as fontes hidráulicas. O que a gente vai visualizar<br />
nos próximos anos é isso. A eólica e a solar ganhando<br />
espaço no setor de energia pública e no mercado livre. Só<br />
a geração distribuída que está um pouquinho diferente.<br />
A hidráulica vai continuar, mas está realmente diminuin-<br />
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