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Revista Apólice #267

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JULHO 2021 • Nº 267 • ANO 26

conectando você ao mercado de seguros

ESPECIAL TECNOLOGIA

A jornada do cliente

é tema central para

garantir o bom

atendimento e a NPS alta

Delta

A TRANSFORMAÇÃO DA

ASSISTÊNCIA NO BRASIL

Com tecnologia própria e serviços segmentados, Delta Global

protagoniza a transformação do mercado de assistências

ESPECIAL TECNOLOGIA

As novidades que as

insurtechs mostram

ao redor do mundo

chegam ao Brasil

O investimento no

tratamento de dados

deve continuar alto nos

próximos anos

Foto: Alex Batiistel

ESSOR

completa 10 anos como especialista em escutar e atender o cliente



EDITORIAL

Não basta ter os dados,

é preciso saber usá-los

A

inda falamos muito sobre transformação digital, porém,

não mais como uma novidade. Incorporar a tecnologia

ao cotidiano das empresas foi mais desafiador para

as empresas no período de pandemia e, para espanto de muitos,

aconteceu de forma natural para aqueles que possuíam capacidade

para investir em novas formas de atendimento remoto (chatbots,

telemedicina) e acesso seguro à distância.

Neste especial sobre tecnologia vamos mostrar como a

jornada de atendimento ao cliente avançou e se tornou o tema central

de todas as discussões administrativas e operacionais das empresas. Ter

um cliente satisfeito ficou mais difícil, à medida que ele se acostumou

a serviços com atendimento imediato. As empresas investiram em

novos serviços digitais que vão desde a proposta até a regulação do

sinistro, envolvendo também o atendimento assistencial.

Nossa reportagem mostra as novidades que estão surgindo

pelo mundo, que vão desde reconhecimento facial para identificação

de estado de saúde até seguro pet que utiliza informações das redes

sociais. O mundo está evoluindo!

O que contribui para a sustentação destas iniciativas é o

tratamento dos dados, um dos maiores e recorrentes desafios para as

empresas. Este trabalho reduz erros e agiliza todas as ações, indicando

os caminhos a serem seguidos, o que se reverte em melhores

resultados.

Boa leitura

JULHO 2021 • Nº 267 • ANO 26

EXPEDIENTE

Diretora de Redação:

Kelly Lubiato - MTB 25933

klubiato@revistaapolice.com.br

Diretor Executivo:

Francisco Pantoja

francisco@revistaapolice.com.br

Redação:

Nicole Fraga

nicole@revistaapolice.com.br

Colaborador:

André Felipe de Lima

Executiva de Negócios:

Graciane Pereira

graciane@revistaapolice.com.br

Diagramação e Arte:

Enza Lofrano

Assinaturas:

Jaqueline Silva

jaqueline@revistaapolice.com.br

Tiragem: 15.000 exemplares

Circulação: Nacional

Periodicidade: Mensal

Os artigos assinados são de

responsabilidade exclusiva de seus autores,

não representando, necessariamente, a

opinião desta revista.

Esta revista é uma

publicação independente

da Correcta Editora Ltda e

de público dirigido

CORRECTA EDITORA LTDA

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CNPJ: 00689066/0001-30

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Foto: Taty Larrubia

ESPECIAL TECNOLOGIA

JORNADA DO CLIENTE

O relacionamento

das seguradoras com

o consumidor passa

por uma grande e

rápida transformação,

impulsionada pela

pandemia da Covid-19.

Novas tecnologias

contribuem para que

a interação seja a mais

natural possível

>> PÁG. 30

>> PÁG. 20

CAPA

Delta Global completa

6 anos crescendo junto

com o mercado de frotas

de transporte e conta

com dois mil corretores

de seguros parceiros,

além de tecnologia

para ampliar os serviços

prestados

>> PÁG. 12

REVOLUÇÃO

A economia baseada em

dados pessoais cresce

de forma assustadora,

por isso, tradicionais

seguradoras e insurtechs

investem em novas

tecnologias guiadas por

dados na busca pela

oferta customizada de

produtos

ÍNDICE

06 entrevista

Gaspar Lins, gerente Geral Brasil da Charles Taylor

Insuretech, conta como a empresa pretende atender

todos os segmentos do mercado de seguros no País

08 painel

11 gente

16 comemoração

Essor comemora uma década de atuação no mercado

de seguros ratificando seu perfil de companhia

especializada em nichos, que está atenta às necessidades

do consumidor

ESPECIAL TECNOLOGIA

18 lojacorr

Empresa trabalha para empoderar corretores através de

seu ecossistema de soluções para o mercado, que lança

agora módulo de gestão de benefícios e ramos faturáveis

25 confitec

Solução sob medida para a área jurídica das seguradoras

realiza a gestão dos processos jurídicos internos das

empresas e startups, como lawtechs ou legaltechs

26 insurtech

Se antes era preciso ir atrás de empresas que estão

inovando no mercado, agora os dados parecem brotar

por todos os lados, as startups surgem com produtos

diferenciados e novas formas de tratar o consumidor do

mercado de seguros

29 too seguros

Pioneira na adesão ao sistema de registro de operações

(SRO), seguradora desenvolve plataforma que permite

gerenciamento das operações sem divergências

33 geo

Artigo mostra que seguradoras que investem em

experiências digitais têm mais chance de dominar o jogo

de conquista e fidelização dos clientes

34 mbm

Seguradora aposta no seguro de vida individual

distribuído de forma totalmente digital e personalizado

de acordo com a necessidade de cada consumidor

Os artigos assinados são de responsabilidade

exclusiva de seus autores, não representando,

necessariamente, a opinião desta revista.

4



ENTREVISTA

CHARLES TAYLOR

Mais tecnologia para seguradoras,

resseguradoras e corretores

GASPAR LINS, GERENTE GERAL BRASIL DA CHARLES TAYLOR INSURETECH,

CONTA COMO A EMPRESA PRETENDE ATENDER TODOS OS SEGMENTOS DO

MERCADO DE SEGUROS NO PAÍS

Gaspar Lins

APÓLICE: A Charles Taylor já tem operação

no Brasil?

A Charles Taylor, como uma empresa

global que atua em diversos países

do mundo, incluindo a América Latina,

compreendeu que o ano de 2021 é o momento

chave para fortalecer suas operações

no Brasil.

Embora já tivéssemos operações

nesse mercado, que eram atendidas a partir

de outros países da região, e inclusive

por nossa operação global, sempre estivemos

presentes e com o objetivo prioritário

de atendê-las localmente, reconhecendo

a importância que o Brasil tem não só

para a América Latina, mas mundialmente.

Neste sentido, desde o início do ano de

2021, o mercado de seguros brasileiro é

atendido diretamente pela Charles Taylor

InsureTech Brasil.

Esse passo é uma ratificação dessa

prioridade. O Brasil tem um enorme potencial,

além de ser um grande mercado

em desenvolvimento. Nós acreditamos

que o país tem todas as condições para

se converter, em um futuro próximo, em

uma das operações mais relevantes da

nossa companhia em nível global.

APÓLICE: Em quais carteiras a empresa

pretende atuar no Brasil?

Temos uma ampla gama de produtos

e soluções para o mercado brasileiro

que nos permite atuar em todos os ramos

de seguros, como vida, saúde, patrimonial,

riscos financeiros, auto, crédito, pessoas,

transporte, entre outros.

APÓLICE: A operação para a América Latina

será a partir do Brasil?

A Charles Taylor chegou na América

Latina há alguns anos, com a aquisição da

empresa de tecnologia Inworx, que foi uma das operações de aquisição

mais relevantes da companhia na sua história. A Inworx é uma empresa

líder em soluções tecnológicas para o mercado de seguros da região e,

por meio dessa aquisição e posteriores investimentos e capitalizações,

a Charles Taylor aprofundou sua estratégia de adicionar maiores soluções

e serviços para colaborar com o setor segurador da América Latina

no seu processo de inovações e transformação digital.

Atualmente, temos operações para todos os países da região,

com escritórios na Colômbia, Argentina, Chile, México e, a partir dessa

chegada, apostando fortemente no mercado brasileiro.

APÓLICE: O que é mais atrativo em termos de negócios em nosso país?

O mercado brasileiro de seguros é muito bem sucedido nos

negócios de vida, auto, saúde e previdência. O consumidor brasileiro

tem um bom conhecimento sobre essas ofertas de seguros, contudo,

acreditamos que novos modelos de oferta, preços, coberturas e

serviços permitirão uma ampliação do percentual de participação na

produção da economia.

Ao mesmo tempo, há oportunidades muito atraentes e veremos

crescimento nos próximos anos, tais como seguros de vida para

Pets, seguros Pay Per Use e riscos cibernéticos.

APÓLICE: Quais são as carências do mercado de seguros no Brasil?

Vemos oportunidades claras para que o setor tenha soluções

mais potentes, orientadas a dados, que possibilitem um menor custo

operacional e maior eficiência. Muitos processos de negócio podem

ser revistos sob a ótica da transformação digital, reduzindo tarefas

manuais. O foco deve estar em contar com soluções que atendam ao

negócio de ponta a ponta, reduzindo a complexidade operacional e

custos de legados.

O mercado de seguros sempre levou em consideração as circunstâncias

do mercado e hábitos, portanto, agora com a pandemia,

algumas questões operacionais e necessidades de produtos de alta

performance foram evidenciadas.

Na outra ponta, os provedores têm o desafio de fornecer soluções

mais amigáveis, fáceis de serem implementadas, para que os

produtos sejam oferecidos aos clientes por diferentes canais em uma

experiência omnichannel. Os canais digitais ganharam, devido à pandemia,

uma forte relevância, em detrimento de canais tradicionais

como balcões de varejo e bancários.

Evidentemente, aquelas empresas que fizeram investimentos

ao longo do tempo nos seus canais digitais já estavam melhor

6


posicionadas para a experiência digital. Neste sentido, ter a solução

correta, que permita flexibilidade, transparência e escalabilidade,

se torna crucial. Acredito que, definitivamente, as plataformas tecnológicas

têm um papel vital nesse momento de pandemia e chegaram

para mudar o jogo na readequação do mercado e os hábitos

de consumo das novas gerações.

APÓLICE: Que experiência internacional a Charles Taylor pode trazer

ao País?

A Charles Taylor tem uma ampla carteira de clientes em todo o

mundo e ajudamos esses clientes a superarem seus desafios e trazerem

inovações para seus mercados. Nosso DNA em seguros permite

que façamos isso para seguradoras, resseguradoras e corretoras, focando

na experiência digital e redução da complexidade da operação.

Com essa bagagem, nossa experiência em ambientes complexos,

com diversos modelos de integração com legados, análise de

dados, gestão de apólices e programas de seguro e construção de

canais digitais nos credencia como o player adequado para o mercado

brasileiro.

Nosso time tem um know how diferenciado e nosso capital

intelectual já adquirido em implementações na Europa e América do

Norte traz um incomparável sucesso aos nossos clientes e parceiros.

APÓLICE: Quais produtos/serviços novos a Charles Taylor pode trazer

ao Brasil?

Somos focados 100% em seguros e todas as nossas soluções

e serviços são orientados a esse mercado. Nossas soluções compreendem

desde a criação do canal digital para oferta de seguros, passando

pela análise dos dados, emissão, administração das apólices e

programas de seguro, comissão, atendimento ao cliente, sinistro, e

todo pós venda.

Além disso, a Charles Taylor tem diferentes alianças estratégicas

que abrangem assuntos tão amplos que vão da análise de dados

até a prevenção da fraude. Olhamos continuamente as necessidades

do mercado, dos nossos clientes, para sempre lhes oferecer as soluções

inovadoras mais consistentes e adequadas aos seus anseios e

suas realidades.

APÓLICE: Open Insurance deve ser experimentado por aqui em breve.

Que experiência internacional nesta área vocês podem trazer?

O Open Insurance será fundamental para a ampliação do mercado

de seguros, através do compartilhamento de dados e serviços,

das experiências digitais, bem como em permitir o desenvolvimento

de novos modelos de negócio. A Charles Taylor tem sólida experiência

em toda essa cadeia positiva, pois globalmente, através dos nossos

produtos, soluções e profissionais, atuamos na melhor disponibilização

e estruturação dos dados, diferentes modelos de integração,

além de oferecermos aos nossos clientes soluções completamente

conectadas com o lançamento de novos produtos com experiências

digitais de primeira linha, como o Smartix. Nossos clientes podem,

de forma simples, atuar em novos modelos de negócios, oferecendo

uma jornada digital que se traduz em redução de custo operacional,

ampliação de vendas e retenção de clientes.

APÓLICE: Como a tecnologia vai impactar a

jornada do cliente?

A adesão tecnológica já é uma realidade

no nosso mercado. Veremos a

tecnologia permitir maior autonomia ao

consumidor e personalizar a experiência

em toda a cadeia de relacionamento. As

mudanças comportamentais do consumidor

ditam o relacionamento e os modelos

de negócios que devem ser oferecidos.

Hoje o consumidor obtém quase

toda informação que precisa sobre um

produto ou serviço fazendo uma pesquisa

na internet ou vendo um vídeo no YouTube.

As redes sociais também democratizaram

o acesso à informação e são, muitas

vezes, fontes de decisão antes de adquirir,

por exemplo, um seguro.

As seguradoras e corretoras necessitam

que cada ponto de contato com

o cliente seja uma experiência muito positiva

e desenhada para aquele cliente. A

personalização do serviço faz, e seguirá

fazendo, toda a diferença.

APÓLICE: Como a distribuição de seguros

pode ser ampliada pela tecnologia?

O modelo tradicional de canal de

distribuição de seguros, especialmente no

Brasil, foi durante muito tempo a pessoa

do corretor, muito alinhado com a época

e características de um momento do mercado.

Contudo, com o passar do tempo, a

tecnologia permitiu que de forma direta

e indireta, bancos, sites de multicálculo e

aplicativos pudessem oferecer cotações de

diferentes tipos de produtos de seguros.

São esses canais digitais onde as novas

gerações irão tomar as suas decisões de

aquisição de seguros, diretamente, e tanto

as seguradoras quanto os corretores devem

estar presentes para atender a esse novo

público que exige realizar todas as suas operações,

não só a aquisição, pelo canal digital,

utilizando-se de Chatbots, Inteligência Artificial

e um atendimento virtual adequado.

Claramente os canais digitais vão

ser fundamentais para o desenvolvimento

dos novos produtos e coberturas de seguros

e terão um grande impacto no modelo

de negócios.. A tecnologia adequada, é e

será o grande aliado nessa evolução do

mercado segurador brasileiro.

7


PAINEL

aniversários

Escola de Negócios e Seguros

completa 50 anos

No dia 30 de junho, a Escola de Negócios

e Seguros (ENS) celebrou 50 anos de

atuação. “Nessas cinco décadas, a instituição

passou por muitas transformações, sempre

motivadas pela constante necessidade de

adaptação aos cenários de seguros no Brasil

e no exterior, considerando aspectos tecnológicos,

sociais, mercadológicos, econômicos e

demais que circundam essa ampla indústria.

Construímos a nossa Escola com olhar sempre

atento às demandas do setor, entregando

produtos e serviços que contribuem para o

desenvolvimento profissional”, informou comunicado

da escola.

Foram mais de 580 mil pessoas impactadas

por algum programa educacional

e mais de 100 mil corretores de seguros habilitados.

CVG-RJ comemora 55 anos de

fundação

O Santuário do Cristo Redentor,

símbolo do Brasil no mundo, recebeu

poucos convidados da diretoria do CVG-

-RJ para as bençãos e preces do reitor do

Santuário, padre Omar.

“Lembramos desde os fundadores,

presidentes e diretores que passaram

pela entidade e levaram adiante o sonho

idealizado em 1966 de inaugurar no Rio

de Janeiro, a primeira organização voltada

exclusivamente para a Vida dos cidadãos

brasileiros. Lembramos também

as mais de 513 mil Vidas perdidas pela

pandemia, entre as quais encontram-se

profissionais, colegas, amigos e familiares

de pessoas muito queridas e próximas de

todos nós”, disse o presidente do Clube,

Octávio Perissé.

Sete décadas de representação do setor segurador brasileiro

O Brasil viveu grandes transformações

com o apoio do setor de seguros, previdência

privada, saúde suplementar e capitalização,

atividades estratégicas para o desenvolvimento

da economia, contribuindo para a formação

de poupança interna e para a proteção

da saúde, vida e patrimônio de milhões de

pessoas e empresas ao longo de sete décadas.

Em mensagem em vídeo, produzida especialmente

para a ocasião, o presidente da CNseg

(Confederação Nacional das Seguradoras),

Marcio Coriolano, celebrou: “Representar um

setor cuja receita anual corresponde a perto de

6,7% do PIB, gera 175 mil empregos diretos e

faz a gestão de investimentos equivalentes a

quase um quarto da dívida pública brasileira é,

sem dúvida, um grande orgulho e um enorme

desafio diário para todos os que integram esta

Confederação. Desafio compartilhado com as

quatros Federações que a compõem: FenSeg,

FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap.”

Segundo Coriolano, o legado desses 70

anos de representação tem sido fundamental

para enfrentar e superar os desafios da atual

realidade. “A chegada da pandemia do novo

coronavírus exigiu rápida adaptação de todos

e mudou a percepção da população quanto

ao seu modo de vida e ao risco a que estão sujeitos.

Mais uma vez, a resiliência do setor de

seguros foi essencial para amparar o país em

um momento tão complexo da vida nacional”,

afirma o executivo.

8



PAINEL

previdência

Déficit em poupança para aposentadorias sustentáveis

Os trabalhadores em mercados emergentes estão

se aposentando sem ativos suficientes para cobrir suas

necessidades previdenciárias, criando um déficit total de

cerca de US$ 106 trilhões, segundo a estimativa do Swiss

Re Institute. Essa lacuna de poupança previdenciária é

cerca de três vezes o PIB dos mercados emergentes, tão

alta quanto a estimativa para os principais mercados desenvolvidos,

como os Estados Unidos e a Austrália. Os

custos do subfinanciamento previdenciário

podem retornar

aos governos por meio de

maior risco de pobreza,

saúde precária e pressão

sobre as gerações

mais jovens, enquanto

facilitar aposentadorias

sustentáveis pode

abrir inúmeras oportunidades

para fortalecimento

da resiliência

das famílias e sociedades.

Há uma necessidade

iminente de ação.

“Os recursos previdenciários na América Latina têm

sido historicamente baixos. Estimamos que a atual crise da

Covid-19, combinada com o envelhecimento da população

e as crescentes demandas fiscais sobre os governos,

aumentará a lacuna de poupança previdenciária. Muitos

indivíduos enfrentam a perspectiva de não conseguirem

os recursos necessários para uma aposentadoria confortável”,

declara Kaspar Mueller, president reinsurance Latin

America.

Os indivíduos nos mercados emergentes precisarão

cada vez mais fazer seus próprios arranjos de recursos

para a aposentadoria. As reformas previdenciárias

estão transferindo para os indivíduos a responsabilidade

de economizar para a aposentadoria e a gestão dos riscos

ao longo da vida, como mortalidade, morbidade, longevidade

e desempenho do investimento. Esses riscos restringem

a capacidade do indivíduo de sustentar sua aposentadoria,

uma vez que um período de ausência do trabalho

por motivo de doença, assistência à família ou mesmo

morte influenciaria as economias da família. Esse desafio

é agudo nos mercados emergentes, em que os recursos

pessoais tendem a ser menores e as redes de segurança

social mais fracas.

diversidade

Corretora adere a 10 compromissos de Direitos LGBTI+

A Aon aderiu ao Fórum de Empresas e Direitos

LGBTI+, formado por empresas engajadas no respeito aos

direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis,

transexuais e pessoas intersex, que reúne empresas e pessoas

que se articulam, desenvolvem as melhores práticas e

as compartilham fomentando a inclusão e seus benefícios

para os negócios e para a sociedade.

Com a assinatura da Carta de Compromisso, a companhia

se une a outras empresas e assume publicamente

que irá fomentar a discussão de temas ligados à pluralidade

sexual e de gênero, dentro e fora das organizações. “A

organização tem o compromisso de apoiar e fomentar a

diversidade. Assinar esse compromisso nos orgulha, pois é

um importante passo para a construção de um ambiente

cada vez mais inclusivo, que ofereça oportunidades para

todos”, afirma Marcelo Homburger, CEO da corretora.

10


gente

LIDERANÇA REGIONAL PARA MINAS GERAIS E

CENTRO-OESTE

A AIG Seguros anunciou

Elaine Matozinhos

como a nova líder comercial

da filial MCO (Minas Gerais

e Centro-Oeste) da companhia,

com sede em Belo

Horizonte. Na nova função,

Elaine ficará à frente do relacionamento da seguradora

com corretores e parceiros de negócios em

uma região estratégica para a AIG no Brasil, onde

vem expandindo seus negócios principalmente nos

segmentos de pequenas e médias empresas, agronegócio

e indústrias, com produtos como seguro

para riscos cibernéticos, transportes, produtos contaminados,

acidentes pessoais, entre outros.

ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO

A REP Seguros segue

em trajetória de expansão

em sua presença

nacional e internacional, e

junta à sua equipe um novo

diretor executivo, Alberto

Muller Silva.

Sua trajetória começou

no setor de apoio

técnico à equipe de vendas e área técnica de produtos.

Já como diretor comercial, o executivo coordenou

o trabalho de milhares de corretores e

gestão de múltiplas filiais de empresas de grande

porte. Seu currículo inclui a japonesa Sompo Seguros

e HDI.

VICE PRESIDENTE COM FOCO EM ASG

João Alceu Amoroso Lima assume o cargo

de vice-presidente Ambiental, Social e Governança

(ASG) do Grupo NotreDame Intermédica (GNDI),

substituindo Anderlei Gerhardt Buzelli.

Lima ocupava, desde 2014, a posição de

vice-presidente do segmento Odontológico (Interodonto)

e vem exercendo

um papel importante na

gestão do GNDI há 7 anos.

Sob a sua gestão, o número

de beneficiários do segmento

odontológico mais

que dobrou, alcançando

2,7 milhões de beneficiários

em junho/21.

POWER & ENERGY

A MDS Brasil apresentou o novo diretor que

ficará à frente de uma das áreas mais estratégicas

da empresa (Power & Energy): Sérgio Alexandre

Murata Botelho. Ao longo de sua carreira, o executivo

atuou em empresas

de grande porte como Fator

Seguradora, RSA, Tokio

Marine, Itaú Seguros e

Bradesco. Experiente e conhecedor

da área, Sérgio

já liderou equipes de subscrição

de riscos nas empresas

em que atuou, sempre

com foco no desenvolvimento de novos negócios

com resultados consistentes para os portfólios e

gestão focada na valorização e desenvolvimento

das pessoas.

NOVIDADES NO BACKOFFICE

Fabíola Oliveira é a nova superintendente Administrativa,

Financeira e Pessoal do Seguro PASI. “Assumir

a superintendência das áreas Administrativa, Financeira

e Pessoal está sendo um divisor de águas em

minha carreira profissional. Cada desafio vivido tem

me feito crescer e acreditar

que posso contribuir, cada vez

mais, com o crescimento exponencial

desta organização”,

destacou a executiva.

11


CAPA

DELTA

Foi em uma garagem, na zona

norte de Porto Alegre que, em

2015, surgiu a Delta Assist. Isso

aconteceu em um cenário fechado

e carente de produtos de assistência

específicos, no qual quatro companhias

de seguros controlavam as principais

empresas de assistência 24 horas do país,

fazendo com que as demais seguradoras,

montadoras, locadoras e demais transportadores

tivessem pouca alternativa

para contratação desses serviços.

A startup gaúcha já nasceu com

fôlego jovem e energia para inovar e desenvolver

produtos de assistência para o

mercado nacional. O primeiro produto

foi um serviço para automóveis, numa

linha de buscar o cliente que não tinha

seguro auto. “O nosso grande desafio, lá

atrás, era modernizar e desburocratizar

a rotina do corretor, oportunizando a ele

uma nova forma de comercializar a assistência,

desvinculada do seguro”, destaca

Nicolas Galvão, CEO da Delta, acrescentando

que a empresa visitou inúmeros

corretores de seguros para entender

quais eram as suas demandas e as carências

do mercado.

Foto: Taty Larrubia

CRESCENDO junto com o mercado

frotas e transporte

FOCO NO TRANSPORTE

Nesta pesquisa surgiram os veículos de frota de transporte

como uma grande dificuldade de prestação de serviços de qualidade.

“Ouvindo o corretor, suas dores e dificuldades do dia a dia desse

setor, construímos nossos produtos e serviços”, conta Galvão. Esse

foi o grande diferencial da história e da construção da Delta, baseado

nas necessidades do mercado. O produto foi desenvolvido de

fora para dentro, e não o contrário, o que acabou direcionando a

nova empresa para esta especialização.

A Delta direcionou toda a sua operação para a área de frota

de transportes, desde os analistas, estrutura operacional até todo o

departamento comercial e de gestão. Tudo é especializado. “Isso nos

deu um ganho de conhecimento muito grande, porque passamos

a desenvolver produtos, a partir de 2016, totalmente direcionados”,

relaciona Galvão.

NICOLAS GALVÃO,

CEO

GANHO DE MERCADO

Assim, com a parceria com corretores de seguros, a Delta passou

a ganhar corpo – e mercado. Começou a se posicionar como

Delta Global, mostrando no nome o direcionamento que a empresa

queria tomar. Em 2016, a empresa fechou os primeiros grandes

contratos para atender as principais transportadoras do Brasil, o que

12


de

ATUANDO COM MAIS DE 2 MIL

CORRETORES DE SEGUROS NO

BRASIL INTEIRO, EMPRESA AMPLIA

SUA ATUAÇÃO NO ECOSSISTEMA DE

GESTÃO DE FROTAS

HUMANA NO

SEU DNA

A Delta Global conseguiu crescer e

manter vivo o respeito e a cultura interna

que foca e valoriza as pessoas. Com quase

200 colaboradores, e um crescimento

de mais de 300% ao ano, a empresa

aceitou o desafio de criar soluções que

aliam tecnologia e atendimento humano,

próximo, de qualidade.

Foto: Taty Larrubia

validou o modelo de negócio e todo o investimento em tecnologia

e serviços segmentados e especializados na área de transporte.

Em 2019, foi a vez da empresa ganhar mais força, quando

passou a atender toda a carteira de frotas da Sompo Seguros. “A

operação com a Sompo exigiu um gás e estratégia de crescimento

da empresa, tanto em tecnologia quanto em pessoal. Em poucos

dias migramos para uma operação complexa, de uma das principais

seguradoras de transporte do país”, lembra Galvão.

Em fevereiro deste ano, a Delta anunciou o investimento de

R$13 milhões da Randon, líder na produção de implementos rodoviários

na América Latina. Este foi um investimento estratégico na

Delta, cujo objetivo era continuar como uma empresa independente

do mercado de seguros.

“A chegada da Randon reforça nosso compromisso em sermos

protagonistas nessa evolução de tecnologia que o mercado de

transportes, frotas e seguradoras busca. Há alinhamento entre as

duas empresas e os potenciais para a ampliação de nossos serviços

e lançamento de novas tecnologias são enormes”, analisa Galvão.

TECNOLOGIA PRÓPRIA

Toda a evolução da empresa e a velocidade que ela cresceu

não seria possível sem o investimento pesado em tecnologia.

“A empatia norteia nossas atitudes,

em todos os níveis. Procuramos deixar o

ambiente o mais horizontal possível,

permitindo que todos tenham voz ativa

para sugerir melhorias e contribuir com

a construção da Delta. Cada colaborador

novo passa por um processo onboarding

onde é explicado cada setor da empresa,

mas principalmente, a origem que a Delta

teve, a garagem; onde estamos hoje, e

onde queremos chegar. Propagar a cultura

de entregar o melhor serviço sempre é o

nosso foco”, explica Galvão.

“A tecnologia e a inovação fazem parte do

DNA da Delta, muito antes de a gente colocar

‘a cara’ no mercado”, afirma Marzon

Castilho, CTO e diretor de Tecnologia.

Com tecnologia nativa, a empresa

ganha velocidade e performance

para entregar produtos e serviços mais

13


CAPA

DELTA

Foto: Taty Larrubia

MARZON CASTILHO,

CTO e diretor de Tecnologia

personalizados, de acordo com a demanda

e necessidade de cada cliente e

parceiro. A Delta trabalha com 100% de

todo sistema e tecnologia usada pela

empresa feita dentro de casa, além de

contar com o servidor próprio no prédio

que ocupa no quarto distrito, região

que concentra hubs de inovação

na capital gaúcha. A opção de ter o servidor

por perto é trazer estabilidade e

performance para a operação.

OUTROS

SEGMENTOS

DE MERCADO

As soluções da Delta Global

abrangem outros nichos de mercado,

além de seguros e transportes. Com

uma proposta de entregar a cada um

deles soluções segmentadas, está

posto o desafio.

Seguradoras

Montadoras

Locadoras

Cooperativas

Embarcadores

Inteligência de mercado aliada a dados se reverte em soluções

inovadoras para os mais de 2.000 corretores de seguros, com

os quais a empresa trabalha, e aos 200 mil veículos atendidos pela

Delta. “Entregamos uma experiência aos nossos clientes e parceiros

que não existe em nenhum lugar. O cliente pode acionar um

guincho pelo WhatsApp, por exemplo. Por sua vez, o cliente tem

um BI de informação completo, onde consegue acompanhar sinistros,

custos e o desempenho financeiro de cada conta”, acrescenta

Castilho.

HARDWARE, SOFTWARE E APLICATIVOS

O investimento pesado em tecnologia coloca a empresa

em novos rumos. A Delta tem uma iniciativa forte de investimento

em hardwares próprios, para entregar uma experiência de 100%

da jornada de uma empresa de transporte. “Com o hardware embarcado,

com o serviço de software sendo processado para entender

o perfil de condução, de jornada, de como este veículo está

sendo conduzido, é possível oferecer os serviços de assistência

de forma automática, a partir da leitura dos dados. Desta forma,

vamos entregar a jornada completa para clientes, corretores e seguradoras”,

adianta o CEO da empresa. Com os dados é possível

informar se o veículo teve algum acidente, se teve uma pane ou

algo parecido, antes mesmo do acionamento do serviço via aplicativo

ou WhatsApp.

Outra aposta da Delta é na criação de aplicativos. Hoje a empresa

já oferece alguns nomes com resultados bem positivos. É o

caso do Aplicativo do Prestador da Delta Assistance. Através dele, o

prestador recebe o pedido de serviço de assistência 24h, aceita, avisa

o cliente da média de tempo de chegada, faz o check-list e envia

fotos do atendimento, tudo na palma da mão.

Junto a este, a Delta Global tem o aplicativo do prestador do

Delta Fleet, e futuramente terá também o aplicativo do motorista, da

sua plataforma de gestão de frotas.

DELTA FLEET

Aliando a experiência na prestação de serviço de assistência

24h, que conta com mais de cinco mil prestadores no país, e um investimento

forte em tecnologia de rastreamento, surgiu o Delta Fleet,

plataforma que unifica em um único ecossistema rastreamento,

assistência 24h, telemetria, gestão de motoristas, pronta resposta e

manutenção.

Através da plataforma, o cliente tem uma visão macro da

sua frota, com relatórios completos e rastreamento em tempo real.

O posicionamento de ser a mais completa do mercado faz sentido

quando unifica serviço, rastreamento e tecnologia em um único ambiente.

Por exemplo, a informação coletada no momento do atendimento

da assistência 24h abastece o sistema que gera um relatório,

em tempo real, dividido por marca, modelo, ano de fabricação

do veículo. Além de mostrar as maiores causas de sinistro, hora e

região que ocorreram os atendimentos. Isso gera insights para o

gestor criar um planejamento mais efetivo, ágil e econômico para

sua frota.

14


OUTROS PRODUTOS

E SERVIÇOS PARA O

CORRETOR

HISTORICAR

A mais completa plataforma de busca a histórico veicular do

mercado. Pesquisando em mais de 40 bases, públicas e privadas,

o sistema gera, em menos de três minutos, um relatório com mais

de 60 informações sobre o passado do veículo pesquisado. Leilão,

sinistros, roubo e furto, além de informações do número do motor

e chassi compõem o laudo.

DELTA 24H

Plataforma que oferece assistência 24h, rastreamento em

tempo real, carro reserva, cobertura de vidros entre outros para

veículos leves. Com o formato de assinaturas, a contratação é

rápida, desburocratizada e pode ser feita através do aplicativo.

O CORRETOR COMO GRANDE PARCEIRO

Para todos os gestores da Delta Global é unânime a importância

da figura do corretor de seguros para a construção, manutenção

e crescimento da empresa. Além de oferecer inovação a

um mercado tão importante para a economia do país, como o de

transporte, o profissional de seguros tem na Delta a transparência,

proximidade e soluções que grandes companhias têm dificuldade

para entregar.

“Desenvolvemos tecnologia para que a Delta pudesse entregar

segurança e confiança para o corretor. Hoje ele tem acesso, em

tempo real, dentro do sistema, todo o resultado do cliente, incluindo

fotos de todos os atendimentos realizados por nós”, enfatiza Castilho.

Aliando a preocupação com transparência e cuidado com a

qualidade, o setor de tecnologia da Delta desenvolveu a sua própria

pesquisa de NPS (Índice que mede a satisfação do cliente). Essa pesquisa

já surge inovadora na forma com que é enviada, via WhatsApp,

logo ao final do atendimento. A média de pontuação da empresa

está em 84 pontos, índice acima da média nacional e internacional.

Outra inovação que colabora com a transparência com o

corretor e cliente é a gravação de todas as ligações em um PABX

próprio. Todos os áudios dos atendimentos estão disponíveis no sistema

em formato MP3, dentro de cada ocorrência, para consulta por

parte do corretor parceiro.

Na parte comercial e de marketing, a Delta oferece aos corretores

parceiros inúmeros benefícios que tornam o processo mais

personalizado. Cartões com a logotipia da corretora e 0800 dedicado

fazem com que o corretor fidelize o seu cliente com a sua marca.

TECNOLOGIA E SERVIÇO PARA O

TRANSPORTE

Mesmo com o foco em atendimento

nacional, a Delta Global, hoje,

já presta suporte em toda a América

Latina em casos de pane ou acidente

de seus consumidores. Mas, no prazo

de um ano, a empresa quer levar seus

serviços de tecnologia para países da

América Latina.

O executivo explica que uma coisa

comum no mercado, atualmente, é o

transportador ter custo sobre o custo. Ao

fechar a apólice de seguro, a companhia

exige o uso de um rastreador. Este aparelho

dá pouca informação tanto para a

seguradora quanto para o transportador.

Assim, para que ele tenha o controle logístico,

ele instala outro rastreador. Para

o controle de jornada, às vezes, é preciso

outro equipamento, e outro ainda para

controle de carga.

A Delta busca um único equipamento

e serviço para realizar todas estas

operações que o transportador necessita.

A seguradora, por seu lado, busca esta

consolidação em uma empresa sólida,

com alto nível de confiança. “Queremos

ter uma ferramenta de tecnologia muito

eficiente e 100% viável comercialmente,

tanto para seguradoras quanto para

transportadores”, avisa Galvão.

O mercado de transportes deve

passar por uma grande transformação

nos próximos anos. Outros setores caminham

vinte anos em quatro, dada à velocidade

da transformação, com ênfase

no digital. “Isso acontece porque ainda

vamos viver alguns anos com juros baixos,

que estimulam a economia e vários

setores, o que é positivo. Devemos ter

cuidado com a inflação e com o custo de

vida das pessoas. O mundo, e o mercado,

com mais potencial de investimento,

deve acelerar o uso das tecnologias, as

novas formas de contratação de produtos

e seguros. Vemos mini revoluções

em vários setores, por isso acredito na

consolidação de alguns. Desta corrida

devem sair grandes players, referências

em suas áreas. A Delta quer ser um destes

players nos próximos 3 ou 4 anos”,

finaliza Galvão.

15


COMEMORAÇÃO

ESSOR

Uma companhia que

escuta, entende e está

próxima ao cliente

ESSOR COMPLETA 10 ANOS DE OPERAÇÃO

NO BRASIL MANTENDO SEU PERFIL

DE SEGURADORA ESPECIALIZADA

E ATENTA ÀS NECESSIDADES DOS

CONSUMIDORES

Foto: manoel_petry

Uma seguradora do grupo francês

SCOR, uma das maiores resseguradoras

mundiais, a Essor comemora

seu aniversário olhando para os

clientes, parceiros e colaboradores. Em

tempos de pandemia, a seguradora mantém

seus funcionários em home office

entendendo que o momento ainda não

permite a total interação no ambiente

fechado. Esperam reabrir o escritório ao

longo do 3º trimestre e, assim como na

Europa, o modelo híbrido deve ser adotado

a partir de então, para aqueles que

assim desejarem.

FABIO PINHO,

CEO

A grande virtude da companhia é

ser uma empresa especialista. Isso acontece

desde que ela nasceu, operando o

seguro agrícola e o transporte (ônibus).

Em ambas as carteiras, a especialização e

as parcerias estratégicas são fundamentais

para garantir um atendimento de

acordo com a vontade e, principalmente,

a necessidade do cliente. “Nestes 10 anos

o que mudou foi a forma de atender o

cliente com um produto que contemple

suas demandas e não o que a seguradora quer vender. Entender o

risco e as necessidades dos clientes são fundamentais. A arte da

inovação não é somente a tecnologia que será empenhada, mas,

sim, desenvolver um produto que o cliente precise, com um valor

agregado em seu dia a dia”, conta Fabio Pinho, CEO da Essor.

O executivo, que chegou à companhia antes mesmo dela ter

seu CNPJ, avalia que a grande mudança que percebeu no setor foi o

aparecimento de novas empresas e produtos, mas que ainda existe

uma lacuna de proteção que começa a ser percebida, principalmente

com produtos para as classes C e D.

O seguro agrícola e o segmento de transporte ainda representam

grande parte da produção da seguradora. A Essor foca em

cinco unidades de negócios: agrícola (safra e paramétrico); transporte

(ônibus, carga, transportador e embarcador); construção civil

(qualidade estrutural); linhas especiais (nichos como embarcações

de recreio, penhor rural, aviação e property); e digital (bike, painel

fotovoltaico, garantia digital e residencial). “Apostamos na proximidade

com o cliente, para escutar e entender o que ele deseja”, destaca

Pinho, que costuma conhecer de perto os nichos nos quais a

empresa atua, conversando com corretores e consumidores finais

para entender as reais dores e oportunidades de cada segmento.

Assim, a seguradora consegue identificar os pontos de mais

possibilidades de negócios e serviços, que vão além de apenas vender

um produto. Para o executivo, a inovação começa dentro das

empresas, com a possibilidade de criação dos próprios colaboradores,

em termos de formas de atendimento e serviços agregados.

Neste momento, a Essor estuda produtos ligados à mobilidade (carros

e bikes) e eletroportáteis (celulares, gadgets pessoais), nos quais

o uso da tecnologia pode ser o diferencial.

Esta mesma tecnologia vai desmitificar a necessidade de ter

seguro, porque ela torna a aquisição mais simples. “O cidadão tem a

capacidade de subestimar os danos e não se planeja para perdas que

poderiam ser compensadas com produtos simples, como um seguro

funeral, de danos, residencial. As empresas também subestimam o risco.

Uma grande construtora sempre acha que suas obras nunca trarão

problemas. Entretanto, vimos exemplos recentes de prédio ruindo ou

piscina afundando, que revelam o mau planejamento. Por que as empresas

não adquirem um seguro para garantir a qualidade estrutural

quando da construção de um empreendimento ou obra de infraestrutura?”,

questiona Pinho. Erros acontecem, sinistros acontecem, e o

seguro existe para cobrir esta brecha, porém, ele precisa fazer parte da

cultura tanto dos cidadãos quanto das empresas.

16



TECNOLOGIA

LOJACORR

as corretoras de seguros para o futuro

O MAIOR ECOSSISTEMA DE SOLUÇÕES

DO MERCADO DE SEGUROS LANÇA

NOVO MÓDULO PARA A GESTÃO DE

BENEFÍCIOS E RAMOS FATURÁVEIS

A

indústria do seguro está acompanhando

a velocidade das

transformações pandêmicas,

atendendo às mudanças do comportamento

do consumidor. Um estudo da

Associação Brasileira de Comércio Eletrônico

(ABComm) analisou que mais de

20 milhões de brasileiros realizaram sua

primeira compra online no ano passado,

sendo um crescimento de 68%, com faturamento

de R$ 126,3 bilhões e mais de

300 milhões de pedidos.

Essa já é a realidade de muitos

corretores de seguros, que estão em crescente

transformação, atendendo seus

clientes 100% de forma online, desde o

primeiro contato até o fechamento da

contratação da apólice. É o que afirma

Sandro Ribeiro, diretor de Tecnologia

O comportamento do consumidor

vem se transformando, assim

como suas prioridades. Escutar

nossos corretores quanto a

essas necessidades e apoiá-los

em entregas que gerem valor

para a sua gestão frente a essas

mudanças é fundamental”

SANDRO RIBEIRO,

diretor de Tecnologia (CIO)

(CIO) da Rede Lojacorr, criadora do maior ecossistema de soluções do

mercado de seguros do País. “O comportamento do consumidor vem

se transformando, assim como suas prioridades. Escutar nossos corretores

quanto a essas necessidades e apoiá-los em entregas que gerem

valor para a sua gestão frente a essas mudanças é fundamental”.

Seguindo esse movimento, a plataforma tecnológica da empresa

– BrokerOne - vem se moldando para proporcionar a melhor

experiência e gestão da carteira dos corretores. Está cada vez mais

clara a transformação no mercado de seguros, com um crescimento

significativo da carteira de vida e saúde. Na Lojacorr, em 2020,

em ramos faturáveis o ano se encerrou com uma produção total

de R$ 88.585.981,33 e os ramos que mais cresceram em relação a

2019 foram: saúde 68%; vida 39% e transporte 27%. Já no primeiro

semestre de 2021, a produção total em ramos faturáveis foi de

R$ 60.812.015,20 e os ramos que mais cresceram no período foram:

saúde 71%; vida 29% e transporte 25%. Ainda de acordo com o diretor

é extremamente importante os sistemas e processos estarem

aderentes. “Por isso lançamos o mais novo módulo ‘ProFB’, voltado

para a gestão de benefícios e ramos faturáveis”, destaca Ribeiro.

O objetivo do módulo é disponibilizar funcionalidades personalizadas.

De acordo com a analista de Operações da Lojacorr e

líder do projeto, Cristina Bronstrup, desde a estruturação, a criação

do módulo foi vista como decisiva para a flexibilização na forma de

remuneração entre os produtores das corretoras. “A centralização

das informações mostra que o corretor pode ter a visualização do

seu negócio de forma mais dinâmica e nossa expectativa é trazer

mais assertividade, clareza e transparência, bem como agilidade nos

processos, tendo em vista que buscamos desenvolver um sistema

de fácil acesso e interpretação”, explica.

De acordo com Luiz Longobardi Junior, diretor de Mercado

e Operações (COO), desenvolver o processo em conjunto com o

time, seguradoras parceiras, corretores e especialistas foi essencial

para enxergar as reais necessidades. “Por meio do ProFB, qualquer

corretor poderá realizar o tombamento das carteiras das corretoras

especialistas nos ramos faturáveis e benefícios, com tranquilidade e

segurança, proporcionado agilidade e gestão impecável. Queremos

cada vez mais empoderar, fortalecer, potencializar e preparar o corretor

para o futuro do mercado”.

Stenio Max, corretor e concessionário da Rede Lojacorr da

Unidade Rio Grande do Norte, conta que, como já usou softwares

de gerenciamento de produção, conhece as necessidades de melhorias

no controle dos ramos de Benefícios e Ramos Faturáveis. “Estamos

auxiliando no aperfeiçoamento do novo módulo ProFB do

BrokerOne para desenvolver a melhor ferramenta de gestão para

corretoras de todos os níveis e tamanhos”.

18


é o futuro da jornada

ideal do cliente

FUSÃO DA PERSONALIZAÇÃO HUMANA COM A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E COMPORTAMENTAL É A TENDÊNCIA

NO MERCADO DO SEGUROS BRASILEIRO

Harmonia figital (física + digital), híbrida e omnichannel é a realidade

brasileira pandêmica e pós pandêmica. Trata-se do

cliente no centro do desenvolvimento organizacional, com

uma jornada sustentada por um ecossistema holístico e uma plataforma

tecnológica de qualidade, baseada em dados, experimentos

e as melhores soluções para o mercado da proteção no Brasil. Essa

é a nova Rede Lojacorr 2.0, em transformação digital no ano do seu

25º aniversário. A maior rede de corretoras de seguros independentes

do País busca proteger mais e melhor os brasileiros, fortalecendo

seu propósito, ampliando a empresa, focada na jornada de seus

clientes principais: seguradoras, corretores e segurados.

Mesmo com o universo digital em crescimento exponencial,

no Brasil (e na maior parte do mundo) as pessoas têm a cultura do

físico, do contato e do atendimento pessoal e personalizado, o que

já vem sendo foco de estudos e pesquisas. A tendência nacional em

toda a sociedade e nas diversas economias é a coexistência entre a população

hiperdigitalizada em sintonia fina com as relações humanas,

que tomam decisões, analisam estratégias, desenham planejamentos

e combinam produtos e serviços para melhor solucionar demandas.

Por meio desse estudo, a Lojacorr vem consolidando sua

transformação digital nos três perfis de clientes, apoiada por uma

jornada que percorre toda as áreas da Rede. É o que explica Daniel

Castello, o mais novo diretor da Lojacorr, que completa o time

decisor no cargo de diretor de Transformação Digital (CDO - Chief

Digital Officer). O gestor, que acumula 30 anos de experiência em

transformação digital, estratégia e gestão de pessoas, mostra que

a prosperidade de uma organização está em colocar o consumidor

no centro do seu modelo e oferecer a ele uma jornada de qualidade,

impecável, que seja fácil, atraente e efetiva. “Estamos consolidando

a construção de novas áreas na Lojacorr, além do fortalecimento das

já existentes, para atingir esse objetivo de desenvolver e afinar as

jornadas de nossos clientes. O objetivo macro é a criar a mais valiosa

plataforma figital do ecossistema do seguro brasileiro”, valida o CDO.

A jornada é composta por fases dedicadas a atrair novos

clientes, ajuda-los a crescer e prosperar, até que se tornem advogados

da marca, provando a excelência da empresa, por meio de um

conjunto de produtos e serviços que englobam vendas, produção,

educação, conteúdo, dados e gestão. “Essa jornada tem o objetivo

de aumentar o reconhecimento da marca entre os seus públicos internos

e externos, e principalmente ajudar o mercado de seguros a

crescer e o corretor a prosperar, para que cresçamos e prosperemos

juntos”, acrescenta Daniel Castello.

DANIEL CASTELLO,

CDO

Esse movimento de transformação

digital vem sendo construído há cerca de

um ano na Lojacorr e deve permanecer

em evolução por até quatro anos. Enquanto

isso, medições constantes sobre

as inovações serão feitas como já vem

sendo monitoradas nas diversas áreas

da empresa, buscando lapidar as estruturas

e ferramentas em desenvolvimento.

Segundo o presidente (CEO) da Rede

Lojacorr, Diogo Arndt Silva, para ajudar o

brasileiro a se proteger mais e melhor, a

empresa vem sendo uma facilitadora junto

ao mercado, criando um ecossistema

abrangente para a comunidade do seguro,

alicerçada pelo compartilhamento do

acesso à informação. “O corretor já está

no centro da operação Lojacorr e nossa

expertise é encontrar melhores formas de

apoiá-lo. Agora, além de aprimorar esse

know-how, olhamos além, em busca do

que está em frente: o crescimento global

do mercado. Temos desafios arrojados e

estamos definindo a estrada para caminhar

até o nosso sonho de democratizar

o seguro e a proteção no Brasil”, anuncia

o presidente.

19


TECNOLOGIA

JORNADA DO CLIENTE

O amanhã é hoje...

E AGORA!

Antes mesmo do boom tecnológico

das últimas duas décadas

que rege as operações de mercado

e as relações com o consumidor, a

indústria de seguros já se preocupava

com a jornada do cliente, com empresas

criando áreas específicas para desenvolver

estratégias de marketing e produtos

que atendessem plenamente às demandas

dos consumidores. O trabalho para

aculturá-lo é, porém, árduo e vem de

longe. Embora tenha havido progresso

nesse sentido, os resultados ainda estão

aquém do esperado no mercado brasileiro.

Mas caminha-se para frente.

Assim como a pandemia forçou

um aumento da demanda digital no mercado,

também expôs lacunas da indústria

securitária, especificamente no que concerne à jornada do cliente.

O desafio reside em como deixar para trás a obsolescência e adequar-se

com precisão a todo aparato tecnológico atual para permitir

ao cliente acesso rápido, preciso e eficiente ao produto que ele deseja

e como deixá-lo personalizado.

Apólice ouviu representantes do mercado e provedores tecnológicos

para entender o que vem sendo feito e, fundamentalmente,

o que poderá ser melhorado para que a jornada do cliente

seja plenamente satisfatória. De cara, uma boa notícia: ferramentas

de engajamento digital voltadas para o relacionamento com o

consumidor estão sendo aplicadas pelas seguradoras para que se

conectem rapidamente com os segurados e os mantenham fiéis ao

produto e à marca. Estudo da Mckinsey, divulgado no ano passado,

sinaliza que investimentos pontuais em tecnologia da informação

(TI) podem gerar aumento de 20% a 30% da satisfação do cliente.

Ou seja, o setor de seguros entendeu o recado e passou a investir

maciçamente em dados, análise preditiva, inteligência artificial, automação

e tecnologias digitais, recursos estes que estão permitindo

20


EMBORA COM TRAÇOS OPERACIONAIS DO PASSADO,

O RELACIONAMENTO DAS SEGURADORAS COM O

CONSUMIDOR ESTÁ PASSANDO POR UMA PROFUNDA

E VELOZ TRANSFORMAÇÃO, ESPECIALMENTE AO

LONGO DA PANDEMIA DA COVID-19. A JORNADA DO

CLIENTE É NORTEADA QUASE QUE INTEGRALMENTE

POR TECNOLOGIAS EMBASADAS PELA AUTOMAÇÃO

COGNITIVA QUE INTERAGE COM VÁRIOS SISTEMAS

LEGADOS E FORNECE SOLUÇÕES CERTAS PARA

CONSUMIDORES CADA VEZ MAIS EXIGENTES

André Felipe de Lima

uma jornada em tempo real e mais precisa para o cliente do seguro.

Os bons resultados decerto estão a caminho.

Outro estudo, este realizado pela consultoria IDC Research

em colaboração com a Liferay, fabricante americana de software de

experiências digitais, reforça que o setor de seguros — apesar do

impacto da pandemia de Covid-19 — está entre os que mais investem

em tecnologia. Divulgada em maio, a pesquisa antevê que a

experiência do cliente corresponderá a 37% do total investido até

2024 pelas seguradoras, correspondendo a vultosos US$ 50 bilhões.

O percentual e a cifra são animadores. No ano passado, comparando-se

dados deste ano e projeções para o próximo, os gastos em TI

para a jornada do cliente foram de 24% do total. Além disso, 60%

das seguradoras ouvidas pelo estudo afirmam que atrair e reter

clientes são suas maiores prioridades. O mercado está inegavelmente

se mobilizando para essa transição.

“À medida que clientes continuam a evoluir em suas necessidades

e preferências digitais, eles demandam novas formas de interação

com as marcas. Hoje, clientes familiarizados com a tecnologia

não apenas estão prontos para o autosserviço como preferem-no,

no lugar da assistência assistida. O estudo

mostrou que 55% das seguradoras já

possuem, ou planejam desenvolver, um

portal online dedicado ao cliente. Outro

dado que mostra a importância que

a indústria de seguros está dedicando à

tecnologia é que, desde o final de 2020,

serviços financeiros e seguros estão em

segundo lugar em crescimento de investimentos

em TI, ficando atrás apenas das

indústrias de varejo e transportes”, diz o

gerente de vendas da Liferay no Brasil,

Flávio Moitinho.

PARA AGRADAR UM CLIENTE

EXIGENTE

Em um mundo cada vez mais imediatista,

cheio de verdades líquidas e de

polarização, é preciso entender como o

cliente deseja ser abordado e atendido,

seja por plataformas digitais ou presencialmente.

É nesse sentido que vem avançando

a jornada do cliente de seguro,

facilitando a vida do consumidor, desde

a cotação de um produto até a regulação

do sinistro, passando pelos serviços de

assistência e garantindo uma boa avaliação

no final do ciclo, que irá balizar toda a

atuação da empresa.

Para possibilitar esses avanços,

com foco na experiência do cliente, a Superintendência

de Seguros Privados (Susep)

vem empreendendo uma extensa

desregulamentação do setor, com maior

simplificação dos produtos e mais liberdade

para inovar. “O sandbox regulatório,

que vai para seu segundo edital, reflete

bem essa nova postura do regulador, reduzindo

barreiras à entrada e facilitando

a inovação. Essas mudanças vão permitir

ao consumidor exercer sua soberania,

pois aumentam a competição e a busca

pelo atendimento das necessidades desses

clientes. O sistema de seguros aberto

(open insurance) vai ajudar a acelerar

ainda mais esse processo, empoderando

ainda mais os consumidores, em conformidade

com a Lei Geral de Proteção de

Dados”, informa, em nota, a Susep.

Para a presidente da Comissão de

Relações de Consumo da CNSeg (Confederação

Nacional das Seguradoras), Maria

Carolina de Oliveira, as redes sociais, assim

21


TECNOLOGIA

JORNADA DO CLIENTE

FLÁVIO MOITINHO,

da Liferay no Brasil

como o maior acesso às informações — e

“muito do que há na palma da mão” — diz

ela, referindo-se ao mobile —, está tornando

o consumidor ainda mais exigente

e independente. “Sem dúvidas que as empresas

vinham se tornando mais digitais,

mas também que a pandemia acelerou

este processo e, consequentemente, o

crescimento de serviços e atendimentos

por meios digitais em toda cadeia de relacionamento

do cliente com a empresa,

desde a cotação de uma proposta até a

indenização de sinistro: é ágil e conveniente”,

ressalta Carolina.

Isso não descaracteriza, contudo,

os esforços em melhorar e investir nos

canais tradicionais, pondera a representante

da CNseg. Segundo Carolina, há

uma diversidade de consumidores e de

preferências, e todos merecem ter uma

FERNANDO WOSNIAK STELER,

da D1

boa experiência, ainda mais no mercado segurador. Carolina reforça

que a meta principal é atender bem e com qualidade, independentemente

do canal utilizado para a comunicação com o consumidor.

“Diria que o desafio é automatizar o que é possível por meios

digitais, seguir investindo em capacitação de pessoas e melhores

práticas para todos os clientes — afinal, nem tudo é possível resolver

por meio remoto —, mas em todos os casos ter sempre em mente

a importância de proporcionar uma boa experiência, atendimentos

mais empáticos e humanizados, pois esta pode ser a única oportunidade

de você demonstrar ao cliente que valeu a pena confiar a

segurança dos seus bens e/ou família a esta empresa. Mensurar a

satisfação durante as jornadas é imprescindível para ter-se ideia de

como sua empresa está indo, independente do canal e/ou serviço,

e ter-se a oportunidade de corrigir ‘rotas’, quando necessário”, recomenda

Carolina.

Criada em 2012, a startup D1 é uma empresa especializada

em softwares para digitalização e geração de documentos e envolvida

com desenho e implementação de jornadas digitais e chatbots,

inclusive para companhias do setor de seguros. No ano passado,

a D1 associou-se a Zenvia, cuja plataforma tecnológica é bastante

utilizada em processos que também envolvem a jornada do cliente.

Juntas, as duas empresas registraram faturamento de, aproximadamente,

R$ 500 milhões em 2020. Fernando Wosniak Steler, fundador

e CEO da D1, reforça que a satisfação do segurado deve vir sempre

em primeiro lugar. “Não à toa, o case de maior crescimento de vendas

de seguro de vida do Brasil é do Nubank, que coloca usabilidade

e atendimento digital como estratégia principal. Pela experiência

da D1, ao desenvolver e manter milhares de jornadas de chatbots e

autoatendimento das principais seguradoras do Brasil, constatamos

um fato curioso, porém previsível: quando um cliente é bem atendido

pelo WhatsApp de forma instantânea, sua nota de avaliação NPS

aumenta substancialmente. Temos o melhor dos dois mundos, baixo

custo e alta satisfação”, afirma Steler.

O cliente está buscando cada vez mais o atendimento online

sob demanda, sem burocracias e, sobretudo, facilitado, não importando

qual dispositivo utilize para isso, seja um celular, tablet, smartwatch,

computador ou outro, desde que esteja conectado. Os projetos

digitais implantados por muitos clientes da Liferay pelo mundo

evidenciaram esse contexto, como descreve Moitinho:

“Outro ponto que também veio para facilitar a experiência do

cliente foi a adoção de canais digitais mais ágeis para os corretores

e fornecedores de serviços de assistência. Hoje, com um portal do

corretor é possível gerenciar toda a jornada do cliente no pós-venda,

otimizar indicações de produtos complementares baseado em dados,

acessar treinamentos da seguradora, receber notificações sobre

as apólices que estão próximas do vencimento, e assim por diante.

Da mesma forma, um prestador de serviços de assistência para o segurado

hoje consegue receber em tempo real todas as informações

que precisa para atender o cliente de maneira personalizada, já sabendo

qual sua necessidade, localização, cobertura e demanda antes

mesmo de ter o primeiro contato no momento do sinistro. Tudo

isso acaba refletindo em uma experiência com menos atrito para o

cliente”, observa o executivo.

22


"Sem dúvidas que as empresas vinham

se tornando mais digitais, mas também

que a pandemia acelerou este processo e,

consequentemente, o crescimento de serviços

e atendimentos por meios digitais em toda

cadeia de relacionamento do cliente com a

empresa, desde a cotação de uma proposta até a

indenização de sinistro: é ágil e conveniente

MARIA CAROLINA DE OLIVEIRA, da CNSeg

COM RAPIDEZ, PRECISÃO E PERSONALIZAÇÃO

A resolução das “dores” do cliente deve ocorrer com velocidade

e de forma personalizada e as informações precisam estar disponíveis

pelo canal que mais o agrada. Quais são estas plataformas

que cercam essa jornada atual de um cliente hoje mais antenado e

exigente e qual delas é consideravelmente mais eficiente? “Seguro

não é um assunto ‘de fácil’ entendimento para todos, pelo contrário.

Sem dúvida há muito a melhorar, principalmente em canais digitais

em que a intenção é tornar a experiência intuitiva, assertiva e esclarecedora,

e se possível menos robótica. Desafiador, não?”, questiona

Carolina, da Comissão de Relações de Consumo da CNseg.

Steler enumera as mais relevantes plataformas tecnológicas

que ditam a jornada do cliente. Ele define o WhatsApp como

o principal canal de atendimento no Brasil. Na sequência aparece

o Facebook, que vem ampliando os recursos da plataforma, como

inclusão de forma de pagamento, comércio eletrônico e carrinho

de compras, e também abriu as API’s do Instagram, além de flexibilizar,

por exemplo, o envio de mensagens promocionais. “E esta

é uma conhecida ‘briga de cachorro grande’, já que o Google não

está parado e vem ameaçando a hegemonia do Facebook com

produtos como RSC (uma espécie de SMS 2.0) e o Google Business

Message, que estão disponíveis nativamente nos sistemas

Android, presentes em 95% da base instalada, além de estarem

intrinsecamente interligados à página de busca, onde o Google

domina expressivamente. Quem ganham são as seguradoras e os

segurados, que podem esperar por inovações e custos menores”,

presume o CEO da D1.

Para colocar o cliente no centro da estratégia, a indústria de

seguros buscou soluções para alguns gargalos comuns no setor, e

as empresas, como assinala Moitinho, lidam com a alta complexidade

tecnológica caracterizada por vastos sistemas legados que nem

sempre são integrados e que causam silos de informação que dificultam

a otimização da jornada do cliente.

O executivo da Liferay aponta que as tecnologias que vêm

para ajudar nesse processo precisam justamente agir nestes gargalos

para garantir a segurança de dados. “Além disso, para os times

de negócio (marketing, vendas, atendimento ao cliente etc), essas

plataformas dão a flexibilidade necessária

para acelerar a personalização dos canais

digitais (portal do cliente, portal do corretor,

site de registro de sinistros, canal de

suporte, etc) sem a necessidade de intervenção

da TI. Essas plataformas também

servem de ponto central para conexão de

todo o ecossistema que envolve o atendimento

ao cliente de seguros: colaboradores,

corretores e fornecedores”, explica

Moitinho.

AUTOMATIZAÇÃO DE PROCESSOS

A tradicional companhia IBM foi

criada em 1911, nos Estados Unidos, e fez

do Brasil seu primeiro porto no mercado

externo, isso no longínquo 1917. De lá

para cá, o foco da multinacional foi sendo

redefinido de fabricante de hardware

para desenvolvedora de soluções mais

complexas de TI, marcando presença em

todos os setores, sobretudo o de seguros,

para o qual vem apresentando tecnologias

pontuais e fundamentalmente

dirigidas para a jornada do cliente, como

esclarece a líder em soluções cognitivas,

inteligência artificial & blockchain da IBM

Brasil, Adriana Nascimento, exaltando a

importância do corretor na relação segurado/

seguradora.

“É inegável que este seja ainda o

principal canal de contato com o segurado

(tanto pessoa física, quanto jurídica),

23


TECNOLOGIA

JORNADA DO CLIENTE

tecnologias como inteligência artificial, robôs automatizados, blockchain

entre outras, possam trazer visibilidade e rapidez na jornada

do cliente”, admite Adriana.

ADRIANA NASCIMENTO,

da IBM Brasil

uma vez que esta regra faz parte do órgão

regulador no Brasil (Susep). O corretor

é responsável, não somente na contratação

do seguro (para indicar qual o

melhor produto e seguradora), mas também

no suporte ao segurado em toda a

vigência do seguro. Portanto a estratégia

de evolução deste canal continua fazendo

parte das principais seguradoras,

mas isso não significa que o segurado

está distante”, entende Adriana, afirmando

também que as seguradoras investiram

ao longo dos últimos anos em app’s

e Web para que cada vez mais o segurado

esteja presente e confortável com

o serviço que ele contratou, munindo-o

de informações sobre o ciclo de vida da

apólice e de outras adicionais alusivas a

serviços agregados que farão diferença

na escolha de um novo produto ou na

renovação do seguro.

Mas a executiva da IBM alerta

que o mercado de seguros ainda caminha

em uma estrada “conservadora” em

seus processos internos, principalmente

quando é abordada a transformação digital

na visão do cliente. “Por mais que

ao longo dos anos a indústria tenha

avançado, ainda estamos longe de promover

uma experiência totalmente digital

na sua jornada. A transformação digital

é muito mais do que colocar algumas

funções para o segurado no site ou app

da seguradora. Temos que começar a

pensar na automatização de processos

através de workflows inteligentes, onde

QUEBRA DE PARADIGMAS NO ATENDIMENTO AO CLIENTE

A transformação digital na SulAmérica é algo contínuo, desde

antes da pandemia. Justamente pela sua essência digital, a companhia

pôde implementar rapidamente soluções de atendimento aos

seus clientes durante a pandemia, como a telemedicina e as transações

via aplicativo. Mas a SulAmérica não quer transformar totalmente

a experiência física em digital. A empresa busca ser cada

vez mais Phygital, ou seja, ser cada vez mais digital na sua essência,

mas sem trocar o físico pelo digital e respeitando as preferências dos

consumidores.

Diretor de Transformação Digital, Inovação e Advanced

Analytics da SulAmérica, Alexandre Putini pondera que o atendimento

da seguradora, mesmo sendo digital, é humanizado. “Estudamos

cada perfil e habilitamos o melhor canal de atendimento. Se é

para ser atendido e falar com uma pessoa, temos ferramentas para

direcionar isso mais rapidamente. Se é por meio de processos de inteligência

artificial, também oferecemos esse serviço. Para nós uma

experiência boa e ágil é fundamental”, explica o executivo.

A pandemia da Covid-19 acelerou na SulAmérica a capacidade

de transformar dados em informação. Atualmente, a seguradora

mantém uma equipe interna com cerca de 150 profissionais que

transformam dados em informações para um atendimento cada vez

mais contextualizado.

O período de distanciamento social também ajudou a quebrar

alguns paradigmas, segundo Putini, como o home-office e a

telemedicina. A SulAmérica registrou 309 mil consultas no primeiro

trimestre de 2021, um crescimento de 1.138% em relação ao mesmo

período do ano passado.

HORA E VEZ DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Oito entre dez executivos de seguros ouvidos pela consultora

Accenture apontam que a inteligência artificial (IA) revolucionará a

relação do consumidor com a seguradora. E esta profunda transformação

na jornada do cliente já é uma realidade.

Como exemplo de dedicação às novas tecnologia, Fernando

Steler menciona a Porto Seguro. Quarenta por cento de todos os

acionamentos de serviços da seguradora para carros e residências já

são feitos pelo WhatsApp. “Não existem dúvidas de que esse número

só vai crescer entre todas as empresas. Aquelas que saíram na frente

estão conseguindo melhores ganhos operacionais com melhores

índices de satisfação. A inteligência artificial só tende a melhorar

com o tempo, quanto antes você começar o processo de curadoria

dos seus bots, melhores serão seus resultados”, ressalta o executivo

da D1, que acrescenta: “O case que gostamos de comentar é o da

maior seguradora chinesa — acredito que do mundo —, chamada

Ping An. Com centenas de milhões de clientes na base, consegue ter

100% do seu atendimento automatizado via inteligência artificial.

A China está muito avançada neste quesito e vale todos ficarmos

atentos.”

24


ARTIGO

CONFITEC

Projur: solução sob medida para a área

jurídica das companhias seguradoras

A TECNOLOGIA CHEGOU DE VEZ À ÁREA JURÍDICA. EM SOLUÇÕES VOLTADAS PARA A GESTÃO DE PROCESSOS

JURÍDICOS INTERNOS DAS EMPRESAS E STARTUPS - LAWTECHS OU LEGALTECHS -, BEM COMO NAS RECENTES

INFORMATIZAÇÕES DOS TRIBUNAIS. O FOCO É AUMENTAR A EFICIÊNCIA NA GESTÃO DAS AÇÕES JUDICIAIS E

SUAS PROVISÕES, ENQUANTO SE AUTOMATIZA TAREFAS REPETITIVAS E SE REDUZ RISCOS OPERACIONAIS

Desde 2017, a Confitec investe continuamente

em um sistema de gestão dos processos judiciais,

criado para aumentar a confiabilidade do

trabalho da área jurídica e a eficiência da operação das

ações cíveis das seguradoras, o Projur.

O Projur é um sistema jurídico voltado exclusivamente

para seguradoras e criado para este fim. A Confitec

é especializada na indústria de seguros, onde atua

desde 2003. Ainda que existam outros sistemas judiciais,

entendemos a importância de se falar a língua do “segurês”

e de atender aos requisitos específicos dos órgãos

reguladores do mercado de seguros.

O ponto mais interessante a se destacar no Projur

é o seu idioma nativo do mercado de seguros. A gestão

precisa das provisões de sinistros judiciais e contingências

cíveis das pastas tramitadas no sistema. Antes do

Projur, era comum haver controles em planilhas ou processos

cadastrados e tramitados nos sistemas de sinistro

da seguradora, sem as devidas particularidades de um

processo judicial.

A contabilização, muitas vezes feita de forma

manual a partir dos dados extraídos de planilhas ou relatórios,

em contas contábeis genéricas, trazia riscos às

seguradoras e insegurança na prestação de informações

à Susep.

Com a implantação do Projur, a companhia ganha

um sistema focado na área jurídica de uma seguradora,

com forte orientação às suas provisões, várias possibilidades

de configuração de probabilidades de perda, contabilização

automática das reservas, pagamentos, bloqueios

e depósitos, com os devidos cálculos de correção

monetária e juros, praticamente eliminando riscos de

divergências entre os números operacionais e contábeis.

Com isso, as companhias passam a ter muito

mais confiança nas informações prestadas pelo sistema

para cálculo de PSLJ (Provisão de Sinistros a Liquidar Judicial)

e Contingência Cível e sentem-se mais seguras no

atendimento das demandas legais, de auditoria e fiscalização

da Susep.

Desde que as seguradoras começaram a adotar

o Projur, mais de 30 mil processos passaram pelo sistema.

Nos orgulhamos de ter alcançado um excelente

resultado na gestão e contabilização das provisões judiciais

dos nossos clientes, trazendo segurança contábil

para as operações.

Mas não paramos por aí. Estamos muito animados

com a nova frente de inovação que está sendo

desenvolvida no Projur em conjunto com empresas

parceiras da Confitec: em breve, teremos a coleta automática

das aberturas de pasta, citações e andamentos

dos tribunais.

Hoje, é preciso que alguém acesse os sites dos

tribunais para checar as movimentações dos processos

envolvendo as seguradoras. Isso gera custos, possíveis

falhas na coleta das informações e eventuais perdas de

prazo.

Com a novidade, o Projur vai manter os advogados

das seguradoras atualizados de forma automática

e segura. A perda de prazo de uma única ação judicial,

dependendo dos valores envolvidos, poderia ser suficiente

para pagar anos de manutenção do sistema.

As áreas jurídicas das seguradoras estão atentas

a esses movimentos e já estão revendo seus processos,

pois há cada vez menos espaço para atividades manuais

e controles paralelos. As evoluções já chegaram, e

a exigência por excelência é cada vez maior. Estamos

todos atentos a essas mudanças, que trarão maior confiabilidade

e eficiência operacional ao nosso mercado.

Quer saber o que o Projur pode

fazer pela gestão dos seus

processos judiciais? Vamos

conversar?

RICARDO STAMATO

diretor da Confitec

25


ESPECIAL TECNOLOGIA

INSURTECHS

Elas estão

por toda

parte

SE ANTES ERA PRECISO IR ATRÁS

DE EMPRESAS QUE ESTÃO

INOVANDO NO MERCADO, AGORA

OS DADOS PARECEM BROTAR POR

TODOS OS LADOS. COM FOCOS DE

INOVAÇÃO MAIS ACENTUADOS EM

LOCAIS ESPECÍFICOS COMO VALE

DO SILÍCIO (EUA), REINO UNIDO,

TELAVIV (ISRAEL) E SINGAPURA, AS

STARTUPS SURGEM COM PRODUTOS

DIFERENCIADOS E NOVAS FORMAS

DE TRATAR O CONSUMIDOR DO

MERCADO DE SEGUROS

Kelly Lubiato

Há muito capital interessado em

investir em novas empresas de

tecnologia ligadas ao mercado de

seguros. Entretanto, para chegar ao ponto

de receber investimentos, elas precisam

passar por outras fases, que requerem um

investimento menor, normalmente bancado

por investidores “anjo”, para colocar

a empresa em ponto de entrega. A pandemia

prejudicou muito a operação de novas

insurtechs, por um lado. No Brasil, este

papel de ‘propulsor para o pontapé inicial’

ficou a cargo da Susep, com a criação do

Sandbox regulatório.

HEITOR OHARA,

Curador do CQCS ITC Experience

“São muitas forças e interesses colocados simultaneamente”,

verifica Heitor Ohara, curador do CQCS ITC Experience. Ele vê como

pano de fundo, a pandemia que, além das mortes, desacelerou a

economia, ampliou o desemprego e acentuou as desigualdades e

o momento político, que conturba e confunde a confiança. Por isso,

ele acredita que algumas iniciativas aguardam uma ‘melhor hora’

para serem colocadas em prática. “Apesar do timing, os investidores

seguem na busca de projetos para seus portfólios. O sandbox deu

luz aos projetos, que, como dizem, precisam de tração. Muitos projetos

nascem como extensão das fintechs, seja em bancos, financeiras

ou meios de pagamento. Somados a isso, os movimentos pelo Open

Insurance propõem um compartilhamento e integração inéditos no

mercado. O cenário é de oportunidades num ambiente bastante desafiador”,

acrescenta.

Este é apenas o início em termos de investimentos em insurtechs.

O setor de seguros é 5 vezes maior que o setor bancário,

portanto, ainda não estamos distantes do teto dos investimentos no

ramo de seguros.

Os especialistas acreditam que a ruptura no setor de seguros

está apenas começando. Gil Arazi, fundador da FinTLV Ventures, uma

Venture Capital que já conta com alguns unicórnios em sua carteira,

explica que há um mercado de US$ 7 trilhões que está apenas começando

a abraçar novas tecnologias, novos modelos de negócios,

novos clientes e bilhões de pessoas mal atendidas e mal seguradas.

“A maioria dos incumbentes está procurando tecnologias potenciais

para melhorar seus sistemas centrais e a jornada de seus clientes

usando tecnologia de sinistros, onboarding e KYC, tecnologias de

subscrição e ferramentas para permitir canais de distribuição mais

eficientes. Mas, quando olhamos para as oportunidades à nossa

frente, observamos algumas tendências que afetariam significativamente

a indústria: a mudança para a prevenção de catástrofes, as

26


mudanças nos modelos de negócios dos produtos de longo prazo

e os gigantes da tecnologia que estão entrando em cena”, explica o

investidor.

Portanto, quando olhamos para as novas soluções, observamos

uma combinação de empresas insurtechs que podem ser proprietárias

de toda a cadeia de valor do setor de seguros e fornecer

novos produtos a novos clientes enquanto assumem o risco em

seus balanços patrimoniais.

Hoje, o mundo possui alguns polos de incubação de insurtechs

no mundo. Alguns dos mais importantes são Vale do Silício,

nos Estados, Singapura/China, TelAviv, em Israel e o Reino Unido,

na Europa. Não é preciso estar nestes locais para criar, mas a presença

física e a troca de informações são mais intensas em polos

deste tipo. O grande desafio das startups é identificar uma lacuna

e supri-la de forma ágil, com custo baixo e com possibilidade para

produção em escala.

Tornar-se um unicórnio é o sonho de dez entre dez empreendedores.

Arazi explica que quando se fala sobre unicórnios insurtech,

a história pode se tornar muito longa, porque é necessário um

profundo conhecimento em seguros para diligenciar uma empresa

deste tipo. “Uma startup unicórnio pode adquirir novos clientes

com um modelo de negócios válido que lhe permita cobrir o custo

de aquisição em um prazo razoável. Isso, é claro, inclui a compreensão

da tomada de risco, a taxa de perda, as comissões cedentes,

a escala móvel da comissão, a vida útil do cliente e a retenção etc”.

As empresas que são mais atraentes para receber investimentos

são aquelas que detém a cadeia de valor do negócio. Uma

empresa que possui um produto em vez de um serviço, uma empresa

que pode construir um jogo de seguros com base em tecnologia

avançada que dá à empresa uma vantagem competitiva por um

lado e, por outro, um crescimento exponencial no prêmio subscrito”,

ensina Arazi.

MERCADO ISRAELENSE

Em geral, as startups israelenses arrecadaram US$ 10,5 bilhões

até maio de 2021, ultrapassando o recorde estabelecido durante

todo o ano de 2020. Os três setores que dominaram este ano

foram as empresas de software empresarial, fintechs, insurtechs e

segurança cibernética.

“Neste cenário, Israel se tornou um dos principais polos de

inovação para a indústria de seguros do mundo, trazendo tecnologia

de ponta para toda a cadeia de valor do mercado de seguros

(ciência de dados aplicada a seguros, inteligência artificial e aprendizado

de máquina para distribuição, contratação, processos operacionais

e sinistros)”, afirma Samy Hazan, CEO da Insurtech-Brasil, responsável

por fazer um intercâmbio entre empresas dos dois países.

“O ecossistema israelense é composto por mais de 200

insurtechs com soluções diversas para a melhoria da eficiência

operacional, subscrição de riscos, distribuição, gestão de fraudes,

gestão e prevenção de riscos para os segmentos de vida, saúde,

patrimoniais, agrícola, cibernético, entre outros. Israel lidera o

ranking mundial dos investimentos públicos em pesquisa e desenvolvimento,

seguido da Korea do Sul, com investimentos em P&D

GIL ARAZI,

Fundador da FinTLV Ventures

na ordem de 4,7% e 4,5% do PIB, respectivamente”,

enumera Hazan.

O ecossistema israelense mostrou

sua relevância nos últimos dez anos, com o

surgimento dos unicórnios (empresas com

valor de mercado superior a US$ 1 bilhão)

de seguros como Lemonade, Next Insurance,

Hippo, Earnix, Sapiens Softwares.

Segundo Hazan, o objetivo do road-show

no Brasil é conectar o ecossistema

brasileiro de seguros com o ecossistema

israelense. “Foi uma oportunidade

de o executivo e o empreendedor brasileiro

conhecerem e interagirem com as

start-ups israelenses e explorar oportunidades

de colaboração. Após o road-show,

já foram agendadas mais de 20 reuniões

de negócios com as insurtechs israelenses

para exploração das soluções apresentadas

no road-show”, completa.

SAMY HAZAN,

CEO da Insurtech-Brasil

27


ESPECIAL TECNOLOGIA

INSURTECHS

O QUE AS INSURTECHS ESTÃO FAZENDO MUNDO AFORA

Algumas publicações internacionais elegeram as insurtechs mais relevantes

para o mercado em 2020. Conheça algumas delas aqui:

BOUGHT BY MANY: fornece cobertura para pets com base

em informações obtidas nas redes sociais e outras fontes

que fazem sugestões sobre como melhoarar seus produtos.

A empresa também foi a primeira seguradora para animais

de estimação a oferecer sinistros on-line sem formulários e

coloca a tecnologia no centro de sua estrutura de apólices.

QUANTEMPLATE: é uma insurtech sediada em Londres que

oferece machine learning, transformação de dados e soluções

analíticas para profissionais de seguros. O negócio da insurtech

é apoiado pelos principais investidores e empresas financeiras

e de seguros, como Anthemis Group, Route 66 Ventures Inc.,

Transamerica e Allianz.

DINGHY: é uma seguradora que paga por segundo que cria suas

apólices, especialmente para freelancers e empresas.

A abordagem mobile-first permite que os clientes ativem

e desativem suas apólices conforme necessário. Dinghy

recentemente se associou à ARAG - a seguradora e consultora

de despesas legais. As empresas criaram os produtos

‘Freelance Assist’, combinando suas ofertas. Isso significa

que os profissionais jurídicos autônomos podem receber

a cobertura flexível do Dinghy com os recursos online e

aconselhamento da ARAG.

TRÖV: sediada na área da Baía de São Francisco, a Tröv é

uma plataforma de seguro sob demanda que permite que os

consumidores segurem itens únicos por qualquer período de

tempo que precisem, inteiramente de seus telefones celulares.

No site da empresa a seguradora afirma que está “reinventando

o seguro para a geração móvel, tornando-o simples, flexível

e transparente”. Tröv está disponível na Austrália e no Reino

Unido, e começou sua implantação nos EUA em 2018.

WRISK: como o nome sugere, fornece avaliações de risco

para que os clientes possam ter transparência competitiva

em relação às suas apólices de seguro. A pontuação do Wrisk

é fácil de usar e a interface é rápida e simples, o que torna

mais fácil encontrar a apólice mais adequada. Atualmente, a

Wrisk trabalha em parceria e é a principal seguradora da BMW

no Reino Unido. No entanto, a insurtech também fez parceria

com a Allianz Automotive para oferecer apólices de seguro de

automóveis a clientes no mercado europeu.

NEOS: especializada em seguros residenciais, a Neos foi

fundada em 2016. Além de seguro residencial e assistência

24 horas por dia, 7 dias por semana, a empresa com sede no

Reino Unido oferece tecnologia inteligente, como sensores

inteligentes e câmeras de segurança internas, para que

os consumidores possam proteger sua casa. A seguradora

multinacional Aviva concordou em adquirir uma participação

majoritária na empresa no ano passado.

ZEGO: construiu seu negócio principal em torno de apólices flexíveis

que atendem consumidores na economia de gigs, autônomos e

empresários. A estrutura pré-paga e a personalização eficaz das

políticas por meio de um aplicativo, telefone e web significam que

acessibilidade e facilidade são fundamentais para seus serviços.

A Zego usa fluxos de dados granulares para avaliar os níveis de

preços e garantir que estão com as taxas corretas.

SERENUS: Plataforma de inteligência artificial para contribuir

na autorização de procedimentos de saúde. Ele oferece também

terapias alternativas para os casos apresentados. O objetivo não

é discutir as decisões médicas, mas apresentar embasamento

para a oferta de alternativas

MEDIME: plataforma para realizar o gerenciamento de risco

detalhado para pessoas com doenças pre-existentes, para que

elas possam adquirir planos de saúde com valores adequados

aos seus riscos.

EMNOTION: Empresa que realiza a previsão do tempo com

precisão e antecipação.

GEFEN TECHNOLOGIES: solução para empoderar corretores

de seguros no mundo digital, é uma plataforma omnichannel

que permite ao corretor de seguros ter uma presença digital,

participação ativa em todas as redes sociais, interação com

sua base de clientes e prospecção de novos clientes. Tudo

muito simples e intuitivo, além de WhatsAppBot Corretor, videos

chamadas para reuniões de vendas e um painel de controle

para monitoramento dos indicadores de acesso e resultados de

campanhas de marketing.

LIGHTICO: interação e jornadas do cliente 100% digital para

processos de vendas, serviços e sinistros. A solução traz uma

jornada digital única do cliente, sem aquele “pinga-pinga” de um

canal ou ponto de contato para outro. Faz análise de documentos

e assinaturas digitais. Jornada 100% configurada pelo usuário,

sem a necessidade de programação especializada.

BEYOND MINDS: soluções customizadas de inteligência artificial

e aprendizado de máquina para qualquer processo de seguros. A

empresa israelense cria soluções de IA para problemas específicos

dentro de uma seguradora ou corretora de seguros

IFEEL: plataforma para gestão da saúde mental de colaboradores

em clientes que utiliza ciência de dados e inteligência artificial.

Ferramenta de engajamento de clientes, através da gestão e

prevenção da saúde mental.

FACETRON: análise de riscos para seguros e crédito através de

imagens faciais com assertividade de 90,5% e tecnologia de

última geração.

Fontes: Post Insurtech 100, Insurtech-Brasil

28


TECNOLOGIA

TOO SEGUROS

Pioneira na adesão ao sistema de registro

de operações (SRO)

NA TOO SEGUROS FOI DESENVOLVIDA

UMA PALATAFORMA DE REGISTRO

QUE VALIDA AS INFORMAÇÕES E

PERMITE O GERENCIAMENTO DAS

OPERAÇÕES SEM DIVERGÊNCIAS

Em abril de 2020 a Susep (Superintendência

de Seguros Privados) estabeleceu uma nova

iniciativa para tornar o mercado de seguros

mais moderno. De lá para cá, o objetivo do novo sistema

de registro de operações (SRO) é garantir que todos os processos

– seja uma emissão de apólice, sinistro, endosso, liquidações

ou resseguro – estejam registrados nesse novo sistema.

A medida está na circular 601 e é obrigatória. As informações

de cada seguradora serão armazenadas em uma das três entidades

registradoras homologadas pela Susep através de um edital:

a B3, a CERC e a CSD. São elas que oferecerão essa tecnologia de

armazenamento de dados e possibilitarão a consulta pela Susep.

Com isso, o mercado de seguros deverá ganhar outros patamares

nos próximos cinco anos, com todas as seguradoras já integradas

ao sistema.

Além de ampliar a capacidade de supervisão, tornará o processo

mais transparente, tanto para investidores do mercado de

capitais quanto para o próprio supervisor. Com esses dados, será

possível ter um maior controle de risco e estudar novos modelos de

negócio. Já para o segurado, o novo sistema de registro de operações

vai melhorar a comunicação com a seguradora através da consulta

de todas as apólices emitidas para um determinado CNPJ ou

CPF. A Too já está preparada para colaborar com o movimento, sem

erros operacionais e 100% automatizada.

SEGURADORA JÁ ADERIU AO NOVO SISTEMA

Na Too Seguros foi desenvolvida uma plataforma de registro

que valida as informações extraídas do sistema operacional i4PRO. Ela

concilia os dados entre essa plataforma e a registradora, e permite o

gerenciamento das operações, com um dashboard que exibe o volume

de apólices emitidas, LMG médio, prêmios pagos entre outros.

“Criamos um sistema de gestão de dados que valida as informações

extraídas do I4PRO para que cheguem até a CSD, a registradora

escolhida, sem divergências”, diz Roberto Ferraz, superintendente

de Operações da Too.

Dessa forma foi possível cumprir a circular antes do prazo

previsto, iniciado em 3 de novembro, registrando a carteira completa

com processos desde 2013.

“Agora, em relação à parte de resseguro

(recuperação, prestações de contas,

prêmio e comissão), ela também está

pronta desde novembro do ano passado,

também nos antecipando ao prazo regulatório”,

diz Paola Bittencourt, especialista

de Projetos da Too.

O projeto apenas começou e a

partir de agosto também se tornará obrigatório

o registro no SRO para operações

relativas aos seguros classificados no grupo

de riscos financeiros – com exceção

dos ramos de crédito interno e de crédito

à exportação, que só serão obrigatórios

em dezembro.

O mercado está na expectativa de

receber o cronograma para implantação

do registro de seguros de pessoas e danos

muito em breve, após uma consulta

pública em abril desse ano. Vale ressaltar

que a plataforma desenvolvida pela Too

está pronta para atender todos os ramos

de seguro.

Ainda segundo a Susep, espera-se

que com essa nova medida, e em conjunto

com outros projetos em andamento,

desenvolva-se uma gestão de risco baseada

em inteligência de mercado para

tornar o setor mais eficiente e dinâmico,

com foco em inovação e agilidade para

atender as demandas do consumidor.

29


TECNOLOGIA

REVOLUÇÃO

Dados, o bem mais valioso

NÃO É MAIS O PETRÓLEO QUE DITA SOZINHO O

RUMO DE MERCADOS E SOCIEDADES. SEU PESO

AINDA É INEGAVELMENTE ESSENCIAL, MAS

AGORA COMPARTILHADO COM A BILIONÁRIA

ECONOMIA QUE GIRA EM TORNO DOS DADOS

PESSOAIS, HOJE ASSUSTADORAMENTE

ONIPRESENTES. DE ALGUNS ANOS PARA CÁ,

TRADICIONAIS SEGURADORAS E INSURTECHS

INVESTEM MACIÇAMENTE EM NOVAS

TECNOLOGIAS INTEGRALMENTE GUIADAS POR

DADOS NA BUSCA PELA OFERTA CUSTOMIZADA

DE PRODUTOS

André Felipe de Lima

O

mercado de dados pessoais deverá

movimentar algo em torno

hoje, especialmente hoje, conhecer meticulosamente o que pensa,

sempre, perpassando séculos, da Revolução Industrial até aqui, mas

de US$ 400 bilhões nos próximos

o que faz, do que gosta, o que compra, enfim, o perfil completo deste

consumidor tornou-se o cume de qualquer plano estratégico de

quatro anos. Essa projeção de especialistas

não é empírica e tampouco infundada.

O impacto das novas tecnologias,

tradicionalmente conservador, está sofrendo profundas mudanças

marketing. A indústria de seguros, embora portadora de um recorte

sobretudo as que cercam dados pessoais,

é forte e a presença delas no dia a

Não demorará para que todos os empreendedores, de uma

por conta desse novo desenho imposto pela economia de dados.

dia de todos, independentemente dos

forma geral e independentemente da proporção do negócio onde

aspectos socioeconômicos específicos

se concentram, insiram a análise de dados no cotidiano operacional.

de cada sociedade, é irreversível. E nessa

Pesquisa divulgada no ano passado pela Opinion Box mostra que

economia ditada pelos dados digitalizados,

o produto principal é o cidadão, o

no mercado sem que estejam amparados por uma profunda análise

57% dos gestores ouvidos para o estudo afirmam não dar um passo

consumidor de fato. Por ele e para ele as

de dados, premissa que vale também para quem se aventura pela

empresas trabalham e produzem, como

primeira vez nessa complexa relação com clientes.

LUANA PAGANINI,

da Neoway

CAMINHO A SER PERCORRIDO

O conceito de data driven (em tradução livre: “guiado por dados”)

está bem internalizado pela indústria de seguros ou somente

com a investida das insurtechs ele começa a se difundir com mais

exatidão?

Ao enriquecer informações alusivas aos clientes e automatizar

regras de avaliação de riscos, as empresas conseguem, através

de modelos machine learning e de inteligência artificial, mensurar

riscos e agilizar o processo de contratação. Mas ainda há muito a ser

feito no mercado securitário, sobretudo para reduzir o nível de burocracia

que ainda mostra-se presente na jornada do cliente. “Apesar

de as insurtechs acelerarem as tendências de transformação digital

no mercado segurador, as mudanças ainda esbarram em alguns processos

burocráticos que dificultam a transição das grandes empresas

para um modelo data driven", avalia Luana Paganini, coordenadora

30


de vendas e especialista no setor de seguros da Neoway, empresa

desenvolvedora de soluções em big data analytics e inteligência

artificial (IA).

As insurtechs trabalham ou deveriam trabalhar naquilo que

as grandes seguradoras são mais lentas ou burocráticas. O desafio

das novas empresas, em um primeiro momento, explica o CEO da

Segfy, Marco Roque Villa, é constituir uma base inicial de clientes

para explorar o potencial de inteligência analítica. O big data, por

exemplo, analisa Villa, permite avaliar grandes volumes de informações

de bases de dados de fontes variadas, como redes sociais,

internet, IoT etc, para obter insights, modelos preditivos e com isso

alcançar uma visão mais ampla do comportamento dos clientes

reais e potenciais, reduzir a burocracia e ofertar produtos personalizados.

“O mercado de seguros está aprendendo a trabalhar efetivamente

com dados. Ainda existe muita confusão, fake news e

paranoia a respeito deste tema. Os modelos de precificação já são

modelados por dados, porém as seguradoras hoje enxergam parte

do mercado, ou seja, enxergam somente os dados que possuem

das suas cotações e segurados. Algumas seguradoras já estão utilizando

informações de inteligência de mercado fornecidas por empresas

do ecossistema”, completa o CEO da Segfy, uma plataforma

para corretores de seguros com sistema de multicálculo e gestão

100% online.

Para o CEO da Minuto Seguros, Marcelo Blay, o conceito de

data driven integra o DNA da indústria de seguros desde sempre,

muito antes de termos como “big data” e “analytics” ganharem a dimensão

que têm hoje. Blay ressalta que as seguradoras dependem

de dados para poder colocar preço nos riscos e tanto maior seu grau

de acerto e precisão quanto maior a base de dados. Questionários

de avaliação de risco — enfatiza o executivo — que são usados há

décadas, nada mais são que a coleta de dados para o uso estatístico

e atuarial, que são as disciplinas do conhecimento fundamentais

para o funcionamento das empresas e para a solvência do mercado.

“Novas empresas buscam construir bases de dados o mais rápido

possível para que possam aferir sua precificação e instituir uma

política de subscrição de riscos eficaz. Muitas vezes usam de bases

externas enquanto constroem sua carteira de clientes. Temos visto

uma profusão de metodologias de coleta de dados com o propósito

de observar e registrar os hábitos dos clientes com relação aos mais

diversos tipos de comportamentos, como, por exemplo, forma de

dirigir um veículo, dados vitais (ex.: batimentos cardíacos), trajetos

utilizados para deslocamento etc. De posse dessa gama de informações,

as empresas podem elaborar produtos do tipo ‘liga-desliga’

bem como oferecer apólices de seguro vida e saúde premiando

com descontos pessoas que passam a adotar hábitos saudáveis”,

observa o CEO da Minuto Seguros.

MERCADO ESTÁ REALMENTE ABSORVENDO NOVAS

TECNOLOGIAS DE DADOS?

“Atualmente, temos medicamentos genéricos para todas as

pessoas, mas sabemos que cada organismo é único. Com o avanço

da tecnologia e poder de processamento, conseguiremos produzir

MARCO ROQUE VILLA,

da Segfy

medicamentos específicos para cada um.

Da mesma forma, poderemos produzir

ofertas de seguros mais direcionadas e

voltadas para as necessidades de cada

segurado. Entendo que a participação

do corretor de seguros é necessária e

fundamental em todos os momentos,

mesmo nos seguros que são contratados

diretamente pelo segurado, pois ali está

sempre um cliente potencial para outros

seguros. O corretor de seguros é o ‘médico

da família’, porém é o médico da estabilidade

e proteção financeira que é fundamental

para todas as pessoas”, pontua

Villa, da Segfy.

Para entender o impacto da tecnologia

na jornada do cliente, Marcelo Blay

sugere, todavia, uma digressão. Ele pondera

que a indústria de seguros é peculiar

por ser uma das poucas — “Talvez a única”,

enfatiza Blay — que vende um produto

que as pessoas “torcem e rezam” para

MARCELO BLAY,

da Minuto

31


TECNOLOGIA

REVOLUÇÃO

que nunca precisem usá-lo. O executivo

alerta para o linguajar “muito específico”

e técnico que aumenta o “preconceito”

com relação aos produtos de seguro e

também para o fato de o setor ainda

manter as “malfadadas letras miúdas” e

“asteriscos” nos contratos que passaram

a ser vistos como um subterfúgio para o

não pagamento de indenizações.

Em uma iniciativa 100% brasileira,

por exemplo, a Tokio Marine foi

a primeira seguradora do País, em parceria

com a Cilia, a utilizar um modelo

de inteligência artificial na avaliação e

orçamentação de sinistros no seguro

de automóvel, o que otimiza a análise

dos danos no veículo, sem necessidade

de vistoria presencial, além de reduzir

o tempo necessário para a liberação de

reparos. Além disso, lideramos as discussões

em customer experience do Grupo Tokio Marine, com um

amplo ecossistema de soluções desenvolvido, o que inclui nossos

canais de distribuição e atendimento digitais”, diz o diretor executivo

de Operações, Tecnologia e Sinistros da seguradora, Adilson

Lavrador.

ADILSON LAVRADOR,

da Tokio Marine

MARCO ANTONIO GONZAGA,

da Ô Insurance

OPEN INSURANCE, DESAFIOS E TEMORES

Luana Paganini, da Neoway, aponta que dentre as principais

críticas das grandes seguradoras ao open insurance estão: prazos

apertados, que acabam gerando um investimento maior das seguradoras;

direitos das empresas novas para testar novos produtos e, por

fim, o risco atrelado aos iniciadores de serviços, que são empresas

auxiliares a este mercado. “Apesar de o tema estar sendo levantado

pela Susep desde dezembro de 2019, muitas das grandes seguradoras

ainda precisam organizar o próprio banco de dados, antes

de iniciar qualquer processo de compartilhamento de informações.

Além disso, uma vez que esse mercado ainda está em processo de

transformação digital, as insurtechs possuem vantagem, pois já nasceram

tecnológicas e utilizam ferramentas de machine learning e

inteligência artificial para os processos de precificação e análise de

riscos, enquanto as grandes seguradoras são, até então, detentoras

do grande volume de dados dos clientes”, diz Luana.

Com o open insurance e, consequentemente, com o compartilhamento

de informações, destaca a executiva da Neoway, as insurtechs

conseguirão gerar inteligência a partir desses dados com mais

agilidade que as seguradoras tradicionais.

Para o diretor de Afinidades da Ô Insurance, Marco Antonio

Gonzaga, o open insurance promete maior democratização do acesso

aos seguros, tirando os grandes centralizadores de dados da zona

de conforto. “Essa crítica aos prazos se dá devido às gigantes mudanças

tecnológicas e operacionais que essas empresas já começaram

a sofrer para cumprir o prazo. Por outro lado, as seguradoras que

acompanharem o movimento do open insurance se beneficiarão

dessa plataforma, fazendo uma melhor gestão de produto e melhorando

a experiência dos usuários. E para aquelas que não conseguirem

acompanhar, ainda poderão firmar parcerias com insurtechs

para agilizarem seus processos e então alavancarem suas distribuições”,

antevê o executivo.

Lavrador, da Tokio Marine, acredita que as novas regras do

open insurance devem abrir um leque maior de públicos aos quais a

seguradora ainda não tem acesso, fomentando a cultura do seguro

pelo país. Além disso, ressalta ele, serão abertas possibilidades de

integração de todo um ecossistema de serviços, fomentando, por

exemplo, parcerias entre seguradoras e bancos, montadoras, insurtechs,

etc. “Na Tokio Marine, isso já é uma realidade, pois temos um

set de API’s que favorece nossa entrada tanto em parceiros quanto

neste contexto do open insurance”, informa o executivo, lembrando,

contudo, que o open insurance não significa abrir todos os dados

das seguradoras para todo mundo, mas sim possibilitar que o cliente

autorize que seus dados de seguros sejam compartilhados com

o mercado. “Existem dados estratégicos e informações de negócios

que são de propriedade das seguradoras, e isso será preservado”,

acrescenta Lavrador.

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ARTIGO

GEO

Seguradoras que investem em experiências digitais

excepcionais têm mais chances de dominar o jogo

Pesquisa realizada pela

Mckinsey&Co. revela que

uma experiência digital

acima da média tem maiores

chances de conquistar e

fidelizar o cliente B2B

Onível de exigência do cliente B2B cresce à medida

que tem contato com experiências de compra

em plataformas ágeis como Amazon e Mercado

Livre. E essa mesma experiência que tem em sua vida

pessoal - com fácil navegação, poucas etapas para concretizar

a compra, comunicação simples e objetiva, e a

quase instantaneidade entre a transação e o recebimento

da compra, busca em suas transações profissionais.

Uma das compreensões mais importantes da pesquisa

“B2B Selling in an Omnichannel World: Latin America”

realizada pela Mckinsey&Co., é a de que empresas capazes

de oferecer uma experiência digital acima da média

têm maiores chances de conquistar e fidelizar o cliente

B2B. O resultado dessa pesquisa encontra paralelo na realidade

da GEO, empresa de tecnologia que digitaliza a jornada

de compra e gestão de seguros de linhas financeiras

para seguradoras, conforme exemplificado a seguir.

Em um produto de cauda longa e faturamento

importado mensalmente, como é o caso do seguro

Habitacional, a taxa de retenção de clientes no primeiro

semestre de 2021 é de 99,8%. Isso acontece por uma

conjunção de fatores:

a criação de conteúdo explicativo e de divulgação do

produto;

a cotação em tempo real;

a emissão de apólice em até 24h;

a um sistema de faturamento com inteligência para ler

e processar dados de diversos formatos;

a um sistema de sinistro extremamente ágil;

a uma equipe sênior especializada no produto, capaz

de responder com agilidade todo tipo de dúvida.

Oferecer ao contratante do seguro (seja estipulante

ou corretor) a opção de alternar entre canais digitais

e tradicionais ao longo do processo de pesquisa,

consideração e compra já é uma realidade para quem

contrata o seguro Habitacional Apólice de Mercado por

meio do portal GEO. A pandemia da Covid-19 acentuou

e consolidou esta realidade, mostrando que uma experiência

digital multicanal no mercado B2B é um caminho

sem volta. Vemos, ainda, que há outros produtos

corporativos de linhas financeiras que carecem dessa

experiência. Está aí uma grande

oportunidade para as seguradoras

que querem despontar neste

segmento.

ROSSANA COSTA

diretora da GEO

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TECNOLOGIA

MBM SEGURADORA

Seguro de vida digital e customizado

O MULTIVIDA MBM PODE SER PERSONALIZADO DE ACORDO COM A NECESSIDADE DE COBERTURAS E

ASSISTÊNCIAS DE CADA CONSUMIDOR. PROPOSTA É EMITIDA IMEDIATAMENTE

Aos 71 anos de vida, a gaúcha

MBM Seguradora se desafiou

a criar novas oportunidades

para seus corretores parceiros e clientes.

Após quatro meses de gestação nasceu o

Multivida MBM, um produto totalmente

customizável, de acordo com as necessidades

de cada cliente.

Se antes o seguro de vida individual

dependia de uma tabela fixa para

a sua venda, com envio físico de declaração

pessoal de saúde, hoje, ele está

baseado em uma plataforma totalmente

digital. Alexsander Kaufmann, superintendente

Comercial da MBM, explica que

o seguro de vida individual foi o produto

originário da MBM e por isso, mereceu

Prezamos a proximidade com o

corretor de seguros, seja através

de lives, treinamento, e até

visitas presenciais, observando a

segurança sanitária”

ALEXSANDER KAUFMANN

superintendente Comercial

uma atenção especial. “Juntamos programadores e área de produtos

para transformar um produto que era totalmente manual, para vender

nosso produto de forma totalmente online. Saíamos da estaca

zero para a estaca 100”, brinca o executivo.

O MultiVida MBM é vendido pelo corretor de seguros presencialmente,

por vídeo ou telefone. O corretor pode montar uma

gama de coberturas de acordo com a necessidade de cada cliente,

compondo garantias e acoplando assistências. Por exemplo, com a

ferramenta é possível escolher a melhor opção de coberturas para

o segurado, que dará o respaldo necessário aos seus entes queridos

na sua falta. É possível também verificar quais são as assistências

desejadas como funeral, descontos em vida, pet, residencial ou

veicular. Ao chegar ao formato desejado pelo cliente, o corretor irá

transmitir a proposta e o cliente receberá, da forma que desejar (e-

-mail, whatsapp ou sms), um código de confirmação desta proposta.

O término da transmissão da proposta, com dados pessoais e Declaração

Pessoal de Saúde, assim como assinatura eletrônica, só é finalizada

com a confirmação, para garantir a segurança. Este produto

traz praticidade e agilidade para os corretores de seguros, evitando

o retrabalho e erros de digitação.

“Um dos diferenciais do produto é que ele atende pessoas de

14 a 80 anos, já pensando na longevidade dos brasileiros. A remuneração

para corretores também sai do modelo estático: o corretor

pode mexer no seu comissionamento. Ele tem uma tela de consulta

para saber quanto vai receber de comissão em cada produto”, explica

Kaufmann. Ele lembra que a ferramenta reúne vários produtos

em uma única plataforma e que a remuneração do corretor pode

chegar a 200% de comissão de agenciamento ou até 50% de comissionamento

máximo.

As assistências trazem benefícios ao associado em vida, como

assistência PET, residencial ou a assistência veicular, que pode beneficiar

quem possui carros mais antigos, por exemplo. A assistência

residencial pode proporcionar o uso de um chaveiro ou encanador.

“Isso tudo para atender a necessidade do cliente final”, acrescenta

novamente Kaufmann.

O corretor de seguros precisa entender a necessidade do

cliente, porque o seguro de vida tem um cunho social muito importante.

Ele pode ser comercializado em todo o território nacional. Os

corretores de seguros contam com o apoio comercial MBM em 12

capitais brasileiras (Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Goiânia,

Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, João Pessoa,

Recife, Fortaleza e Campo Grande), que estão regularmente em contato

com os parceiros. “Prezamos a proximidade com o corretor de

seguros, seja através de lives, treinamento, e até visitas presenciais,

observando a segurança sanitária”, completa Kaufmann.

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