Revista Aquaculture Brasil - 22ed
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Vinicius Ronzani Cerqueira
JAN/MAR 2021
Principais legados
“Ao reler os objetivos que tracei no ensaio que
apresentei no meu primeiro concurso para professor
(fiz isso hoje depois de tantos anos!), vejo que todos
foram atingidos (eram relativos ao robalo). Não
eram objetivos para se alcançar em um único projeto.
Mas em vários, com a ajuda de muita gente. Mas
creio que chegamos. Isso é muito gratificante. Além
disso, ao longo do percurso, alguns desafios foram
aparecendo. Um dos mais interessantes foi o de estudar
a sardinha. Os colegas do ICMBio tinham um
problema e queriam nossa parceria para resolver.
Teria sido mais tranquilo continuar apenas com os
problemas que a gente já tinha. Mas era um trabalho
tão bonito!. Com toda a dificuldade de manter
explorável o estoque de sardinha adulta, capturávamos
e ainda capturamos juvenis para usar como isca-viva
na pesca do bonito-listado. Eu já conhecia o
problema desde 1990, mas não tinha como ajudar.
Então em 2010, junto com ICMBio e UNIVALI, iniciamos
um projeto. Nossa parte era controlar a reprodução
e criação de juvenis. Muitos pensavam ser
impossível, mas os objetivos foram alcançados. Várias
dissertações e teses foram feitas sobre o tema.
É um projeto que considero de alta relevância socioeconômica
e ambiental. Tenho muito orgulho de
ter participado. Mas as capturas de sardinha para
isca-viva continuam. O setor pesqueiro considera
que produzir juvenis de sardinha é caro. Mas é preciso
sair da escala experimental para uma escala
de produção massiva. São necessários 700 milhões
de juvenis por ano para atender a demanda atual.
A indústria precisa de incentivos para isso. Ainda se
pensa em espécies alternativas, como a tilápia. Mas
qualquer isca criada vai ter um custo “alto”, considerando
que a retirado da natureza não se paga.
Outra vertente do projeto seria engordar a sardinha.
Atualmente, temos um projeto de produção
piloto em negociação com as indústrias. As pesquisas
com a tainha também foram muito legais. Mas
já estou falando muito, fica para uma outra vez!”
LAPMAR: o principal laboratório do Brasil de
pesquisa e desenvolvimento em piscicultura
marinha
“Antes de qualquer coisa, muito obrigado pelo
reconhecimento de vocês! Isto é o mais importante.
Sempre quis propiciar aos alunos a melhor
formação possível. E foi importante para mim que
participassem em projetos que dessem conhecimento
teórico e prático, no nível mais alto possível.
Na minha visão, essa é a minha obrigação. E fico
muito feliz com o sucesso profissional dos ex-alunos.
Quanto à aquicultura nacional, eu fiz tudo o que
estava ao meu alcance. Quando o conhecimento
que o nosso trabalho gerou se tornar útil para
alavancar a indústria, o ciclo vai se fechar. Espero
que seja logo. Mas a decisão sobre criar ou não peixes
marinhos não depende só da minha vontade!”
A piscicultura marinha irá decolar no País?
“Já temos informações sobre várias espécies nativas.
Isso é muito bom. Mas uma espécie pode ser
criada de várias formas; o sistema de produção é o
que importa agora. No mês passado participamos
de um seminário no MAPA em que este assunto foi
discutido. Alguns colegas trouxeram experiências
Equipe LAPMAR (UFSC)
94
PARCEIROS NA 22° ED: