27.09.2021 Views

Edição #269

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

enviada à Apólice, o órgão regulador ressalta que o corretor “é um

importante canal de distribuição de produtos, e fundamental no

mercado de seguros, inclusive no papel de prover o devido aconselhamento

no melhor interesse dos consumidores (...) Portanto as

orientações que são dadas pelo corretor permanecem com sua relevância

porque não se confundem com o objetivo do Open Finance

de compartilhamento seguro e padronizado de dados.”

Marchi pondera que para o debate acerca do Open Insurance,

a contribuição de todas as frentes é importante, inclusive a do

corretor, que, segundo o executivo, é uma figura “extremamente

relevante” para o desenvolvimento do mercado segurador. “Sem

dúvida que ainda temos muito espaço para ampliar a difusão da

cultura de seguros no Brasil. É necessário considerar que temos uma

sociedade bastante heterogênea, por isso, temos que analisar as necessidades

de cada público”, diz Marchi, ressaltando, todavia, que

o próprio corretor também precisa se adaptar à nova realidade de

mercado que se avizinha no Brasil. “Não só corretor precisa se adaptar

e usar, eventualmente, ferramentas tecnológicas, como simuladores

e agregadores para poder prestar um serviço que esteja mais

alinhado ao que o seu público necessita, mas também não deve ser

desprezada a consultoria, dado que é uma sociedade sem cultura

de seguros com, portanto, uma educação financeira muito baixa. A

pandemia, inclusive, ampliou ainda mais a transformação do perfil

do corretor, que está mais conectado a diferentes plataformas.”

Mas — como se dizia na era do disco de vinil — há sempre

um lado B para todos os discos. O Open Insurance vai trazer — prevê

Marchi — muita informação para quem é especializado, por isso

empresas e corretores que conseguem diferenciar os detalhes no

seguro, com mais informação, vão poder entregar uma solução mais

personalizada, tirando proveito desse universo. “O nosso papel é entender

como conseguimos neutralizar os pontos negativos, ao mesmo

tempo em que potencializamos os positivos”, pontua Marchi.

GARANTIAS ÀS APÓLICES MAIS COMPLEXAS

O Open Insurance não eliminará a necessidade de uma consultoria,

especialmente quando um produto mais complexo é que

está em negociação: “O próprio consumidor vai querer contar com

esse importante profissional que atua com excelência junto à sociedade.

Na verdade, a lista de produtos que estão previstos — sempre

falando de Vida e Previdência — é bem completa e extensa. Com

isso, existirão produtos complexos, como capitalizados, com capitais

decrescentes, e, sem dúvida nenhuma, quando esse tipo de produto

for entrar, é preciso a assessoria de um corretor, auxiliado por

alguma tecnologia, sempre com o apoio da seguradora em todo o

processo. Portanto entendemos que existe a necessidade de trazer

compreensão para o cliente da importância de o corretor estar presente

nesse tipo de negociação”, aponta Marchi.

Para Mendonça, o Open Insurance, se vingar, não será capaz

de dar conta dos seguros mais sofisticados. “São seguros com desenhos

especiais, sem um especialista não gira. Mas isso não impede

que sejam colocados no Open Insurance, o que é uma temeridade.

Não há garantia, além da boa-fé da seguradora, de que o produto será

comercializado de forma correta. A LGPD não tem nada a ver com isso,

não regula este tipo de negócio e, portanto,

não garantiria um eventual problema

com o seguro”, ilustra o especialista.

Presidente da Comissão de Direito

Securitário da OAB-SP e sócia e fundadora

do escritório Santos Bevilaqua Advogados,

Daniela de Matos Rodrigues reconhece

que tudo em torno do Open Insurane é

ainda muito novo e que, inegavelmente,

há mais dúvidas que respostas, pelo menos

no momento atual. “O momento é de

se debruçar sobre a norma e verificar as

possibilidades e as interações. Não temos

as respostas, de forma geral. Mas tudo

pode mudar porque o cenário é completamente

inovador”, resume a advogada.

Para Daniela, toda essa discussão

em torno do Open Insurance veio fortemente

fundamentada na questão da

LGPD: “É praticamente uma normatização

de como vai ser o compartilhamento de

dados pessoais. Foi editada uma norma

de segurança cibernética no mercado

de seguros e também tem normatizada

essa questão da segurança. O consumidor

como titular dos dados. Isso é fundamental.

A gente não pode esquecer isso:

quem é o titular do dado é o cliente. Existem

regras e obrigações, enfim, toda uma

questão voltada para a segurança dessas

trocas. Agora, existem eventos importantes

em que a gente precisa fazer a autenticação

desse cliente, e eu preciso assegurar

que ele é ele e que posso compartilhar

os dados que ele mesmo determinou.”

O mercado brasileiro caminha,

como outros mercados mais maduros, inclusive,

para ser multicanais. Essa é a visão

da representante da OAB-SP. “A gente já

tem os multicanais; temos, obviamente, a

distribuição em larga medida através de

corretores; temos bancassurance; temos

insurtechs mais modernas chegando, ou

seja, uma plataforma de todos os espectros

onde começa tudo aí nessa transformação

do consumo de seguros, mas com

corretores também tendo iniciativas nesse

sentido, na digitalização, em uma nova

abordagem do consumidor”, analisa Daniela,

para quem o desafio não é só para

o corretor e sim para todos que estão no

sistema. “Em relação aos corretores, a categoria

tem bastante representatividade

27

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!