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Revista Live Marketing Edição 40 - 2021

Caro leitor Apesar e por causa da pandemia, alguns temas que pareciam esquecidos voltaram a dominar as rodas de discussões de agências e empresas. Dois desses temas têm ganhado destaque: o primeiro é a preocupação das marcas com questões ligadas a propósito e reputação. O outro é como manter uma relação saudável com os clientes, fazendo com que os processos de escolha das agências sejam mais claros e objetivos. Por isso, fomos ouvir as agências e as empresas sobre essas duas questões. Para nossa surpresa, no que tange os processos de escolha de suas agências, as empresas, de um modo geral, preferem não falar sobre esse assunto. Das mais de 12 empresas procuradas, somente a Motorola se posicionou. No que tange o propósito, é cada vez maior o investimento e a preocupação na consolidação da presença das marcas na vida das pessoas, seja por meio de uma comunicação tradicional, seja por meio de influenciadores ou dos meios digitais. O mais importante é fazer com que seja agregado valor tangível que seja sentido pelo consumidor. Fica cada vez mais evidente que somente preço não é mais fator decisivo. A reputação, em parte, se faz pela sustentabilidade dos produtos e compromissos com os consumidores. E isso é presente nas diretrizes das empresas nos dias de hoje. Empatia virou palavra de ordem. Todos os esforços devem ter como mola propulsora o posicionamento junto ao público. Já quando o assunto são os processos de escolha de agências e o relacionamento com seus clientes, é transparente o posicionamento dos executivos das agências no sentido de que algo tem que mudar. As empresas devem rever o processo de contratação por job, bem como oferecer melhores condições para que as agências consigam desenvolver projetos de médio e longo prazo. Pelo menos do lado das agências existe um discurso que segue a mesma linha. As empresas precisam se posicionar melhor em relação ao que pensam e desejam; precisam ser parceiras de suas agências no sentido de rever as questões de prazo de pagamento e escolher um número menor de agências para participar das concorrências. Boa leitura

Caro leitor
Apesar e por causa da pandemia, alguns temas que pareciam esquecidos voltaram a dominar as rodas de discussões de agências e empresas. Dois desses temas têm ganhado destaque: o primeiro é a preocupação das marcas com questões ligadas a propósito e reputação. O outro é como manter uma relação saudável com os clientes, fazendo com que os processos de escolha das agências sejam mais claros e objetivos.
Por isso, fomos ouvir as agências e as empresas sobre essas duas questões. Para nossa surpresa, no que tange os processos de escolha de suas agências, as empresas, de um modo geral, preferem não falar sobre esse assunto. Das mais de 12 empresas procuradas, somente a Motorola se posicionou.
No que tange o propósito, é cada vez maior o investimento e a preocupação na consolidação da presença das marcas na vida das pessoas, seja por meio de uma comunicação tradicional, seja por meio de influenciadores ou dos meios digitais. O mais importante é fazer com que seja agregado valor tangível que seja sentido pelo consumidor.
Fica cada vez mais evidente que somente preço não é mais fator decisivo. A reputação, em parte, se faz pela sustentabilidade dos produtos e compromissos com os consumidores. E isso é presente nas diretrizes das empresas nos dias de hoje. Empatia virou palavra de ordem. Todos os esforços devem ter como mola propulsora o posicionamento junto ao público.
Já quando o assunto são os processos de escolha de agências e o relacionamento com seus clientes, é transparente o posicionamento dos executivos das agências no sentido de que algo tem que mudar. As empresas devem rever o processo de contratação por job, bem como oferecer melhores condições para que as agências consigam desenvolver projetos de médio e longo prazo.
Pelo menos do lado das agências existe um discurso que segue a mesma linha. As empresas precisam se posicionar melhor em relação ao que pensam e desejam; precisam ser parceiras de suas agências no sentido de rever as questões de prazo de pagamento e escolher um número menor de agências para participar das concorrências.

Boa leitura

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VÍDEOS<br />

Diretor de Criação da<br />

Digi, Marcelo Favery<br />

“A grande mágica está no<br />

conteúdo que vamos criar<br />

e, nessa hora, é importante<br />

colocar na estratégia a<br />

possibilidade de cocriação<br />

por parte do público. Essa<br />

pode ser a chave do sucesso.<br />

Transformar as pessoas em<br />

‘creators’, ou seja, especialistas<br />

na geração de conteúdo visual<br />

com muitos recursos gráficos.”<br />

(Marcelo Favery)<br />

INTERAÇÃO HUMANA<br />

Essa grande rede que gira em torno dos vídeos é um<br />

reflexo da interação humana, e nisso se inclui a relação entre<br />

as empresas, suas marcas e o consumo de produtos e serviços.<br />

Em avaliações do mercado, como foi apresentado recentemente<br />

em diversos estudos e eventos, os vídeos estão em chamas,<br />

bombando, em alta, como diria os principais jargões nas redes<br />

digitais. A SXSW (South by Southwest) deste ano teve muito foco<br />

em discutir as tendências dos conteúdos em vídeos.<br />

O CEO e principal estrategista da Vtaddone Studio,<br />

Vinicius Taddone, explica que as redes sociais vão além do<br />

meio digital, que nada mais é que a relação entre pessoas da<br />

mesma tribo ou que compartilham dos mesmos valores. Ele<br />

provoca um fato comum na questão envolvendo os vídeos:<br />

“o que será que é mais legal, ver uma pessoa realizando<br />

algo em movimento, ou esta mesma pessoa numa foto<br />

estática? É claro que é mais interessante ver o movimento<br />

da ação. Parece que estamos ao lado daquela pessoa, bem<br />

pertinho. Por isso, esse formato de mídia tem tido mais<br />

principal forma de construir relevância junto a um público<br />

engajamento. Mas por que isso demorou tanto para cair no<br />

específico. “É interessante notar que estamos em um mundo no<br />

gosto das pessoas? Na verdade acompanhou uma evolução<br />

REVOLUÇÃO E O NOVO<br />

IMPÉRIO DOS VÍDEOS, MUITO<br />

MAIS QUE DIVERSÃO<br />

A PRODUÇÃO DE CONTEÚDO EM VÍDEO TEM SE<br />

tornado cada vez mais comum no cotidiano das pessoas. Com a<br />

internet e o acesso facilitado a smartphones, que tem câmeras<br />

com qualidade surpreendente, qualquer pessoa, bicho ou objeto<br />

inanimado se tornou estrela nos ambientes digitais. Com isso,<br />

as empresas e suas respectivas marcas não estão perdendo<br />

tempo e investem pesadamente nesse tipo de conteúdo, afinal,<br />

diariamente são mais de 2 bilhões de visualizações de vídeos,<br />

apenas na plataforma do YouTube.<br />

Há duas fortes tendências em aprimoramento no<br />

momento atual: vídeos curtos, geralmente usados em<br />

plataformas como TikTok, Kwai, YouTube Shorts, entre outras;<br />

e os vídeos longos, criados para disseminar ensino, conversas,<br />

conferências, entrevistas, gameplays e videoaulas. Esses<br />

conteúdos geralmente estão no Vimeo, YouTube, Twitch,<br />

BOOYAH!, Facebook, oferecendo milhões de horas de conteúdo,<br />

dos mais diversos nichos e formatos.<br />

Esse movimento todo em torno da criação de vídeos<br />

tem aquecido todo um mercado, afinal, um bom vídeo tem que<br />

ter muito mais que criatividade e isso também está no alvo<br />

das empresas, que querem se aproximar do público.<br />

O CEO e cofundador da Winnin, Gian Martinez, comenta<br />

que produzir conteúdo, sobretudo em vídeo, é atualmente a<br />

qual as pessoas estão questionando padrões, ditando tendências,<br />

exigindo diversidade e repensando o consumo. Por isso, o público<br />

tem procurado e se envolvido com conteúdos mais relacionáveis<br />

e que representem a vida real, em vez de postagens produzidas<br />

demais. É preciso que as empresas e criadores acompanhem essas<br />

mudanças de comportamento para conquistar a confiança de seus<br />

consumidores.” A Winnin utiliza inteligência artificial para avaliar<br />

quais são as tendências de consumo de conteúdos em vídeo na<br />

internet, gerando insights aos clientes.<br />

CEO e cofundador da Winnin, Gian Martinez<br />

tecnológica. Hoje, com nossos smartphones conseguimos<br />

produzir vídeos em 4k, armazenar na nuvem, e tudo de<br />

forma prática e rápida.”<br />

A Vtaddone Studio está focada em estratégias e<br />

criação de roteiros, scripts e storytelling para orientar as<br />

marcas para que possam produzir seus vídeos de forma<br />

criativa e com um propósito.<br />

Outra aposta que completa a imersão dos conteúdos<br />

em vídeo são as animações e produções gráficas, que ampliam<br />

a relação e o engajamento entre o público e os criadores de<br />

conteúdo. Para o diretor de Criação da Digi, Marcelo Favery, esse<br />

é um produto disponível ao mercado. Ele ressalta que, além da<br />

criatividade, é essencial ter complementos que acrescentem<br />

conteúdo visual ao público, gerando encantamento. Um exemplo<br />

disso é o canal Nostalgia, do creator Felipe Castanhari, que<br />

utiliza muito material extra para deixar o vídeo mais atrativo<br />

ao público. “Olhando para essa forte tendência e do resultado<br />

que esse tipo de conteúdo consegue gerar, a Digi possui um<br />

time próprio de motion designers. Mas a grande mágica está no<br />

conteúdo que vamos criar e, nessa hora, é importante colocar<br />

na estratégia a possibilidade de cocriação por parte do público.<br />

Essa pode ser a chave do sucesso. Transformar as pessoas em<br />

‘creators’, ou seja, especialistas na geração de conteúdo visual<br />

com muitos recursos gráficos.”<br />

De acordo com o relatório YouTube Cultura &<br />

CEO da Vtaddone Studio, Vinicius Taddone<br />

Tendências, está no topo da tendência os conteúdos que<br />

envolvam motovlogs, drones, podcasts e conversas informais,<br />

receitas culinárias, entrevistas realizadas por motoristas de<br />

aplicativos de transporte, reacts, histórias e perspectivas de<br />

pessoas, melhor idade, música, gameplays, entretenimento e<br />

conhecer novos criadores de conteúdo. Observando todo esse<br />

panorama, dezenas de marcas podem se aliar a esses creators,<br />

vinculando de forma criativa e assertiva empresas e conteúdo.<br />

E O FUTURO?<br />

A construção do conteúdo que será tendência em<br />

2022 ainda está em aberto, conforme o próprio YouTube.<br />

Isso mostra que há um enorme potencial e campo livre para<br />

explorar novidades, que atingirão o público no próximo ano.<br />

Empresas devem ficar atentas e não perder a chance de se<br />

conectar aos seus públicos por meio dos vídeos.<br />

Favery completa citando uma das redes sociais que<br />

mais se destaca na atualidade: o TikTok. Ele pontua que o<br />

sucesso do TikTok e de todos os aplicativos que usam vídeos<br />

curtos, dinâmicos e que nos proporcionam algum sentimento<br />

são evidentes, porém, o importante é estar atento e se<br />

basear no comportamento humano. “Hoje buscamos conteúdo<br />

que seja rápido, divertido e simples. E o formato de vídeo<br />

entrega isso muito bem. Por isso acredito que o futuro da<br />

“O público tem consumido conteúdos mais autênticos, em vez de<br />

postagens muito aspiracionais e bem cuidadas. As pessoas estão<br />

gastando mais tempo nas redes sociais durante a pandemia, mas<br />

elas querem saber e sentir que seus influenciadores preferidos estão<br />

se envolvendo para ajudar nesse período de crise.” (Gian Martinez)<br />

comunicação está na mão das pessoas. Entenda por onde elas<br />

andam, o que elas usam e como elas falam que você vai saber<br />

que caminho seguir.”<br />

O equilíbrio entre o conteúdo curto e o mais longo<br />

deve se manter, sem um canibalizar o outro. Taddone diz<br />

que os vídeos curtos chamam a atenção pelos primeiros três<br />

segundos e, posteriormente, vídeos mais extensos aprofundam<br />

a experiência da audiência na fase de consideração, dentro da<br />

jornada compra. “A disputa pela atenção está cada vez maior,<br />

e na minha visão, o tempero principal é a criatividade. Sempre<br />

falar mais daquilo que você sabe e menos daquilo que você<br />

quer vender. Toda pessoa com um smartphone na mão agora<br />

pode fazer suas captações em vídeo, ela só vai precisar de<br />

um direcionamento e um acompanhamento de como poderá<br />

realizar de uma forma mais profissional.”<br />

Porém, mesmo com as facilidades de criar conteúdo,<br />

é essencial direcionar e buscar profissionalizar o processo<br />

sem parecer chato ou com formato quadrado, como explica<br />

Martinez. “O público tem consumido conteúdos mais<br />

autênticos, em vez de postagens muito aspiracionais e bem<br />

cuidadas. As pessoas estão gastando mais tempo nas redes<br />

sociais durante a pandemia, mas elas querem saber e sentir<br />

que seus influenciadores preferidos estão se envolvendo para<br />

ajudar nesse período de crise.”<br />

Martinez conclui provocando as empresas: “as marcas<br />

e o mercado da comunicação também precisam aprender<br />

com os creators como gerar conteúdo relevante e construir<br />

audiências engajadas, pois isso é sinônimo de vendas e<br />

conversão. Ou as marcas se transformam em creators ou, no<br />

futuro, vão competir em desvantagem com os creators que<br />

viraram marcas.” <br />

28 REVISTA LIVE MARKETING - NOVEMBRO <strong>2021</strong> REVISTA LIVE MARKETING - NOVEMBRO <strong>2021</strong> 29

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