Impeachment | Paulo Guedes
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Os requerentes representam três redes nacionais de direitos humanos, reconhecidas
nacionalmente e internacionalmente por sua atuação em prol dos direitos humanos
econômicos, sociais, culturais e ambientais: a Coalizão Direitos Valem Mais, que
articula mais de duzentas organizações, redes, instituições acadêmicas, movimentos
sociais, fóruns de gestores públicos e atua pelo fim do Teto de Gastos (EC95) e pela
construção de uma nova economia voltada para a garantia dos direitos constitucionais; a
Plataforma DHESCA Brasil, rede de 47 entidades e movimentos de direitos humanos,
fundada em 2002, responsável no Brasil pela equipe de Relatores Nacionais de Direitos
Humanos 1 , selecionados por meio de edital público coordenado por um Comitê
constituído por Agências da ONU, Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão,
Conselho Nacional dos Direitos Humanos e integrantes da Plataforma DHESCA; e a
Coalizão Negra por Direitos que articula mais de duzentas e cinquenta organizações,
entidades, grupos e coletivos do movimento negro, presente em todo o território nacional,
em prol da luta contra o racismo e em defesa da democracia. A Coalizão desenvolve ações
de incidência nacional e internacional e coordena a Campanha Nacional Tem Gente com
Fome, destinada a enfrentar o aumento acelerado da insegurança alimentar no Brasil.
3. Economia do fomento à pobreza e aprofundamento da desigualdade: crimes
de responsabilidade imputados ao ministro Paulo Guedes
O ministro Paulo Guedes assumiu o Ministério da Economia em 1º de janeiro de 2019;
foi o primeiro ministro a ser nomeado e participa do governo do Presidente Jair Bolsonaro
desde então. Possui, em razão de reformas ministeriais, amplíssimas competências 2 ,
sendo chamado pelo Presidente Bolsonaro, em diversas ocasiões, como o “Guru da
Economia”.
1
As Relatorias Nacionais de Direitos Humanos já realizaram mais de duzentas missões aos territórios
para investigar violações de direitos humanos em comunidades, dos quais decorrem relatórios com
denúncias e recomendações ao Estado brasileiro, que serviram de base para incidência internacional
junto ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos da OEA e ao Sistema ONU de Direitos Humanos.
2
A primeira medida do atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro de 2019, foi a
extinção, por meio da Medida Provisória (MP) nº 870, do Ministério do Trabalho. A MP transformou o
então Ministério em
departamento do Ministério da Economia (art. 83), que passou a concentrar competências do antigo
Ministério da Fazenda, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e do Ministério da Indústria, Comércio e
Serviços. A partir deste ato, um único ministro - Paulo Guedes - passou a ter atribuições que abarcam uma
vasta gama de assuntos, como gestão da moeda, administração financeira, dívida pública, preços em geral,
comércio exterior, planejamento estratégico nacional de longo prazo, plano plurianual de investimentos e
de orçamentos, administração patrimonial,
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