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JORDI BRUNET<br />
GARCIA<br />
Diesel, que por razões físicas já não<br />
é possível em veículos modernos com<br />
medição de opacidade, e três países<br />
da UE já apresentaram planos firmes<br />
para a sua introdução. Há que<br />
pôr em prática uma abordagem unificada<br />
esta deve basear-se numa definição<br />
genérica de materiais, procedimentos<br />
de teste, limites de aceitação/<br />
recusa, bem como as categorias de<br />
veículos em causa (a partir do Euro<br />
5B ou superior).<br />
Será também possível testar os<br />
sistemas eletrónicos dos veículos,<br />
através da tomada OBD, nos centros<br />
de inspeção?<br />
Na minha opinião, a testagem efetiva<br />
dos sistemas eletrónicos dos veículos<br />
através da tomada OBD nos centros<br />
de inspeção só será possível quando<br />
existir uma norma como a ePTI definida<br />
na ISO20730. Espera-se que<br />
esta norma seja publicada no próximo<br />
ano, mas, para que se torne obrigató-<br />
A Associação Europeia de Fabricantes<br />
de Equipamentos Oficinais, através<br />
<strong>das</strong> empresas que são membros <strong>das</strong><br />
suas associações nacionais europeias,<br />
agrupam conhecimentos e experiência<br />
substanciais no design, operação<br />
e apoio técnico dos equipamentos<br />
especializados necessários para diagnosticar,<br />
reparar e recalibrar sistemas<br />
automatizados de assistência ao condutor.<br />
A EGEA publicará em breve<br />
um documento de Boas Práticas de<br />
reparação e calibração para ADAS,<br />
para ajudar a contribuir para melhorar<br />
as competências dos profissionais<br />
do aftermarket nesta matéria.<br />
E o equipamento de diagnóstico será<br />
compatível com a arquitetura de<br />
cibersegurança do veículo?<br />
A introdução do Regulamento R155<br />
da UNECE sobre cibersegurança na<br />
legislação da UE terá um impacto nos<br />
equipamentos de diagnóstico multimarca,<br />
pois permitirá aos fabricantes<br />
A MELHOR FORMA DE GARANTIR UM ACESSO ADEQUADO AOS DADOS<br />
DOS VEÍCULOS É ATRAVÉS DA LEGISLAÇÃO, DE MODO A GARANTIR<br />
QUE OS FABRICANTES DE VEÍCULOS SÃO OBRIGADOS A CONCEDER ACESSO<br />
AOS OPERADORES INDEPENDENTES<br />
encaminhados através do servidor de<br />
back-end dos construtores, que se<br />
torna a única fonte de origem para os<br />
ISP, limitando o desenvolvimento de<br />
novos serviços, tecnicamente avançados<br />
e competitivos por terceiros.<br />
Qual é a posição da EGEA sobre as<br />
inspeções técnicas dos veículos<br />
atualmente pratica<strong>das</strong> na Europa?<br />
Considera que os procedimentos<br />
estão atualizados ou é necessário<br />
modernizar os centros de inspeção<br />
com novos equipamentos e testes?<br />
O objetivo dos testes nos Centros<br />
de Inspeção é garantir a segurança,<br />
o cumprimento dos requisitos de<br />
emissões e confirmar que todos os<br />
sistemas relacionados estão a funcionar<br />
corretamente ao longo da<br />
vida útil do veículo. Cada vez mais os<br />
veículos estão equipados com novos<br />
sistemas baseados em sensores sofisticados<br />
e software complexo e nos últimos<br />
anos têm demonstrado que são<br />
frequentemente alvo de adulteração,<br />
desativação ou reparação e manutenção<br />
inadequada. São exemplo<br />
disso os airbags, a gestão do motor,<br />
os filtros de partículas ou os sistemas<br />
de AdBlue. Uma vez que a tecnologia<br />
dos veículos evolui constantemente,<br />
a EGEA considera que as Inspeções<br />
Técnicas de Veículos devem evoluir<br />
da mesma forma, com novos procedimentos<br />
e equipamentos capazes de<br />
testar to<strong>das</strong> estas novas tecnologias.<br />
O controlo <strong>das</strong> emissões de<br />
partículas dos veículos a gasóleo<br />
continua a não ser eficaz. Que<br />
alterações devem ser feitas para<br />
tornar este controlo mais rigoroso?<br />
A experiência adquirida com a aplicação<br />
do regulamento existente mostra<br />
que a utilização de opacímetros<br />
continua a ser relevante para veículos<br />
até à categoria Euro 5A (inclusive).<br />
Além disso, o controlo do bom<br />
funcionamento do filtro de partículas<br />
deve ser feito através da medição<br />
do número de partículas. Vários estudos<br />
demonstram que a medição do<br />
número de partículas é um meio eficiente<br />
e adequado para determinar<br />
defeitos e adulteração nos motores<br />
ria para os fabricantes de veículos,<br />
terá de ser mencionada na legislação<br />
de homologação. Sem esta ferramenta,<br />
não me parece que seja viável a testagem<br />
dos sistemas, para além da que<br />
está relacionada com as emissões, que<br />
já estão estandardizados e presentes<br />
no parque automóvel atual.<br />
Os sistemas ADAS e de<br />
cibersegurança instalados em<br />
veículos novos são mais difíceis<br />
de reparar e calibrar. Como é que<br />
os equipamentos oficinais se<br />
adaptaram e evoluíram para estes<br />
novos sistemas?<br />
Há cada vez mais sistemas de assistência<br />
ao condutor a serem tornados<br />
obrigatórios pela legislação europeia<br />
(por exemplo, o UE 2019/2144) e há<br />
muitos mais sistemas a ser implementados<br />
por cada fabricante de veículos,<br />
quer de série ou como opcionais.<br />
Muitas oficinas ainda não estão totalmente<br />
familiariza<strong>das</strong> com todos estes<br />
sistemas de assistência automatizados<br />
e, consequentemente, os métodos<br />
corretos para os reparar e recalibrar.<br />
de veículos a implementação e avaliação<br />
<strong>das</strong> suas próprias medi<strong>das</strong> de<br />
cibersegurança. É claro que a EGEA<br />
é contra a ciber-proteção do veículo,<br />
mas precisamos de introduzir na legislação<br />
disposições de forma a receber<br />
as informações necessárias sobre<br />
a cibersegurança dos fabricantes de<br />
veículos, de modo a que os nossos<br />
fabricantes possam desenvolver e fornecer<br />
ferramentas compatíveis com a<br />
arquitetura proprietária de cibersegurança<br />
do veículo.<br />
Qual é a posição da EGEA sobre<br />
o futuro do MVBER? O que deve<br />
ser feito para que este continue a<br />
proteger os direitos <strong>das</strong> oficinas<br />
independentes e do mercado pósvenda<br />
em geral?<br />
Defendemos a renovação e a melhoria<br />
do regulamento. Teremos disposições<br />
mais específicas relativas ao acesso à<br />
informação e, uma vez que a legislação<br />
em vigor é de 2010, a adaptação<br />
às novas tecnologias. As oficinas precisam<br />
de acesso aos dados dos veículos,<br />
à informação sobre reparação<br />
26 Janeiro I 2022 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com