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Jornal das Oficinas 193

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JORDI BRUNET<br />

GARCIA<br />

Diesel, que por razões físicas já não<br />

é possível em veículos modernos com<br />

medição de opacidade, e três países<br />

da UE já apresentaram planos firmes<br />

para a sua introdução. Há que<br />

pôr em prática uma abordagem unificada<br />

esta deve basear-se numa definição<br />

genérica de materiais, procedimentos<br />

de teste, limites de aceitação/<br />

recusa, bem como as categorias de<br />

veículos em causa (a partir do Euro<br />

5B ou superior).<br />

Será também possível testar os<br />

sistemas eletrónicos dos veículos,<br />

através da tomada OBD, nos centros<br />

de inspeção?<br />

Na minha opinião, a testagem efetiva<br />

dos sistemas eletrónicos dos veículos<br />

através da tomada OBD nos centros<br />

de inspeção só será possível quando<br />

existir uma norma como a ePTI definida<br />

na ISO20730. Espera-se que<br />

esta norma seja publicada no próximo<br />

ano, mas, para que se torne obrigató-<br />

A Associação Europeia de Fabricantes<br />

de Equipamentos Oficinais, através<br />

<strong>das</strong> empresas que são membros <strong>das</strong><br />

suas associações nacionais europeias,<br />

agrupam conhecimentos e experiência<br />

substanciais no design, operação<br />

e apoio técnico dos equipamentos<br />

especializados necessários para diagnosticar,<br />

reparar e recalibrar sistemas<br />

automatizados de assistência ao condutor.<br />

A EGEA publicará em breve<br />

um documento de Boas Práticas de<br />

reparação e calibração para ADAS,<br />

para ajudar a contribuir para melhorar<br />

as competências dos profissionais<br />

do aftermarket nesta matéria.<br />

E o equipamento de diagnóstico será<br />

compatível com a arquitetura de<br />

cibersegurança do veículo?<br />

A introdução do Regulamento R155<br />

da UNECE sobre cibersegurança na<br />

legislação da UE terá um impacto nos<br />

equipamentos de diagnóstico multimarca,<br />

pois permitirá aos fabricantes<br />

A MELHOR FORMA DE GARANTIR UM ACESSO ADEQUADO AOS DADOS<br />

DOS VEÍCULOS É ATRAVÉS DA LEGISLAÇÃO, DE MODO A GARANTIR<br />

QUE OS FABRICANTES DE VEÍCULOS SÃO OBRIGADOS A CONCEDER ACESSO<br />

AOS OPERADORES INDEPENDENTES<br />

encaminhados através do servidor de<br />

back-end dos construtores, que se<br />

torna a única fonte de origem para os<br />

ISP, limitando o desenvolvimento de<br />

novos serviços, tecnicamente avançados<br />

e competitivos por terceiros.<br />

Qual é a posição da EGEA sobre as<br />

inspeções técnicas dos veículos<br />

atualmente pratica<strong>das</strong> na Europa?<br />

Considera que os procedimentos<br />

estão atualizados ou é necessário<br />

modernizar os centros de inspeção<br />

com novos equipamentos e testes?<br />

O objetivo dos testes nos Centros<br />

de Inspeção é garantir a segurança,<br />

o cumprimento dos requisitos de<br />

emissões e confirmar que todos os<br />

sistemas relacionados estão a funcionar<br />

corretamente ao longo da<br />

vida útil do veículo. Cada vez mais os<br />

veículos estão equipados com novos<br />

sistemas baseados em sensores sofisticados<br />

e software complexo e nos últimos<br />

anos têm demonstrado que são<br />

frequentemente alvo de adulteração,<br />

desativação ou reparação e manutenção<br />

inadequada. São exemplo<br />

disso os airbags, a gestão do motor,<br />

os filtros de partículas ou os sistemas<br />

de AdBlue. Uma vez que a tecnologia<br />

dos veículos evolui constantemente,<br />

a EGEA considera que as Inspeções<br />

Técnicas de Veículos devem evoluir<br />

da mesma forma, com novos procedimentos<br />

e equipamentos capazes de<br />

testar to<strong>das</strong> estas novas tecnologias.<br />

O controlo <strong>das</strong> emissões de<br />

partículas dos veículos a gasóleo<br />

continua a não ser eficaz. Que<br />

alterações devem ser feitas para<br />

tornar este controlo mais rigoroso?<br />

A experiência adquirida com a aplicação<br />

do regulamento existente mostra<br />

que a utilização de opacímetros<br />

continua a ser relevante para veículos<br />

até à categoria Euro 5A (inclusive).<br />

Além disso, o controlo do bom<br />

funcionamento do filtro de partículas<br />

deve ser feito através da medição<br />

do número de partículas. Vários estudos<br />

demonstram que a medição do<br />

número de partículas é um meio eficiente<br />

e adequado para determinar<br />

defeitos e adulteração nos motores<br />

ria para os fabricantes de veículos,<br />

terá de ser mencionada na legislação<br />

de homologação. Sem esta ferramenta,<br />

não me parece que seja viável a testagem<br />

dos sistemas, para além da que<br />

está relacionada com as emissões, que<br />

já estão estandardizados e presentes<br />

no parque automóvel atual.<br />

Os sistemas ADAS e de<br />

cibersegurança instalados em<br />

veículos novos são mais difíceis<br />

de reparar e calibrar. Como é que<br />

os equipamentos oficinais se<br />

adaptaram e evoluíram para estes<br />

novos sistemas?<br />

Há cada vez mais sistemas de assistência<br />

ao condutor a serem tornados<br />

obrigatórios pela legislação europeia<br />

(por exemplo, o UE 2019/2144) e há<br />

muitos mais sistemas a ser implementados<br />

por cada fabricante de veículos,<br />

quer de série ou como opcionais.<br />

Muitas oficinas ainda não estão totalmente<br />

familiariza<strong>das</strong> com todos estes<br />

sistemas de assistência automatizados<br />

e, consequentemente, os métodos<br />

corretos para os reparar e recalibrar.<br />

de veículos a implementação e avaliação<br />

<strong>das</strong> suas próprias medi<strong>das</strong> de<br />

cibersegurança. É claro que a EGEA<br />

é contra a ciber-proteção do veículo,<br />

mas precisamos de introduzir na legislação<br />

disposições de forma a receber<br />

as informações necessárias sobre<br />

a cibersegurança dos fabricantes de<br />

veículos, de modo a que os nossos<br />

fabricantes possam desenvolver e fornecer<br />

ferramentas compatíveis com a<br />

arquitetura proprietária de cibersegurança<br />

do veículo.<br />

Qual é a posição da EGEA sobre<br />

o futuro do MVBER? O que deve<br />

ser feito para que este continue a<br />

proteger os direitos <strong>das</strong> oficinas<br />

independentes e do mercado pósvenda<br />

em geral?<br />

Defendemos a renovação e a melhoria<br />

do regulamento. Teremos disposições<br />

mais específicas relativas ao acesso à<br />

informação e, uma vez que a legislação<br />

em vigor é de 2010, a adaptação<br />

às novas tecnologias. As oficinas precisam<br />

de acesso aos dados dos veículos,<br />

à informação sobre reparação<br />

26 Janeiro I 2022 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com

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