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TENDÊNCIAS
CORRETORES
Os grandes riscos dependem muito
das perspectivas econômicas,
que por sua vez estão hoje muito
nebulosas. Isso, principalmente
por conta da eleição presidencial
e dos problemas econômicos
do Brasil e do ambiente
internacional. Dificilmente teremos
surpresas boas nesse campo. A
imprevisibilidade é a principal
certeza nesse momento”
JOÃO MARCELO DOS SANTOS, da ANSP
destruir milhões de vidas e mercados em
todo o planeta, está escrito logo na primeira
página: “Uma nova forma de distribuir
e consumir seguros no Brasil”. A pandemia
não foi debelada totalmente, mas
o fôlego da 180º mantém-se em meio a
um cenário socioeconômico francamente
desfavorável. Como afirma o CIO e cofundador
da companhia, Alex Körner, a
aposta em 2022 é no modelo de B2B2C
(business-to-business-to-consumer) que,
em uma tradução livre significa a venda
direta ao consumidor, porém facilitada por outra companhia parceira
no processo. As insurtechs como a180º permanecerão na crista da
onda no mercado brasileiro. Para Körner, o recorde de investimentos
nelas registrado no ano passado, que superou mais de meio bilhão
de reais, deverá estimular os investidores a manterem o foco nas jovens
companhias do setor securitário.
“Quando você olha a carteira de vida ano contra ano, 2021
cresceu mais 20%. Para 2022, a carteira de vida, de acidentes pessoais,
continua em crescimento. Temos uma preocupação no mercado
como um todo com o aumento de cancelamento do produto, dado
que estamos passando de uma pandemia para uma endemia. Acho
que isso vai pressionar um pouco as seguradoras. Mas o mercado
vai tentar rodar o produto ‘seguro de vida’ de maneira diferente para
mostrar a importância dele para as pessoas”, prevê Körner.
A inflação, o desemprego e a perda de fôlego no consumo
são a composição dramática de uma crise econômica que inevitavelmente
impactará na precificação das apólices, o que já acontece
em todos os mercados, sobretudo os mais maduros, como o americano
e o europeu. O contexto exigirá, entretanto, uma mobilização
das empresas para evitar o esvaziamento de carteiras, como acentua
Körner: “Vamos ver se esse cenário se estabiliza. Mas vejo que algumas
seguradoras já começam a fazer uma precificação diferenciada
para poder diminuir risco de perda de carteira.”
Para o executivo da 180º, o mesmo comportamento será notado
em carteiras como, por exemplo, residencial e de auto: “Percebemos
que o mercado de auto usado ainda está em alta e temos
encontrado seguradoras que até têm, principalmente, peças de reposição,
mas sofrem com uma alta demanda. Ao longo do ano as
seguradoras vão calibrar um pouco a precificação de automóvel,
principalmente por causa do aumento da sinistralidade. Ainda que
muita gente não tenha usado o carro ao longo da pandemia, as seguradoras
geraram uma compensação de margem mas, obviamente,
agora com a retomada da sinistralidade e o cenário econômico
que ajudam a impactar um possível aumento de preços e de correções
nas carteiras de automóveis ao longo do ano.”
Na Europa, a pandemia da Covid-19 passará a endemia e,
consequentemente, haverá mais controle sobre as futuras e bem
prováveis variantes do vírus. “É um sinal positivo”, diz o presidente da
Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Antonio Trindade,
referindo-se à retomada da normalidade do cotidiano de pessoas e
mercados no decorrer deste ano. O bastante — diz ele — para que
patamares pré-pandemia possam ser registrados no mercado de seguros
brasileiro em 2022. “Até porque nos últimos dois anos, 2020 e
21, apesar da pandemia, o mercado de seguros reagiu bem. É bastante
provável que a vida retorne ao rumo normal”, mas há alguns
senões, como o próprio Trindade observa: “Aqui, no Brasil, teremos
um ano eleitoral, e os rumos que a economia tomará são ainda incertos.
A distância entre um programa econômico e outro é gigantesca
e ainda não há muita informação disso, então este será um ano um
pouco mais difícil para nós por conta do aspecto político e econômico.
Se essas coisas se ajustarem, sou positivo até o final do ano.”
Edson Franco, que recentemente assumiu a Presidência da Federação
Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), ressalta
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