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Edição #273

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TENDÊNCIAS

CORRETORES

Os grandes riscos dependem muito

das perspectivas econômicas,

que por sua vez estão hoje muito

nebulosas. Isso, principalmente

por conta da eleição presidencial

e dos problemas econômicos

do Brasil e do ambiente

internacional. Dificilmente teremos

surpresas boas nesse campo. A

imprevisibilidade é a principal

certeza nesse momento”

JOÃO MARCELO DOS SANTOS, da ANSP

destruir milhões de vidas e mercados em

todo o planeta, está escrito logo na primeira

página: “Uma nova forma de distribuir

e consumir seguros no Brasil”. A pandemia

não foi debelada totalmente, mas

o fôlego da 180º mantém-se em meio a

um cenário socioeconômico francamente

desfavorável. Como afirma o CIO e cofundador

da companhia, Alex Körner, a

aposta em 2022 é no modelo de B2B2C

(business-to-business-to-consumer) que,

em uma tradução livre significa a venda

direta ao consumidor, porém facilitada por outra companhia parceira

no processo. As insurtechs como a180º permanecerão na crista da

onda no mercado brasileiro. Para Körner, o recorde de investimentos

nelas registrado no ano passado, que superou mais de meio bilhão

de reais, deverá estimular os investidores a manterem o foco nas jovens

companhias do setor securitário.

“Quando você olha a carteira de vida ano contra ano, 2021

cresceu mais 20%. Para 2022, a carteira de vida, de acidentes pessoais,

continua em crescimento. Temos uma preocupação no mercado

como um todo com o aumento de cancelamento do produto, dado

que estamos passando de uma pandemia para uma endemia. Acho

que isso vai pressionar um pouco as seguradoras. Mas o mercado

vai tentar rodar o produto ‘seguro de vida’ de maneira diferente para

mostrar a importância dele para as pessoas”, prevê Körner.

A inflação, o desemprego e a perda de fôlego no consumo

são a composição dramática de uma crise econômica que inevitavelmente

impactará na precificação das apólices, o que já acontece

em todos os mercados, sobretudo os mais maduros, como o americano

e o europeu. O contexto exigirá, entretanto, uma mobilização

das empresas para evitar o esvaziamento de carteiras, como acentua

Körner: “Vamos ver se esse cenário se estabiliza. Mas vejo que algumas

seguradoras já começam a fazer uma precificação diferenciada

para poder diminuir risco de perda de carteira.”

Para o executivo da 180º, o mesmo comportamento será notado

em carteiras como, por exemplo, residencial e de auto: “Percebemos

que o mercado de auto usado ainda está em alta e temos

encontrado seguradoras que até têm, principalmente, peças de reposição,

mas sofrem com uma alta demanda. Ao longo do ano as

seguradoras vão calibrar um pouco a precificação de automóvel,

principalmente por causa do aumento da sinistralidade. Ainda que

muita gente não tenha usado o carro ao longo da pandemia, as seguradoras

geraram uma compensação de margem mas, obviamente,

agora com a retomada da sinistralidade e o cenário econômico

que ajudam a impactar um possível aumento de preços e de correções

nas carteiras de automóveis ao longo do ano.”

Na Europa, a pandemia da Covid-19 passará a endemia e,

consequentemente, haverá mais controle sobre as futuras e bem

prováveis variantes do vírus. “É um sinal positivo”, diz o presidente da

Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Antonio Trindade,

referindo-se à retomada da normalidade do cotidiano de pessoas e

mercados no decorrer deste ano. O bastante — diz ele — para que

patamares pré-pandemia possam ser registrados no mercado de seguros

brasileiro em 2022. “Até porque nos últimos dois anos, 2020 e

21, apesar da pandemia, o mercado de seguros reagiu bem. É bastante

provável que a vida retorne ao rumo normal”, mas há alguns

senões, como o próprio Trindade observa: “Aqui, no Brasil, teremos

um ano eleitoral, e os rumos que a economia tomará são ainda incertos.

A distância entre um programa econômico e outro é gigantesca

e ainda não há muita informação disso, então este será um ano um

pouco mais difícil para nós por conta do aspecto político e econômico.

Se essas coisas se ajustarem, sou positivo até o final do ano.”

Edson Franco, que recentemente assumiu a Presidência da Federação

Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), ressalta

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