L+D83-bx

©Everton Ballardin
¿QUÉ PASA?
LUZ NA FLORESTA
A luz na floresta retratada numa série de imagens em
preto e branco que rompe com os limites mais comuns do
repertório do lighting designer nos coloca numa escala ínfima
diante do poder e da amplitude da luz natural na criação de
efeitos distintos.
Acredito que cada um de nós tem ao menos uma história
de amor com a luz natural nos limites do dia, seja um pôr
do sol, um nascer da lua cheia ou uma alvorada, quando as
cores são mais impactantes. É comum ao universo de lighting
designers contemplar a poética da luz atrelada à arquitetura,
e, muitas vezes, quando usamos referências da luz natural,
ainda conservamos o universo arquitetônico como elemento
modificador: suas sombras, suas texturas, suas cores... Nada vai
muito além da evidente e incontestável beleza do impacto do
pôr do sol nas edificações que conhecemos.
Mas não é tão comum nos emocionarmos com a iluminação
filtrada e difusa das nuvens, a tridimensionalidade das sombras
de árvores ou o gradiente criado pelas tempestades. A exposição
Amazônia expõe esses momentos de incrível beleza e profunda
introspecção, retirando a cor e deixando apenas aquilo que mais
importa: a luz. Na luz, identificam-se a profundidade, a escala,
a forma e as texturas.
As imagens captadas por Sebastião Salgado e iluminadas
com grande capacidade técnica por Fernanda Carvalho nos
colocam em outro universo, muitíssimo mais amplo e desafiador.
Mostram-nos quão inexpressivos somos diante da mãe
natureza e quão bela e modificadora ela consegue ser a cada
minuto em que é retratada. Nessa história, há a perseverança
dos povos originários em lutar por sua preservação. Esse ideal
eu compartilho, e você? (Rafael Leão)
10