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Saúde em novo Paradigma
ciência e ética) e propositiva (o que podemos fazer), que se acoplam a duas
motivações: teórica e prática. Na ordem dos textos, são dois os momentos
básicos. O primeiro (nos quatro capítulos iniciais) centra-se na carga crítica à
precariedade dos fundamentos que sustentam certa visão de mundo e práticas
em saúde, ou seja, a desconstrução do paradigma dominante (que podemos
chamar também de cartesiano 3 ); isso gera a abertura de caminhos para outros
paradigmas, que unem o antigo (tradicional) e o novo (integrativo).
Esta obra que ora apresentamos, conscientemente crítica, não quer
invalidar certos avanços da medicina convencional, e reconhece sua força,
principalmente na questão dos diagnósticos, da pesquisa, de equipamentos,
de intervenções de urgência, ou seja, de soluções tecnológicas. Contudo, não
fecha os olhos para as gritantes falhas, tanto epistemológicas (científicas)
quanto de resultados efetivos (temos hoje uma imensidão de doentes crônicos,
qualidade de vida altamente comprometida apesar de vivermos um pouco
mais), e, fundamentalmente, interesses escusos do poder e das indústrias
farmacêutica e hospitalar na medida em que se mantém tal situação. Quando
se fala em doença, estamos falando em cifras da ordem de centenas de bilhões
de dólares anuais 4 .
Mas, acima de tudo, em Saúde em novo paradigma, fundamentalmente,
trata-se do paradigma integrativo e natural, que busca ir à raiz dos males,
numa reflexão lúcida. Acreditamos que muito das soluções estão em nossas
mãos, em pequenas medidas, em saberes que já acumulamos há tempos,
em olhares profundos e ampliados, e na força de vontade que se traduz em
ações diárias e institucionais; mas isso, sabemos bem, funciona apenas com
motivação correta, ética e afetiva, constituindo a vocação do cuidado como
centro e sentido maior da vida familiar e coletiva. Ao final, o leitor encontrará
muitas recomendações práticas em saúde, além de sítios da internet e livros
que dão continuidade aos argumentos e propostas inovadoras que aqui
promovemos.
3 Nessa linha, cf. as obras de Pelizzoli, Marcelo. Ed. Vozes.
4 Nesse sentido, recomendamos assistir o revelador filme Sicko – SOS Saúde, de Michel Moore. Bem
como ler as obras de José Augusto Barros, como Políticas farmacêuticas: a serviço dos interesses da Saúde?
Apenas no ano de 2004, com publicidade, a indústria gastou cerca de 57 bilhões de dólares, apenas nos
EUA. Estima-se que o faturamento anual das farmacêuticas no Brasil esteja acima de 20 bilhões de reais.
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