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Florestal_249Web

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Foto: Mauricília Silva<br />

PESQUISADOR MARCUS<br />

VÍNICIO AVALIA DADOS<br />

DA FLORESTA COLETADOS<br />

COM USO DE DRONE COM<br />

SENSOR LIDAR<br />

Para Marcus Vinício Neves d’Oliveira, esse upgrade tecnológico<br />

tem contribuído para aprimorar continuamente o MO-<br />

DEFLORA e aumentar a sua eficiência. A associação de novas<br />

geotecnologias ampliou a capacidade do sistema de gerar informações<br />

que facilitam a tomada de decisões mais assertivas<br />

no manejo florestal. “A partir de imagens de alta resolução,<br />

conseguimos ampliar o conhecimento sobre aspectos do relevo<br />

e hidrografia das áreas manejadas e desenvolver modelos que<br />

permitem verificar a dinâmica de crescimento da floresta e estimar<br />

com mais precisão o volume de madeira e os estoques de<br />

biomassa e carbono existentes nesses locais”, enfatiza Marcus.<br />

Na avaliação do pesquisador Evandro Orfanó, um dos<br />

principais desafios do inventário em florestas tropicais nativas<br />

ainda é a localização de árvores de importância econômica,<br />

devido a dificuldades como a transposição de cursos hídricos<br />

e visualização dessas espécies em função da densa vegetação.<br />

“No manejo tradicional era preciso percorrer grandes distâncias<br />

a pé, para identificar cada árvore na floresta e verificar o<br />

potencial de produção da área, já com os drones, mapeamos<br />

previamente a copa das árvores e coletamos informações que<br />

facilitam essa localização e uma avaliação precisa da área a ser<br />

explorada, questão essencial para uma produção sustentável”,<br />

aponta Evandro.<br />

O pesquisador também lembra que, com as técnicas tradicionais<br />

de manejo, uma equipe de planejamento mapeia<br />

apenas 20 ha de floresta por dia, enquanto hoje, com uso de<br />

um drone, é possível mapear aproximadamente 1 mil ha diariamente,<br />

um ganho fantástico em desempenho na atividade.<br />

“A combinação de diferentes ferramentas tecnológicas proporciona,<br />

ainda, outros ganhos na atividade florestal, incluindo<br />

a cubagem (medição) de madeira em pátios de estocagem,<br />

atividade que otimizou o monitoramento pós-exploratório,<br />

essencial para avaliar, de forma efetiva, o impacto ambiental da<br />

atividade florestal”, reforça Evandro.<br />

Outro ganho proporcionado pelas tecnologias digitais foi<br />

a integração dos planos de manejo com o SINAFLOR (Sistema<br />

Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais),<br />

plataforma on-line do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente<br />

e dos Recursos Naturais Renováveis) utilizada por órgãos<br />

ambientais do Acre e outros Estados para aprovar projetos de<br />

manejo florestal. Mesquita explica que contar com informações<br />

automatizadas e georreferenciadas no sistema agilizou as avaliações<br />

e o licenciamento, tanto do plano de manejo como do<br />

plano operacional anual de exploração. Antes, o processo era<br />

físico e toda comunicação com o requerente, e com o responsável<br />

técnico, se dava de forma presencial, fator que tornava<br />

moroso o processo de licenciamento. Para o pesquisador essa<br />

integração também possibilita informações sobre a execução<br />

dos planos de manejo, que ajudam a identificar se as atividades<br />

estão ocorrendo conforme o planejamento, antes das vistorias<br />

presenciais, aspecto que representa um avanço no monitoramento<br />

da atividade florestal. “Além disso, como essa base de<br />

dados georreferenciados é permanente, temos parâmetros<br />

para retornar a uma área manejada, 10 anos ou 15 anos depois,<br />

e avaliar os impactos da atividade de manejo na dinâmica<br />

da floresta. Sem os recursos tecnológicos do MODEFLORA, isso<br />

não seria possível”, compara Evandro.<br />

MONITORAMENTO DE FLORESTAS PÚBLICAS<br />

Além de conferir maior sustentabilidade à atividade florestal<br />

e ganhos para os empreendimentos de manejo em áreas<br />

privadas, o MODEFLORA também contribuiu para aprimorar o<br />

trabalho de monitoramento da execução de planos de manejo<br />

em florestas públicas na Amazônia. Desde 2015, a adoção de<br />

inovações tecnológicas no manejo florestal é um indicador técnico<br />

de qualificação e desempenho nos editais de concessões<br />

do SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro). José Humberto Chaves,<br />

coordenador-geral de Monitoramento e Auditoria <strong>Florestal</strong> do<br />

Março 2023<br />

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