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Foto: Mauricília Silva<br />
PESQUISADOR MARCUS<br />
VÍNICIO AVALIA DADOS<br />
DA FLORESTA COLETADOS<br />
COM USO DE DRONE COM<br />
SENSOR LIDAR<br />
Para Marcus Vinício Neves d’Oliveira, esse upgrade tecnológico<br />
tem contribuído para aprimorar continuamente o MO-<br />
DEFLORA e aumentar a sua eficiência. A associação de novas<br />
geotecnologias ampliou a capacidade do sistema de gerar informações<br />
que facilitam a tomada de decisões mais assertivas<br />
no manejo florestal. “A partir de imagens de alta resolução,<br />
conseguimos ampliar o conhecimento sobre aspectos do relevo<br />
e hidrografia das áreas manejadas e desenvolver modelos que<br />
permitem verificar a dinâmica de crescimento da floresta e estimar<br />
com mais precisão o volume de madeira e os estoques de<br />
biomassa e carbono existentes nesses locais”, enfatiza Marcus.<br />
Na avaliação do pesquisador Evandro Orfanó, um dos<br />
principais desafios do inventário em florestas tropicais nativas<br />
ainda é a localização de árvores de importância econômica,<br />
devido a dificuldades como a transposição de cursos hídricos<br />
e visualização dessas espécies em função da densa vegetação.<br />
“No manejo tradicional era preciso percorrer grandes distâncias<br />
a pé, para identificar cada árvore na floresta e verificar o<br />
potencial de produção da área, já com os drones, mapeamos<br />
previamente a copa das árvores e coletamos informações que<br />
facilitam essa localização e uma avaliação precisa da área a ser<br />
explorada, questão essencial para uma produção sustentável”,<br />
aponta Evandro.<br />
O pesquisador também lembra que, com as técnicas tradicionais<br />
de manejo, uma equipe de planejamento mapeia<br />
apenas 20 ha de floresta por dia, enquanto hoje, com uso de<br />
um drone, é possível mapear aproximadamente 1 mil ha diariamente,<br />
um ganho fantástico em desempenho na atividade.<br />
“A combinação de diferentes ferramentas tecnológicas proporciona,<br />
ainda, outros ganhos na atividade florestal, incluindo<br />
a cubagem (medição) de madeira em pátios de estocagem,<br />
atividade que otimizou o monitoramento pós-exploratório,<br />
essencial para avaliar, de forma efetiva, o impacto ambiental da<br />
atividade florestal”, reforça Evandro.<br />
Outro ganho proporcionado pelas tecnologias digitais foi<br />
a integração dos planos de manejo com o SINAFLOR (Sistema<br />
Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais),<br />
plataforma on-line do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente<br />
e dos Recursos Naturais Renováveis) utilizada por órgãos<br />
ambientais do Acre e outros Estados para aprovar projetos de<br />
manejo florestal. Mesquita explica que contar com informações<br />
automatizadas e georreferenciadas no sistema agilizou as avaliações<br />
e o licenciamento, tanto do plano de manejo como do<br />
plano operacional anual de exploração. Antes, o processo era<br />
físico e toda comunicação com o requerente, e com o responsável<br />
técnico, se dava de forma presencial, fator que tornava<br />
moroso o processo de licenciamento. Para o pesquisador essa<br />
integração também possibilita informações sobre a execução<br />
dos planos de manejo, que ajudam a identificar se as atividades<br />
estão ocorrendo conforme o planejamento, antes das vistorias<br />
presenciais, aspecto que representa um avanço no monitoramento<br />
da atividade florestal. “Além disso, como essa base de<br />
dados georreferenciados é permanente, temos parâmetros<br />
para retornar a uma área manejada, 10 anos ou 15 anos depois,<br />
e avaliar os impactos da atividade de manejo na dinâmica<br />
da floresta. Sem os recursos tecnológicos do MODEFLORA, isso<br />
não seria possível”, compara Evandro.<br />
MONITORAMENTO DE FLORESTAS PÚBLICAS<br />
Além de conferir maior sustentabilidade à atividade florestal<br />
e ganhos para os empreendimentos de manejo em áreas<br />
privadas, o MODEFLORA também contribuiu para aprimorar o<br />
trabalho de monitoramento da execução de planos de manejo<br />
em florestas públicas na Amazônia. Desde 2015, a adoção de<br />
inovações tecnológicas no manejo florestal é um indicador técnico<br />
de qualificação e desempenho nos editais de concessões<br />
do SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro). José Humberto Chaves,<br />
coordenador-geral de Monitoramento e Auditoria <strong>Florestal</strong> do<br />
Março 2023<br />
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