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ENTREVISTA
Mas, na verdade, por causa dos desafios globais, comuns
a todos os países, a cooperação é cada vez mais
importante, para enfrentar as mudanças do clima, os
riscos de pandemia, o próprio envelhecimento da humanidade.
Há desafios que só vamos vencer juntos.
>> Qual o lugar da bioeconomia no Brasil?
>> Cada vez maior, como a gente viu antes. Uma das
coisas que creio podem ter mais impacto são os veículos
elétricos alimentados por geradores a etanol. A
tecnologia existe, tem todas as vantagens dos carros
elétricos, especialmente na cidade, e é barata. Os únicos
que também podem ter carros com pegada baixa
são os escandinavos, mas, se formos incluir as emissões
para a produção de um carro elétrico com uma bateria
de 100kW, provavelmente nosso elétrico caipira, com a
boa cana-de-açúcar ou mesmo milho, teria uma pegada
de carbono mais leve. E não ia depender de metais difíceis
de extrair em lugares distantes.
>> O Brasil pode se tornar uma referência mundial em
energia de baixo custo?
Sim, mas temos que prestar muita atenção nos marcos
regulatórios da eletricidade, assim como será o panorama
concorrencial nas energias alternativas. O que deve
levar a um novo papel para a Petrobras. Ela tem vantagens
em tentar acelerar a produção de bioquerosene
de dendê, ajudando a resolver o problema fundiário na
Amazônia. Ela pode talvez investir na eletricidade off-
-shore, inclusive com geração térmica junto aos poços
e reinjeção do CO2 (gás carbônico) nos campos. Essa
tecnologia poderia aumentar o tempo de vida do gás
natural, permitindo térmicas zero carbono e seria outra
tecnologia em que poderíamos sair na frente. É um
momento do Brasil poder ser o único país a realmente
ter um carro com quase zero de emissões e a preços
populares. E, portanto, muito excitante.
countries, cooperation is increasingly important to
addressing climate change, the risks of pandemics,
and the aging of humanity. There are challenges that
only we are going to overcome together.
Where is the Bioeconomy in Brazil?
It is becoming increasingly important such as we have
never seen before. One of the things that can have the
most impact is electric vehicles powered by ethanol
generators. The technology exists and offers all the
advantages of electric cars, especially in the city, and
is low cost. Regrettably, the only people now with
vehicles with a low carbon footprint are the Scandinavians.
But, if we include the emissions to produce
an electric car with a 100 kW battery, our old fashion
energy from sugar cane or corn would have a smaller
carbon footprint. And it wouldn’t depend on metals
that were hard to extract in distant places.
Can Brazil become a world reference in low-cost
energy?
Yes, but we must pay close attention to the regulatory
frameworks of electricity, as will the competitive
landscape of alternative energies. This should lead to
a new role for Petrobras, where it has advantages in
accelerating the production of biokerosene from palm
oil, helping to solve the land problem in the Amazon.
In addition, it can invest in off-shore electricity, including
thermal generation near wells and CO2 reinjection
in the oil fields. This technology could increase the life
of natural gas by allowing zero carbon thermals and
would be another technology where we could get out
in front. It is when Brazil may be the only country to
really have a car with almost zero emissions and popular
price choices. And therefore, very exciting.
Ainda assim, há uma certa resistência em alguns
países em deixarem suas firmas poderem usar
esses créditos enquanto não conseguem reduzir
mais rapidamente suas emissões
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