ENTREVISTA em deixarem suas firmas poderem usar esses créditos enquanto não conseguem reduzir mais rapidamente suas emissões. Temos que trabalhar para aumentar a demanda global por crédito de carbono nos próximos 2 anos a 5 anos. É uma pauta estratégica que deveria ser trabalhada durante nossa presidência do G20. >> A visão do mundo em relação ao Brasil mudou com a pauta da economia verde em crescimento? Sim, as pessoas já conhecem bem nossa capacidade de geração eólica e solar, de biogás. Também sabem que nossas indústrias usam eletricidade limpa e aquelas que usam recursos naturais usam a biomassa na sua produção, como é o caso da celulose que abandonou o diesel há tempos e usa a lignina como fonte de energia. O que não se conhece ainda bem é o trabalho de recuperação de pastagens, e há alguma disputa em relação à captura de carbono com plantio direto. >> Como podemos ampliar a produtividade nacional? É o nosso desafio permanente. Aliás, de todos os países. Como a lignina em caldeiras, que já sabemos usá-la para fazer fibra de carbono que melhora muito a qualidade de estruturas na aviação e em muitos outros setores. Já conseguimos produzir vários químicos a partir do etanol, substituindo os plásticos. Então, é aproveitar nossas riquezas combinando com a melhora do nível de educação da nossa população para aumentar a produtividade do trabalho, como ocorreu entre 2002 e 2010. >> O segmento florestal é chave para o desenvolvimento da economia nacional? As oportunidades são muitas. No Paraná há cada vez mais interesse no uso da madeira cultivada na construção civil. Claro, são lindas as antigas casas de madeira em Curitiba (PR), com aquele rendilhado, cortinas branquinhas e um jardim - um patrimônio cultural incrível. Mas hoje casa e até prédios de madeira são uma coisa muito diferente. E enquanto o cimento emite carbono ao ser produzido, a madeira é uma maneira de sequestrar carbono - cada casa tira toneladas de carbono da atmosfera. Na Amazônia a revolução do dendê em terras degradadas para combustível de aviação é um sonho distante, até por causa dos problemas fundiários, que ainda são sérios. Mas acredito que vamos conseguir, o que poderia acelerar muito a redução das emissões das viagens internacionais. >> Como o conflito na Rússia, que já se estende por mais de um ano, afeta a economia global? Ele afetou ao criar dúvidas sobre o paradigma de cooperação internacional que se criou depois da Segunda Guerra Mundial, e que foi alargado com a queda dos regimes comunistas na União Soviética e seus satélites. to increase the global demand for carbon credits in the next 2 to 5 years. This strategic agenda should be worked on during our G20 presidency. Has the world’s view towards Brazil changed with the agenda of the growing trend towards a green economy? Yes, people already know our ability to generate wind, solar, and biogas energy. They also know that our industries use clean electricity, and those that use natural resources use biomass in their production, as is the case with pulp producers that abandoned diesel long ago and use lignin as an energy source. What is not yet well known is the work of recovery of pastures, and there is some dispute regarding carbon capture with no-tillage planting. How can we increase domestic productivity? This is our permanent challenge. In fact, for all countries. As for the use of lignin in boilers, we already know how to use it to make carbon fiber which dramatically improves the quality of structures in aviation and many other sectors. In addition, we have already produced several chemicals from ethanol, replacing plastics. So, it is to take advantage of our wealth and improve our population’s education level to increase labor productivity, as occurred between 2002 and 2010. Is the Forest-based Sector the key to developing the domestic economy? There are many opportunities. In Paraná, there is increasing interest in using planted timber in building construction. Of course, the old wooden houses in Curitiba (PR) are beautiful, with that lace, white curtains, and a garden - an incredible cultural heritage. But today, wooden houses and even wooden buildings are very different things. And producing cement emits carbon, and wood is a way to sequester carbon - each house has taken tons of carbon out of the atmosphere. In the Amazon, the palm oil produced on degraded land for aviation fuel is a distant dream because of serious land ownership problems. But I believe we will succeed, which could significantly accelerate reduced emissions from international travel. How does the conflict in Ukraine, which has been going on for more than a year, affect the global economy? It affects the global economy by creating doubts about the international cooperation paradigm created after World War II, which widened with the fall of communist regimes in the Soviet Union and its satellites. But, because of the global challenges common to all 36 www.referenciaflorestal.com.br
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