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André Seiti<br />
Assim nasceu a ocupação Perder a imagem, que esteve em<br />
cartaz de dezembro a fevereiro deste ano, no Itaú Cultural.<br />
O título da exposição surgiu da fala da poeta sergipana<br />
Beatriz Nascimento (1942-1995), referindo-se à forçada diáspora<br />
africana ao Brasil. Mas a instalação nada tem de didática:<br />
não há texto falado, apenas imagens sonoras inspiradas em<br />
conteúdos da poeta, acompanhadas pelo percurso de cores<br />
e luzes desenhado por Anna. Luzes que refletem nas paredes<br />
curvas e no pequeno e raso lago ao centro, aberto aos espectadores.<br />
Uma série de alto-falantes espalhados pelo recinto<br />
transmite o percurso musical de cerca de 20 minutos; o som é<br />
tridimensional, graças ao uso da tecnologia Atmos (espécie de<br />
Dolby) e à criação de nuances entre diferentes pontos da sala.<br />
Buracos circulares de aproximadamente 60 cm de diâmetro,<br />
incrustados nas paredes e no teto, emanam luz difusa, que varia<br />
em intensidade e cor (geralmente azuis, vermelhos e magentas),<br />
conforme o percurso da música. “Muitos espectadores<br />
chapinham na água, o que multiplica a reflexão das luzes. Outros<br />
passam pela experiência de olhos fechados. “Quer saber?<br />
Não me importo nada que eles não vejam. É a escolha deles!”<br />
– finaliza a bem-humorada Anna.<br />
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