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Baldeação ideológica inadvertida e Diálogo - Dr. Plínio Correia de Oliveira

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<strong>Bal<strong>de</strong>ação</strong> I<strong>de</strong>ológica Inadvertida e <strong>Diálogo</strong> 44<br />

- b – essa distensão também é plena no caso do diálogo-investigação; mas,<br />

como ao longo da investigação alguma divergência po<strong>de</strong> surgir aci<strong>de</strong>ntal e<br />

transitoriamente, é possível que alguma tensão passageira surja no <strong>de</strong>curso do<br />

diálogo-investigação (14);<br />

--------------- (nota) ---------------<br />

(14) Se o diálogo-investigação comporta eventuais divergências, qual a<br />

consistência da distinção entre ele e a discussão? O diálogo-investigação não versa<br />

sobre tema em que os interlocutores estão em <strong>de</strong>sacordo, mas sobre tema que<br />

ignoram, ao menos em parte. A divergência é nele apenas um episódio eventual e<br />

esporádico relativo a algum aspecto da investigação. A discussão tem por objeto<br />

assunto em que há <strong>de</strong>sacordo, e ela comporta fundamental e continuamente o<br />

esgrimir dos argumentos.<br />

------------------------- (fim da nota) ----------------<br />

* 2 – no caso da discussão, a atitu<strong>de</strong> emocional dos interlocutores, via <strong>de</strong><br />

regra, tem caráter diverso: as diferenças <strong>de</strong> convicção criam entre eles uma<br />

heterogeneida<strong>de</strong> que constitui <strong>de</strong> si um obstáculo à simpatia; a argumentação, com<br />

que cada qual procura convencer o outro, po<strong>de</strong> originar facilmente um teor <strong>de</strong><br />

relações mais ou menos parecido – conforme o caso – com uma luta.<br />

Assim, o diálogo comporta duas modalida<strong>de</strong>s fundamentais, que se<br />

distinguem pelo seu objetivo, e a título corolário pela atitu<strong>de</strong> emocional que marca<br />

a relação dos interlocutores entre si.<br />

k. <strong>Diálogo</strong> “lato sensu”, diálogo<br />

“stricto sensu” e discussão<br />

À modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diálogo acima <strong>de</strong>scrita no número 2 dos itens “i” e “j”, a<br />

palavra “discussão” (do latim “discutere”, isto é, “dis”, que indica separação, e<br />

“quatere”, agitar) é inteiramente própria.<br />

Mas como <strong>de</strong>signar a forma <strong>de</strong> diálogo indicada no número 1 daqueles<br />

itens? Para ela não existe vocábulo distintivo. Chama-se “diálogo” também.<br />

Daí constituir-se um sentido estrito da palavra “diálogo”, <strong>de</strong>signando a<br />

modalida<strong>de</strong> n.° 1 (que por sua vez compreen<strong>de</strong> o diálogo-entretenimento e o<br />

diálogo-investigação), a par do sentido lato e etimológico já analisado.

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