Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
REVISTA O GIROLANDO
DIVULGAÇÃO
mais confortável. “Acredito que a somatória
de nossos investimentos em
gestão, genética, sanidade e nutrição,
incluindo o bom manejo do sistema
de produção no compost barn, nos
permitiu alcançar excelentes índices
zootécnicos. Isso contribuiu para nossa
classificação em várias categorias
do Ranking Nacional Girolando –
Modalidade Rebanho, publicado pela
Associação Brasileira dos Criadores
de Girolando”, atesta Jônadan Ma.
A propriedade figura entre as primeiras
colocadas de diversas categorias
do Ranking Rebanho, sendo elas:
Maior média de produção por dia de
intervalo de partos; Maior média de
produção de leite por dia de vida; Menor
média de idade ao primeiro parto;
Maior média de Proteína do Leite;
Maior média de produção vitalícia;
Maior média de teor de gordura no
leite; Maior média de PTA e GPTA
para produção de leite; Menor média
de intervalo de partos; e Maior média
de produção de leite em 305 dias.
Para os próximos anos, a fazenda
investirá na construção de mais dois
galpões de compost barn, elevando a
capacidade da estrutura para um total
de 750 vacas.
Pontos de sucesso em um compost
barn
Diversos pontos devem ser avaliados
antes de iniciar a instalação
Vacas no compost barn da fazenda Campo Alegre
de um compost barn. Um deles é ter
claro o manejo que a fazenda deseja,
bem como a categoria animal que será
trabalhada, as condições climáticas da
região, localização da área onde será
erguida a estrutura e todas as suas
particularidades, dentre elas: sala de
espera, sala de ordenha, o centro de
manejo de dejetos e o tipo de ventilação
a ser adotado.
Falhas na instalação do compost,
tais como: pé direito baixo, ventiladores
que não abrangem toda a área
de cama e com inclinação incorreta (o
que faz perder a eficiência de ventos),
podem comprometer seus resultados.
É importante ter em mente que os
ventiladores são essenciais para manter
a cama seca, prevenindo doenças
e melhorando o ambiente das vacas
(aumentando a produção leiteira),
deixando de ser um custo, mas, sim,
um investimento. Ligar os ventiladores
apenas nos períodos mais quentes
deixará a cama mais úmida, aumentando
a ocorrência de mastite. Isso
acontece porque quando a umidade
da cama aumenta, o material da cama
adere-se à pele e ao orifício do teto,
facilitando a entrada de bactérias pelo
canal do teto.
Na Fazenda Campo Alegre, em
Patos de Minas/MG, que produz leite
e genética a partir da raça Girolando,
todas essas recomendações foram seguidas
à risca para garantir o sucesso
dos investimentos na construção do
compost barn. A estrutura foi erguida
há três anos para abrigar 220 animais.
“Antes de decidir pelo sistema, fizemos
um estudo de viabilidade econômica
que só mostrou bons resultados.
O custo alto do investimento é diluído
ao longo do tempo com a redução da
taxa de descarte, dos gastos com sanidade
e com o aumento da produção
e da qualidade do leite, permitindo-
-nos vender o leite com maior valor
agregado”, ressalta Leonardo Avelar,
que junto com o pai, Antônio Sérgio
Avelar, comanda a Campo Alegre e o
criatório Girolando LLA.
Ele lembra que o único receio
inicial foi em relação ao manejo da
cama e o risco de aumentar os casos
de mastite. Realmente, o sistema
de compost barn pode apresentar
maior risco de ocorrência de mastite,
quando mal manejado. Isso acontece
porque a umidade excessiva na
cama contribui para que o material
suje o úbere das vacas, aumentando
o risco dessa ocorrência.
Estudo realizado pela equipe do
Qualileite-FMVZ-USP para avaliar
a frequência e o perfil de patógenos
causadores de mastite em vacas leiteiras
apontou que o teor de umidade da
cama foi positivamente associado com
a incidência de mastite clínica geral e
mastite clínica causada por patógenos
ambientais. Os patógenos mais frequentemente
isolados encontrados no
caso de mastite clínica foram Escherichia
coli (12,5%) e estreptococos ambientais
(Streptococcus dysgalactiae
+ Streptococcus uberis; 15,1%). Já nos
casos de mastite subclínica foram verificados
os patógenos Staphylococcus
chromogenes (24,9%) e Streptococcus
agalactiae + Staphylococcus aureus
(9,5%,).
Portanto, manter a superfície seca
para vacas leiteiras e realizar um bom
manejo de ordenha contribuem para
reduzir a incidência de mastite clínica.
Ao revirar a cama pelo menos
duas vezes ao dia, o processo de compostagem
torna-se mais homogêneo,
facilitando a perda de umidade para o
ambiente e fazendo com que a cama
fique mais seca. É essencial atingir as
camadas mais profundas do composto
neste processo. “O fato de seguir-
28