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Revista Girolando - edição 136 out/nov/dez 2023

Tudo sobre a pecuária leiteira e a raça Girolando

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REVISTA O GIROLANDO

REVISTA O GIROLANDO

CRIATÓRIOS

Larissa Vieira

Girolando em terras gaúchas

A grande adaptabilidade da raça vem atraindo pecuaristas gaúchos que querem driblar as mudanças

climáticas da região e elevar a produtividade do rebanho, com mais longevidade e saúde

Assim como na origem da história

da raça Girolando, que teria surgido

por acaso quando um touro Gir invadiu

uma pastagem vizinha e cobriu vacas

Holandesas, os primeiros animais

Girolando da Fazenda das Nogueiras

também surgiram de uma casualidade.

“Em 2010, criava Holandês e Gir

Leiteiro e fiquei um período sem inseminador,

justamente quando as vacas

começaram a entrar no cio. Como não

tinha quem inseminasse, decidi colocar

o touro Gir para cobrir as vacas Holandesas.

Quando as bezerras começaram

a nascer, eram animais diferenciados e

decidi pesquisar sobre o cruzamento”,

lembra o criador José Adalmir Ribeiro

do Amaral. A propriedade fica em Caxias

do Sul, na região da Serra Gaúcha,

no Rio Grande do Sul.

Ao chegarem ao primeiro parto, os

animais CCG 1/2 HOL+ 1/2 GIR surpreenderam

novamente o produtor,

pois apresentaram boas lactações. Os

resultados levaram Amaral a investir

na formação de um plantel de Girolando

com o objetivo de produzir genética

adaptada para a região Sul. “Como estava

aspirando minhas melhores matrizes

Gir Leiteiro, decidi utilizar sêmen de excelentes

touros Holandeses nos processos

de FIV”, diz o criador.

Assim, nasceu, em novembro de

2013, a fêmea Cabocla FIV das Nogueiras,

primeira geração Girolando de

FIV da Fazenda das Nogueiras. Filha do

reprodutor Bradnick em Maab Ladeira

Jaguar, ela chamou a atenção desde que

nasceu, por sua conformação e desenvolvimento,

além de ter se sagrado por

várias vezes como Grande Campeã da

Expointer e de outras exposições do Estado.

Para Amaral, a rusticidade e a eficiência

alimentar do Girolando são pontos

importantes dentro do sistema de

produção adotado pela fazenda. “São

animais que se mantêm muito bem a

pasto em qualquer época do ano, por

serem menos exigentes que outras raças.

Estamos em uma região serrana, com

verão de temperaturas mais elevadas,

e ter animais que enfrentam bem essa

condição é fundamental para tornar

a pecuária leiteira um negócio viável”,

acredita.

Com um sistema a pasto, a fazenda

utiliza no verão pastagens melhoradas

de campo nativo, que incluiu o consórcio

com leguminosas e outras gramíneas,

como trevo-branco, trevo-vermelho

e cornichão. As vacas em lactação ainda

possuem acesso, no verão, ao capim

Sudão ou milheto. Já no inverno os animais

ficam em pastagem de azevém e

aveia, consorciado com trevo-branco.

A fazenda trabalha com rotação de

pastagem, seguindo o sistema Voisin,

que prevê um tempo de permanência

do gado no piquete curto o suficiente

para que a pastagem não seja pastoreada

mais de uma vez no mesmo período

de ocupação. São cerca de 20 piquetes,

com os lotes pastoreando algumas horas

pela manhã e pela tarde ao longo de um

dia. Nas horas em que não estão no piquete,

os animais ficam em uma área de

descanso, com sombra, bebedouro, para

que tenham todo o conforto ambiental.

Genética avaliada - A Fazenda das

Nogueiras conta atualmente com cerca

de 150 animais, entre Girolando e

Gir Leiteiro. Primeiro rebanho do Rio

Grande do Sul a integrar o Programa de

Melhoramento Genético da Raça Girolando

(PMGG), participa do Serviço de

Controle Leiteiro. No Ranking Rebanho

2022, alcançou o 1º lugar na categoria

“Menor média de idade ao primeiro

parto”, na classe 10-50 animais. “Essa

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