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REVISTA O GIROLANDO
REVISTA O GIROLANDO
CRIATÓRIOS
Larissa Vieira
Girolando em terras gaúchas
A grande adaptabilidade da raça vem atraindo pecuaristas gaúchos que querem driblar as mudanças
climáticas da região e elevar a produtividade do rebanho, com mais longevidade e saúde
Assim como na origem da história
da raça Girolando, que teria surgido
por acaso quando um touro Gir invadiu
uma pastagem vizinha e cobriu vacas
Holandesas, os primeiros animais
Girolando da Fazenda das Nogueiras
também surgiram de uma casualidade.
“Em 2010, criava Holandês e Gir
Leiteiro e fiquei um período sem inseminador,
justamente quando as vacas
começaram a entrar no cio. Como não
tinha quem inseminasse, decidi colocar
o touro Gir para cobrir as vacas Holandesas.
Quando as bezerras começaram
a nascer, eram animais diferenciados e
decidi pesquisar sobre o cruzamento”,
lembra o criador José Adalmir Ribeiro
do Amaral. A propriedade fica em Caxias
do Sul, na região da Serra Gaúcha,
no Rio Grande do Sul.
Ao chegarem ao primeiro parto, os
animais CCG 1/2 HOL+ 1/2 GIR surpreenderam
novamente o produtor,
pois apresentaram boas lactações. Os
resultados levaram Amaral a investir
na formação de um plantel de Girolando
com o objetivo de produzir genética
adaptada para a região Sul. “Como estava
aspirando minhas melhores matrizes
Gir Leiteiro, decidi utilizar sêmen de excelentes
touros Holandeses nos processos
de FIV”, diz o criador.
Assim, nasceu, em novembro de
2013, a fêmea Cabocla FIV das Nogueiras,
primeira geração Girolando de
FIV da Fazenda das Nogueiras. Filha do
reprodutor Bradnick em Maab Ladeira
Jaguar, ela chamou a atenção desde que
nasceu, por sua conformação e desenvolvimento,
além de ter se sagrado por
várias vezes como Grande Campeã da
Expointer e de outras exposições do Estado.
Para Amaral, a rusticidade e a eficiência
alimentar do Girolando são pontos
importantes dentro do sistema de
produção adotado pela fazenda. “São
animais que se mantêm muito bem a
pasto em qualquer época do ano, por
serem menos exigentes que outras raças.
Estamos em uma região serrana, com
verão de temperaturas mais elevadas,
e ter animais que enfrentam bem essa
condição é fundamental para tornar
a pecuária leiteira um negócio viável”,
acredita.
Com um sistema a pasto, a fazenda
utiliza no verão pastagens melhoradas
de campo nativo, que incluiu o consórcio
com leguminosas e outras gramíneas,
como trevo-branco, trevo-vermelho
e cornichão. As vacas em lactação ainda
possuem acesso, no verão, ao capim
Sudão ou milheto. Já no inverno os animais
ficam em pastagem de azevém e
aveia, consorciado com trevo-branco.
A fazenda trabalha com rotação de
pastagem, seguindo o sistema Voisin,
que prevê um tempo de permanência
do gado no piquete curto o suficiente
para que a pastagem não seja pastoreada
mais de uma vez no mesmo período
de ocupação. São cerca de 20 piquetes,
com os lotes pastoreando algumas horas
pela manhã e pela tarde ao longo de um
dia. Nas horas em que não estão no piquete,
os animais ficam em uma área de
descanso, com sombra, bebedouro, para
que tenham todo o conforto ambiental.
Genética avaliada - A Fazenda das
Nogueiras conta atualmente com cerca
de 150 animais, entre Girolando e
Gir Leiteiro. Primeiro rebanho do Rio
Grande do Sul a integrar o Programa de
Melhoramento Genético da Raça Girolando
(PMGG), participa do Serviço de
Controle Leiteiro. No Ranking Rebanho
2022, alcançou o 1º lugar na categoria
“Menor média de idade ao primeiro
parto”, na classe 10-50 animais. “Essa
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