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Revista Girolando - edição 136 out/nov/dez 2023

Tudo sobre a pecuária leiteira e a raça Girolando

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REVISTA O GIROLANDO

NATHÃ CARVALHO

juízo de cerca de R$300 milhões ao ano

no Estado, devido aos custos com controle

de carrapato bovino e as perdas na

produção. “Por ser mais rústica, a raça

Girolando tem muito mais saúde e resistência

a carrapatos, reduzindo consideravelmente

os custos com medicamentos

nas fazendas que estão investindo

na raça. Sem falar na longevidade dos

animais, o que também impacta positivamente

a rentabilidade do negócio”,

destaca Nathã.

No caso da Fazenda das Nogueiras, o

zootecnista esclarece que a taxa de descarte

caiu consideravelmente. “Antes,

o rebanho tinha muitos problemas de

saúde; hoje não tem mais isso. Em dez

anos selecionando Girolando, nunca

descartou um animal por baixa produção

ou por problemas de saúde relacionados

a distúrbios metabólicos, comuns

na atividade leiteira, ou por baixa condição

corporal”, informa. Segundo ele, há

um rigor na seleção em relação ao sistema

mamário, focando em bons úberes e

tetos menores.

O técnico da Associação Brasileira

dos Criadores de Girolando, Marcello

Cembranelli, que atende os associados

do Estado, reforça que a versatilidade da

raça a torna ideal para a pecuária local.

“Como o Rio Grande do Sul vem registrando

um aumento de temperatura,

com invernos não tão rigorosos quanto

antes, e esse aumento da incidência de

carrapato, o Girolando permite ao produtor

colocar mais rusticidade em seus

rebanhos para passarem bem por essa

mudança climática”, diz Cembranelli.

Segundo Nathã Carvalho, o desafio

Professor do Instituto Federal Farroupilha Emmanuel

Veiga e a vaca Brisa

climático do estado não tem sido somente

em relação ao aumento expressivo

da temperatura e dos ectoparasitas.

“Os verões são acompanhados de estiagens

severas, com muita falta de chuva

por vários dias, e a pecuária leiteira tem

sido a atividade que mais sofre com isso.

Isso reforça a importância de trabalhar

com animais mais rústicos e adaptados

a sistemas mais baratos de produção,

que dependam menos de alimentos

concentrados”, alerta Carvalho.

Todas as composições raciais da

raça Girolando vêm registrando bom

desempenho na região e a escolha do

criador deve levar em conta seu sistema

de produção e objetivos a serem alcançados.

“Quem trabalha com compost

barn, sistema muito utilizado no Sul,

uma opção interessante é trabalhar com

animais CCG 3/4 HOL + 1/4 GIR. Apesar

de terem um pouco mais de genética

Holandesa, ou seja, são mais exigentes

em termos nutricionais, eles continuam

apresentando grande adaptabilidade,

garantindo alta produção, mas com

muita saúde”, orienta.

Pesquisas- No Instituto Federal

Farroupilha Campus Alegrete, na

Fronteira-Oeste do Rio Grande do Sul,

a opção foi por animais CCG 1/2 para

a formação do rebanho Girolando. “A

raça foi introduzida no rebanho da entidade

devido ao tipo de sistema que desenvolve,

que é basicamente a pasto. Os

animais se mostraram excepcionais e ultrapassaram

os limites de produção que

tínhamos alcançado com outras raças

exploradas no Instituto”, lembra o médico-veterinário

e doutor em Zootecnia,

Emmanuel Veiga de Camargo, que é

professor de Bovinocultura de Leite do

curso de Zootecnia da entidade.

Por lá, uma vaca vem chamando a

atenção por seu alto desempenho. A

matriz IFFAR Brisa Ivete Snowrush 003,

que é da composição CCG 1/2, atingiu

60kg/leite em seu pico de lactação, dentro

do regime a pasto, com o reforço de

concentrado de 8kg/dia. Fruto de parceria

com a Fazenda das Nogueiras, e

oriunda de FIV, ela está em seu quinto

parto e agora registra média de 44kg/

dia, com 7 meses de lactação, sendo o

mesmo sistema de produção. “Os estudos

com a raça vão continuar com o

objetivo de gerar informações relevantes

para os produtores do Estado”, atesta o

professor Emmanuel, que também desempenha

a função de coordenador do

Grupo de Pesquisa e Extensão em Ruminantes

e do Laboratório de Ensino,

Pesquisa, Extensão e Produção de Bovinos

de Leite.

José Adalmir, presidente Domício, técnico Marcello e o diretor

Marcelo Real durante premiação na Expointer 2023

NATHÃ CARVALHO

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