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REVISTA O GIROLANDO
NATHÃ CARVALHO
juízo de cerca de R$300 milhões ao ano
no Estado, devido aos custos com controle
de carrapato bovino e as perdas na
produção. “Por ser mais rústica, a raça
Girolando tem muito mais saúde e resistência
a carrapatos, reduzindo consideravelmente
os custos com medicamentos
nas fazendas que estão investindo
na raça. Sem falar na longevidade dos
animais, o que também impacta positivamente
a rentabilidade do negócio”,
destaca Nathã.
No caso da Fazenda das Nogueiras, o
zootecnista esclarece que a taxa de descarte
caiu consideravelmente. “Antes,
o rebanho tinha muitos problemas de
saúde; hoje não tem mais isso. Em dez
anos selecionando Girolando, nunca
descartou um animal por baixa produção
ou por problemas de saúde relacionados
a distúrbios metabólicos, comuns
na atividade leiteira, ou por baixa condição
corporal”, informa. Segundo ele, há
um rigor na seleção em relação ao sistema
mamário, focando em bons úberes e
tetos menores.
O técnico da Associação Brasileira
dos Criadores de Girolando, Marcello
Cembranelli, que atende os associados
do Estado, reforça que a versatilidade da
raça a torna ideal para a pecuária local.
“Como o Rio Grande do Sul vem registrando
um aumento de temperatura,
com invernos não tão rigorosos quanto
antes, e esse aumento da incidência de
carrapato, o Girolando permite ao produtor
colocar mais rusticidade em seus
rebanhos para passarem bem por essa
mudança climática”, diz Cembranelli.
Segundo Nathã Carvalho, o desafio
Professor do Instituto Federal Farroupilha Emmanuel
Veiga e a vaca Brisa
climático do estado não tem sido somente
em relação ao aumento expressivo
da temperatura e dos ectoparasitas.
“Os verões são acompanhados de estiagens
severas, com muita falta de chuva
por vários dias, e a pecuária leiteira tem
sido a atividade que mais sofre com isso.
Isso reforça a importância de trabalhar
com animais mais rústicos e adaptados
a sistemas mais baratos de produção,
que dependam menos de alimentos
concentrados”, alerta Carvalho.
Todas as composições raciais da
raça Girolando vêm registrando bom
desempenho na região e a escolha do
criador deve levar em conta seu sistema
de produção e objetivos a serem alcançados.
“Quem trabalha com compost
barn, sistema muito utilizado no Sul,
uma opção interessante é trabalhar com
animais CCG 3/4 HOL + 1/4 GIR. Apesar
de terem um pouco mais de genética
Holandesa, ou seja, são mais exigentes
em termos nutricionais, eles continuam
apresentando grande adaptabilidade,
garantindo alta produção, mas com
muita saúde”, orienta.
Pesquisas- No Instituto Federal
Farroupilha Campus Alegrete, na
Fronteira-Oeste do Rio Grande do Sul,
a opção foi por animais CCG 1/2 para
a formação do rebanho Girolando. “A
raça foi introduzida no rebanho da entidade
devido ao tipo de sistema que desenvolve,
que é basicamente a pasto. Os
animais se mostraram excepcionais e ultrapassaram
os limites de produção que
tínhamos alcançado com outras raças
exploradas no Instituto”, lembra o médico-veterinário
e doutor em Zootecnia,
Emmanuel Veiga de Camargo, que é
professor de Bovinocultura de Leite do
curso de Zootecnia da entidade.
Por lá, uma vaca vem chamando a
atenção por seu alto desempenho. A
matriz IFFAR Brisa Ivete Snowrush 003,
que é da composição CCG 1/2, atingiu
60kg/leite em seu pico de lactação, dentro
do regime a pasto, com o reforço de
concentrado de 8kg/dia. Fruto de parceria
com a Fazenda das Nogueiras, e
oriunda de FIV, ela está em seu quinto
parto e agora registra média de 44kg/
dia, com 7 meses de lactação, sendo o
mesmo sistema de produção. “Os estudos
com a raça vão continuar com o
objetivo de gerar informações relevantes
para os produtores do Estado”, atesta o
professor Emmanuel, que também desempenha
a função de coordenador do
Grupo de Pesquisa e Extensão em Ruminantes
e do Laboratório de Ensino,
Pesquisa, Extensão e Produção de Bovinos
de Leite.
José Adalmir, presidente Domício, técnico Marcello e o diretor
Marcelo Real durante premiação na Expointer 2023
NATHÃ CARVALHO
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