12.01.2013 Views

Caminhos do - VisitAlgarve

Caminhos do - VisitAlgarve

Caminhos do - VisitAlgarve

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

106<br />

CAMINHOS ALÉM DO CENTRO<br />

jardim <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res na marginal<br />

ou então percorrer os recantos,<br />

os becos, o labirinto de ruelas e<br />

travessas, à moda <strong>do</strong> Sul.<br />

O ambiente colori<strong>do</strong> <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong><br />

estende-se ao logo de to<strong>do</strong> o dia.<br />

De manhã vende-se peixe acaba<strong>do</strong><br />

de pescar, de tarde as esplanadas<br />

são o ponto de encontro e à noite<br />

funciona uma zona de bares mesmo<br />

junto à ria. É um espectáculo de<br />

cores, aromas e sabores, um prazer<br />

para os senti<strong>do</strong>s.<br />

A Igreja Matriz, construída em 1695,<br />

ostenta na fachada a seguinte<br />

inscrição “À custa <strong>do</strong>s homens <strong>do</strong><br />

mar deste povo se fez este templo<br />

em que só haviam umas palhotas”.<br />

Próximo fica o Compromisso<br />

Marítimo, funda<strong>do</strong> no século<br />

XVIII, com a fachada marcada<br />

pelos <strong>do</strong>is telha<strong>do</strong>s de tesoura<br />

ten<strong>do</strong>, ao centro, uma cúpula de<br />

capela. É a partir da torre da igreja<br />

que se contempla to<strong>do</strong> o vasto e<br />

impressivo panorama da construção<br />

tradicional de Olhão, a Vila Cubista:<br />

As casas, com as açoteias a substituírem os telha<strong>do</strong>s sugerem cubos sobrepostos.<br />

To<strong>do</strong>s os frutos <strong>do</strong> mar participam na gastronomia de Olhão, desde o xarem com conquilhas, às<br />

lulas cheias à moda de Olhão, aos guisa<strong>do</strong>s ou caldeiradas de litão ou safio. Surpreendente é o arroz<br />

lingueirão, ou os chocos com favas.<br />

Já a caminho de Tavira, não podemos prescindir de uma visita ao Parque Natural da Ria Formosa,<br />

com sede a menos de 2 km da cidade. Partimos ao longo de um trilho que nos permite observar<br />

as aves migratórias, a adaptação das plantas aos diversos habitats, os famosos cães de água, hábeis<br />

mergulha<strong>do</strong>res cuja criação é outros <strong>do</strong>s atractivos <strong>do</strong> Parque. O moinho de maré está completamente<br />

restaura<strong>do</strong>, e o murmúrio das vagas rivaliza com o cântico das aves.<br />

Carreiras regulares, ou barcos de aluguer, levam-nos às ilhas da Culatra, da Armona e <strong>do</strong> Farol, à<br />

descoberta das belezas da Ria Formosa.<br />

Terra de muitas lendas, Olhão tem na história de Floripes uma moura encantada, muito linda, uma<br />

prova <strong>do</strong> poder que a ria Formosa exerce sobre os olhanenses. Os mais velhos contavam que em<br />

determinadas noites se ouve o seu lamento canta<strong>do</strong>, suplican<strong>do</strong> que a desencantem, prometen<strong>do</strong> em<br />

troca felicidade e riqueza.<br />

A dificuldade reside nas duras provas necessárias para tal empresa: Ir a pé com uma vela acesa até<br />

Olhão - Secagem <strong>do</strong> litão<br />

Festival <strong>do</strong> Marisco<br />

uma das ilhas e voltar, durante a maré vazia. Caso a vela se apague durante os trajectos, o aventureiro<br />

seria submerso pelas águas. Os homens <strong>do</strong> mar continuam ainda a recear o chamamento de Floripes e<br />

muito poucos se aventuram a passar à noite no local das “aparições” e recean<strong>do</strong> os “chamamentos”.<br />

Estamos já de regresso ao Sotavento, e continuamos na zona da costa abrangida pela Ria Formosa<br />

que de Faro até Cacela a Velha vai forman<strong>do</strong> pequenas ilhas de areia e outras tantas praias de sonho,<br />

como a Fuzeta ou Cabanas.<br />

Chegaremos a Tavira para nos encantarmos com o Rio Gilão, onde a cidade, garrida, se mira. O rio<br />

divide-a em duas partes, reunidas entre si por meio duma bela ponte românica composta por sete arcos.<br />

Tavira possui ruas muito belas, um centro histórico que vai subin<strong>do</strong> em ruelas estreitas até ao castelo.<br />

Supõe-se ser aqui a antiga Balsa, fundada pelos romanos. Foi depois pertença <strong>do</strong>s Mouros, como<br />

atestam as inúmeras torres das igrejas, onde outrora existiam os minaretes das mesquitas. Recomendase<br />

a visita ao centro de exposições <strong>do</strong> Palácio da Galeria, ao Castelo, ou a uma das muitas igrejas que<br />

Tavira tem para oferecer. Valerá a pena, por isso, tomar assento no mini-comboio eléctrico e seguir a<br />

carreira <strong>do</strong> património e também aquela que liga a cidade às Quatro Águas, onde se apanha o barco<br />

para a maravilhosa ilha de Tavira, seguramente uma das melhores praias <strong>do</strong> Algarve.<br />

Haverá ainda tempo para se apreciar um fabuloso por <strong>do</strong> sol junto ao forte de Cacela Velha, uma<br />

pitoresca aldeia no topo de uma arriba arenosa fronteira à Ria Formosa.<br />

Possivelmente fundada pelos Fenícios, por volta <strong>do</strong> ano 800 a. C. na região habitava também a tribo<br />

lusitana <strong>do</strong>s Cúneos.<br />

Ao chegarmos à aldeia, belos exemplares de arquitectura popular, mostram-nos outro Algarve, mais<br />

genuíno. O mar despede-se de nós brilhan<strong>do</strong> intensamente, despedimo-nos nós <strong>do</strong> sol para ir em<br />

busca de umas deliciosas ostras, umas amêijoas, um bom peixe grelha<strong>do</strong>, ou um saboroso prato<br />

de marisco saltea<strong>do</strong>, antes de voltarmos a Vila Real de Santo António onde se acaba a rota <strong>do</strong>s<br />

<strong>Caminhos</strong> para além <strong>do</strong> Centro.<br />

Ria Formosa<br />

107<br />

CAMINHOS ALÉM DO CENTRO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!