12.01.2013 Views

Caminhos do - VisitAlgarve

Caminhos do - VisitAlgarve

Caminhos do - VisitAlgarve

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1 6<br />

ROTA DO GUADIANA SOTAVENTO<br />

Seguin<strong>do</strong> em direcção a Norte naquela via, na Junqueira percebe-se que o artesanato é uma<br />

actividade de rua, feita a empreita à soleira da porta em amena cavaqueira com as vizinhas.<br />

Meia dúzia de quilómetros mais adiante chegamos ao Azinhal. Esta encanta<strong>do</strong>ra aldeia é um <strong>do</strong>s seis<br />

“azinhais” <strong>do</strong> Algarve. A Igreja Matriz, no extremo oriental da população, é pouco vulgar, com uma<br />

cúpula semelhante a um farol, uma nave re<strong>do</strong>nda e uma pequena cúspide. O moinho de vento que lhe<br />

está próximo, ainda que desactiva<strong>do</strong>, possui uma vista magnífica sobre o Guadiana e Espanha.<br />

Ainda menos vulgar é o Museu “O Saber das Mulheres” instala<strong>do</strong> no Centro Cultural <strong>do</strong> Azinhal, que<br />

lança um olhar atento para o papel das mulheres na comunidade. São ainda elas que mantêm a chama<br />

familiar, tratam <strong>do</strong>s campos e <strong>do</strong>s filhos e ainda lhes sobra tempo para o delica<strong>do</strong> artesanato das<br />

rendas de bilros. As rendeiras <strong>do</strong> Azinhal criaram a renda das folhas, inspiradas em folhas de várias<br />

plantas. A renda é originária das Flandres, e terá chega<strong>do</strong> ao Algarve pela mão <strong>do</strong>s comerciantes que se<br />

deslocavam ao porto de Antuérpia para comerciar figos secos e outros produtos.<br />

Renda de Bilros<br />

Os bilros trabalham-se numa almofada, suportada por uma canastra de verga feita de propósito para o<br />

efeito. O molde, em cartão grosso, é picota<strong>do</strong> pelos picos (alfinetes) que irão permitir o desenrolar <strong>do</strong><br />

borda<strong>do</strong>. Os bilros, que suportam a linha de algodão pentea<strong>do</strong> são feitos de loendro.<br />

Não se não pode sair <strong>do</strong> Azinhal sem antes provar os <strong>do</strong>ces regionais, igualmente saí<strong>do</strong>s da mão<br />

feminina, feitos na Pastelaria “A Prova” uma fabriqueta que conserva os méto<strong>do</strong>s artesanais.<br />

Continuan<strong>do</strong> em direcção a Norte, não deixe passar a placa indica<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> percurso alternativo para<br />

Alcoutim, ao km 16,viran<strong>do</strong> aí no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio. Na Fonte <strong>do</strong> Pene<strong>do</strong> as casas baixas escondem<br />

teares, o xisto empoleira-se em muros que protegem culturas e ga<strong>do</strong>. Alcaria fica no cimo de uma<br />

subida suave e se parar num <strong>do</strong>s cafés ou tasquinhas, convém provar o queijo de cabra e umas lascas<br />

de bom presunto. Vai ser difícil resistir ao cheiro, caso a panela esteja ao lume para preparar umas sopas<br />

de lebre ou um coelho frito.<br />

Umas curvas mais adiante, eis que a água espreita por entre os montes. A Foz de Odeleite é uma<br />

minúscula aldeia, empoleirada sobre a ravina junto ao local onde a Ribeira desagua no Guadiana.<br />

Atravessada a ponte, a zona envolvente surge como um paraíso natural com as casas sobre as<br />

escarpas mais altas da margem <strong>do</strong> Guadiana, as hortas e as vinhas corren<strong>do</strong> até ao rio, onde há<br />

Azinhal<br />

Guerreiros <strong>do</strong> Rio<br />

pequenos ancora<strong>do</strong>uros. De quan<strong>do</strong> em vez passam os barcos da<br />

pesca artesanal, um ou outro veleiro de recreio.<br />

Não chegarão a 4 km até encontrarmos Álamo onde se<br />

descobriu uma “villa” romana, e uma notável barragem da mesma<br />

época, de muros espessos, seis contrafortes e mais de 40 metros<br />

de comprimento que armazenava a água da ribeira da Fornalha.<br />

O Museu <strong>do</strong> Rio é o orgulho da povoação que dá pelo estranho<br />

e belo nome de Guerreiros <strong>do</strong> Rio. O acervo conta a história<br />

<strong>do</strong> Rio Guadiana e as suas actividades piscatórias desde os<br />

cartagineses.<br />

Apetece mesmo parar numa terra que se chama Montinho das<br />

Laranjeiras e passa-se das palavras ao actos, quan<strong>do</strong> é possível<br />

entrar na taverna mais antiga de to<strong>do</strong> o concelho de Alcoutim, de<br />

decoração a condizer com os muitos anos de serviço. Os romanos também acharam o sítio simpático e<br />

aprazível, como atestam as ruínas de uma “villa” aqui construída nos sécs. XI/XII.<br />

Alcoutim surge-nos depois<br />

de uma curva mais apertada da<br />

estrada e <strong>do</strong> Guadiana, início de<br />

um desfiladeiro que a vila ocupa<br />

em anfiteatro.<br />

Na outra margem está San<br />

Lucar del Guadiana.<br />

Pelas vielas estreitas da cidade<br />

velha, chega-se ao Castelo<br />

de Alcoutim construí<strong>do</strong><br />

no séc. XVI, não sem antes<br />

se ter passa<strong>do</strong> pela Igreja da<br />

Misericórdia, a Ermida de St.<br />

Guerreiros <strong>do</strong> Rio<br />

Álamo<br />

Redes de pesca<br />

1 7<br />

ROTA DO GUADIANA SOTAVENTO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!