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MOSTRA SUA CARA - Editora Definição
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ficha completa<br />
Termômetro do Centro-Oeste<br />
O galope das vendas de candies na terra do agronegócio na tela da<br />
Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados<br />
Superando a marca de 2,3 milhões de habitantes, Mato Grosso do Sul contribui<br />
com pouco mais de 1% do PIB nacional e de 12% do PIB do Centro-Oeste.<br />
Trata-se da menor participação entre as unidades federativas da região. Apesar<br />
disso, o estado apresenta o maior crescimento econômico da parte central do Brasil,<br />
puxado principalmente por suas atividades de pecuária e soja. Mato Grosso do<br />
Sul conta ainda com indústrias que, atraídas por benefícios fiscais, respondem por<br />
16% de seu PIB. Esse cenário de dinamismo favorece a renda e o varejo da região,<br />
conta Acelino de Souza Cristaldo, presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de<br />
Supermercados (Amas). Entre outros pontos de interesse do trade e da indústria de<br />
confectionery, o dirigente comenta o papel do pequeno e médio varejo na cena supermercadista<br />
do estado e a explosão do número de marcas regionais nas gôndolas<br />
sul-mato-grossenses de biscoitos, snacks, chocolates e guloseimas.<br />
DR – A estabilidade econômica favoreceu<br />
o surgimento de diversos<br />
alimentos e bebidas voltados à chamada<br />
nova classe média, formada<br />
basicamente por consumidores das<br />
classes C e D. Qual a importância das<br />
marcas regionais no caso de doces e<br />
confeitos?<br />
Cristaldo – A estabilidade econômica<br />
favoreceu toda a cadeia alimentar. O<br />
setor de doces e confeitos não é exceção.<br />
Pelo contrário. <strong>No</strong> Centro-Oeste,<br />
essa indústria tem atingido altos índices<br />
de crescimento. Esse avanço se<br />
justifica pelo incremento de renda das<br />
faixas menos favorecidas da população.<br />
Atentos a esse processo e confiantes<br />
em sua vocação empreendedora, muitos<br />
empresários da região saíram da informalidade,<br />
contribuindo para a criação<br />
de marcas regionais. Esse processo foi<br />
mais perceptível em categorias compostas<br />
por itens de fácil produção, que<br />
não exigem insumos nem processos<br />
complexos.<br />
DR – Como tem sido a receptividade<br />
dos supermercadistas sul-mato-grossensses<br />
a novos fabricantes de doces<br />
e guloseimas? Há espaço para todos<br />
nas gôndolas?<br />
Cristaldo – O setor recebe muito bem<br />
novos produtos. Não nos cabe restringir.<br />
Há espaço para todos, desde que<br />
haja profissionalismo. O que o mercado<br />
não aceita é mercadoria parada na área<br />
de venda. Tudo que mitiga o anseio do<br />
consumidor deve ter espaço reservado<br />
nas lojas.<br />
DR – O consumo de chocolates bate<br />
sucessivos recordes no Brasil. Como<br />
avalia a demanda por chocolates no<br />
Mato Grosso do Sul, estado notório<br />
por seu clima quente?<br />
Cristaldo – O consumo de chocolates<br />
tem crescido muito e os supermercados,<br />
incluindo lojas de pequeno formato,<br />
com até dois checkouts, têm se esforçado<br />
para melhorar a exposição desses<br />
produtos na área de venda. <strong>No</strong>ssas lojas<br />
estão a cada dia mais climatizadas, favorecendo<br />
a exposição dos chocolates.<br />
Trata-se de um alimento que caiu em<br />
definitivo no gosto dos sul-mato-grossenses.<br />
DR – Em diferentes regiões do Brasil<br />
cresce o temor de que as grandes<br />
redes de supermercados acabem sufocando<br />
o pequeno e médio varejo.<br />
Diria que no Mato Grosso do Sul é<br />
diferente?<br />
Cristaldo – <strong>No</strong>sso estado é muito extenso.<br />
Fatores logísticos dificultam a<br />
chegada dos produtos na mesa dos sulmato-grossenses.<br />
Por isso o pequeno e<br />
médio varejo têm um papel estratégico<br />
aqui. Basta dizer que a Amas hoje<br />
conta com 353 associados, 98% deles<br />
representando empresas de pequeno<br />
porte. É claro que grandes redes já se<br />
instalaram aqui, e a tendência é que<br />
esse movimento se intensifique. Ainda<br />
não experimentamos, contudo, níveis<br />
de saturação e concorrência como os<br />
verificados em São Paulo, por exemplo.<br />
Uma alternativa que tem protegido os<br />
pequenos supermercados da região é a<br />
formação de associações de compras,<br />
que aumentam o poder de negociação<br />
de muitas lojas de vizinhança.<br />
DR – Por favor, fale sobre os cursos<br />
da Amas.<br />
Cristaldo – Além dos cursos de requalificação<br />
chancelados pela marca<br />
ENS (Escola Nacional de Supermercados),<br />
utilizamos metodologias<br />
atualizadas pela Abras, a entidade<br />
nacional do setor.<br />
DR – Quais as principais tendências<br />
em supermercados regionais?<br />
Cristaldo – A conveniência se transformou<br />
em palavra de ordem, e não é diferente<br />
no pequeno e médio varejo. As<br />
lojas devem estar atentas ao aumento<br />
da demanda por pratos prontos. Bebidas<br />
geladas também são bem-vindas no<br />
mix. <strong>No</strong>sso desafio está voltado para a<br />
facilidade do consumidor. Precisamos<br />
melhorar processos para atender um<br />
público mais esclarecido e exigente.<br />
74<br />
Doce Revista JULHO 2010<br />
Acesse: www.docerevista.com.br