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SerradoBrigadeiro<br />
Ano 3, n°8 - Pág 7<br />
Pesquisa da UFV traça o perfil de professores que<br />
ensinam em escolas do entorno do PESB<br />
A escola, juntamente<br />
com os seus professores,<br />
desempenha papel importante<br />
para a formação<br />
das futuras gerações.<br />
No contexto da Serra do<br />
Brigadeiro, sobretudo, os<br />
saberes dos professores<br />
e alunos sobre preservação<br />
ambiental ultrapassam<br />
as barreiras das salas<br />
de aula e se difundem<br />
por toda comunidade.<br />
Além das escolas, outros<br />
órgãos e instituições devem<br />
se mobilizar para<br />
questões relacionadas ao<br />
meio ambiente: o governo<br />
com a implementação<br />
de políticas públicas para<br />
a região; a universidade<br />
como fonte geradora do<br />
conhecimento e os próprios<br />
indivíduos com seus<br />
movimentos sociais de reivindicação.<br />
Atualmente, muito se<br />
fala sobre as questões<br />
ambientais e é consenso<br />
que as crianças e os jovens<br />
precisam estar bem informados<br />
sobre a importância<br />
da sustentabilidade no<br />
meio ambiente. Pensando<br />
nestas questões é que recentemente<br />
a doutoranda<br />
Angela Maria de Carvalho<br />
Maffia , da UFV, defendeu<br />
a tese “Região<br />
do Parque Estadual Serra<br />
do Brigadeiro: Saberes<br />
de professores quanto às<br />
questões ambientais”, do<br />
Programa de Pós-Graduação<br />
em Ciência Florestal,<br />
discutindo a formação e<br />
Atividades de Educação Ambiental (EA) nas escolas<br />
o conhecimento dos professores<br />
que trabalham<br />
na região de entorno do<br />
PESB. O estudo foi realizado<br />
com 37 professores<br />
do ensino fundamental<br />
que atuam em escolas<br />
dos municípios Muriaé,<br />
Fervedouro, Miradouro e<br />
Rosário da Limeira, todos<br />
pertencentes ao território<br />
rural Serra do Brigadeiro.<br />
O principal interesse<br />
da pesquisa foi sobre a<br />
formação e os saberes<br />
apresentados pelos professores,<br />
principalmente<br />
quanto às questões de<br />
educação ambiental (EA).<br />
Dos dados analisados, o<br />
grupo de professores que<br />
participou da pesquisa<br />
apresentou perfil bastante<br />
heterogêneo, tendo o<br />
número de professoras<br />
predominado. Esses professores<br />
ministram diferentes<br />
disciplinas e todos<br />
possuem licenciatura, sendo<br />
que alguns têm especialização<br />
e apenas um<br />
professor possui mestrado.<br />
Reprodução Reprodução<br />
Reprodução<br />
Os professores apoiam<br />
suas práticas em diversas<br />
formas de saberes. Dentre<br />
eles, destacam-se os<br />
saberes locais, próprios<br />
de sua cultura de origem.<br />
Os professores mostraram<br />
conhecimento acerca dos<br />
problemas sociais e ambientais<br />
da região, apontando,<br />
por exemplo, possíveis<br />
impactos ambientais<br />
que a mineração de bauxita<br />
pode trazer.<br />
Sobre o desenvolvimento<br />
de projetos em educação<br />
ambiental pelas escolas<br />
nos últimos anos, a maioria<br />
dos professores (78%) informou<br />
a realização desta<br />
atividade em suas escolas,<br />
porém somente a metade<br />
declarou participar efetivamente<br />
destes projetos,<br />
como a Coleta seletiva e<br />
reciclagem de lixo, aulas<br />
de campo na sede do<br />
PESB, distribuição de mudas<br />
e plantio de árvores,<br />
educação no campo, etc.<br />
A maioria dos professores<br />
(54,1%) também<br />
afirmou desenvolver atividades<br />
em EA em sala de<br />
aula nos seguintes conteúdos:<br />
preservação ambiental,<br />
poluição, degradação,<br />
impactos ambientais,<br />
lixo; porém conteúdos<br />
importantes como o desmatamento,<br />
queimadas<br />
e agricultura sustentável<br />
não foram mencionados.<br />
Os docentes investigados<br />
recorrem a diferentes fontes<br />
para desenvolverem<br />
as suas atividades em EA,<br />
destacando-se a internet<br />
(23,1%), revistas, livros e<br />
jornais (23,1%) e programas<br />
de televisão (15,4%).<br />
Vários projetos sobre a<br />
EA são desenvolvidos nas<br />
escolas da região pela<br />
UFV e pelas Secretarias<br />
Municipais de Educação,<br />
porém uma porcentagem<br />
muito pequena desses<br />
professores já participou<br />
desses projetos. A maioria<br />
deles (78%) nunca participou.<br />
O estudo mostra que<br />
embora os professores tenham<br />
consciência sobre<br />
a importância da EA, os<br />
mesmos ainda têm tímida<br />
participação na elaboração<br />
de projetos ambientais<br />
nas escolas. Este fenómeno<br />
pode ser explicado em<br />
parte na própria formação<br />
dos docentes, uma vez<br />
que a maioria relatou a<br />
falta desse conteúdo durante<br />
o curso de graduação.<br />
Outro ponto relevante<br />
mostra que 78,4 % dos<br />
professores entrevistados<br />
nunca participaram de<br />
cursos ou programas de<br />
formação continuada, embora<br />
89,2% destes tenham<br />
manifestado interesse em<br />
participar de programas<br />
de formação contínua na<br />
área ambiental.<br />
Alisson Almeida e Isaac Konig