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Boletim BioPESB 2013 - Edição 10.pdf

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<strong>Boletim</strong> Biopesb<br />

Ciência, meio ambiente e cidadania em suas mãos<br />

ISSN - 2316-6649 - Ano 3 - Nº 10 - <strong>2013</strong><br />

Fotografia Flávia Fonseca<br />

Lista de espécies ameaçadas da flora e da fauna mostra que<br />

mais da metade delas concentra-se no bioma Mata Atlântica<br />

Em decorrência da destruição<br />

de seu habitat e do<br />

comércio ilegal, o Tucano<br />

Toco vem se tornando uma<br />

das espécies que tem seu<br />

número de representantes<br />

consideravelmente diminuído.<br />

Ele faz parte de um<br />

grupo de espécies que<br />

ainda não pertencem a<br />

uma das três categorias<br />

classificadas como ameaçadas,<br />

mas o desmatamento<br />

e a caça tem afetado<br />

sua existência.<br />

Além dele, o Mico-<br />

-leão-dourado e o Muriqui-do-norte<br />

também são<br />

exemplos de espécies que<br />

estão desaparecendo em<br />

consequências das alterações<br />

feitas nos biomas<br />

naturais.<br />

A Floresta Atlântica<br />

possui um grande número<br />

de espécies endêmicas, ou<br />

seja, que só existem em<br />

ambientes específicos dentro<br />

do bioma. Das 1711<br />

espécies de vertebrados,<br />

estima-se que aproximadamente<br />

700 são endêmicas.<br />

A formação vegetal heterogênea<br />

contribui para<br />

a diversidade da flora,<br />

que conta com belíssimas<br />

espécies de bromélias e<br />

palmeiras. Mas, das oito<br />

mil espécies vegetais endêmicas,<br />

aproximadamente<br />

276 estão ameaçadas.<br />

Isso representa uma<br />

perda da biodiversidade,<br />

que compromete o equilíbrio<br />

de todo o ambiente<br />

e a disponibilidade de recursos<br />

naturais, afetando<br />

espécies animais e vegetais.<br />

Pág 2<br />

Governo Federal lança segunda edição do Inventário Florestal<br />

Nacional (IFN) para conhecer melhor o território brasileiro<br />

O Inventário Florestal é<br />

um estudo que fornece informações<br />

sobre as características<br />

quantitativas e<br />

qualitativas de uma floresta<br />

e de muitas características<br />

da área na qual ela se<br />

encontra, sendo uma base<br />

para o planejamento do<br />

uso dos recursos florestais.<br />

Ele ainda é usado para<br />

caracterizar uma floresta<br />

e conhecer as espécies que<br />

a compõe.<br />

O Brasil ainda detêm<br />

poucos estudos sobre esta<br />

categoria que se mostra<br />

necessária pela grande<br />

extensão de floresta que<br />

compõe seu território.<br />

Em Minas Gerais estes<br />

estudos serão fundamentais<br />

para o descobrimento<br />

das causas que levaram<br />

à situação atual da Mata<br />

Atlântica, ocupando hoje<br />

menos de 10% do seu território<br />

inicial, e possibilitar<br />

a adequação da conservação<br />

da área ainda existente.<br />

Pág 4<br />

Pesquisa<br />

Entrevista<br />

Serra do Brigadeiro<br />

Mata do Paraíso da UFV<br />

torna-se importante área<br />

de pesquisa da biodiversidade.<br />

Pesquisador da UFV fala<br />

sobre a conscientização da<br />

caça como forma de manejo<br />

de espécies.<br />

Projeto PROMATA investe<br />

em recuperação, sustentabilidade<br />

e infra-estrutura<br />

das UCs de Minas Gerais.<br />

Página 5<br />

Página 6 Página 7


MeioAmbiente<br />

Listas das espécies da flora e da fauna ameaçadas de<br />

extinção podem auxiliar em medidas de conservação<br />

Segundo estimativas,<br />

a cada hora, pelo menos<br />

uma espécie entra em<br />

extinção no mundo. Os<br />

critérios para definir se<br />

uma espécie está ou não<br />

ameaçada de extinção<br />

podem variar de acordo<br />

com a metodologia de<br />

pesquisa e classificação.<br />

A IUCN (União Internacional<br />

para a Conservação<br />

da Natureza e dos Recursos<br />

Naturais) criou, no<br />

ano de 1963, a chamada<br />

“Lista Vermelha”, que<br />

constitui um dos inventários<br />

mais detalhados sobre o<br />

estado de conservação<br />

mundial de espécies de<br />

plantas, animais, fungos e<br />

protistas.<br />

O Brasil é detentor de<br />

9,5% do total de espécies<br />

descritas no mundo. Estima-se<br />

que a biota conhecida<br />

hoje no Brasil esteja<br />

entre 170 e 210 mil. Caso<br />

consideremos as espécies<br />

ainda não descritas, estes<br />

números podem chegar a<br />

valores entre 1,4 e 2,4 milhões.<br />

A Lista Vermelha procura<br />

obedecer a critérios<br />

precisos para avaliar os<br />

riscos de extinção das espécies,<br />

e tem o objetivo de<br />

Critério de Classificação da IUCN para elaboração<br />

de Lista Vermelha<br />

informar sobre a urgência<br />

das medidas de conservação<br />

para o público e<br />

legisladores, assim como<br />

ajudar a comunidade internacional<br />

na tentativa de<br />

reduzir as extinções. A reavaliação<br />

de suas categorias<br />

deve ser feita a cada<br />

cinco anos, ou pelo menos<br />

a cada dez anos através<br />

de grupos de especialistas<br />

do Comité de Sobrevivência<br />

das Espécies da IUCN,<br />

responsáveis por conjuntos<br />

de espécies ou áreas geográficas<br />

específicas.<br />

As Listas nacionais e<br />

regionais são indispensáveis<br />

para tentar reverter o<br />

<strong>Boletim</strong> Biopesb<br />

Redação: Alunos do PET- Bioquímica da UFV (Bárbara<br />

Dias, Bruno Paes, Carolina Brás, Fernanda Araújo,<br />

Flávia Bagno, Isaa Konig, Joana Marchiori, Lethícia Ribeiro,<br />

Luciana Fernandes, Patrícia Fontes, Paulo Alves,<br />

Raquel Santos, Thaís Martins, Valdeir Moreira).<br />

Projeto Gráfico : Thamara Pereira<br />

Diagramação: Marcela Barbosa<br />

Revisão: Lethícia Ribeiro<br />

www.biopesb.ufv.br<br />

processo através da adoção<br />

de políticas públicas<br />

de proteção. Esses dados<br />

são utilizados, por exemplo,<br />

na definição de áreas<br />

prioritárias e na implantação<br />

de novas unidades de<br />

conservação. Atualmente<br />

existem 627 espécies na<br />

“Lista Vermelha da Fauna<br />

Brasileira de Espécies<br />

Ameaçadas de Extinção”,<br />

organizada pelo Ministério<br />

do Meio Ambiente, em<br />

parceria com a Fundação<br />

Biodiversitas, publicada<br />

em 2008, que traz uma<br />

revisão da lista feita em<br />

2002.<br />

Flávia Bagno e Joana Marchiori<br />

Editor-Chefe: João Paulo Viana Leite<br />

Telefone: (31) 3899-3044<br />

E-mail: biopesbufv@gmail.com<br />

Endereço: Departamento de Bioquímica e Biologia<br />

Molecular - UFV<br />

CEP 36570-000, Viçosa - MG - Brasil<br />

Tiragem: 1.000 exemplares<br />

Apoio: Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PIBEX)-UFV<br />

Apoio: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em<br />

Interações Planta-Praga<br />

Reprodução<br />

MeioAmbiente<br />

Ano 3, n°10 - Pág 2 Ano 3, n°10 - Pág 3<br />

Editorial<br />

Ser membro do Conselho<br />

Consultivo do Parque<br />

Estadual da Serra do Brigadeiro,<br />

além de ser um<br />

grande privilégio, é um<br />

espaço para conhecer e<br />

discutir com pessoas que<br />

estão envolvidas na preservação<br />

dos recursos naturais<br />

da região. São nas<br />

discussões que se travam<br />

nesse ambiente democrático<br />

que tomamos conhecimento<br />

sobre algumas<br />

práticas humanas atualmente<br />

realizadas dentro<br />

do PESB e que não são<br />

compatíveis para a convivência<br />

harmônica entre<br />

gente e floresta. Recentemente<br />

uma nos trouxe<br />

grande preocupação ao<br />

ser denunciada: se trata<br />

de um grande enduro<br />

envolvendo mais de 300<br />

motos que passariam dentro<br />

do limite do Parque, o<br />

que poderia trazer grandes<br />

prejuízos ao ambiente,<br />

principalmente para a<br />

fauna local. Temos dentro<br />

do PESB espécies raras de<br />

animais e plantas que ali<br />

encontram refúgio para a<br />

sua sobrevivência; e agora<br />

encontram mais uma<br />

ameaça na iminência de<br />

serem atropeladas por<br />

motos guiadas por pessoas<br />

que muita das vezes<br />

justificam a escolha desses<br />

locais porque desejam estar<br />

junto a natureza. Não<br />

seria um imenso contrassenso?<br />

Atividades inadequadas<br />

como esta dentro<br />

do PESB corroboram para<br />

engrossar a triste lista vermelha<br />

de espécies ameaçadas<br />

de extinção que o<br />

<strong>BioPESB</strong> traz ao leitor nesta<br />

edição.<br />

João Paulo Viana Leite<br />

Editor chefe<br />

Reprodução<br />

Reprodução<br />

Segundo o Livro Vermelho a Mata Atlântica é o bioma que mais sofreu<br />

perdas na biodiversidade nos últimos anos<br />

Muriqui, mico-leão-dourado, pau-brasil, xaxim, suçuarana, cágado-pescoço-de-cobra,<br />

palmito-juçara e jacarandá amarelo.<br />

A Mata Atlântica compreendia,<br />

a princípio,<br />

41% do estado de Minas<br />

Gerais, mas vem passando<br />

por um intenso processo<br />

de desflorestamento, sendo<br />

o bioma brasileiro mais<br />

ameaçado da atualidade.<br />

A Mata Atlântica possui<br />

um grande número de espécies<br />

endêmicas, ou seja,<br />

que só existem em ambientes<br />

específicos dentro do<br />

bioma, como o mico-leão-<br />

-dourado e o muriqui-do-<br />

-norte. Em Minas Gerais,<br />

a publicação das listas de<br />

espécies ameaçadas foi<br />

coordenada pela Fundação<br />

Biodiversitas, tendo<br />

como base os critérios e<br />

categorias da IUCN.<br />

A geografia da ameaça,<br />

conforme os dados<br />

da publicação, indica que<br />

mais da metade das espécies<br />

ameaçadas (aproximadamente<br />

60%) concentra-se<br />

na Mata Atlântica.<br />

Isso não só representa<br />

uma perda da biodiversidade,<br />

como compromete<br />

o equilíbrio de todo o ambiente<br />

e a disponibilidade<br />

de recursos naturais, afetando<br />

espécies animais e<br />

Percentagem mundial de espécies de diferentes grupos ameaçados<br />

na Lista Vermelha da IUCN em 2007.<br />

vegetais ao seu redor.<br />

Das 1711 espécies de<br />

vertebrados, estima-se<br />

que aproximadamente<br />

700<br />

são endêmicas,<br />

sendo 55 espécies<br />

de mamíferos,<br />

188<br />

de aves, 60 de<br />

répteis, 90 de<br />

anfíbios e 133<br />

de peixes. A<br />

formação vegetal<br />

heterogênea<br />

contribui<br />

para a diversidade<br />

da flora, que conta<br />

com belíssimas espécies<br />

de bromélias<br />

e palmeiras. Mas,<br />

das oito mil espécies<br />

vegetais endêmicas,<br />

aproximadamente<br />

276 estão ameaçadas.<br />

Ainda existe muito<br />

a ser descoberto<br />

referente à fauna<br />

e a flora da Mata<br />

Atlântica mineira.<br />

Sua biodiversidade<br />

é incalculável.<br />

A conservação e uso sustentável<br />

da diversidade<br />

biológica, bem como a<br />

recuperação das espécies,<br />

resultam em inúmeros benefícios<br />

à humanidade.<br />

Na Lista mais recente<br />

da IUCN, renovada este<br />

ano, duas espécies brasileiras<br />

estão listadas como<br />

Extintas na Natureza. São<br />

duas aves que não são<br />

encontradas mais em seus<br />

habitats naturais, e existem<br />

apenas em cativeiro,<br />

são elas o mutum-de-Alagoas<br />

e ararinha-azul. O<br />

mutum-de-Alagoas é uma<br />

ave que antes era encontrada<br />

na Mata Atlântica,<br />

mas desde 1999 acredita-se<br />

que esteja extinta na<br />

natureza (há cerca de 120<br />

indíviduos vivendo em cativeiro).<br />

Já a ararinha-azul<br />

é uma ave de plumagem<br />

azul e cinza que vivia na<br />

caatinga. O último indíviduo<br />

desapareceu na natureza<br />

em outubro de 2000,<br />

mas cerca de 60 indíviduos<br />

vivem em cativeiro.<br />

Flávia Bogno e Joana Marchiori<br />

Reprodução da ararinha-azul


Reprodução<br />

Ciência<br />

Inventário Florestal: conheça sua importância na preservação e exploração sustentável<br />

das áreas florestais brasileiras<br />

Pesquisadores em trabalho de campo.<br />

As florestas brasileiras tais. Seus objetivos variam<br />

apresentam um potencial de acordo com o modo de<br />

enorme para a exploração<br />

madeireira e, sobreva<br />

florestal, manutenção<br />

utilização da área: resertudo,<br />

para atividades de da vida silvestre ou de reflorestamento<br />

comercial.<br />

bioprospecção e uso sustentável<br />

de recursos naturais.<br />

O Inventário Florestal extensa área florestal, há<br />

No Brasil, apesar da<br />

é um estudo que fornece poucos estudos de Inventário<br />

Florestal, sendo que os<br />

informações sobre as características<br />

de uma floresta<br />

e da área em que ela com poucos dados ou res-<br />

existentes são defasados,<br />

se encontra, sendo uma tritos a algumas regiões.<br />

base para o planejamento Por isso, o governo federal<br />

lançou a segunda do uso dos recursos flores-<br />

edição<br />

do Inventário Florestal<br />

Nacional (IFN), através<br />

do qual os pesquisadores<br />

visitarão quase 20 mil<br />

pontos de vegetação nos<br />

próximos cinco anos. Além<br />

da pesquisa de campo, o<br />

Inventário contará com a<br />

análise de imagens feitas<br />

por satélites, além de entrevistas<br />

com moradores<br />

locais, indagando sobre<br />

sua relação com as florestas.<br />

Espera-se que, nesses<br />

cinco anos, espécies inéditas<br />

sejam catalogadas,<br />

contribuindo para o estudo<br />

da biodiversidade e que<br />

infelizmente aumente ainda<br />

mais a lista de espécies<br />

da flora ameaçadas<br />

de extinção, favorecendo<br />

o entendimento da dinâmica<br />

e da situação atual<br />

de nossas florestas. Os<br />

dados poderão ainda ser<br />

utilizados como base para<br />

pesquisas sobre mudanças<br />

Ano 3, n°10 - Pág 4 Ciência<br />

Ano 3, n°10 - Pág 5<br />

climáticas e para o delineamento<br />

de uma política<br />

extrativista mais sustentável.<br />

Um caso que salienta<br />

a importância do estudo<br />

do Inventário Florestal é<br />

a Mata Atlântica, cuja cobertura<br />

atual perfaz menos<br />

de 10% de sua área<br />

inicial. O estudo dessa<br />

área ajudará a entender<br />

o que aconteceu e está<br />

acontecendo na região<br />

com base no mapeamento<br />

da flora.<br />

O custo do inventário<br />

é estimado em R$ 150<br />

milhões e tem prazo final<br />

para 2016. No entanto,<br />

o governo planeja que no<br />

mesmo ano um novo estudo<br />

se inicie, e que isso ocorra<br />

a cada cinco anos, de<br />

forma que os dados sejam<br />

sempre atualizados. A<br />

atualização é importante<br />

para a orientação das políticas<br />

ambientais.<br />

Minas Gerais realiza inventário em suas áreas florestais<br />

Minas Gerais possui<br />

posição relevante no que<br />

tange a diversidade de<br />

espécies vegetais, apresentando<br />

uma localização<br />

ambiental estratégica que<br />

envolve área de transição<br />

entre três importantes<br />

biomas brasileiros: a<br />

Mata Atlântica, o Cerrado<br />

e a Caatinga. Além disso,<br />

nascem no estado importantes<br />

rios que formam<br />

bacias hidrográficas que<br />

deram ao estado a fama<br />

de “caixa d’água do Brasil”.<br />

Entre estas, a bacia<br />

do Rio São Francisco que<br />

abastece uma das regiões<br />

mais severamente atingidas<br />

por secas no país. A<br />

própria região da Serra<br />

do Brigadeiro possui nascentes<br />

que contribuem de<br />

maneira significativa para<br />

a formação das bacias hidrográficas<br />

do rio Doce e<br />

do Paraíba do Sul. Dessa<br />

forma, o monitoramento e<br />

a conservação da vegetação<br />

que ocorre no estado<br />

estão intimamente relacionados<br />

com uma saudável e<br />

prolongada utilização dos<br />

recursos hídricos, não apenas<br />

de Minas Gerais, como<br />

também de outros estados<br />

brasileiros.<br />

O Inventário Florestal<br />

do Estado de Minas Gerais<br />

é realizado por meio<br />

da Secretaria de Estado<br />

de Meio Ambiente e Desenvolvimento<br />

Sustentável<br />

(SEMAD) e do Instituto Estadual<br />

de Florestas (IEF).<br />

Entre as metas dessa parceria<br />

estão o mapeamento<br />

e monitoramento bianual<br />

das áreas florestais para<br />

fins de planejamento estratégico,<br />

monitoramento contínuo<br />

em intervalos mensais<br />

para ações de verificação<br />

e fiscalização, realização<br />

do inventário quantitativo<br />

dos reflorestamentos com<br />

Eucalyptus spp e Pinus spp<br />

e para a flora típica do<br />

Cerrado, Caatinga e Mata<br />

Atlântica.<br />

Mais informações sobre o Inventário<br />

Florestal de Minas<br />

Gerais podem ser encontradas<br />

no site: http://www.inventarioflorestal.mg.gov.br/<br />

Patrícia Fontes e Raquel Santos<br />

Reprodução<br />

Reprodução<br />

Reserva Ambiental da UFV aposta no casamento entre pesquisa, tecnologia<br />

e conservação<br />

Passarela para passeios de ecoturismo dentro de um segmento<br />

da Mata do Paraíso.<br />

A Estação de Pesquisas,<br />

Treinamento e Educação<br />

Ambiental Mata do<br />

Paraíso é uma das maiores<br />

reservas florestais ainda<br />

existentes em Viçosa.<br />

Conhecida anteriormente<br />

como Fazenda Paraíso e<br />

Córrego São Benedito, já<br />

pertenceu a fazendeiros<br />

plantadores de café; nesta<br />

época sofreu intenso<br />

desmatamento devido às<br />

práticas agrícolas como<br />

lavoura, criação de gado<br />

e a caça. Mesmo depois<br />

de tornar-se responsabilidade<br />

municipal, ainda<br />

sofreu problemas relativos<br />

ao desmatamento e<br />

O Grupo de Educação e Interpretação Ambiental,<br />

GEIA - MATA, é um grupo formado por estudantes de<br />

diferentes cursos da Graduação da Universidade Federal<br />

de Viçosa que há mais de 8 anos desenvolve ações de<br />

educação e interpretação ambiental. São desenvolvidas<br />

atividades lúdicas e dinâmicas, de forma a recepcionar e<br />

acompanhar os visitantes na Mata do Paraíso, com grupos<br />

variados e de acordo com o interesse do visitante; não<br />

restringindo apenas à ecologia, abordando também questões<br />

sociais, comportamentais e temas que complementam<br />

a Educação Ambiental.<br />

Leia mais: http://geiamata.webnode.com.br/sobre-nos/<br />

Crie seu site grátis: http://www.webnode.com.br<br />

exploração madeireira.<br />

Há 37 anos, a Mata está<br />

sobre os cuidados da UFV,<br />

especificamente sobre a<br />

gestão do Departamento<br />

de Engenharia Florestal.<br />

Neste período os danos<br />

ambientais estão sendo<br />

reduzidos.<br />

Atualmente, a universidade<br />

utiliza o ecossistema<br />

para a realização de<br />

aulas práticas e pesquisas<br />

científicas, tendo a Mata<br />

como um laboratório natural<br />

importante para o desenvolvimento<br />

do aprendizado<br />

in situ. A área<br />

abriga diversas espécies<br />

da fauna e da flora ameaçadas<br />

de extinção, além<br />

das nascentes do córrego<br />

Santa Catarina, importante<br />

afluente do Ribeirão<br />

São Bartolomeu.<br />

Dentre as pesquisas<br />

desenvolvidas na Mata<br />

referentes à fauna, há o<br />

estudo com populações<br />

de primatas, destacando<br />

o Sauá (Callicebus nigrifrons)<br />

e o Sagui (Calitrix<br />

sp.). Em relação à flora,<br />

destacam-se estudos sobre<br />

inventário florestal de<br />

espécies arbóreas e de<br />

sub-bosque e pesquisas<br />

voltadas para a investigação<br />

de propriedades<br />

medicinais das espécies<br />

pelo grupo de pesquisadores<br />

do <strong>BioPESB</strong>. Paralelamente,<br />

há estudos<br />

combinados da fauna e<br />

flora, como a dispersão<br />

de sementes por meio de<br />

aves que permite traçar<br />

um perfil de formação de<br />

sub-bosques dentro do<br />

segmento de Mata Atlântica.<br />

Hoje, a Mata do Paraíso<br />

é uma das poucas<br />

áreas de preservação do<br />

país a ter um sistema de<br />

referenciamento espacial<br />

detalhado em área de<br />

Mata Atlântica para servir<br />

à pesquisa científica; o<br />

que permite a otimização<br />

temporal e espacialmente,<br />

garantindo reprodutibilidade<br />

dos dados coletados<br />

pela comunidade<br />

cientifica atuante no local.<br />

O estudo na região<br />

teve grande repercussão,<br />

servindo como modelo<br />

para outros referenciamentos,<br />

como na Estação<br />

Biológica de Cocha<br />

Cashu, no Parque Nacional<br />

de Manu – Peru.<br />

Um outro aspecto interessante,<br />

que torna a<br />

Mata do Paraíso uma<br />

referência em educação<br />

e desenvolvimento sustentável,<br />

é o ecoturismo.<br />

O espaço recebe em seu<br />

Centro de Educação Ambiental<br />

cerca de três mil<br />

visitantes por ano, entre<br />

estudantes da educação<br />

infantil, ensino fundamental,<br />

médio e superior,<br />

além de famílias de Viçosa<br />

e cidades da região,<br />

que buscam um contato<br />

com a natureza e a biodiversidade<br />

do estado.<br />

Bruno Melo e Thaís Martins<br />

Crianças durante atividade lúdica desenvolvida pelo grupo<br />

GEIA-MATA<br />

Reprodução


Entrevista<br />

Ano 3, n°10 - Pág 6<br />

O biólogo Rômulo Ribon fala sobre o uso da caça como forma de<br />

manejo em pequenas propriedades<br />

Rômulo Ribon<br />

O biólogo e doutor em<br />

ornitologia, Prof. Rômulo Ribon,<br />

do Departamento de<br />

Biologia Animal da UFV, fala<br />

sobre a palestra “Matas Silenciosas:<br />

extinção de aves”,<br />

que faz parte da programação<br />

de comemoração dos 87<br />

anos da UFV.<br />

Rômulo, qual a importância<br />

desta documentação?<br />

A partir das pesquisas,<br />

constatamos que temos 29<br />

espécies extintas, pelo menos.<br />

Essa comparação só foi possível<br />

porque temos o material<br />

zoológico depositado na gaveta,<br />

que a gente pôde inclusive<br />

checar algumas identificações<br />

que estavam erradas,<br />

isso destaca a importância de<br />

você fazer as coleções cientificas<br />

ao longo do tempo.<br />

Quais foram as causas<br />

destas extinções?<br />

A caça excessiva, destruição<br />

das florestas e a perseguição<br />

de algumas espécies<br />

para viverem em cativeiro,<br />

que foi o caso do curió e o<br />

azulão, que foram praticamente<br />

varridos do leste do<br />

Brasil, foram os principais fatores.<br />

É importante falar que<br />

a caça não é o problema, o<br />

problema é a caça excessiva,<br />

errada, clandestina feita<br />

o ano inteiro, sem controle<br />

ou planejamento que estão<br />

levando muitas espécies a serem<br />

extintas, que é o caso por<br />

exemplo do macuco.<br />

Você disse estar preocupado<br />

com o excedente de<br />

cachorros nas ruas. Por que<br />

disso?<br />

Eu estou interessado nessa<br />

questão dos cachorros,<br />

porque eu acho que os cachorros<br />

são um dos grandes<br />

problemas que a gente tem<br />

pra conservação de fauna no<br />

Brasil. As pessoas ignoram os<br />

cachorros, as pessoas tratam<br />

como gente e o cachorro é<br />

uma espécie exótica. Se ele<br />

não tem dono, ele vai atrás<br />

de comida, mesmo que tenha<br />

dono, por exemplo nas<br />

propriedades rurais, ele fica<br />

solto o tempo todo, então ele<br />

vai caçar. Ele vai perseguir<br />

um tatu, vai perseguir uma espécie<br />

qualquer e são milhões<br />

de cachorros no país inteiro.<br />

Você comentou também<br />

das limitações do produtor<br />

rural em suas propriedades.<br />

A que se dá isso?<br />

O que o produtor rural<br />

hoje em dia pode usar da<br />

propriedade dele? A água,<br />

o solo e o ar. A madeira que<br />

ele tem na floresta, é praticamente<br />

impossível usar, a não<br />

ser que ele tenha um plano<br />

de manejo, o que é muito<br />

caro. Nós perdemos no Brasil<br />

nos últimos 30 anos, principalmente<br />

depois da Eco92,<br />

a ideia de que a fauna é um<br />

recurso natural renovável, a<br />

maior parte das espécies não<br />

são passíveis de uso porque<br />

elas não tem uma biologia<br />

que permite este uso, mas nós<br />

temos algumas espécies que<br />

tem um potencial reprodutivo<br />

tão grande que ela pode<br />

ser utilizada economicamente,<br />

não como caça comercial,<br />

porque a caça comercial foi<br />

o grande problema de extinção<br />

de espécies em várias<br />

regiões do mundo, mas como<br />

caça esportiva, como forma<br />

de dar uma alternativa de<br />

uso do proprietário, de dar<br />

uma alternativa de uso até<br />

do controle da praga, se tem<br />

um grande excedente da<br />

população e você não tem<br />

mecanismos naturais que consigam<br />

manter esse controle, o<br />

abate é uma opção.<br />

Então você é a favor da<br />

caça?<br />

Nós perdemos muitas<br />

espécies devido ao uso irracional<br />

delas, muitas delas poderiam<br />

estar aqui hoje e não<br />

estão porque foram usadas<br />

em excesso. Outras espécies<br />

estão se tornando pragas e a<br />

gente precisa discutir um modelo<br />

de controle dessas espécies<br />

por parte dos produtores<br />

rurais e da sociedade como<br />

um todo. Porque o produtor<br />

rural fica acuado entre a praga,<br />

a legislação e os grupos<br />

de defesa dos direitos dos<br />

animais que não entendem<br />

que a caça esportiva é uma<br />

forma de manejo das populações<br />

excedentes.<br />

Qual o papel do pequeno<br />

produtor neste modelo<br />

de manejo?<br />

O pequeno produtor, ele<br />

tem que participar na preservação<br />

das espécies que<br />

estão dentro do parque e no<br />

entorno do parque. Ele deve<br />

ter também o direito de usar<br />

racionalmente aquelas espécies<br />

que tem potencial pra<br />

isso, esse seria o modelo ideal<br />

de uso da biodiversidade<br />

no país, não adianta a gente<br />

ficar proibindo, sendo que a<br />

gente tem uma série de problemas<br />

cada vez maiores<br />

com as espécies que estão<br />

expandindo.<br />

Como a Serra do Brigadeiro<br />

se encaixa neste cenário?<br />

Temos registros de animais<br />

que existiram em Viçosa<br />

e que teoricamente teria na<br />

Serra do Brigadeiro, que é o<br />

caso da pomba espelho, uma<br />

das mais raras do mundo. Outra<br />

espécie que desapareceu<br />

em Viçosa e não foi registrada<br />

no Parque, mas que temos<br />

esperança de descobrir que<br />

ela existiu lá é o “passarinho<br />

papo branco”, que só vive<br />

no meio de taquarosul, que<br />

ainda existe no parque, mas<br />

ainda não encontramos registros.<br />

Uma parte importante é<br />

que muitas das espécies que<br />

foram extintas em Viçosa ainda<br />

são encontradas na Serra<br />

do Brigadeiro. É importante<br />

ter bom senso no trato com o<br />

meio ambiente. Tem espécies<br />

que devem ser preservadas,<br />

pelas quais a gente tem que<br />

lutar com todas as armas<br />

possíveis para preservar essas<br />

espécies, aquelas espécies<br />

raras e ameaçadas, mas<br />

tem espécies que a gente não<br />

pode perder o foco de que<br />

elas podem ser usadas pela<br />

população.<br />

Marcela Barbosa<br />

Reprodução<br />

Reprodução<br />

SerradoBrigadeiro<br />

Ano 3, n°10 - Pág 7<br />

PROMATA investe em ações de preservação da Mata Atlântica e<br />

Serra do Brigadeiro<br />

Sede do Parque Estadual Serra do Brigadeiro em Araponga - MG<br />

O Projeto de Proteção<br />

da Mata atlântica<br />

(PROMATA), criado em<br />

2003 pelo governo do Estado<br />

de Minas Gerais, tem<br />

como objetivo principal o<br />

desenvolvimento de ações<br />

de proteção, recuperação<br />

e sustentabilidade nas<br />

áreas de Mata Atlântica<br />

no Estado - dentre elas, o<br />

Parque Estadual da Serra<br />

do Brigadeiro.<br />

Fruto de uma iniciativa<br />

conjunta entre Brasil<br />

e Alemanha, tem como<br />

financiadores o Banco<br />

Kreditanstalt für Wiederaufbau<br />

(KfW) e o Governo<br />

de Minas Gerais.<br />

A Secretaria de Estado<br />

do Meio Ambiente e Desenvolvimento<br />

Sustentável<br />

(SEMAD) é responsável<br />

pela coordenação do projeto,<br />

e seu gerenciamento<br />

fica a cargo do IEF (Instituto<br />

Estadual de Florestas).<br />

Além disso, o projeto<br />

conta com diversos parceiros,<br />

entre eles o Corpo<br />

de Bombeiros Militar, a<br />

Polícia Militar Ambiental,<br />

o IBAMA e universidades<br />

estaduais e federais.<br />

Em sua primeira<br />

fase, entre 2003 e 2007,<br />

o Projeto teve como campo<br />

de atuação 15 Unidades<br />

de Conservação (UCs),<br />

englobando uma área de<br />

cerca de 140 mil quilômetros<br />

quadrados, perfazendo<br />

429 municípios mineiros<br />

– aproximadamente<br />

25% do território do estado.<br />

Foram trabalhados<br />

cinco eixos principais: fortalecimento<br />

das UCs; monitoramento,<br />

fiscalização<br />

e controle; prevenção e<br />

combate a incêndios florestais;<br />

desenvolvimento<br />

sustentável no entorno das<br />

UCs e áreas de conectividade;<br />

coordenação, monitoria<br />

e avaliação.<br />

Para o fortalecimento<br />

das UCs foram<br />

feitos investimentos em infraestrutura,<br />

assim como a<br />

compra de veículos e utensílios.<br />

Ações voltadas à<br />

gestão, como a capacitação<br />

de pessoal, elaboração<br />

de Plano de Manejo,<br />

e incentivo à participação<br />

da população na adoção<br />

de práticas sustentáveis<br />

também foram empregadas.<br />

Tais ações culminaram<br />

na melhoria da gerencia<br />

das unidades, tornando-as<br />

mais eficientes. No campo<br />

de monitoramento, fiscalização<br />

e controle, foram<br />

feitos investimentos em<br />

equipamentos como GPS,<br />

computadores, e no treinamento<br />

dos profissionais<br />

do IEF envolvidos com o<br />

monitoramento e fiscalização.<br />

No que diz respeito<br />

a incêndios, foram feitos<br />

investimentos em equipamentos<br />

e treinamento,<br />

além da implantação de<br />

um sistema de radiocomunicação<br />

e criação de um<br />

sistema de prevenção e<br />

combate a incêndios florestais,<br />

a Força-Tarefa/<br />

Previncêndio. O projeto<br />

também ofereceu incentivo<br />

financeiro aos proprietários<br />

rurais que prestaram<br />

serviços ambientais,<br />

visando o desenvolvimento<br />

sustentável, o que gerou<br />

maior proximidade entre<br />

o IEF e a população do<br />

entorno das UCs. Também<br />

foram estabelecidas parcerias<br />

com prefeituras e<br />

ONGs.<br />

No Parque Estadual<br />

da Serra do Brigadeiro,<br />

recursos do Promata<br />

foram investidos na construção<br />

de centros de pesquisa,<br />

um posto da Polícia<br />

Ambiental, laboratórios<br />

e alojamentos para pesquisadores.<br />

Esta estrutura<br />

física tem sido de grande<br />

importância para os pesquisadores<br />

que realizam<br />

seus estudos no PESB e em<br />

seu entorno, como também<br />

para a recepção de vários<br />

turistas que desejam<br />

conhecer as belezas naturais<br />

do Parque.<br />

Além disso, iniciou-<br />

-se também a elaboração<br />

de um Plano de Manejo e<br />

o incentivo a recuperação<br />

da Mata Atlântica, com a<br />

doação de mudas e insumos,<br />

assistência técnica<br />

aos agricultores locais.<br />

Ao final de sua<br />

primeira fase, observou-<br />

-se que os objetivos iniciais<br />

do projeto foram alcançados,<br />

com o fortalecimento<br />

das Unidades de Conservação,<br />

e aprimoramento<br />

da gestão e das ações de<br />

intervenção nas mesmas.<br />

Entretanto surgem novos<br />

desafios, a segunda fase<br />

do projeto, ainda sem<br />

previsão de inicio, visa<br />

consolidar as conquistas<br />

da primeira, e expandir<br />

sua ação, atuando em um<br />

total de 22 Ucs.<br />

Paulo Alves e Luciana Fernandes


SerradoBrigadeiro Ano 3, n°10 - Pág 8<br />

Incêndio florestal é motivo de grande perda ambiental<br />

e de ameaça à sobrevivência de espécies da fauna e flora<br />

Área queimada no entorno dos Municípios<br />

e na Unidade de Conservação<br />

Parque Estadual da Serra do Brigadeiro.<br />

Incêndios florestais é<br />

um dos motivos de preocupação<br />

atribuído a diversos<br />

desastres<br />

ecológicos<br />

como a extinção<br />

de espécies<br />

da fauna e flora,<br />

alterações<br />

no ecossistema,<br />

destruição da<br />

matéria orgânica,<br />

entre outros.<br />

Os incêndios<br />

do<br />

florestais podem<br />

ser interpretados,<br />

sob o ponto de<br />

vista legal, como crime,<br />

podendo ser culposo ou<br />

doloso correndo o risco do<br />

infrator sofrer penalidades<br />

administrativas, civis e<br />

criminais.<br />

Segundo o professor<br />

do Departamento de<br />

Engenharia Florestal da<br />

Universidade Federal de<br />

Viçosa, Guido Ribeiro, os<br />

incêndios podem, ainda,<br />

provocar perdas econômicas<br />

como destruição<br />

de infraestrutura (cercas,<br />

pastagens, construções) e<br />

de culturas como florestas<br />

plantadas e outras culturas<br />

agrícolas e de florestas<br />

nativas. Além desses,<br />

existem outros tipos de<br />

danos como a interrupção<br />

de energia elétrica, quando<br />

o fogo ocorre debaixo<br />

das redes de transmissão<br />

ou distribuição. A partir<br />

de uma ocorrência desse<br />

tipo é fácil imaginar os<br />

inúmeros problemas associados<br />

à falta de energia<br />

elétrica nas atividades<br />

doméstica, comercial ou<br />

industrial.<br />

Ações na Serra do Brigadeiro permitem a prevenção de incêndios florestais<br />

A Unidade de Conservação<br />

(UCs) Parque<br />

Estadual da Serra do<br />

Brigadeiro vem atuando<br />

intensamente na ação<br />

de prevenção, combate e<br />

controle dos incêndios florestais.<br />

Para tal avaliação,<br />

foi criado o Programa de<br />

Prevenção e Combate a<br />

Incêndios Florestais (Previncêndio),<br />

que conta com<br />

o apoio e parceria da Polícia<br />

Militar de Minas Gerais,<br />

Comando de Rádiopatrulha<br />

Aéreo (Corpaer),<br />

Corpo de Bombeiros Militar<br />

e a atuação voluntária<br />

dos brigadistas e combatentes<br />

em geral. Os brigadistas<br />

são voluntários que<br />

conhecem bem a região,<br />

geralmente moradores do<br />

entorno da UC e recebem<br />

treinamento para o combate<br />

aos incêndios.<br />

Para o acompanhamento<br />

e registro dos<br />

focos de incêndio na UCs<br />

e em seu entorno, o Previncêndio<br />

adota uma ferramenta<br />

denominada ROI<br />

(Relatório de Ocorrência<br />

de Incêndio do IEF), onde<br />

é possível determinar o<br />

tipo de vegetação atingida,<br />

possíveis danos e<br />

causas do incêndio, área<br />

queimada, entre outros<br />

aspectos. Segundo dados<br />

do ROI, nos últimos anos,<br />

no território rural Serra<br />

do Brigadeiro observa-se<br />

uma maior concentração<br />

de incêndio florestal na<br />

região norte do Parque.<br />

Atualmente o Previncêndio<br />

realiza projetos<br />

de capacitação aos gerentes<br />

das UCs com cursos<br />

de perito de incêndio que<br />

poderão detectar causas<br />

do incêndio florestal por<br />

vestígios deixados no local<br />

da queimada.<br />

Valdeir Moreira e Fernanda Araújo<br />

Reprodução<br />

Comunidades da Serra do Brigadeiro se mobilizam para<br />

discutirem sobre prevenção e combate ao incêndio<br />

Na semana de 22 a 26 de abril foram realizadas, nas comunidades<br />

de Bom Jesus do Divino e Carangolinha, oficinas do projeto pioneiro na<br />

região do PESB: Ação Comunitária Ambiental Previncêndio.<br />

O objetivo da ação foi promover debates, fortalecer as inter-relações<br />

das entidades da região com a população local e, desta forma,<br />

propiciar a troca de saberes. Foram realizadas atividades de campo<br />

Atividade de campo do projeto. com avaliação técnica das áreas de risco de ocorrência de incêndios e<br />

de orientação a produtores a não fazerem uso de fogo.<br />

Isaac Konig e Carolina Costa

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