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Boletim BioPESB 2013 - Edição 10.pdf

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Reprodução<br />

Ciência<br />

Inventário Florestal: conheça sua importância na preservação e exploração sustentável<br />

das áreas florestais brasileiras<br />

Pesquisadores em trabalho de campo.<br />

As florestas brasileiras tais. Seus objetivos variam<br />

apresentam um potencial de acordo com o modo de<br />

enorme para a exploração<br />

madeireira e, sobreva<br />

florestal, manutenção<br />

utilização da área: resertudo,<br />

para atividades de da vida silvestre ou de reflorestamento<br />

comercial.<br />

bioprospecção e uso sustentável<br />

de recursos naturais.<br />

O Inventário Florestal extensa área florestal, há<br />

No Brasil, apesar da<br />

é um estudo que fornece poucos estudos de Inventário<br />

Florestal, sendo que os<br />

informações sobre as características<br />

de uma floresta<br />

e da área em que ela com poucos dados ou res-<br />

existentes são defasados,<br />

se encontra, sendo uma tritos a algumas regiões.<br />

base para o planejamento Por isso, o governo federal<br />

lançou a segunda do uso dos recursos flores-<br />

edição<br />

do Inventário Florestal<br />

Nacional (IFN), através<br />

do qual os pesquisadores<br />

visitarão quase 20 mil<br />

pontos de vegetação nos<br />

próximos cinco anos. Além<br />

da pesquisa de campo, o<br />

Inventário contará com a<br />

análise de imagens feitas<br />

por satélites, além de entrevistas<br />

com moradores<br />

locais, indagando sobre<br />

sua relação com as florestas.<br />

Espera-se que, nesses<br />

cinco anos, espécies inéditas<br />

sejam catalogadas,<br />

contribuindo para o estudo<br />

da biodiversidade e que<br />

infelizmente aumente ainda<br />

mais a lista de espécies<br />

da flora ameaçadas<br />

de extinção, favorecendo<br />

o entendimento da dinâmica<br />

e da situação atual<br />

de nossas florestas. Os<br />

dados poderão ainda ser<br />

utilizados como base para<br />

pesquisas sobre mudanças<br />

Ano 3, n°10 - Pág 4 Ciência<br />

Ano 3, n°10 - Pág 5<br />

climáticas e para o delineamento<br />

de uma política<br />

extrativista mais sustentável.<br />

Um caso que salienta<br />

a importância do estudo<br />

do Inventário Florestal é<br />

a Mata Atlântica, cuja cobertura<br />

atual perfaz menos<br />

de 10% de sua área<br />

inicial. O estudo dessa<br />

área ajudará a entender<br />

o que aconteceu e está<br />

acontecendo na região<br />

com base no mapeamento<br />

da flora.<br />

O custo do inventário<br />

é estimado em R$ 150<br />

milhões e tem prazo final<br />

para 2016. No entanto,<br />

o governo planeja que no<br />

mesmo ano um novo estudo<br />

se inicie, e que isso ocorra<br />

a cada cinco anos, de<br />

forma que os dados sejam<br />

sempre atualizados. A<br />

atualização é importante<br />

para a orientação das políticas<br />

ambientais.<br />

Minas Gerais realiza inventário em suas áreas florestais<br />

Minas Gerais possui<br />

posição relevante no que<br />

tange a diversidade de<br />

espécies vegetais, apresentando<br />

uma localização<br />

ambiental estratégica que<br />

envolve área de transição<br />

entre três importantes<br />

biomas brasileiros: a<br />

Mata Atlântica, o Cerrado<br />

e a Caatinga. Além disso,<br />

nascem no estado importantes<br />

rios que formam<br />

bacias hidrográficas que<br />

deram ao estado a fama<br />

de “caixa d’água do Brasil”.<br />

Entre estas, a bacia<br />

do Rio São Francisco que<br />

abastece uma das regiões<br />

mais severamente atingidas<br />

por secas no país. A<br />

própria região da Serra<br />

do Brigadeiro possui nascentes<br />

que contribuem de<br />

maneira significativa para<br />

a formação das bacias hidrográficas<br />

do rio Doce e<br />

do Paraíba do Sul. Dessa<br />

forma, o monitoramento e<br />

a conservação da vegetação<br />

que ocorre no estado<br />

estão intimamente relacionados<br />

com uma saudável e<br />

prolongada utilização dos<br />

recursos hídricos, não apenas<br />

de Minas Gerais, como<br />

também de outros estados<br />

brasileiros.<br />

O Inventário Florestal<br />

do Estado de Minas Gerais<br />

é realizado por meio<br />

da Secretaria de Estado<br />

de Meio Ambiente e Desenvolvimento<br />

Sustentável<br />

(SEMAD) e do Instituto Estadual<br />

de Florestas (IEF).<br />

Entre as metas dessa parceria<br />

estão o mapeamento<br />

e monitoramento bianual<br />

das áreas florestais para<br />

fins de planejamento estratégico,<br />

monitoramento contínuo<br />

em intervalos mensais<br />

para ações de verificação<br />

e fiscalização, realização<br />

do inventário quantitativo<br />

dos reflorestamentos com<br />

Eucalyptus spp e Pinus spp<br />

e para a flora típica do<br />

Cerrado, Caatinga e Mata<br />

Atlântica.<br />

Mais informações sobre o Inventário<br />

Florestal de Minas<br />

Gerais podem ser encontradas<br />

no site: http://www.inventarioflorestal.mg.gov.br/<br />

Patrícia Fontes e Raquel Santos<br />

Reprodução<br />

Reprodução<br />

Reserva Ambiental da UFV aposta no casamento entre pesquisa, tecnologia<br />

e conservação<br />

Passarela para passeios de ecoturismo dentro de um segmento<br />

da Mata do Paraíso.<br />

A Estação de Pesquisas,<br />

Treinamento e Educação<br />

Ambiental Mata do<br />

Paraíso é uma das maiores<br />

reservas florestais ainda<br />

existentes em Viçosa.<br />

Conhecida anteriormente<br />

como Fazenda Paraíso e<br />

Córrego São Benedito, já<br />

pertenceu a fazendeiros<br />

plantadores de café; nesta<br />

época sofreu intenso<br />

desmatamento devido às<br />

práticas agrícolas como<br />

lavoura, criação de gado<br />

e a caça. Mesmo depois<br />

de tornar-se responsabilidade<br />

municipal, ainda<br />

sofreu problemas relativos<br />

ao desmatamento e<br />

O Grupo de Educação e Interpretação Ambiental,<br />

GEIA - MATA, é um grupo formado por estudantes de<br />

diferentes cursos da Graduação da Universidade Federal<br />

de Viçosa que há mais de 8 anos desenvolve ações de<br />

educação e interpretação ambiental. São desenvolvidas<br />

atividades lúdicas e dinâmicas, de forma a recepcionar e<br />

acompanhar os visitantes na Mata do Paraíso, com grupos<br />

variados e de acordo com o interesse do visitante; não<br />

restringindo apenas à ecologia, abordando também questões<br />

sociais, comportamentais e temas que complementam<br />

a Educação Ambiental.<br />

Leia mais: http://geiamata.webnode.com.br/sobre-nos/<br />

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exploração madeireira.<br />

Há 37 anos, a Mata está<br />

sobre os cuidados da UFV,<br />

especificamente sobre a<br />

gestão do Departamento<br />

de Engenharia Florestal.<br />

Neste período os danos<br />

ambientais estão sendo<br />

reduzidos.<br />

Atualmente, a universidade<br />

utiliza o ecossistema<br />

para a realização de<br />

aulas práticas e pesquisas<br />

científicas, tendo a Mata<br />

como um laboratório natural<br />

importante para o desenvolvimento<br />

do aprendizado<br />

in situ. A área<br />

abriga diversas espécies<br />

da fauna e da flora ameaçadas<br />

de extinção, além<br />

das nascentes do córrego<br />

Santa Catarina, importante<br />

afluente do Ribeirão<br />

São Bartolomeu.<br />

Dentre as pesquisas<br />

desenvolvidas na Mata<br />

referentes à fauna, há o<br />

estudo com populações<br />

de primatas, destacando<br />

o Sauá (Callicebus nigrifrons)<br />

e o Sagui (Calitrix<br />

sp.). Em relação à flora,<br />

destacam-se estudos sobre<br />

inventário florestal de<br />

espécies arbóreas e de<br />

sub-bosque e pesquisas<br />

voltadas para a investigação<br />

de propriedades<br />

medicinais das espécies<br />

pelo grupo de pesquisadores<br />

do <strong>BioPESB</strong>. Paralelamente,<br />

há estudos<br />

combinados da fauna e<br />

flora, como a dispersão<br />

de sementes por meio de<br />

aves que permite traçar<br />

um perfil de formação de<br />

sub-bosques dentro do<br />

segmento de Mata Atlântica.<br />

Hoje, a Mata do Paraíso<br />

é uma das poucas<br />

áreas de preservação do<br />

país a ter um sistema de<br />

referenciamento espacial<br />

detalhado em área de<br />

Mata Atlântica para servir<br />

à pesquisa científica; o<br />

que permite a otimização<br />

temporal e espacialmente,<br />

garantindo reprodutibilidade<br />

dos dados coletados<br />

pela comunidade<br />

cientifica atuante no local.<br />

O estudo na região<br />

teve grande repercussão,<br />

servindo como modelo<br />

para outros referenciamentos,<br />

como na Estação<br />

Biológica de Cocha<br />

Cashu, no Parque Nacional<br />

de Manu – Peru.<br />

Um outro aspecto interessante,<br />

que torna a<br />

Mata do Paraíso uma<br />

referência em educação<br />

e desenvolvimento sustentável,<br />

é o ecoturismo.<br />

O espaço recebe em seu<br />

Centro de Educação Ambiental<br />

cerca de três mil<br />

visitantes por ano, entre<br />

estudantes da educação<br />

infantil, ensino fundamental,<br />

médio e superior,<br />

além de famílias de Viçosa<br />

e cidades da região,<br />

que buscam um contato<br />

com a natureza e a biodiversidade<br />

do estado.<br />

Bruno Melo e Thaís Martins<br />

Crianças durante atividade lúdica desenvolvida pelo grupo<br />

GEIA-MATA<br />

Reprodução

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