xpression Estrela do basquete marca pontos também nas ações sociais POR Clarissa gaiarsa Confiança e relacionamento com os gestores são essenciais para O crescimento profissional magazine 12 Decidi, então, dedicar minha imagem e prestígio para a criação e implantação de um programa educacional baseado na prática do esporte.”
Promessa de sucesso aos 14 anos, Marta Sobral deve muito a sua entrada precoce no mundo do basquete. Pouco depois, já competia profissionalmente e, em alguns anos, estava na seleção brasileira. Ao lado de Hortência e Magic Paula, foi medalha de ouro no Pan-americano de Cuba, em 1991, e ganhou medalha de prata nas olimpíadas de Atlanta, em 1996, e de bronze nas olimpíadas de Sidney, em 2000, quando encerrou sua carreira na seleção brasileira. O sucesso profissional e toda a alegria proporcionados pelo basquete motivaram a atleta a fazer algo para a sociedade. Assim, surgiu o Lance Livre, um projeto que leva atividades esportivas a crianças e jovens de São Paulo, de Barueri e da periferia de Diadema com o objetivo de diminuir os índices de violência e evasão escolar, integrar famílias e elevar a autoestima de seus participantes. Para sair do papel, o projeto contou com o patrocínio de empresas que compartilham dos mesmos valores e sabem aproveitar ações desse tipo para fortalecer suas marcas, como Telefonica, Bauducco, Intermédica, Piraquê, Brinquedos Bandeirantes e outras. Tudo o que ganhei do basquete quero retribuir a elas. Esse esporte mudou muito a minha vida e tenho certeza que vai mudar a vida dessas crianças.” magazine 13 : O que é o projeto Lance Livre? Marta: O Lance Livre é um projeto desenvolvido para estimular a prática esportiva entre crianças de 7 a 14 anos da comunidade de Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo, uma das maiores favelas da América do Sul. Seu objetivo é mostrar que o basquete, assim como mudou minha vida, é capaz de mudar a vida das pessoas, além de fazer bem à saúde. Ele funciona duas vezes por semana, de manhã e à tarde. Como surgiu a ideia desse projeto? Quando me consolidei como atleta do basquete, percebi a força do esporte e o poder da imagem do atleta como influenciador de opinião. Decidi, então, dedicar minha imagem e prestígio para a criação e implantação de um programa educacional baseado na prática do esporte e especialmente desenhado para contemplar uma metodologia que beneficiasse a população mais carente diante de todas as questões sociais que ela enfrentava. Como ele funciona hoje e qual sua importância? Hoje, atendemos quase 200 crianças, meninas e meninos. As crianças aprendem a história do basquete e praticam esportes. Além disso, é feito um trabalho com psicólogos e um acompanhamento da frequência e do desempenho escolar. A equipe técnica, supervisionada diretamente por mim, é, também, responsável pelo cuidado e pela avaliação das crianças e adolescentes atendidos pelo projeto. Mais do que tratar da execução do plano de trabalho, essa equipe monitora os resultados, visando os impactos no desenvolvimento dos participantes e sua disseminação futura. Quem financia o projeto? Nós dependemos de doações e parcerias com a iniciativa privada. É muito importante, consequentemente, que a imagem das pessoas envolvidas não tenha arranhões, pois para investir dinheiro num projeto e associar uma marca a uma iniciativa, é preciso ter certeza da seriedade dos envolvidos. O que o Lance Livre representa para você? Adoro esse projeto. Tomo café na casa das crianças e elas me recebem com muito carinho. Tudo o que ganhei do basquete quero retribuir a elas. Esse esporte mudou muito a minha vida e tenho certeza de que vai mudar a vida dessas crianças. •