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Investidores veem com bons<br />
olhos empresas que atuam<br />
nessas áreas. Investimentos em<br />
ações sociais geram resultados no<br />
longo prazo.”<br />
Marcos Hiller, coordenador do MBA Gestão<br />
de Marcas, da Trevisan Escola de Negócios<br />
divulgado em 2010 pelo Instituto Akatu de Consumo Consciente,<br />
87% das pessoas consideram importante ou muito importante<br />
que a marca possua programas ambientais ou de educação e<br />
saúde para passar a consumir seus produtos ou serviços.<br />
Mas como implementar e divulgar as ações de responsabilidade<br />
socioambiental e aproveitá-las numa estratégia de comunicação<br />
de marca? Preparo é fundamental. “Antes de qualquer<br />
coisa, é preciso uma pesquisa séria, que identifique onde<br />
a empresa pode atuar de forma efetiva”, aponta Marcos Hiller,<br />
coordenador do MBA Gestão de Marcas, da Trevisan Escola de<br />
Negócios. Iniciativas nesse sentido precisam ser pensadas por especialistas<br />
da área e não somente pelo departamento de marketing.<br />
Ainda mais importante é garantir que as ações sejam concretas.<br />
Não basta usar a contribuição à sociedade e ao meio ambiente<br />
como base para uma campanha de marketing puro. É preciso<br />
legitimidade. Segundo o mesmo estudo do Instituto Akatu, 85%<br />
das pessoas consideram significativo que as empresas desenvolvam<br />
ações além das previstas na legislação. 44% delas, porém,<br />
não acreditam no que é divulgado. A resposta para transformar<br />
essa desconfiança em apreço pela marca é a elaboração de relatórios<br />
estruturados, em conformidade com normas reconhecidas<br />
internacionalmente e subordinados a diretrizes estabelecidas<br />
por órgãos de gestão socioambiental. “O principal desses órgãos<br />
é o GRI – Global Reporting Initiative. Ele define uma série de<br />
regras que servem para embasar os relatórios apresentados”, explica<br />
Fernando Badô, consultor de conteúdo da Report Comunicação,<br />
empresa especializada em relatórios socioambientais.<br />
Entre as diretrizes que devem ser seguidas, estão: apresentar<br />
a forma pela qual a gestão corporativa prevê o tratamento de<br />
questões socioambientais; responder a um número mínimo de<br />
indicadores de desempenho nas áreas de desenvolvimento econômico,<br />
social e ambiental; elaborar o conteúdo com clareza e<br />
objetividade.<br />
Uma vez realizado o investimento, é possível colher os<br />
frutos. Empresas com atividades socioambientais agregam não<br />
apenas valor econômico a suas marcas, mas também valor socioambiental.<br />
Embora pareça um conceito abstrato, existem<br />
maneiras de medir os resultados desse processo. O relatório de<br />
responsabilidade corporativa é a melhor delas. Ele permitem<br />
mostrar claramente aos sócios o quanto foi investido e qual foi o<br />
retorno gerado. Dois pontos muito importantes na apresentação<br />
do relatório são: em que medida a empresa partilha com a sociedade<br />
o valor econômico gerado por sua atividade e qual é seu<br />
aporte para diminuir a dependência que sua presença causa a<br />
uma comunidade. Isso gera material pronto para ser usado pela<br />
empresa em suas campanhas.<br />
O retorno do investimento para a empresa não tem uso potencial<br />
em campanhas publicitárias, mas é de grande importância<br />
para conquistar o acionista. A valorização da marca é um bom<br />
exemplo de retorno. “Investidores veem com bons olhos empresas<br />
que atuam nessas áreas”, afirma Marcos Hiller. “Investimentos em<br />
ações sociais geram resultados no longo prazo”, complementa.<br />
Assumir sua parcela de responsabilidade junto à sociedade<br />
torna-se aos poucos parte indispensável da consolidação da identidade<br />
empresarial. Se antes isso servia para valorizar a marca<br />
em relação a outras, agora o processo se inverte. Companhias<br />
que não dão algum retorno à população passam a ter destaque<br />
negativo. “Responsabilidade social está na boca de todos,<br />
transitando na vice-presidência de qualquer empresa”, explica<br />
Marcos Hiller. Para a Organização Internacional do Trabalho, o<br />
processo deve começar dentro de casa. A empresa que garante os<br />
direitos trabalhistas, respeita as normas ambientais e cumpre as<br />
obrigações fiscais já está, na realidade, desempenhando grande<br />
parte de seu papel social. •<br />
magazine 05