Carta 27 Universidad - ausjal
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TEMAS<br />
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elas têm poucas chances de entrar no “dna” institucional<br />
e na concretização de sua missão no dia a dia. Elas devem<br />
ser, com a mediação transdisciplinar, a “energia”, o “sal”<br />
e o “tempero” da grande usina de produção de<br />
conhecimento e de cidadania que referíamos acima e<br />
que é a universidade.<br />
A questão da exclusão social e das desigualdades sociais,<br />
por um lado, continua deflagrada e espalhando violências<br />
de toda ordem, mas é notável, por outro lado, o<br />
amadurecimento político, econômico e social vivido em<br />
alguns contextos latino-americanos, de uns anos para<br />
cá. Aqui, referimos especificamente o Brasil. Ao mesmo<br />
tempo em que cresceu a consciência da responsabilidade<br />
social das empresas, o Estado deu passos gigantescos no<br />
sentido de assumir com mais vigor e inteligência o<br />
monitoramento da coisa pública, fazendo com que as<br />
diferentes organizações, associações e empreendimentos<br />
da sociedade civil em geral também passem a vigiar as<br />
suas ações públicas com maior controle e clareza. A<br />
gestão sempre se torna mais fácil quando existe clareza<br />
e continuidade (amadurecimento) em nível de legislação.<br />
Ao lado da política de inclusão acadêmica, que está na<br />
agenda de todo gestor sério de universidade, temos a<br />
convicção que a universidade, enquanto tal, só está<br />
efetivamente desempenhando a sua genuína função<br />
acadêmica, na medida em que se empenhar na busca de<br />
soluções e alternativas de superação para os graves<br />
problemas que afligem a população dando para tal a sua<br />
contribuição científica e técnica. Este é uma grande<br />
questão para a gestão universitária.<br />
É crescente a consciência de que as exigências do<br />
momento histórico são radicais. Quem está na gestão de<br />
um empreendimento universitário tem consciência disto<br />
e é desafiado, no seu dia-a-dia, a construir respostas às<br />
seguintes questões:<br />
• Como construir e preservar a identidade da<br />
universidade e a sua excelência acadêmica, sem fazer<br />
dela o nicho dos “deuses” privilegiados e inacessíveis,<br />
que se apropriam do conhecimento sem socializá-lo?<br />
• Como construir e preservar a identidade da<br />
universidade e sua excelência acadêmica, mantendoa<br />
vivamente atenta aos grandes desafios com os quais<br />
a sociedade se depara?<br />
• Como fazer com que a universidade se leve a sério na<br />
sua identidade e na sua missão de excelência<br />
acadêmica, sem deixar de levar a sério os pobres?<br />
• Como fazer com que a universidade que se leva a<br />
sério como universidade e que leva a sério os pobres,<br />
consiga manter responsavelmente a sua<br />
sustentabilidade?<br />
O texto do Plano Estratégico da AUSJAL para os anos<br />
2001 a 2005 traz três balizamentos importantes e que<br />
nunca devem ser esquecidos na gestão das universidades.<br />
Tomamos a liberdade de retomá-los aqui e queremos,<br />
através desta referência, fazer uma memória viva de nosso