ANUÁRIO RALIS ONLINE 2020
RESUMO DA TEMPORADA DE RALIS DE 2020 EM PORTUGAL. Apoia o Ralis Online (www.ralisonline.net) e o Ralis em Portugal (facebook), adquire um exemplar (20 euros (sabe como aqui: http://www.ralisonline.net/pt/index.php?option=com_content&view=article&id=13888:anuario-ralis-online-2020&catid=91:breves)
RESUMO DA TEMPORADA DE RALIS DE 2020 EM PORTUGAL.
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PARA LER
O ARTIGO COMPLETO EM
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SIGA ESTE CÓDIGO QR
com o piloto, definir antecipadamente os
pneus que iriamos utilizar na prova e fazer
a encomenda. Tinha de fazer uma lista de
material do carro de corrida e encomendar
o que fosse necessário. Tinha de fazer as
contas dos consumos de gasolina e fazer a
respectiva encomenda da mesma. Tinha de
elaborar um plano de treinos onde se decidia
quem eram os mecânicos que iriam dar
assistência (na altura tínhamos os verdadeiros
carros de treinos e era importante ter
alguém a assistir o carro) e fazer um plano
onde mencionasse os locais e horas onde
a equipa de assistência deveria estar nessa
altura. Mais, tinha de elaborar um outro
plano de assistência para os dias de prova,
onde teria de mencionar o número e nome
dos mecânicos, marcar os hotéis, fazer um
plano de catering. Era um trabalho muito
difícil e de grande responsabilidade. Na altura
em que se podia ter assistência no final
de todas as classificativas. Normalmente
tínhamos a carrinha A, B e ás vezes a C e
ainda um ou dois carros com uma equipa
de tempos. Eu tinha de planear todo o
percurso, locais de paragem das assistências,
horários e locais dos finais dos troços para
a equipa de tempos. E relembro que na altura
não havia GPS. Teria de ser tudo feito
através de uma leitura rigorosa dos mapas e
muitas vezes teria de me deslocar a muitos
locais antecipadamente para estudar melhor
todo o plano. Para terem uma ideia eu começava
a trabalhar para um rali de Portugal
sensivelmente dois meses antes da prova.
Hoje em dia tudo isso tem de ser planeado
na mesma mas é muito mais fácil. Os ralis
são muito mais curtos, há apenas um local
para a assistência (salvo raras excepções)
temos as marcas de pneus com um camião
nesses parques e podemos decidir na hora
os pneus a utilizar. Temos até empresas
de catering a trabalhar para as equipas que
quiserem adquirir esses serviços. Tudo é
mais fácil, mas ao mesmo tempo com um
grande grau de responsabilidade.
O que é para ti mais importante na
relação piloto navegador, antes e durante
a prova?
Sem sombra de dúvidas que o mais importante
é o bem estar dentro do carro. Se
não houver esse bem estar, será impossível
as coisas correrem bem.
De que forma um navegador pode
influenciar o ritmo e andamento de um
piloto?
Esta é sem dúvida uma grande questão e
que quase toda a gente tem curiosidade em
saber, mas não é fácil fazer-vos entender
apenas por umas palavras aqui escritas. E é
aí que está a grande diferença entre ser um
grande navegador ou apenas um navegador.
Ler notas de andamento não é fácil, mas
qualquer pessoa com um pouco de treino
sabe fazê-lo. Agora a grande virtude de um
navegador é “sentir” o piloto, sentir o carro,
fazer uma leitura do terreno, conseguir
imaginar o que virá a seguir depois daquilo
com que já se deparou anteriormente. Essa
é a grande diferença e são essas virtudes
que poucos navegadores têm. Perante tudo
isso, e com essa capacidade de leitura, eu
sei onde posso e devo puxar pelo piloto ou
onde devo travar o piloto. A dicção a ditar
notas é fundamental do meu ponto de vista.
Nós não temos de ir aos berros dentro
do carro, mas temos de dar intuições diferentes
durante as classificativas de maneira
a que o piloto se sinta confiante ou se sinta
mais retraído. Uma coisa muito importante
que sempre digo aos meus pilotos é o
seguinte… “Nós não temos de ser muito
rápidos em todo o lado. Nós temos é de
ser mais rápidos que os nossos adversários”.
Há zonas das classificativas em que temos
de ter “medo”, respeito, cuidado porque
são zonas difíceis, perigosas ou traiçoeiras e
nessas zonas nós temos de ter a frieza e fazer
transparecer ao piloto, quando ditamos a
nota, de que ele tem de ter muito cuidado.
Se ele não o fizer, e quiser ainda assim ser
muito rápido, certamente correrá mal. Por
outro lado, também lhes digo outra coisa,
“Na altura em que me ouvires a dizer que é
para ir a fundo é porque é a fundo e podes
confiar a 100%. Eu tenho tanto receio, ou
mais que tu de me magoar e nunca te diria
tal coisa se não tivesse a certeza de que tu
tens capacidade para o fazer, de que o carro
tem capacidade para o fazer e de que o piso
permite que o faças…”.
Há outros “truques” que uso para tentar
influenciar o andamento dos pilotos, mas
esses não os digo porque nem os meus pilotos
sabem quais são, se bem que o Pedro
Meireles, depois de 98 ralis juntos já se deve
ter apercebido de alguns.
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