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Da Geometria Euclidiana aos Vectores Livres - Arquivo Escolar

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Introdução<br />

Este texto é um ensaio de desenvolvimento da <strong>Geometria</strong> <strong>Euclidiana</strong>,<br />

do ponto de vista axiomático, tendo em vista chegar a uma definição dos<br />

vectores livres e ao estudo das suas propriedades algébricas. A via axiomática<br />

seguida é a introduzida por Moïse, E. E., Elementary Geometry from an<br />

Advanced Standpoint, Addison-Wesley, 1990, e que se caracteriza pela<br />

introdução de axiomas métricos para os comprimentos e os ângulos (o axioma da<br />

régua e o do transferidor), baseados no preconhecimento das propriedades dos<br />

números reais.<br />

Também baseados na via seguida por Moïse, existem pelo menos mais<br />

dois textos em língua portuguesa, o livro de Paulo Ventura Araújo, Curso de<br />

<strong>Geometria</strong>, publicado pela Gradiva em 1998, e o de A. J. Franco Oliveira,<br />

<strong>Geometria</strong> <strong>Euclidiana</strong>, publicado pela Universidade Aberta em 1995. O nosso<br />

texto difere destes em vários pontos. Em primeiro lugar é bastante menos<br />

ambicioso, tendo como objectivo essencial chegar à noção de vector livre e a<br />

algumas aplicações dos vectores livres à <strong>Geometria</strong>. Em segundo lugar é<br />

bastante mais detalhado nas demonstrações e nas referências a resultados<br />

anteriores. Esta segunda característica torna-o mais pesado e, eventualmente,<br />

aborrecido, se for estudado na forma tradicional de um texto impresso, mas<br />

poderá ser útil se, como temos em vista, ele for utilizado no monitor do<br />

computador, como ficheiro pdf, com as referências associadas a “links” que<br />

enviam, com possibilidade de retorno à origem, para os resultados citados.<br />

Destacamos a seguir alguns pontos em que a nossa opção foi diferente<br />

da tomada por Moïse e pelos autores portugueses atrás referidos.<br />

Relativamente <strong>aos</strong> axiomas métricos, pareceu-nos pouco natural<br />

(apesar de perfeitamente legítimo do ponto de vista formal) ser dada como noção<br />

primitiva uma função distância que associa a cada par de pontos do espaço um<br />

número real. A existência de uma tal função distância privilegiada corresponde à<br />

ideia de uma unidade de medida dada a priori, quando é certo que a nossa<br />

experiência geométrica nos diz que uma tal unidade não existe. Preferimos assim<br />

tomar, em vez disso, como noção primitiva um conjunto “completo” de funções<br />

distância, cada uma múltipla de qualquer outra, correspondendo às diferentes<br />

unidades de medida que é possível escolher. Se é verdade que disso resultou<br />

uma ligeira complicação para alguns enunciados, pareceu-nos ter ganho alguma<br />

coisa na compreensão geométrica do espaço e, mais geralmente com o<br />

estabelecimento de relações com a problemática dos diferentes tipos de grandeza<br />

em Física. Em particular um comprimento não é um número real mas uma<br />

família de números reais indexada no conjunto das funções distância, família que<br />

deve verificar uma condição de homogeneidade natural, e torna-se evidente que<br />

nunca pode ter significado geométrico, por exemplo, um resultado que afirme a<br />

–2–

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