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A CULTURA DOS CORDÉIS - Centro de Educação - Universidade ...

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tecnológicos, como a televisão, o rádio ou a informática, para informar, comunicar,<br />

educar e fazer cultura. Das feiras às galerias, das escolas às universida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>stas<br />

ao mundo virtual, o cor<strong>de</strong>l encontra, nas páginas da Internet, mais uma forma <strong>de</strong><br />

sobreviver, <strong>de</strong>monstrando que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente das investidas, esse gênero<br />

sempre vai encontrar suas formas <strong>de</strong> resistir.<br />

Po<strong>de</strong>mos verificar que, para além das feiras, dos sítios e das comunida<strong>de</strong>s<br />

rurais <strong>de</strong> on<strong>de</strong> partiu, o cor<strong>de</strong>l também passou a se inserir num outro espaço: o<br />

virtual, rompendo fronteiras e se fazendo mostrar nas telas do computador, numa<br />

linguagem cibernética, a<strong>de</strong>quando-se às modificações que as novas tecnologias<br />

requerem. Esse é um gênero que subsiste porque se mo<strong>de</strong>rniza, renova-se,<br />

reinventa-se e se adapta às metamorfoses <strong>de</strong> cada época. Isso é perceptível tanto<br />

nas temáticas trabalhadas por alguns poetas quanto na a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>les<br />

às mudanças surgidas, principalmente, a partir do ingresso dos folhetos no mundo<br />

virtual. Alguns têm acesso a esse recurso e <strong>de</strong>le fazem uso. Para alguns poetas,<br />

como Gustavo Dourado, o computador é mais um meio que po<strong>de</strong> ajudar na<br />

divulgação do cor<strong>de</strong>l, aumentando o acesso do público-leitor:<br />

A informática, o computador e a Internet <strong>de</strong>ram impulso fenomenal à<br />

Literatura <strong>de</strong> Cor<strong>de</strong>l. Criou uma nova arte e facilitou a divulgação e<br />

distribuição das idéias. Agora, além dos folhetos tradicionais, surgem os<br />

“folhetos virtuais” e eletrônicos. É preciso integrar as duas formas. O<br />

computador é a tipografia do cor<strong>de</strong>lista. O correio eletrônico e os sites/sítios<br />

são o jornal do poeta popular, que agora tem em suas mãos uma<br />

ferramenta maravilhosa para <strong>de</strong>senvolver e divulgar o seu trabalho, com<br />

velocida<strong>de</strong> impressionante (GUSTAVO DOURADO).<br />

Todavia, ainda há resistências por parte <strong>de</strong> alguns poetas no que se refere à<br />

introdução do cor<strong>de</strong>l no meio virtual. Eles enten<strong>de</strong>m que o cor<strong>de</strong>l virtual se<br />

<strong>de</strong>scaracteriza, per<strong>de</strong> o sentido com que foi criado, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ser original,<br />

conforme afirma o poeta João Batista Vieira, <strong>de</strong> codinome Jotabê:<br />

Cor<strong>de</strong>l no computador<br />

Pra mim não tem valia<br />

Ta <strong>de</strong>turpando a origem<br />

Da autêntica poesia<br />

Isto pega muito mal<br />

Saiu do original<br />

Pra mim é pirataria<br />

(JOTABÊ, 2005).<br />

O poeta concebe que ser original significa manter a composição dos folhetos<br />

<strong>de</strong> estilo e o formato consi<strong>de</strong>rados tradicionais e dos meios on<strong>de</strong> comumente<br />

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