11.04.2013 Views

dissertao completa final - Centro de Educação - Universidade ...

dissertao completa final - Centro de Educação - Universidade ...

dissertao completa final - Centro de Educação - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />

CENTRO DE EDUCAÇÃO<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO<br />

MESTRADO EM EDUCAÇÃO<br />

IVANA MARIA MEDEIROS DE LIMA<br />

O FÓRUM DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO ESTADO DA<br />

PARAIBA: uma avaliação da perspectiva dos participantes dos primeiros<br />

cinco anos <strong>de</strong> existência<br />

(1999-2004)<br />

JOÃO PESSOA-PB<br />

2006


IVANA MARIA MEDEIROS DE LIMA<br />

O FÓRUM DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO ESTADO DA<br />

PARAIBA: uma avaliação da perspectiva dos participantes dos primeiros<br />

cinco anos <strong>de</strong> existência<br />

(1999-2004)<br />

Dissertação apresentada ao Programa <strong>de</strong><br />

Pós-Graduação em <strong>Educação</strong>, da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba, como<br />

requisito para obtenção do título <strong>de</strong> Mestre<br />

em <strong>Educação</strong>, na área <strong>de</strong> concentração:<br />

<strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos.<br />

Orientador Prof. DR. TIMOTHY DENIS IRELAND<br />

João Pessoa - PB<br />

2006


IVANA MARIA MEDEIROS DE LIMA<br />

O FÓRUM DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO ESTADO DA<br />

PARAÍBA: uma avaliação da perspectiva dos participantes primeiros cinco<br />

anos <strong>de</strong> existência<br />

(1999-2004)<br />

DISSERTAÇÃO APROVADA EM: 31/07/06<br />

BANCA EXAMINADORA<br />

______________________________________________<br />

Prof. Dr. Timothy Denis Ireland<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba - UFPB<br />

Orientador<br />

_____________________________________________<br />

Prof. Dr. Klaus Dietmar Pfeiffer<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Muenster - Alemanha<br />

Co-Orientador<br />

_____________________________________________<br />

Prof. Dr. Leôncio José Gomes Soares<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais - UFMG<br />

Examinador<br />

_____________________________________________<br />

Prof. Dr. Luiz Gonzaga Gonçalves<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba - UFPB<br />

Examinador


“Bendito aquele que confia no Senhor e cuja esperança é o<br />

Senhor, porque será como a arvore plantada junto às águas, que<br />

esten<strong>de</strong> as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o<br />

calor, mas sua folha fica ver<strong>de</strong>, e, no ano <strong>de</strong> seca não perturba<br />

nem <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> dar fruto”. (Jeremias, 17:07)


Ao meu Deus, Deus, por me conce<strong>de</strong>r a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar,<br />

escrever e <strong>de</strong>screver todo esse conhecimento, na<br />

perspectiva <strong>de</strong> construir um mundo melhor;<br />

Aos meus pais, Iran Iran e Arlete Arlete, Arlete pela origem e<br />

sobrevivência do meu ser. Sem eles, seria impossível essa<br />

construção;<br />

A Osmar, Osmar<br />

pelo apoio, a minha filha Bianca Bianca que, mesmo<br />

sendo tão pequena, foi gran<strong>de</strong> em compreen<strong>de</strong>r a<br />

necessida<strong>de</strong> da minha ausência.


AGRADECIMENTOS ESPECIAIS<br />

A todos os educadores participantes <strong>de</strong>ste estudo, que se<br />

dispuseram a revelar particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> duas vivências e que<br />

muito me ensinaram com seus exemplos <strong>de</strong> coragem e luta por<br />

uma educação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. O meu reconhecimento pela<br />

valorosa contribuição para a concretização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Ao Prof. Dr. Timothy Denis Ireland, pelas orientações e<br />

<strong>de</strong>dicação, mostrando-se sempre disposto a ensinar através <strong>de</strong><br />

sua gran<strong>de</strong> experiência em educação <strong>de</strong> jovens e adultos.<br />

Ao Prof. Dr. Klaus Dietmar Pfeiffer pela disponibilida<strong>de</strong>, pelas<br />

sugestões, ensinamentos, estímulo e amiza<strong>de</strong> que, com certeza,<br />

só enriqueceram o trabalho. Obrigada por ter acreditado em<br />

mim.


AGRADECIMENTOS<br />

A minha irmã, Alana Carla, pela ajuda nos momentos difícieis;<br />

A minha tia, Maria das Neves, pois foi a partir <strong>de</strong>la que nasceu o sonho <strong>de</strong> ser educadora <strong>de</strong><br />

Jovens e Adultos;<br />

Ao meu Avô, José Valentin Me<strong>de</strong>iros (in memoriam), com quem tive o prazer <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r<br />

sobre a vida, e, principalmente, a amar;<br />

A todos os meus familiares, que sempre acreditaram em mim;<br />

Aos professores do Mestrado, pelos ensinamentos, em especial, aos Professores Drs. Afonso<br />

Celso Scocuglia, José Francisco <strong>de</strong> Mello Neto, Wilson Aragão, que contribuíram para meu<br />

amadurecimento enquanto profissional da educação.<br />

À professora Ms. Lúcia Maria Maia Muribeca, a partir <strong>de</strong> cujos ensinamentos comecei a<br />

refletir sobre o profissional da educação;<br />

Às funcionárias da Coor<strong>de</strong>nação do Mestrado, Mônica, Vitória e Graça;<br />

Aos alunos do Projeto Escola Zé Peão, das turmas referentes aos anos <strong>de</strong> 1997 a 2000, a<br />

quem <strong>de</strong>vo parte <strong>de</strong>ssa experiência no campo <strong>de</strong> Jovens e Adultos, pois me apaixonei a partir<br />

<strong>de</strong>sse momento pela EJA.<br />

Aos alunos da Escola Municipal José Peregrino <strong>de</strong> Carvalho, com quem tive o prazer <strong>de</strong><br />

compartilhar as experiências do Curso do Mestrado <strong>de</strong> 2000 a 2004.<br />

À minha aluna, em especial, Severina Maria da Silva, pelo valor, força e exemplo <strong>de</strong> ser<br />

humano;<br />

À amiga Edilene Silva, pelo incentivo, amiza<strong>de</strong>, carinho e colaboração no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ssa<br />

caminhada;<br />

Às colegas da Linha <strong>de</strong> Pesquisa em Jovens e Adultos, Wil<strong>de</strong>s, Milena e Viani, pelas trocas<br />

<strong>de</strong> experiências do nosso campo;


Ao Professor José Barbosa (Zezinho), pela contribuição na pesquisa, pelas discussões e<br />

propostas sugeridas;<br />

À coor<strong>de</strong>nadora do Núcleo <strong>de</strong> Estudos em Saú<strong>de</strong> Coletiva – NESC, Professora Drª. Lenil<strong>de</strong><br />

Duarte <strong>de</strong> Sá, e à vice-coor<strong>de</strong>nadora, Professora Ms. Tereza Mitsunaga, pelo apoio e pelas<br />

sugestões;<br />

Aos funcionários do Nesc, Arlete, Luciene, Antônia, E<strong>de</strong>lson e Dona Alice, pelos<br />

ensinamentos compartilhados;<br />

A todos os membros da Igreja Betel Brasileiro do Valentina Figueiredo, pelo apoio espiritual,<br />

pois o espírito sadio trabalha com alegria;<br />

À amiga em Cristo, Marília Elesbão, pelas conversas;<br />

À professora, doutoranda, Rejane Maria <strong>de</strong> A. Ferreira,pela revisão lingüística;<br />

A todos os educadores que acreditam numa educação à qual todos possam ter acesso e lutam<br />

por ela;<br />

Obrigada a todos os que contribuíram para a conclusão <strong>de</strong>ste trabalho.


RESUMO<br />

LIMA, Ivana M. M. O Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos da Paraíba: uma<br />

avaliação da perspectiva dos participantes dos primeiros cinco anos <strong>de</strong> existência. 2006.<br />

108 p. Dissertação (Mestrado em <strong>Educação</strong>). <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da<br />

Paraíba. João Pessoa.<br />

Des<strong>de</strong> a criação, em 1999, o Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba tem apresentado bastante crescimento<br />

em números quantitativos, como também tem buscado <strong>de</strong>senvolver ações <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para a<br />

EJA frente aos <strong>de</strong>safios sócio - econômicos do contexto atual. O estudo presente busca fazer<br />

uma avaliação dos primeiros cinco anos <strong>de</strong> existência <strong>de</strong>sse fórum, consi<strong>de</strong>rando os aspectos<br />

<strong>de</strong>tectados pelos entrevistados. A pesquisa é <strong>de</strong> caráter qualitativo, para cuja coleta <strong>de</strong> dados,<br />

utilizamos o questionário estruturado, com uma amostra <strong>de</strong> 25 representantes, distribuídos<br />

entre os segmentos fe<strong>de</strong>rais, estaduais, municipais, ong’s e Sistema “S”. A partir <strong>de</strong>ssas<br />

entrevistas, foram escolhidas categorias, que possibilitaram a técnica do estudo avaliativo. A<br />

pesquisa mostrou que nesses cinco anos <strong>de</strong> encontro <strong>de</strong> Fórum, o mesmo continua trazendo<br />

gran<strong>de</strong>s contribuições para a EJA, tais como: relatos e trocas <strong>de</strong> experiências, informações,<br />

sugestões pedagógicas, etc. Entretanto, <strong>de</strong> acordo com alguns entrevistados, o fórum ainda<br />

<strong>de</strong>ixa muito a <strong>de</strong>sejar, pois as ações são <strong>de</strong>tectadas, mas <strong>de</strong>veriam existir documentos inscritos<br />

que servissem para pressionar as instâncias governamentais e não – governamentais em prol<br />

da qualida<strong>de</strong> da EJA em todos os aspectos.<br />

Palavras chaves: <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos, Fórum <strong>de</strong> EJA, Avaliação.


ABSTRACT<br />

LIMA, Ivana M. The Paraiba State Forum of Adult and Youth Education: an evaluation<br />

of its first five years of existence. 2006. 108p. Dissertation (Master’s Degree in Education).<br />

Centre of Education of the Fe<strong>de</strong>ral University of Paraiba, João Pessoa.<br />

Since its creation in 1999, the Paraiba State Forum of Adult and Youth Education has grown<br />

consi<strong>de</strong>rably in size as well as seeking to <strong>de</strong>velop actions of quality for Adult and Youth<br />

Education in the face of those social-economic challenges posed by the present context. This<br />

study seeks to evaluate the first five years of existence of the Forum consi<strong>de</strong>ring aspects<br />

<strong>de</strong>tected by the interviewees. The research is of a qualitative nature. The data was collected<br />

using a structured questionnaire with a sample of 25 representatives distributed among the<br />

fe<strong>de</strong>ral, state, municipal, NGO and “S” System segments. On the basis of these interviews<br />

categories were selected which ma<strong>de</strong> the technique of the evaluative study possible. The<br />

research revealed that in these five years of meetings, the Forum continues bringing important<br />

contributions to Adult and Youth Education such as: reports and exchanges of experience,<br />

information, pedagogical suggestions, etc. However, according to some interviewees, the<br />

forum still leaves a great <strong>de</strong>al to be <strong>de</strong>sired, since although actions are <strong>de</strong>tected written<br />

documents should exist which would serve to pressure governmental and non-governmental<br />

instances in favour of the <strong>de</strong>mand for quality in all the dimensions of Adult and Youth<br />

Education.<br />

Key words: Adult and Youth Education, forum of Adult and Youth Education, Evaluation.


SUMÁRIO<br />

1. CONSIDERACÕES INICIAIS .................................................................................15<br />

1.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................15<br />

1. 2. OBJETIVOS DO ESTUDO ...................................................................................19<br />

1. 3. METODOLOGIA ...................................................................................................20<br />

1. 3.1 Pesquisa <strong>de</strong> Avaliação: aspectos conceituais.......................................................20<br />

1. 3.2 Pesquisa <strong>de</strong> Avaliação: aspectos históricos ........................................................22<br />

1. 3.3 Desenho do Estudo ...............................................................................................24<br />

1. 3.4 O espaço da Pesquisa ............................................................................................25<br />

1. 3.5 Instrumento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados ...........................................................................26<br />

1. 3.6 Analise dos dados ..................................................................................................27<br />

2. A EJA NO CONTEXTO SOCIO-ECONOMICO ATUAL DO BRASIL..............29<br />

2.1 Indicadores sócios - educacionais básicos no Brasil ..............................................29<br />

2.2 O impacto da Globalização as políticas <strong>de</strong> EJA ....................................................36<br />

2.3 A V CONFINTEA e implementação dos ENEJAS ...............................................40<br />

2.3.1 A Conferência Regional da América Latina e Caribe .......................................40<br />

2.3.2 A V Conferência Internacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos (V CONFINTEA)<br />

...........................................................................................................................................41


2.3 3 Os Encontros Nacionais <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos (ENEJAs) .............44<br />

3. OS FÓRUNS <strong>de</strong> EJA: FUNÇÕES, OBJETIVOS e ESTRUTURAS .....................50<br />

3.1. O Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba: Cinco anos <strong>de</strong> trabalho ........................................54<br />

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................60<br />

4.1 Caracterização da Amostra por Segmentos ...........................................................60<br />

4.2 Resultado do Estudo .................................................................................................64<br />

4.2.1 Motivação ................................................................................................................64<br />

4.2.2 Expectativas e Realizações ....................................................................................69<br />

4.2.3 Contribuição para a Pratica Docente ..................................................................77<br />

4.2.4 Aspectos fortes e Aspectos <strong>de</strong>ficientes .................................................................84<br />

4.2.5 Permanência e Desistência ....................................................................................92<br />

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................97<br />

REFERÊNCIAS. ...........................................................................................................102<br />

APÊNDICES<br />

Apêndice A – Termo <strong>de</strong> Consentimento livre e esclarecido .......................................109<br />

Apêndice B – Questionário ...........................................................................................110<br />

Apêndice C – Questionários dos Segmentos ................................................................111<br />

ANEXOS


Listras <strong>de</strong> Abreviaturas<br />

CEAAL – Consejo <strong>de</strong> educación <strong>de</strong> adultos <strong>de</strong> América Latina<br />

CEPAL – Comisión Econômica para América Latina y el Caribe<br />

CNEJA – Conferência Nacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos<br />

CONFINTEA – Conferência Internacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Adultos<br />

CRUB – Conselho <strong>de</strong> Reitores das Universida<strong>de</strong>s Brasileiras<br />

EJA – <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos<br />

ENEJAs – Encontros Nacionais <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos<br />

FHC – Fernando Henrique Cardoso<br />

FMI – Fundo Monetário Internacional<br />

FUNDEF – Fundo <strong>de</strong> Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e<br />

Valorização do Magistério<br />

IBGE – Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística<br />

LDB – Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases da <strong>Educação</strong><br />

MEC – Mistério da <strong>Educação</strong> e Cultura<br />

OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico<br />

PAS – Programa Alfabetização Solidária<br />

PIB – Produto Interno Bruto<br />

PNE – Plano Nacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong><br />

PRONERA – Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> na Reforma Agrária.<br />

RAAAB – Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Apoio a Ação Alfabetizadora no Brasil<br />

SEDUP – Serviço <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Popular<br />

SESC – Serviço Social do Comércio<br />

SESI – Serviço Social da Industria<br />

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a <strong>Educação</strong>, Ciência e a Cultura<br />

UFPB – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba<br />

UFMG – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

UEMG – Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

UNIDEME – União dos Dirigentes Municipais <strong>de</strong> <strong>Educação</strong><br />

UNIPÊ – <strong>Centro</strong> Universitário <strong>de</strong> João Pessoa


Quadro<br />

Listra <strong>de</strong> Quadros e Tabelas<br />

Encontros dos Fóruns do Estado da Paraíba ...............................................................58<br />

Quadro 1<br />

Entrevistados da Re<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Fórum <strong>de</strong> EJA, João Pessoa, 2005 ......................61<br />

Quadro 2<br />

Entrevistados da Re<strong>de</strong> Estadual do Fórum <strong>de</strong> EJA, João Pessoa, 2005 ....................61<br />

Quadro 3<br />

Entrevistados da Re<strong>de</strong> Municipal do Fórum <strong>de</strong> EJA, João Pessoa, 2005 ..................62<br />

Quadro 4<br />

Entrevistados do Sistema S do Fórum <strong>de</strong> EJA, João Pessoa, 2005 ............................62<br />

Quadro 5<br />

Entrevistados vinculados a Ong’s que participam do Fórum <strong>de</strong> EJA, João Pessoa, 2005<br />

...........................................................................................................................................63<br />

Tabela 1 – Participação dos Entrevistados ..................................................................63<br />

Tabela 2 – Realizações das expectativas dos entrevistados do Fórum <strong>de</strong> EJA, João<br />

Pessoa, 2005 .....................................................................................................................74<br />

Tabela 3 – Permanência e Desistência ..........................................................................92


1. CONSIDERACÕES INICIAIS<br />

1.1 INTRODUÇÃO<br />

A década <strong>de</strong> 1990 é marcada por mudanças importantes no cenário político, econômico<br />

e social do país. No campo educacional, <strong>de</strong>staca-se, entre outras, uma preocupação com as<br />

políticas publicas <strong>de</strong>stinadas à educação <strong>de</strong> jovens e adultos (EJA), objetivando um<br />

melhoramento substancial em termos quantitativos e qualitativos. Isso quer dizer que, não<br />

apenas para oferecer o ensino a todos os que não tiveram acesso na ida<strong>de</strong> própria, mas para<br />

garantir a permanecia através da qualida<strong>de</strong>. Essa preocupação reuniu diversas instituições e<br />

organizações <strong>de</strong> diferentes setores, tais como secretarias estaduais e municipais,<br />

universida<strong>de</strong>s, Ong’s, empresas privadas, movimentos populares e sindicatos, o que apresenta<br />

um fato importante, porque


[...] a continuida<strong>de</strong> e ampliação das políticas públicas <strong>de</strong> EJA <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

mecanismos que garantam uma participação eficaz da socieda<strong>de</strong> civil, por<br />

intermédio <strong>de</strong> organizações não – governamentais, que associem os esforços <strong>de</strong><br />

empresários, sindicatos, organizações familiares e <strong>de</strong> outros atores sociais [...]<br />

(IRELAND, 2000, p.17).<br />

Nesse contexto, surgiram, como expressão organizacional do compromisso com a<br />

EJA, por parte <strong>de</strong> diversos segmentos do estado e da socieda<strong>de</strong> civil, os “Fóruns <strong>de</strong> <strong>Educação</strong><br />

<strong>de</strong> Jovens e Adultos” em todo o país, a partir das várias conferências e <strong>de</strong> encontros nacionais<br />

e internacionais, como a “Conferência Regional da América Latina e Caribe”, “Encontros<br />

Nacionais <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos” (ENEJA’s) e a “V Conferência Internacional <strong>de</strong><br />

<strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Adultos” (V CONFINTEA), que contribuíram para estimular a criação <strong>de</strong>sses<br />

fóruns, com o objetivo principal <strong>de</strong> estimular e implantar políticas públicas <strong>de</strong>stinadas à EJA<br />

(MEC/SEF, 1998).<br />

O surgimento da preocupação com a educação, em geral, e a EJA, em especial, no<br />

Brasil, está estreitamente vinculado às mudanças profundas nos cenários nacional e<br />

internacional. Os processos <strong>de</strong> globalização e seus efeitos no âmbito econômico e cultural, a<br />

crescente pressão <strong>de</strong> diversos movimentos sociais para a inclusão <strong>de</strong> camadas sociais<br />

excluídas do progresso, a permanência <strong>de</strong> elevados índices <strong>de</strong> analfabetismo, escolarização<br />

in<strong>completa</strong>, pobreza e uma extrema <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> na distribuição <strong>de</strong> renda impulsionaram um<br />

clima favorável a uma ampla discussão da situação e possíveis caminhos para a melhoria<br />

também na área educacional.<br />

Está empiricamente comprovado que as pessoas analfabetas e as com baixo nível <strong>de</strong><br />

escolarização também estão submetidas à pobreza com todas as suas conseqüências (fome,<br />

doenças, reduzida expectativa <strong>de</strong> vida, vulnerabilida<strong>de</strong> à violência, etc). Sua empregabilida<strong>de</strong><br />

é limitada, seu risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego alto, e para os que têm um emprego, o nível salarial é<br />

baixo. Sendo assim, uma escolarização básica emerge como componente favorável a uma vida


digna, para exercer a cidadania e para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os seus direitos sociais. O domínio da leitura e<br />

da escrita é imprescindível para uma vida melhor e a base para a educação permanente. Em<br />

conseqüência, a alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos <strong>de</strong>ve ocupar um espaço prioritário <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

uma política educacional orientada às necessida<strong>de</strong>s das camadas marginalizadas da população.<br />

Alfabetizar jovens e adultos que não tiveram acesso ao ensino regular na ida<strong>de</strong><br />

própria significa resgatar parte da divida social que temos com a população<br />

trabalhadora brasileira. (RELATÓRIO SÍNTESE do XIX do FÓRUM 2003, p.02).<br />

A partir <strong>de</strong>sses problemas, relacionados anteriormente, nasceram no Brasil os fóruns<br />

<strong>de</strong> educação <strong>de</strong> jovens e adultos, a partir do <strong>final</strong> dos anos noventa, como forma <strong>de</strong> articulação<br />

<strong>de</strong> diversos segmentos ligados à EJA, tais como: segmentos secretarias estaduais e municipais,<br />

universida<strong>de</strong>s, Ong’s, empresas privadas e sindicatos que sentiram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efetivar,<br />

em prática, políticas públicas para a educação <strong>de</strong> jovens e adultos, visando à erradicação do<br />

analfabetismo e à melhoria da qualida<strong>de</strong> do ensino. A ausência <strong>de</strong> uma política governamental<br />

central (voltada exclusivamente para a EJA) coerente também contribuiu para o nascimento<br />

dos Fóruns em nível estadual.<br />

Des<strong>de</strong> o início, o sentido principal dos fóruns <strong>de</strong> EJA se constitui um espaço <strong>de</strong><br />

discussão e reflexão:<br />

Des<strong>de</strong> a sua criação, busca constituir um espaço <strong>de</strong> formação e informação,<br />

facilitando o intercâmbio e a troca <strong>de</strong> experiências, propiciando a discussão <strong>de</strong><br />

questões específicas à realida<strong>de</strong> da educação <strong>de</strong> jovens e adultos no nosso Estado,<br />

bem como analisando a atual política educacional do país para a EJA. Procura,<br />

através <strong>de</strong> seus encontros, fomentar um ambiente em que se discuta a formação <strong>de</strong><br />

educadores <strong>de</strong> EJA e se elabora um plano racional <strong>de</strong> ação para minimizar as<br />

dificulda<strong>de</strong>s na implementação e continuida<strong>de</strong> dos programas <strong>de</strong> educação <strong>de</strong><br />

jovens e adultos. (RELATÓRIO-SÍNTESE do XIX do FÓRUM <strong>de</strong> EJA, 2003,<br />

p.01).<br />

Os Fóruns servem para cobrar política pública para a educação <strong>de</strong> jovens e adultos,<br />

exigem outra realida<strong>de</strong> (acesso, permanência, qualida<strong>de</strong>, etc) para o aluno <strong>de</strong> EJA e favorecem


<strong>de</strong>bates entre as concepções e os conceitos <strong>de</strong> EJA. Nesse sentido, tem se constituído também<br />

o Fórum <strong>de</strong> EJA no Estado da Paraíba, no dia 27 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, como um espaço <strong>de</strong><br />

discussão e reflexão, tencionando contribuir para a solução dos problemas relacionados à EJA.<br />

Depois <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong> funcionamento na Paraíba, e um total <strong>de</strong> 23<br />

encontros, faremos um primeiro balanço dos encontros já realizados, nesse Fórum levantando<br />

os aspectos positivos e negativos, suas conquistas e fracassos, suas intenções e realizações, em<br />

resumo, submeteremos sua prática a uma avaliação crítica, baseada em uma analise <strong>de</strong><br />

documentos, ativida<strong>de</strong>s e, sobretudo, a visão dos próprios participantes dos diferentes<br />

segmentos ali presentes.


1. 2. OBJETIVOS<br />

1.2.1 Objetivo geral<br />

Analisar a construção histórica do Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba e sua contribuição para o<br />

campo da educação <strong>de</strong> jovens e adultos, no período <strong>de</strong> 1999 a 2004.<br />

1.2.2 Objetivos específicos<br />

Descrever os segmentos participantes do Fórum <strong>de</strong> EJA e suas respectivas formas <strong>de</strong><br />

participação;<br />

I<strong>de</strong>ntificar os motivos, interesses e expectativas dos participantes no tocante ao Fórum;<br />

Analisar os principais conteúdos e tópicos discutidos nos encontros realizados;<br />

Avaliar em que medida os objetivos e metas do Fórum têm sido alcançados.


1. 3. METODOLOGIA<br />

1. 3.1. Pesquisa <strong>de</strong> avaliação: aspectos conceituais<br />

Avaliar significa <strong>de</strong>terminar o valor <strong>de</strong> algo. O conceito <strong>de</strong> avaliação é ambíguo,<br />

multidimensional e complexo. Em um sentido geral, significa testar, através <strong>de</strong> dados, em que<br />

grau <strong>de</strong>terminadas metas ou normas, previamente estabelecidas, foram alcançadas. O objetivo<br />

é mostrar pontos fortes e fracos, fazer propostas e tomar <strong>de</strong>cisões para uma melhoria. Nesse<br />

sentido, “avaliar consiste, fundamentalmente, em fazer um julgamento <strong>de</strong> valor a respeito <strong>de</strong><br />

uma intervenção ou sobre qualquer um <strong>de</strong> seus componentes, com o objetivo <strong>de</strong> ajudar na<br />

tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões”.(FERREIRA, 1996, p.34).<br />

Antes <strong>de</strong> se efetuar uma avaliação, é importante <strong>de</strong>finir <strong>de</strong> forma muito clara os<br />

<strong>de</strong>nominados três “Qs”, porque os resultados da avaliação e sua correta interpretação<br />

estatística e pedagógica po<strong>de</strong>m variar consi<strong>de</strong>ravelmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>:<br />

• O que é avaliado?<br />

• Quem avalia?<br />

• Quais são os critérios da avaliação?<br />

Existem diferentes tipos <strong>de</strong> avaliação, quais sejam:<br />

(1) a avaliação formativa e a avaliação somativa, e<br />

(2) a avaliação quantitativa e a avaliação qualitativa.


A avaliação formativa consiste num processo <strong>de</strong> avaliação realizado em todo o <strong>de</strong>curso<br />

<strong>de</strong> um programa institucional, visando aperfeiçoá-lo. Já a avaliação somativa é um processo<br />

<strong>de</strong> avaliação <strong>final</strong> <strong>de</strong>sses programas, com vistas ao julgamento <strong>de</strong> seus resultados<br />

(FERREIRA, 1998).<br />

A distinção entre avaliação quantitativa e qualitativa refere-se aos instrumentos <strong>de</strong><br />

coleta <strong>de</strong> dados, ao tipo <strong>de</strong> dados a serem coletados, bem como aos objetivos do processo<br />

científico. Até a década <strong>de</strong> 1980, a avaliação esteve ligada à idéia <strong>de</strong> controle, porque sofria<br />

ainda gran<strong>de</strong> influência da corrente positivista. A idéia <strong>de</strong> controle estava associada apenas à<br />

perseguição e ao estímulo da <strong>de</strong>sconfiança <strong>de</strong> qualquer órgão ou programa social que fosse<br />

avaliado. Durante muito tempo, a avaliação foi vista como uma prática <strong>de</strong> controle das ações<br />

<strong>de</strong>senvolvidas por qualquer instituição pública. Pensava-se que a avaliação servira para<br />

controlar todas as ações (BARREIRA, 2000).<br />

Esse conceito <strong>de</strong> avaliação, visto como idéia <strong>de</strong> controle, não traz nenhuma mudança<br />

positiva para o órgão que está sendo avaliado. Mas a avaliação como mudança para a<br />

transformação social na busca da qualida<strong>de</strong> dos serviços “julga, valoriza, informa, interpreta,<br />

i<strong>de</strong>ntifica dados a serem alterados na ação ou política <strong>de</strong> programas sociais públicos”.<br />

(BARREIRA, 2000, p.30).<br />

A avaliação qualitativa, por sua parte, coloca maior ênfase no processo da ação<br />

programada e na relação entre atores envolvidos do que nos resultados. “Na pesquisa<br />

qualitativa, o pesquisador estabelece um processo interativo com os atores envolvidos<br />

incluindo a população beneficiária, que se tornam co-participantes do trabalho avaliativo”.<br />

(BARREIRA, 2000, p.60).


1.3.2. Pesquisa <strong>de</strong> Avaliação: aspectos históricos<br />

A avaliação é uma ativida<strong>de</strong> tão antiga quanto o próprio mundo<br />

(CONTANDRIOPOULOS, 2000). De acordo com Barreira (2000), na Europa, precisamente<br />

no século XVII, com a revolução científica, a avaliação se apresentava como intrínseca ao ato<br />

do conhecimento.<br />

No século XIX, houve uma gran<strong>de</strong> influência da corrente positivista 1 e uma<br />

consolidação do método experimental, perdurando, na época, como um único paradigma<br />

aceitável, que permitia a experimentação <strong>de</strong> hipóteses, validadas por processos <strong>de</strong>dutivos.<br />

Mas, é no século XX que o campo da avaliação se torna essencial, principalmente para<br />

melhorar a eficácia dos serviços públicos nas áreas da saú<strong>de</strong>, da educação, entre outros<br />

oferecidos à população.<br />

E, <strong>de</strong>vido a acontecimentos sociais, a pesquisa avaliativa apresenta bastante avanço,<br />

pois ocorrem várias mudanças nas estruturas sociais, econômicas e políticas no mundo.<br />

Segundo Barreira, as mudanças foram relacionadas:<br />

A revolução industrial e as revoluções políticas na França e nos Estados Unidos<br />

haviam iniciado essa transformação para inaugurar o movimento <strong>de</strong>mocrático e,<br />

mais tar<strong>de</strong>, o socialismo e as contradoutrinas do conservadorismo e do liberalismo,<br />

mas as novas socieda<strong>de</strong>s capitalistas industriais também se caracterizaram pelo<br />

nacionalismo e pela expansão imperialista. (OUTHWAITE apud BARREIRA, 2000,<br />

p.19).<br />

Para Barreira (2000), as guerras mundiais, existentes na primeira meta<strong>de</strong> do século<br />

passado, caracterizaram-se pela violência e o <strong>de</strong>clínio da história humana. Após o <strong>final</strong> <strong>de</strong>ssas<br />

1 O fundador da corrente positivista foi Auguste Comte (1798-1857). Essa corrente “surgiu como uma<br />

reação à filosofia especulativa, especialmente a representada pelo i<strong>de</strong>alismo clássico alemão que dominava o<br />

pensamento europeu no século XIX. A filosofia positivista se colocou no extremo oposto da especulação pura,<br />

exaltando, sobretudo, os fatos passíveis <strong>de</strong> observação, <strong>de</strong>ssa forma, centrando-se a ser avaliado e utilizando-se<br />

<strong>de</strong> métodos quantitativos e experimentais para testar generalizações hipotético-<strong>de</strong>dutivas.” (BARREIRA, 2000,<br />

p.37).


guerras, existia uma preocupação em aperfeiçoar os serviços sociais prestados à população.<br />

Assim, “os estudiosos introduziram formas <strong>de</strong> avaliar não só a quantida<strong>de</strong>, mas também a<br />

qualida<strong>de</strong> dos serviços prestados” (BARREIRA, 2000, p. 21).<br />

Após a Primeira Guerra Mundial, as pesquisas avaliativas centraram-se na busca <strong>de</strong><br />

aferir processos e resultados <strong>de</strong> ações sociais com vistas a estabelecer padrões <strong>de</strong><br />

atendimentos na oferta dos serviços públicos. (BARREIRA, 2000, p.21).<br />

Devido aos acontecimentos sociais e às mudanças econômicas - tecnológicas, a ciência<br />

passa a ser colocada em prática a fim <strong>de</strong> prover soluções aos problemas ocorridos. É nesse<br />

momento que a avaliação começa a ter importância fundamental no campo social. A avaliação<br />

passa a ser uma “ação contínua primeiramente nos campos da educação e da saú<strong>de</strong> publica.”<br />

(BARREIRA, 2000, p. 20).<br />

Em seguida, a pesquisa avaliativa ganha novo incremento 2 , passando a ter importância<br />

na produção <strong>de</strong> conhecimentos sobre políticas públicas para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s sociais,<br />

como também uma forma <strong>de</strong> intervir nas ações sociais públicas, através da criação <strong>de</strong> métodos<br />

apropriados.<br />

O período <strong>de</strong> 1950 a 1970 foi o momento em que a pesquisa avaliativa, no Brasil,<br />

assumia uma postura sistemática das políticas e programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação, enquanto nas<br />

outras áreas a avaliação assumia características como “estudo <strong>de</strong> casos”.<br />

Hoje em dia, a pesquisa avaliativa no Brasil, encontra-se em situação <strong>de</strong> crise. Essa<br />

crise está associada ao fato <strong>de</strong> que “os resultados das avaliações não produziram<br />

modificações nos rumos das políticas e programas” (SULBRANDT apud BARREIRA, 2000,<br />

p.27).<br />

2 Para Barreira, começam a existir “programas <strong>de</strong>senhados em larga escala para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento urbano e <strong>de</strong> moradia, <strong>de</strong> educação, da cultura, do treinamento ocupacional e da capacitação<br />

tecnológica, bem como das ações preventivas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>” (2000, p. 22).


1. 3.3. Desenho do estudo<br />

Além da “crise <strong>de</strong> utilização”, po<strong>de</strong>-se apontar uma “crise <strong>de</strong> divulgação”. As<br />

avaliações realizadas por órgãos governamentais brasileiros, ou mesmo as pesquisas<br />

avaliativas encomendadas às aca<strong>de</strong>mias ou profissionais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, não são<br />

publicadas na sua quase totalida<strong>de</strong>, impedindo acesso a seus resultados pelos <strong>de</strong>mais<br />

profissionais interessados no campo, como também para o público em geral.<br />

(BARREIRA, 2000, p. 27).<br />

Uma avaliação incorpora sempre elementos quantitativos e qualitativos em distintas<br />

combinações. A pesquisa presente é, principalmente, <strong>de</strong> tipo qualitativo, o que implica:<br />

Trabalhar com um universo <strong>de</strong> significados, motivos, aspirações, crenças, valores e<br />

atitu<strong>de</strong>s, o que correspon<strong>de</strong> a um espaço mais profundo das relações, dos fenômenos<br />

que não po<strong>de</strong>m ser reduzidos à operacionalização das variáveis. (MINAYO, 1996, p.<br />

22).<br />

A opção pela avaliação qualitativa 3 também implica um caráter participativo do<br />

processo cientifico. “A avaliação participativa comprometida com a transformação da<br />

realida<strong>de</strong> tem diferentes raízes i<strong>de</strong>ológicas e históricas, nas duas correntes avaliativas 4 ”<br />

(BARREIRA, 2000, p. 61).<br />

Nesse sentido, essa abordagem permitirá avaliar o Fórum da <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e<br />

Adultos nesses cinco anos <strong>de</strong> existência, i<strong>de</strong>ntificando pontos positivos e negativos <strong>de</strong> como<br />

os segmentos mais presentes no Fórum os vêem, permitindo também refletir os limites e<br />

<strong>de</strong>safios que se colocam para os segmentos que o representam como esses segmentos vêem<br />

3 A avaliação qualitativa está centrada na pesquisa qualitativa, visto que o pesquisador irá estabelecer<br />

interações interpessoais junto a população beneficiada no estudo, tornando-se co-participantes, ou seja, na<br />

pesquisa qualitativa o pesquisador participa, compreen<strong>de</strong> e interpreta dados <strong>de</strong> interesse particular do<br />

participante.<br />

4 De acordo com Barreira (2000), existem duas correntes que fundamentam a avaliação participava; a<br />

primeira corrente propõe legitimar a própria avaliação e sua utilização; e a segunda propõe utilizar a avaliação<br />

participativa como instrumento <strong>de</strong> transformação da realida<strong>de</strong>.


esse espaço, apontando as possibilida<strong>de</strong>s para a construção <strong>de</strong> uma prática pedagógica<br />

socializadora dos problemas relacionados à EJA.<br />

1.3.4. O espaço da pesquisa<br />

A escolha do espaço da pesquisa se <strong>de</strong>u a partir <strong>de</strong> duas concepções: a primeira, por ser<br />

a autora participante ativa do Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua efetivação (1999),<br />

quando lecionava como professora alfabetizadora do Projeto Escola Zé Peão; e por<br />

perceber que o Fórum <strong>de</strong> EJA se constituía um espaço riquíssimo que po<strong>de</strong>ria ser avaliado<br />

através dos participantes. A segunda concepção, por existir preocupação com a EJA, visto<br />

que o Fórum da Paraíba se constitui um caminho para erradicar o analfabetismo.<br />

O universo da investigação foi composto pelos participantes dos diferentes segmentos<br />

(secretarias municipais e estaduais, Ong’s, universida<strong>de</strong>s, empresas privadas e sindicatos)<br />

presentes no “Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos”, no Estado da Paraíba (João<br />

Pessoa).<br />

A escolha dos entrevistados da pesquisa se <strong>de</strong>u a partir <strong>de</strong> duas características: a<br />

primeira característica pertinente era que os entrevistados participantes da pesquisa<br />

po<strong>de</strong>riam ter freqüentado os encontros/reuniões do Fórum (João Pessoa) em outras<br />

localida<strong>de</strong>s (Campina Gran<strong>de</strong>, Guarabira ou Bayeux), mas que residissem<br />

preferencialmente em João Pessoa, on<strong>de</strong> a Se<strong>de</strong> do Fórum está localizada.


A segunda característica, que também foi levada em consi<strong>de</strong>ração para a escolha dos<br />

entrevistados da pesquisa, era que existia nos encontros/reuniões (trimestralmente) uma<br />

rotativida<strong>de</strong> dos participantes, por isso recorremos à lista <strong>de</strong> presença dos últimos<br />

encontros/reuniões que serviram como base para a escolha da amostra. Dessas listas <strong>de</strong><br />

presença, foram escolhidos, <strong>de</strong> forma aleatória, cinco representantes <strong>de</strong> cada segmento, <strong>de</strong><br />

ambos os sexos, diferentes faixas etárias e atuantes em diferentes programas (Alfabetização<br />

Solidária, Projeto Escola Zé Peão, Peja, etc), po<strong>de</strong>ndo estar ligados a entida<strong>de</strong>s<br />

governamentais ou não-governamentais.<br />

A<strong>de</strong>mais, alguns dos sujeitos entrevistados participaram, durante um <strong>de</strong>terminado<br />

tempo, das reuniões e encontros dos Fóruns, mas hoje não mais. Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar esses<br />

sujeitos como um grupo <strong>de</strong> controle no sentido <strong>de</strong> que eles, provavelmente, apresentam<br />

uma visão mais crítica das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pelo Fórum do Estado da Paraíba.<br />

1. 3.5. Instrumentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados<br />

Para coletar as informações necessárias às entrevistas <strong>de</strong> campo, foi utilizado um<br />

questionário semi-estruturado, contendo perguntas fechadas e abertas, que serviram para<br />

levantar as motivações, opiniões e avaliações dos participantes.<br />

As entrevistas foram aplicadas no local <strong>de</strong>terminado pelo participante (a pesquisadora<br />

entrava em contato com o entrevistado, e este <strong>de</strong>terminava o local da entrevista. Algumas<br />

entrevistas foram realizadas no local <strong>de</strong> trabalho, outras, no local <strong>de</strong> estudo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />

disponibilida<strong>de</strong>). Assim, os entrevistados pu<strong>de</strong>ram se expressar livremente durante a<br />

entrevista, em um clima <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração e confiança, segundo as orientações <strong>de</strong> Triviños:


1. 3.6 Análise dos dados<br />

O investigador, ao mesmo tempo em que se ajuda, <strong>de</strong>ve apoiar o informante. Este,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo, <strong>de</strong>verá ter a sensação <strong>de</strong> sua utilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> sua importância para as<br />

metas que se procura atingir (1987, p.147).<br />

Os dados <strong>de</strong>sta coleta foram analisados através <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong> conteúdo,<br />

efetuando-se o estudo por categorias. Segundo Gomes (1996, p. 70) “a palavra categoria, em<br />

geral, se refere a um conceito que abrange elementos ou aspectos com características comuns<br />

ou que se relacionam entre si”.<br />

Com base no estudo <strong>de</strong> Gomes (1996) e Minayo (1992), <strong>de</strong>senvolvemos, nesta<br />

pesquisa avaliativa, categorias gerais e, a partir <strong>de</strong>ssas categorias, <strong>de</strong>finimos as categorias<br />

específicas, <strong>de</strong> acordo com os <strong>de</strong>poimentos dos sujeitos entrevistados.<br />

1.1.1. Segundo Minayo (1992) e Gomes (1996), a partir <strong>de</strong> dados coletados no<br />

trabalho <strong>de</strong> campo, po<strong>de</strong>m ser estabelecidas categorias. O termo ‘categoria’ possui uma<br />

conotação classificatória (MINAYO, 1992). Para Gomes (1996), trabalhar com categorias<br />

significa agrupar idéias, expressões em torno <strong>de</strong> um conceito abrangente.<br />

As categorias po<strong>de</strong>m ser formuladas em dois momentos: antes ou <strong>de</strong>pois da coleta<br />

<strong>de</strong> dados (MINAYO, 1992; GOMES, 1996). As categorias estabelecidas antes são conceitos<br />

mais gerais e mais abstratos, contudo as que são formuladas a partir da coleta <strong>de</strong> dados são<br />

mais específicas e mais concretas (GOMES, 1996). Os princípios <strong>de</strong> classificação para<br />

estabelecer conjunto <strong>de</strong> categorias apontados por SELLTIZ et al (1965 apud GOMES, 1996)<br />

foram os seguintes: utilização do mesmo critério para estabelecer as categorias, possibilitar a


inclusão <strong>de</strong> todas as falas dos usuários em uma das categorias e cada fala dos usuários ser<br />

incluída em uma única categoria.<br />

Os formulários <strong>de</strong> entrevista, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> transcritos, passaram por exaustivas leituras e<br />

foram analisados <strong>de</strong>ntro das categorias, sendo elas: a motivação que levou o informante a<br />

participar e a <strong>de</strong>sistir do Fórum, as expectativas que os participantes tiveram referentes ao<br />

Fórum, os aspectos positivos e negativos e a contribuição para a prática docente. Essas cinco<br />

categorias formuladas a posteriori permitiram realizar uma avaliação do Fórum <strong>de</strong> EJA da<br />

Paraíba, a fim <strong>de</strong> contribuir com a qualida<strong>de</strong> da educação <strong>de</strong> jovens e adultos nesse Estado.


2. A EJA NO CONTEXTO SÓCIO – ECONÔMICO ATUAL DO<br />

BRASIL<br />

2.1 Indicadores sócio - educacionais básicos no Brasil<br />

O Brasil iniciou o milênio caracterizado por profundos problemas econômicos e<br />

sociais. Problemas que acarretaram consecutivas crises nas últimas décadas no velho milênio.<br />

Essas crises influenciaram o Brasil quanto ao alto índice <strong>de</strong> pobreza e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>.<br />

A primeira crise, a <strong>de</strong> 1980, fora marcada pela crise da dívida externa, que<br />

<strong>de</strong>sequilibrou profundamente os Estados no Brasil. A segunda, a <strong>de</strong> 1990, teve início com as<br />

renegociações <strong>de</strong>ssas dívidas externas da década anterior. Feitas as renegociações, o Brasil<br />

pô<strong>de</strong> voltar a receber gran<strong>de</strong>s somas <strong>de</strong> recursos do exterior. Como a exemplo disso, po<strong>de</strong>mos<br />

enfatizar os recursos acordados do Banco Mundial 5 .<br />

5 “Nos anos 80, com a emergência da crise <strong>de</strong> endividamento, o Banco Mundial e o FMI começaram a<br />

impor programas <strong>de</strong> estabilização e ajuste da economia brasileira. Não só passaram a intervir diretamente na<br />

formulação da política econômica interna, como a influenciar crescentemente a própria legislação brasileira. As


[...] o Banco Mundial ganhou importância estratégica na reestruturação econômica<br />

dos países em <strong>de</strong>senvolvimento por meio dos programas <strong>de</strong> ajuste estrutural. De um<br />

banco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, indutor <strong>de</strong> investimentos, o Banco Mundial tornou-se o<br />

guardião dos interesses dos gran<strong>de</strong>s credores internacionais, responsável por<br />

assegurar o pagamento da dívida externa e por empreen<strong>de</strong>r a reestruturação e<br />

abertura <strong>de</strong>ssas economias, a<strong>de</strong>quado-as aos novos requisitos do capital globalizado<br />

(SOARES, 2003, p.20-21).<br />

E, para alguns autores, esses recursos serviram para o controle da inflação no país.<br />

Esse controle foi <strong>de</strong>cisivo para legitimar a hegemonia das reformas do mo<strong>de</strong>lo neoliberal,<br />

<strong>de</strong>sconstruindo o funcionamento anterior da nossa economia, com suas potencialida<strong>de</strong>s e<br />

problemas, mas fracassando em reconstruir outra forma <strong>de</strong> funcionar com um mínimo <strong>de</strong><br />

sustentabilida<strong>de</strong> e inclusão social.<br />

Entramos no início do novo milênio com poucas perspectivas <strong>de</strong> crescimento, cenário<br />

agravado pelos efeitos das políticas neoliberais que aumentaram a pobreza 6 e a concentração<br />

<strong>de</strong> renda, e pela ausência <strong>de</strong> propostas para um <strong>de</strong>senvolvimento sustentado, com distribuição<br />

das riquezas socialmente produzidas.<br />

As principais estratégias impostas pela economia mundial nessa etapa do seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, acirradas na década, conforme Houtart (2001), foram:<br />

• Ofensiva contra o trabalho, reduzindo sua composição no produto social, aumento do<br />

<strong>de</strong>semprego, com baixa nos salários reais, sua <strong>de</strong>sregulamentação, diminuição do<br />

seguro social, ação sobre as organizações dos trabalhadores e incremento da tecnologia<br />

substituta da mão-<strong>de</strong>-obra;<br />

políticas recessivas acordadas com o FMI e os programas <strong>de</strong> liberalização e <strong>de</strong>sregulamentação da economia<br />

brasileira estimulados pelo Banco Mundial levaram o país a apresentar, no início dos anos 90, um quadro <strong>de</strong><br />

agravamento da miséria e da exclusão social sem prece<strong>de</strong>ntes neste século, com cerca <strong>de</strong> 40% <strong>de</strong> sua população<br />

vivendo abaixo da linha da pobreza”. (SOARES, 2003, p.17).<br />

6 Soares (2003, p.17) afirma que “O Banco Mundial financiou um tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico<br />

<strong>de</strong>sigual e perverso, que ampliou a pobreza mundial, concentrou renda, aprofundou a exclusão e <strong>de</strong>struiu o meio<br />

ambiente. Talvez a mais triste imagem <strong>de</strong>sse fracasso seja a existência hoje, no mundo, <strong>de</strong> 1,3 bilhões <strong>de</strong> pessoas<br />

vivendo em estado <strong>de</strong> pobreza absoluta”.


• Redução do papel do Estado, como distribuidor <strong>de</strong> riqueza e árbitro social,<br />

aumentando as privatizações dos serviços públicos, com políticas <strong>de</strong> austerida<strong>de</strong>s<br />

fiscais e monetárias impostas pelos programas <strong>de</strong> ajuste estrutural, orientadas pelos<br />

organismos internacionais, e;<br />

• Integração dos processos <strong>de</strong> produção e distribuição sem fronteiras, concentração da<br />

produção e da comunicação em empresas cada vez maiores e menos numerosas;<br />

predomínio do capital financeiro, com extensão das fronteiras do capitalismo tanto<br />

geográfico quanto tecnológico.<br />

O principal efeito <strong>de</strong>ssas estratégias po<strong>de</strong> ser percebido no aumento do <strong>de</strong>semprego e<br />

po<strong>de</strong> repercutir mundialmente, em uma instância abrangente e em uma instância específica,<br />

que são as instâncias locais. Como a exemplo, po<strong>de</strong>mos citar o <strong>de</strong>semprego na Paraíba.<br />

Atualmente, esse Estado apresenta um aumento na taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego 7 , que consiste em<br />

9,6%, uma taxa muito alta e que teria diminuído apenas "um pouquinho" em relação às taxas<br />

que prevaleceram ao longo <strong>de</strong> 2004. (JORNAL CORREIO, PB, 2005)<br />

Além disso, a qualida<strong>de</strong> dos empregos diminuiu ao longo da década; sete <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>z<br />

novos postos <strong>de</strong> trabalho nas cida<strong>de</strong>s nasceram no setor informal. Essa <strong>de</strong>socupação tem uma<br />

forte incidência na pobreza, na <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> renda.<br />

Segundo a Cepal (1977), aqueles que trabalham na economia informal ganham em<br />

media 50% do salário daqueles que trabalham em empresas mo<strong>de</strong>rnas, e ainda<br />

trabalham mais horas. Além disso, as diferenças salariais entre os profissionais e<br />

técnicos e os trabalhadores <strong>de</strong> setores <strong>de</strong> baixa produtivida<strong>de</strong> cresceram entre 40 e<br />

60% no período <strong>de</strong> 1990 a 1994. Um setor particularmente prejudicado foi o dos que<br />

ganham o salário mínimo. Além <strong>de</strong> sua exigüida<strong>de</strong>, o valor real <strong>de</strong>sse salário foi<br />

reduzido em quase 30% entre 1980 e 1995. (KLIKSBERG, 2001, p.44).<br />

7 De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Taxa <strong>de</strong> Desemprego é calculada da<br />

seguinte forma: pega-se o número <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> 10 anos e mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, que se encontram <strong>de</strong>socupados e<br />

procurando trabalho, divi<strong>de</strong>-se pelo número <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ntes economicamente ativos (PEA) <strong>de</strong>ssa faixa etária e<br />

multiplica-se por 100.


O <strong>de</strong>semprego afetou <strong>de</strong>sproporcionalmente os estratos <strong>de</strong> menor renda e os jovens em<br />

geral e aqueles que não concluírem o processo <strong>de</strong> escolarização em especial. “As taxas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>semprego entre os jovens são muito superiores às taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego médio” 8 .<br />

(KLIKSBERG, 2001, p.42). Também afetou os setores da classe operária <strong>de</strong> maneira<br />

crescente, como existem evidências <strong>de</strong> que aqueles que conseguem obter trabalho <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

um período <strong>de</strong> <strong>de</strong>socupação o fazem com salários entre 23% e 34% mais baixos que os do<br />

emprego anterior.<br />

Paralelamente ao <strong>de</strong>semprego, encontramos, no Brasil, a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> na distribuição<br />

<strong>de</strong> renda. Os <strong>de</strong>z por cento mais ricos da população absorvem uma renda quarenta e três vezes<br />

maior que os <strong>de</strong>z por cento <strong>de</strong> renda mais baixa. (SINGER, 1999).<br />

O Brasil apresenta a maior <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> dos países pertencentes à América Latina.<br />

Essa situação vem se agravando, pois há resistência em modificar os fatores estruturais que<br />

sustentam a distribuição <strong>de</strong> renda.<br />

Por outro lado, alguns estados brasileiros que possuem indústrias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s portes<br />

têm sido obrigados (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo também da condição financeira da indústria) a se adaptarem<br />

a este novo contexto da economia globalizada, com privatização <strong>de</strong> empresas e serviços<br />

públicos, <strong>de</strong>sregulamentação das relações entre capital e trabalho, redução da política <strong>de</strong> bem-<br />

estar social e cortes nas <strong>de</strong>spesas públicas. A exemplo <strong>de</strong>sses cortes públicos, po<strong>de</strong>mos<br />

referenciar os cortes financeiros na educação, que ten<strong>de</strong>m a contribuir com uma mão-<strong>de</strong>-obra<br />

<strong>de</strong>squalificada, e, conseqüentemente, sem qualida<strong>de</strong>, pois os cortes <strong>de</strong> financiamento são<br />

comuns, principalmente nos dois mandatos consecutivos <strong>de</strong> FHC (Fernando Henrique<br />

8 Kliksberg (2001) refere-se à taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego médio, à taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego total da população e à<br />

taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego entre os jovens com ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15 a 24 anos.


Cardoso), que “será lembrado como aquele que gastou 4% do PIB com ensino e 8% com<br />

juros e encargos da divida pública” (RESENDE PINTO, 2002, p.109).<br />

Ao longo <strong>de</strong> sua história, a educação no Brasil nunca recebeu a atenção merecida,<br />

principalmente no campo da EJA. E torna-se mais visível quando a EJA, apesar <strong>de</strong> estar<br />

inserida na educação fundamental, fica excluída <strong>de</strong> participar do FUNDEF. O impasse do<br />

financiamento contribuiu <strong>de</strong> forma negativa para a erradicação do analfabetismo, embora<br />

nessa década tenha aumentado “o número <strong>de</strong> matrículas em todos os níveis <strong>de</strong> ensino e<br />

gradual crescimento da escolarida<strong>de</strong> média da população”. (CASTRO, 1998, p.7).<br />

Apesar do aumento do número <strong>de</strong> matrículas nas escolas, existe um gran<strong>de</strong> contingente<br />

<strong>de</strong> pessoas sem escolarização no Brasil. Esse país tem 1 milhão <strong>de</strong> analfabetos na faixa etária<br />

<strong>de</strong> 15 a 19 anos (IBGE, 2000). “A eliminação do analfabetismo ainda é, obviamente, o<br />

primeiro <strong>de</strong>grau a ser alcançado para a edificação <strong>de</strong> um sistema educacional integrador e<br />

indutor do <strong>de</strong>senvolvimento social e econômico”.(CASTRO, 1998, p.7).<br />

O nor<strong>de</strong>ste brasileiro <strong>de</strong>tem a maior taxa <strong>de</strong> analfabetismo 9 do país, com<br />

aproximadamente, 8 milhões <strong>de</strong> analfabetos, o que correspon<strong>de</strong> a 50% do total do Brasil. Esse<br />

quadro é bastante preocupante, em visto que as baixas condições sócio-econômicas <strong>de</strong>ssas<br />

localida<strong>de</strong>s 10 promovem a manutenção <strong>de</strong>ssa situação <strong>de</strong> exclusão social. O Nor<strong>de</strong>ste é a<br />

região com maior incidência <strong>de</strong> pobreza 11 , razão pela qual se permeiam “outras formas <strong>de</strong><br />

9 No Nor<strong>de</strong>ste, a taxa <strong>de</strong> analfabetismo das famílias mais pobres é vinte vezes maior que aquelas das<br />

famílias ricas e, na Paraíba, temos 135.249, um total <strong>de</strong> analfabetos <strong>de</strong> 15 anos ou mais. (IBGE, 2000)<br />

10 “O analfabetismo é um fenômeno que está presente com maior predominância não só nas regiões mais<br />

pobres do país como, também, nas periferias dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos”. (IBGE, 2000)<br />

11 O combate à pobreza <strong>de</strong>ve começar pela educação, pois a mesma se apresenta como componente básico<br />

para amenizar a pobreza social. E mais do que promover a mudança do status educacional dos adultos,<br />

responsável pela pobreza hoje, o objetivo primordial <strong>de</strong>ve ser o da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s no acesso ao<br />

ensino <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para reduzir a pobreza no futuro. (SILVA, 2002, p.43). Entretanto, Soares (2003, p.38)<br />

afirma que “0s recursos do Banco Mundial para o país <strong>de</strong>veriam se dirigir predominantemente para a promoção<br />

<strong>de</strong> políticas que erradiquem a pobreza, reduzam a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social e promovam o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável no país”.


exclusão social, fortemente associadas como o analfabetismo e a ausência <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> e<br />

o trabalho infantil”. (SINGER, 1999, p.97).<br />

É doloroso constatar que, no Brasil, 35% dos analfabetos já freqüentaram a escola. E<br />

as razões para o fracasso do país na alfabetização são várias: escola <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong> 12 , em<br />

especial nas regiões mais pobres do país e nos bairros mais pobres das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s,<br />

trabalho precoce, baixa escolarização dos pais, <strong>de</strong>spreparo da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino para lidar com<br />

essa população. (CASTRO, 1998).<br />

No Brasil, o tempo médio <strong>de</strong> permanência na escola ainda não é superior a <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong><br />

estudos. Segundo dados da CEPAL (2004), o Brasil, em 2002, apresentou o tempo <strong>de</strong><br />

escolarização para pessoas maiores <strong>de</strong> 15 anos, uma média para ambos os sexos <strong>de</strong> 7,8, e para<br />

pessoas com 25 anos, em diante, a escolarização não ultrapassa 7,3 <strong>de</strong> estudos. O Brasil se<br />

mantém numa posição <strong>de</strong>sfavorável em termos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> média da população,<br />

comparado com a média <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> dos países latino-americanos mais ricos, muitos <strong>de</strong>les<br />

com renda per capita inferior – Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Uruguai e<br />

Venezuela. De acordo com o Relatório sobre Desenvolvimento Humano 13 , o Brasil acumula<br />

uma <strong>de</strong>fasagem <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> dois anos <strong>de</strong> estudo em relação a esses países. (CASTRO, 1998).<br />

Pela Legislação educacional brasileira, aos 15 anos, a pessoa já <strong>de</strong>veria ter concluído<br />

pelo menos oito anos <strong>de</strong> estudo. Mas, na realida<strong>de</strong>, apenas uma, em cada cinco (18%),<br />

consegue concluir o ensino fundamental <strong>de</strong>ntro do tempo previsto, segundo dados do IBGE.<br />

Hoje, o mercado <strong>de</strong> trabalho tem um processo seletivo muito acentuado <strong>de</strong>vido às suas<br />

mudanças tecnológicas. Quem não é escolarizado está em situação <strong>de</strong> risco. Para a ocupação<br />

mais simples, como a construção civil, exige-se escolarida<strong>de</strong>. “Com a integração econômica e<br />

12 De acordo com Ayres (2003, p.3), “[...] a qualida<strong>de</strong> da educação, no geral, <strong>de</strong>ixa muito a <strong>de</strong>sejar”.<br />

13 No ano <strong>de</strong> 2000, enquanto a Argentina ocupava o 34º lugar no ranking do Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Humano, o Brasil ocupava a 73º posição, em situação bem inferior à <strong>de</strong> outros países da América Latina.


a velocida<strong>de</strong> das mudanças tecnológicas, tornou-se crucial para o país promover uma<br />

acelerada elevação do nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> da sua mão-<strong>de</strong>-obra”. (CASTRO, 1998, p.13).<br />

Outro gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio educacional do Brasil é o <strong>de</strong> superar os índices elevados <strong>de</strong><br />

repetência. De acordo com o Relatório da OCDE 14 , <strong>de</strong> cada 100 estudantes matriculados nos<br />

cincos primeiros anos do ensino fundamental em 1997, 26 repetiam alguma série no Brasil.<br />

Sendo o Brasil campeão em relação a outros países da América Latina, com 16<br />

milhões <strong>de</strong> repetentes, esse número tem diminuído em relação a décadas passadas. (CASTRO,<br />

1998).<br />

Proporcionar a escolarização para todos os brasileiros que não tiveram acesso à<br />

educação na ida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada 15 , ou que tiveram escolarização mínima, é importante para<br />

legitimar um <strong>de</strong>senvolvimento social sustentável, eqüitativo e justo, no qual todos possam ter<br />

acesso a uma vida melhor, mais digna e menos <strong>de</strong>sigual. Erradicar o analfabetismo é uma<br />

meta factível, que exige um gran<strong>de</strong> esforço nacional e uma maior articulação entre os estados<br />

brasileiros, em parceria com o Governo Fe<strong>de</strong>ral.<br />

2.2 O Impacto da globalização: as políticas <strong>de</strong> EJA<br />

Nos últimos anos, a globalização tem sido a palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m. Alguns estudiosos,<br />

quando se referem a ela, utilizam-na como sinônimo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização, mundialização ou<br />

14 Segundo esse Relatório, os brasileiros passam em média 10,5 anos freqüentando o ensino fundamental,<br />

o qual <strong>de</strong>veriam concluir em apenas oito anos.<br />

15 A Constituição Fe<strong>de</strong>ral reconhece a EJA como um direito, dispondo em seu artigo 208, inciso I, que o<br />

ensino fundamental obrigatório e gratuito <strong>de</strong>ve ser assegurado a todos, e a LDB, em sua Seção V, Art. 37, afirma<br />

que a educação <strong>de</strong> jovens e adultos será <strong>de</strong>stinada àqueles que não tiveram acesso ou continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos no<br />

ensino fundamental e médio na ida<strong>de</strong> própria, pois não tem sido suficiente para assegurar o atendimento regular à<br />

<strong>de</strong>manda por educação <strong>de</strong> jovens e adultos no Brasil.


multinacionalização. Po<strong>de</strong>ndo também ser associada ao conceito <strong>de</strong> internacionalização,<br />

transnacionalização, al<strong>de</strong>ia global e/ou como sinal <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e progresso da<br />

humanida<strong>de</strong>.<br />

A globalização é um fenômeno muito antigo, que acontece <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a época dos gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>scobrimentos. Com a ampliação do mercantilismo (adotado para estimular o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do comércio dos reinos), o mundo começa a encurtar suas distâncias.<br />

Pfeiffer (1996, p.20/21) afirma que “[...] Esse processo teve inicio com as circunavegações <strong>de</strong><br />

portugueses e espanhóis e a conquista das Américas pelos europeus, e seu termino terá lugar<br />

num futuro ainda <strong>de</strong>sconhecido”.<br />

Para Santos (2002, p.79), a globalização é vista como um estágio supremo da<br />

internacionalização,<br />

O processo <strong>de</strong> intercâmbio entre países, que marcou o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

capitalismo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o período mercantil dos séculos 17 e 18, expan<strong>de</strong>-se com a<br />

industrialização, ganha novas bases com gran<strong>de</strong> Indústria, nos fins do século 19, e,<br />

agora, adquire mais intensida<strong>de</strong>, mais amplitu<strong>de</strong> e novas feições. O mundo inteiro<br />

torna-se envolvido em todo tipo <strong>de</strong> troca: técnica, comercial, financeira,cultural.<br />

A globalização representa um processo pelo qual a economia e todo o setor financeiro,<br />

no mundo, ficam sem fronteiras. E, com a quebra das fronteiras, a globalização também passa<br />

a exigir pessoas mais qualificadas para o mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

É na década <strong>de</strong> 1990 que a globalização ganha mais necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprimorar o uso da<br />

tecnologia, que conseguiu alterar profundamente as formas <strong>de</strong> trabalho no mundo e contribuiu<br />

para exigir do setor escolar novos conhecimentos válidos e úteis, que respon<strong>de</strong>ssem à<br />

necessida<strong>de</strong> do mercado atual, mesmo que, através da globalização, acontecessem as reformas<br />

educacionais as quais sugeriam a a<strong>de</strong>quação do currículo educacional ao contexto global. “É


evi<strong>de</strong>nte que os planos da globalização não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> afetar a educação”. (PFEIFFER,<br />

1996, p.24).<br />

Para a UNESCO (2000, p.112), o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico foi o responsável pela<br />

transformação do mundo do trabalho, pautado na produção que <strong>de</strong>manda novas competências<br />

e atitu<strong>de</strong>s para a incorporação dos mercados <strong>de</strong> trabalho.<br />

Esse <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico atribuiu um gran<strong>de</strong> avanço nos campos da<br />

informática e da comunicação, baseado no processo <strong>de</strong> globalização que, <strong>de</strong> certa forma,<br />

acarretou “o aumento da pobreza, a perda da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da classe média, a<br />

generalização da fome em todos os lugares do mundo, como também para a perda da ética,<br />

on<strong>de</strong> os males morais se alastram, como o egoísmo, o cinismo e a corrupção”. (SANTOS,<br />

2001, p. 102).<br />

A globalização está sendo a responsável pela intensificação da exclusão social em<br />

todos os aspectos, pois tem provocado crises econômicas sucessivas, perda da cultura local 16 e<br />

colabora negativamente para a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, como acrescenta Ireland (1999, p.177):<br />

As características negativas mais visíveis da globalização são: o crescimento do<br />

<strong>de</strong>semprego, a fragmentação do mundo do trabalho, a exclusão <strong>de</strong> grupos humanos,<br />

a insegurança na vida social, o abandono <strong>de</strong> certas áreas geográficas, a concentração<br />

da riqueza em certas empresas e países, com uma conseqüente fragilização da gran<strong>de</strong><br />

maioria dos Estados. Nesse cenário, existem jogadores-chaves, jogadores periféricos<br />

e jogadores sentados no banco <strong>de</strong> reserva sem perspectiva <strong>de</strong> entrarem em campo.<br />

Uma das principais conseqüências da globalização consiste no aumento do<br />

<strong>de</strong>semprego, seguido por um aumento dos índices <strong>de</strong> pobreza. Para não ficar <strong>de</strong> fora do<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho, o trabalhador lutará <strong>de</strong> todas as formas pela continuida<strong>de</strong> do emprego.<br />

16 No momento atual, o idioma inglês tornou-se a língua mundial por excelência. Conforme Pfeiffer<br />

(1996, p.24), “é indiscutível a importância do conhecimento básico sob novas tecnologias e idiomas estrangeiros,<br />

para garantir a empregabilida<strong>de</strong> do indivíduo no mercado <strong>de</strong> trabalho”.


Para continuar no mercado <strong>de</strong> trabalho ele tem que realizar alguns ajustes na estrutura <strong>de</strong> vida,<br />

pois a política neoliberal,<br />

[...] requer um trabalhador com uma formação flexível, apto a mudar <strong>de</strong><br />

profissão quando o mercado exige, disposto a mudar <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> ou região na sua<br />

busca <strong>de</strong> emprego, disposto até a per<strong>de</strong>r direitos básicos para segurar seu<br />

emprego. (IRELAND, 2000, p.13).<br />

A política neoliberal fez com que <strong>de</strong>spertasse a luta pela garantia do emprego mesmo<br />

que os sindicatos dos trabalhadores tivessem que negociar com as multinacionais a<br />

permanência dos operários no emprego, mesmo sob acordo da redução salarial.<br />

Em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>, a globalização, lamentavelmente, não beneficia a<br />

todos da mesma maneira; uns ganham muito, outros ganham menos, enquanto outros per<strong>de</strong>m.<br />

De acordo com Pfeiffer “[...], o processo <strong>de</strong> globalização é contraditório em si: há tendências<br />

positivas e negativas, benefícios e custos, ganhadores e per<strong>de</strong>dores e, até agora, ainda não<br />

existe uma comparação sistemática dos dois lados”.(1996, p.20).<br />

Na prática, existem menores custos <strong>de</strong> produção e maior uso <strong>de</strong> tecnologia, que vai<br />

exigir do mercado <strong>de</strong> trabalho um operário com mão <strong>de</strong> obra qualificada e específica para<br />

<strong>de</strong>terminada função. É nesse momento que entra o processo <strong>de</strong> escolarização, pois sua<br />

ausência contribuirá para que a mão-<strong>de</strong>-obra não seja qualificada. Uma das implicações <strong>de</strong>sse<br />

pressuposto é que uma melhor educação propiciará mais competivida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>, e,<br />

portanto, uma melhor educação equivalerá a um bom trabalhador.<br />

Parte da população jovem e adulta não domínio a lecto-escrita, e muitos são<br />

consi<strong>de</strong>rados analfabetos funcionais 17 ou seu nível <strong>de</strong> escolarização é baixo. E, neste novo<br />

17 Analfabetos funcionais são consi<strong>de</strong>rados as pessoas que, mesmo sabendo ler e escrever frases simples,<br />

não possuem as habilida<strong>de</strong>s necessárias para satisfazer às <strong>de</strong>mandas do seu dia-a-dia. E, caso a escola não seja <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>, continuaremos a produzir o analfabeto funcional. De acordo com o Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e<br />

Estatística (IBGE, 2000), o Brasil tem 33 milhões <strong>de</strong> analfabetos funcionais (pessoas com menos <strong>de</strong> quatro anos<br />

<strong>de</strong> estudo e 16 milhões <strong>de</strong> pessoas com ida<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 15 anos ainda não alfabetizadas).


século, as pessoas com pouca escolarida<strong>de</strong>, conseqüentemente terão dificulda<strong>de</strong>s em ter uma<br />

vida melhor 18 e conseguir um emprego.<br />

Isso sem levarmos em consi<strong>de</strong>ração um maior reforçador da exclusão social que o<br />

processo <strong>de</strong> globalização trouxe, como o número <strong>de</strong> pessoas que não têm acesso à informação,<br />

seja <strong>de</strong> um simples jornal ou <strong>de</strong> um computador conectado à Internet. Essas pessoas são<br />

consi<strong>de</strong>radas analfabetas da informática, pois não dispõem <strong>de</strong> recursos que lhes favoreçam a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Rorty (1999 apud IRELAND, 2000, p.13) concebe que:<br />

[...] a maioria das pessoas que vai nascer no próximo século nunca vai chegar a usar<br />

um computador, receber tratamento médico ou viajar <strong>de</strong> avião. Essas pessoas terão<br />

sorte <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>rem a usar um lápis e papel e mais sorte ainda se forem tratadas com<br />

algum medicamento mais caro do que uma aspirina.<br />

A explosão dos recursos humanos que a globalização oferece não beneficiará a todos.<br />

De fato, a globalização da economia propiciará o aumento do número <strong>de</strong> pessoas ainda mais<br />

marginalizadas, e a “<strong>Educação</strong> para todos” (uma das metas da V CONFINTEA), <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

<strong>de</strong> qual seja o interesse, po<strong>de</strong>rá significar marginalização para muitos.<br />

Diante <strong>de</strong>sse contexto, a tarefa do educador (que atua com jovens e adultos) é a <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar uma educação criativa centrada no humano, a fim <strong>de</strong> construir uma maneira mais<br />

eqüitativa e cooperativa <strong>de</strong> re-organizar a socieda<strong>de</strong>.<br />

2.3. A V CONFINTEA e a implementação dos ENEJAS<br />

2.3.1 A Conferência Regional da América Latina e Caribe<br />

18 Segundo Treml (apud PFEIFFER, 1996, 21), “mesmo que o sistema educativo não possa conduzir a<br />

mudança social, indubitavelmente, sem educação, não po<strong>de</strong>rá haver mudanças”


Antes <strong>de</strong> enfatizarmos a importância da V CONFINTEA para o surgimento dos Fóruns<br />

<strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos, é imprescindível abordamos, neste capítulo, algumas<br />

conferências 19 que aconteceram anteriormente à V CONFINTEA, como a Conferência<br />

Regional da América Latina e Caribe.<br />

Essa conferência 20 foi realizada em 1997, em Brasília, com a participação dos países<br />

latinos e caribenhos, os quais apresentaram e discutiam propostas para a EJA, através da<br />

elaboração <strong>de</strong> documentos nacionais, que foram consolidados em um documento único, e, em<br />

seguida, encaminhados à comissão organizadora da V CONFINTEA.<br />

O documento base <strong>de</strong>ssa conferência regional enfatizava que:<br />

“[...] Los Aprendijes Globales para el Siglo XXI: Nuevos <strong>de</strong>safios para a<br />

educación <strong>de</strong> las personas jóvens e adultas em América Latina, <strong>de</strong>stacou,<br />

entre diversas consi<strong>de</strong>raçions, a necessida<strong>de</strong> da educação <strong>de</strong> jovens e adultos<br />

incluir, na discussão <strong>de</strong> suas opções estratégicas, as questões <strong>de</strong> equida<strong>de</strong> e<br />

contribuição ao melhoramento da qualida<strong>de</strong> dos processos educativos; o<br />

vinculo com a transformação produtiva e o trabalho; a sua contribuição à<br />

superação do círculo vicioso da pobreza; e seu compromisso com o exercício<br />

<strong>de</strong> uma cidadania mo<strong>de</strong>rna. (IRELAND, 2000, p.17).<br />

A Conferência Regional da América Latina e Caribe foi <strong>final</strong>izada, com o relatório<br />

<strong>de</strong>stacando a importância da EJA para cada um dos paises participantes, os quais pu<strong>de</strong>ram<br />

socializar suas ações governamentais para a educação, e em específico, a <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens<br />

19 No ano que antece<strong>de</strong>u a V CONFINTEA, aconteceram várias Conferências Regionais, sendo realizadas<br />

em Jomtien (Ásia-Pacífico), Dacar (África), Barcelona (Europa), Cairo (Estados Unidos) e Brasília (América<br />

Latina e Caribe), como também seminários preparativos em nível municipal e estadual, nas regiões Nor<strong>de</strong>ste, Sul<br />

e Su<strong>de</strong>ste e <strong>Centro</strong>-Oeste do Brasil. Desses seminários preparativos que aconteceram no Brasil, <strong>de</strong>stacaremos o<br />

Seminário Nacional realizado em Natal/RN, no período <strong>de</strong> 8 a 10 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1996, por ter sido escolhido<br />

para o lançamento do Programa Alfabetização Solidária (PAS) e serviu como fórum nacional <strong>de</strong> discussão para<br />

reflexão dos problemas específicos da EJA e principalmente como interlocutor importante do Ministério da<br />

<strong>Educação</strong> e Cultura (MEC).<br />

20 Realizada entre os dias 22 e 24 <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong>ssa conferência, participaram os seguintes países com seus<br />

respectivos documentos produzidos nacionalmente: Argentina(ONG’s), Barbados, Bolívia, Brasil, Colômbia<br />

(ONG’s), Cuba, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua,<br />

Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, St. Vicente, Trindad e Tobago, Uruguai e Venezuela, sendo<br />

organizado pela UNESCO/ORELAC e MEC.


e Adultos. Essa conferência <strong>de</strong>ixou margens através das discussões para a possível efetivação<br />

dos Fóruns <strong>de</strong> EJA pelo Brasil.<br />

2.3.2 A V Conferência Internacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos (V<br />

CONFINTEA)<br />

Neste momento, não preten<strong>de</strong>mos discutir <strong>de</strong>talhadamente o que veio a ser a V<br />

CONFINTEA, mas, entendê-la como ponto chave para o surgimento dos Fóruns <strong>de</strong> EJA.<br />

A V CONFINTEA 21 foi importante para compreen<strong>de</strong>rmos o surgimento dos Fóruns <strong>de</strong><br />

EJA pelo país, pois, teve como propósito <strong>de</strong> estabelecer compromissos e metas que visavam à<br />

superação do analfabetismo, incentivando a escolarização na perspectiva <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong><br />

mais humana, justa e eqüitativa, na qual o processo educativo <strong>de</strong>ve acompanhar os jovens e<br />

adultos ao longo <strong>de</strong> toda a vida.<br />

[...] introduzem en la visión <strong>de</strong> la educación permanente, cuyas características<br />

principales <strong>de</strong>bieram estar asociados a los cuatro pilares <strong>de</strong> la educación futura<br />

propuestos em el Informe Delors: apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r, apren<strong>de</strong>r a hacer, apren<strong>de</strong>r a ser<br />

y apren<strong>de</strong>r a conviver durante toda la vida. (UNESCO, 2000, p.58)<br />

21 Foi realizada em julho <strong>de</strong> 1997, quando estiveram presentes 1.500 participantes (734 representantes <strong>de</strong> 135<br />

paises, 14 representantes <strong>de</strong> organismos internacionais, 478 representantes <strong>de</strong> organizações não – governamentais<br />

e 237 representantes <strong>de</strong> fundações, institutos e especialistas convidados). As CONFINTEAS, ou melhor, as<br />

Conferências Internacionais <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Adultos acontecem a cada 10 anos, sendo aberta praticamente a<br />

todos os países do mundo. A I CONFINTEA aconteceu em Elsinore, Dinamarca, em 1949, sendo marcado pelo<br />

espírito do pós-guerra, quando se consi<strong>de</strong>rava que o papel <strong>de</strong>ssa conferência era o <strong>de</strong> discutir a educação <strong>de</strong><br />

jovens e adultos. A II CONFINTEA, realizada em Montreal (Canadá) em 1960. A III CONFINTEA, em Tókio,<br />

no Japão, realizada em 1972. A IV CONFINTEA, em Paris, (França) no ano <strong>de</strong> 1985. Todas essas Conferências<br />

contribuíram diretamente para discutir sobre o analfabetismo, como também dar uma atenção primordial aos<br />

problemas econômicos, sociais e culturais que po<strong>de</strong>m interferir na educação <strong>de</strong> jovens e adultos, assim com base<br />

a solucionar as <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>s e dar atenção especial à EJA.


A CONFINTEA constituiu-se um marco importante para a educação <strong>de</strong> jovens e<br />

adultos, precisamente para o momento <strong>de</strong> criação e expansão dos fóruns <strong>de</strong> EJA no Brasil e no<br />

Estado da Paraíba.<br />

O objetivo geral da V CONFINTEA, segundo o documento foi o <strong>de</strong> manifestar a<br />

importância da aprendizagem <strong>de</strong> adultos e conceber os objetivos mundiais numa<br />

perspectiva <strong>de</strong> aprendizagem ao longo da vida, com vistas a: 1) facilitar a participação<br />

<strong>de</strong> todos no <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e eqüitativo; 2) promover uma cultura <strong>de</strong><br />

paz baseada na liberda<strong>de</strong>, justiça e respeito mútuo; 3) capacitar homens e mulheres; 4)<br />

construir uma relação entre educação formal e não –formal. (MEC, 1998, p.11,).<br />

As Conferências Internacionais <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Adultos, como a V CONFINTEA,<br />

constituem-se “[...] momentos formais e oficiais <strong>de</strong> discussão, como também representam a<br />

instancia macro para elaboração e divulgação <strong>de</strong> um quadro do atual estado da arte da EJA<br />

em nível mundial”. (IRELAND, 1999, p.169).<br />

A V CONFINTEA <strong>de</strong>finiu, <strong>de</strong> modo mais <strong>de</strong>talhado, os novos compromissos em favor<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento da educação <strong>de</strong> jovens e adultos com a participação <strong>de</strong> órgãos<br />

governamentais e não – governamentais, os quais, trabalhando em coletivida<strong>de</strong> as políticas<br />

públicas <strong>de</strong> EJA, po<strong>de</strong>m ser efetivados com qualida<strong>de</strong>.<br />

La importância <strong>de</strong> um conferencia <strong>de</strong> esta magnitud resi<strong>de</strong> en la posibilidad <strong>de</strong> que<br />

juntos gobiernos y sociedad reflexionen sobre los retos actuales y futuros <strong>de</strong> la<br />

educación <strong>de</strong> jovens y adultos, <strong>de</strong> maneira que, <strong>de</strong> conformidad com las diversas<br />

responsabilida<strong>de</strong>s educativas, assuman compromisos específicos <strong>de</strong> acción.<br />

(UNESCO, 2000, p. 57)<br />

De acordo com o foi discutido na V CONFINTEA, no Brasil, a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ação atual para a superação do analfabetismo passa a ser tarefa não apenas da União, que vem<br />

se <strong>de</strong>sdobrando dos encargos da EJA, mas também passa a ser tarefa dos Estados, dos<br />

Municípios, das organizações não – governamentais e da socieda<strong>de</strong> civil como um todo.<br />

Desenvolver a educação <strong>de</strong> adultos exige uma ação <strong>de</strong> parcerias entre os po<strong>de</strong>res<br />

públicos em diferentes setores, as organizações intergovernamentais e não –<br />

governamentais, os empregadores e os sindicatos, as universida<strong>de</strong>s e centros <strong>de</strong><br />

pesquisa, os meios <strong>de</strong> comunicação, as associações e os movimentos comunitários,


os facilitadores da educação <strong>de</strong> adultos e os próprios aprendizes. (MEC/SEF, 1998,<br />

p.97).<br />

O caminho para assumir a responsabilida<strong>de</strong> compartilhada entre os governos e os<br />

setores privados requer uma maior articulação <strong>de</strong> todos os setores porque, <strong>de</strong> acordo com as<br />

discussões, a educação passa a ser um direito e necessida<strong>de</strong> para toda a vida. Isso significa que<br />

todas as pessoas têm o direito <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, do sexo, da cor, da raça e<br />

das condições sociais.<br />

La Declaración <strong>de</strong> Hamburgo ubica a la educación con personas jóvenes y adultas<br />

como parte importante <strong>de</strong> una educación a lo largo <strong>de</strong> toda la vida, como <strong>de</strong>recho<br />

humano básico y como una <strong>de</strong> las claves <strong>de</strong>l siglo XXI. (UNESCO, 2000, p.13)<br />

A V CONFINTEA traz a idéia do apren<strong>de</strong>r para toda a vida, como também a<br />

ampliação do ensino, através das relações sociais: família, religião, trabalho, partidos<br />

políticos, etc., pois é alarmante o número <strong>de</strong> pessoas que ainda continuam sem saber ler e<br />

escrever.<br />

O direito a apren<strong>de</strong>r por toda a vida é, mais do que nunca, uma necessida<strong>de</strong>: é o direito<br />

<strong>de</strong> ler e <strong>de</strong> escrever, <strong>de</strong> questionar e <strong>de</strong> analisar, <strong>de</strong> ter acesso a recursos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver e<br />

praticar habilida<strong>de</strong>s e competências individuais e coletivas. (SOARES, 2002).<br />

Sabe-se que muitos países não atingirão a meta principal da V CONFINTEA:<br />

assegurar a educação básica a todos, <strong>de</strong>ntro e fora da escola e por toda a vida. Mas, apesar <strong>de</strong><br />

inúmeras campanhas (refiro-me ao Brasil), as ações não são continuas. A falta <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e<br />

o acesso restrito à educação reforçam o não cumprimento da meta.<br />

Então, para tentar cumprir a meta <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento estabelecida na V CONFINTEA<br />

que implica contribuir com a qualida<strong>de</strong> da educação <strong>de</strong> adultos, em todos os aspectos, fez-se<br />

necessária a criação <strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong> discussão, o Fórum <strong>de</strong> EJA, não como um espaço único


<strong>de</strong> erradicação do analfabetismo, mas como uma alternativa <strong>de</strong> erradicar o analfabetismo no<br />

Brasil, pois os Fóruns <strong>de</strong> EJA se constituem em um espaço riquíssimo para a socialização das<br />

experiências dos atores envolvidos, como também se caracteriza como um espaço <strong>de</strong> nova luta<br />

da socieda<strong>de</strong> como um todo.<br />

2.3.3 Os Encontros Nacionais <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos (ENEJAs)<br />

O primeiro Encontro Nacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos (ENEJA) aconteceu<br />

em 1999. Os ENEJAs se constituem um importante espaço público <strong>de</strong> discussão da EJA em<br />

nível nacional, “[...] significa um esforço <strong>de</strong> organização nacional para manter o <strong>de</strong>bate em<br />

torno das questões centrais <strong>de</strong>sse campo”. (RÉLATORIO – SÍNTESE, II ENEJA, 2000, p.01)<br />

A realização dos ENEJAs pelo país impulsionou a retomada do processo <strong>de</strong> articulação<br />

dos segmentos envolvidos com a EJA.<br />

[...] acompanha os <strong>de</strong>sdobramentos dos compromissos assumidos pelo Ministério da<br />

<strong>Educação</strong> a partir da Conferência <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> para Todos, em Jomtiem/Tailândia e<br />

do processo <strong>de</strong> mobilização <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> agentes, das esferas governamentais e<br />

não – governamentais, além daqueles aglutinados em torno dos Fóruns Estaduais <strong>de</strong><br />

EJA já organizados. [...] (RELATÓRIO – SÍNTESE, II EJEJA, 2000, p.01)<br />

Nos ENEJAs realizados, “[...] Há um movimento comum a estes encontros, que é a<br />

busca do reconhecimento da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> experiências e <strong>de</strong> atores que atuam em EJA no<br />

Brasil e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua participação na construção <strong>de</strong> políticas públicas<br />

nacionais”.(RELATÓRIO – SÍNTESE, II ENEJA, 2000, p.1).


A nossa intenção, aqui exposta, é enten<strong>de</strong>rmos os primeiros ENEJAs realizados como<br />

uma contribuição para o surgimento dos Fóruns Estaduais no país até o surgimento do Fórum<br />

do Estado da Paraíba.<br />

O I ENEJA foi o primeiro encontro que <strong>de</strong>u seqüência a uma série <strong>de</strong> encontros<br />

nacionais no Brasil. De 1999 a 2004, foram realizados seis ENEJAs, sendo o primeiro na<br />

cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro – RJ (1999); o segundo, em Campina Gran<strong>de</strong> – PB (2000); o<br />

terceiro, em São Paulo (2001); o quarto em Belo Horizonte – MG (2002); o quinto, em Cuiabá<br />

– MT (2003) e o sexto, em Porto Alegre (2004).<br />

No I ENEJA, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar os seguintes pontos fundamentais discutidos:<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assumir um conceito ampliado <strong>de</strong> EJA, expresso como um direito<br />

<strong>de</strong> cidadania, que envolva a formação para o trabalho; A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a<br />

política nacional <strong>de</strong> educação continuada e <strong>de</strong> formação profissional <strong>de</strong> jovens e<br />

adultos resulte <strong>de</strong> articulação intersetorial e interinstitucional, sob coor<strong>de</strong>nação do<br />

MEC [...]; reativação da Comissão Nacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos, com<br />

o <strong>de</strong>sdobramento da mesma para os Estados e os municípios, <strong>de</strong> modo a estabelecer<br />

uma afetiva articulação entre as esferas públicas e a socieda<strong>de</strong> civil; atuação <strong>de</strong>cisiva<br />

junto ao Legislativo, na discussão da Reforma tributária, não só para manter mas,<br />

sobretudo, para ampliar os recursos para toda a educação básica, da educação infantil<br />

até a educação <strong>de</strong> jovens e adultos. (RELATÓRIO-SÍNTESE, I ENEJA, 1999, p.11-<br />

12)<br />

O II ENEJA realizado em Campina Gran<strong>de</strong> 22 apresentou um caráter eminentemente<br />

pedagógico, tentando buscar e aprofundar os conceitos <strong>de</strong> EJA, analisando as parcerias<br />

realizadas nessa área, além <strong>de</strong> pensar estratégias <strong>de</strong> articulação com base nos contextos<br />

nacional e internacional.<br />

Como objetivos específicos, o II ENEJA se propôs a: colocar em discussão os<br />

conceitos <strong>de</strong> alfabetização e parceria que informam diferentes projetos <strong>de</strong><br />

22 Realizado no período <strong>de</strong> 7 a 9 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2000, foi caracterizado como um importante espaço<br />

público <strong>de</strong> discussão, contando com o apoio dos seguintes segmentos: SESI, SESC, CEAAL, UNIDIME, UFPB,<br />

UNIPÊ, Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> do Estado da Paraíba e Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> e Cultura <strong>de</strong> João Pessoa,<br />

<strong>de</strong>stacando-se no Município <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>, os órgãos que realizaram o evento: Prefeitura Municipal <strong>de</strong><br />

Campina Gran<strong>de</strong>, Secretaria da <strong>Educação</strong>, Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Apoio à Ação Alfabetizadora no Brasil – RAAAB e Fórum<br />

<strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos da Paraíba.


educação <strong>de</strong> pessoas jovens e adultas em curso no país, além da articular os<br />

diversos fóruns estaduais e regionais <strong>de</strong> EJA. (RELATÓRIO-SÍNTESE II, 2000,<br />

p.2).<br />

No <strong>final</strong> do II ENEJA, foram discutidos os seguintes encaminhamentos que buscavam<br />

contribuir com o <strong>de</strong>senvolvimento da EJA:<br />

Sistematizar e circular as informações inter-fóruns; publicar um documento, sobre<br />

a história <strong>de</strong> constituição e funcionamento dos Fóruns já existentes; adotar uma<br />

prática <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong> questões relativas às diversida<strong>de</strong>s culturais, étnicas e<br />

relações <strong>de</strong> gênero; sair <strong>de</strong> cada encontro com um documento crítico (moção)<br />

sobre a política <strong>de</strong> parceria <strong>de</strong> EJA para ser encaminhado ao Governo Fe<strong>de</strong>ral, à<br />

Alfabetização Solidária, ao PRONERA, aos Reitores <strong>de</strong> Universida<strong>de</strong>s e ao CRUB<br />

(Conselho <strong>de</strong> Reitores das Universida<strong>de</strong>s Brasileiras); [...] estabelecer uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

articulação para a realização <strong>de</strong> pesquisas nos Estados on<strong>de</strong> já existem Fóruns que<br />

resgatam a história e ações <strong>de</strong> EJA; [...] enfatizar a compreensão <strong>de</strong> que a EJA não<br />

se restringe ao período <strong>de</strong> alfabetização, mas que se constitui em um direito e,<br />

portanto, <strong>de</strong>ve se dar ao longo da vida; [...].(RELATÓRIO-SÍNTESE II, 2000,<br />

p.5).<br />

O II ENEJA também ajudou a reforçar a discussão em torno das políticas públicas,<br />

como também, à criação <strong>de</strong> novos Fóruns 23 pelo país.<br />

[...] Entre os objetivos dos ENEJAS, <strong>de</strong>stacamos a ênfase dada ao estabelecimento<br />

<strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> cooperação articuladas entre as esferas <strong>de</strong> governo e os segmentos<br />

governamental e não – governamental, e a importância <strong>de</strong> fortalecer parcerias e<br />

comissões interinstitucionais constituídas nos Estados e municípios, além dos fóruns<br />

estaduais já existentes, estimulando a criação <strong>de</strong> outros, tanto estaduais como<br />

regionais. (IRELAND, 2000, p.19)<br />

O III ENEJA 24 foi realizado em São Paulo no ano <strong>de</strong> 2001. Nesse encontro, a<br />

discussão ficou em torno dos compromissos assumidos pelo Brasil na V CONFINTEA,<br />

quando foi acordado uma Comissão Nacional dos Fóruns <strong>de</strong> Jovens e Adultos, composta <strong>de</strong><br />

23 “Depois <strong>de</strong>ssa iniciativa, outros fóruns surgiram no país, ao longo dos sete anos que nos separam da<br />

fundação do primeiro Fórum, marcando diferenças <strong>de</strong> constituição em cada um. São 18 os atuais Fóruns <strong>de</strong> EJA<br />

(AM, RO, TO, CE, RN, PB, PE, AL, BA, ES, MG, RJ, SP, PR, RS, MT, GO, DF); mais 2 Fóruns em processo<br />

<strong>de</strong> formação (MS, RR), além <strong>de</strong> 5 regionais (Regional Leste <strong>de</strong> Minas, Oeste Paulista, Nor<strong>de</strong>ste Paulista,<br />

regional <strong>de</strong> Rondonópolis <strong>de</strong> Ijuí/RS). Para o avanço <strong>de</strong>ssa re<strong>de</strong> muito contribui a experiência do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

assessorando os que foram sendo criados, aportando conhecimentos e experiências produzidos ao longo dos sete<br />

anos <strong>de</strong> trabalho mensal ininterruptos”.(PAIVA, 2004, p.07).<br />

24 Foi realizada no período <strong>de</strong> 5 a 6 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2001, no <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Convenções do Anhembi.


epresentantes <strong>de</strong> cada região, com o intuito <strong>de</strong> articular os fóruns pelo país. Entretanto, essa<br />

Comissão nunca chegou a se reunir para cumprir com o objetivo <strong>de</strong>signado.<br />

No ano seguinte, em 2002, foi realizado o IV ENEJA 25 , em Belo Horizonte, no qual<br />

foi apontada uma perspectiva <strong>de</strong>safiadora, frente aos novos paradigmas surgidos, que<br />

<strong>de</strong>stacamos a seguir:<br />

Centralida<strong>de</strong> do conhecimento neste novo século e a urgência <strong>de</strong> se implantar uma<br />

política <strong>de</strong> educação continuada; Substituição do sentido <strong>de</strong> suplência atribuído à<br />

EJA – e largamente incorporado à socieda<strong>de</strong> – como espaço complementar,<br />

compensatório, não essencial e <strong>de</strong> <strong>de</strong>ver a apren<strong>de</strong>r, segundo suas necessida<strong>de</strong>s e<br />

saberes constituídos ao longo da vida [...]; Permanência da baixa escolarida<strong>de</strong> da<br />

gran<strong>de</strong> maioria da população adulta brasileira, apesar dos esforços empreendidos;<br />

Crescente <strong>de</strong>manda, pressionada pelo mercado <strong>de</strong> trabalho, para a escolarização e<br />

certificação do jovem trabalhador; Ampliação da pressão para <strong>de</strong>rrubar os nove vetos<br />

presi<strong>de</strong>nciais em relação ao PNE, bem como manter a luta pela <strong>de</strong>rrubada do veto do<br />

presi<strong>de</strong>nte à EJA na Lei do FUNDEF. (RELATÓRIO-SÍNTESE, IV, 2002, p.4).<br />

O V ENEJA foi realizado em Cuiabá, em 2002, e teve como tema “<strong>Educação</strong> <strong>de</strong><br />

Jovens e Adultos: comprometimento e continuida<strong>de</strong>”, em que se enfatizava que saber ler e<br />

escrever fazia parte <strong>de</strong> um direito humano fundamental.<br />

O compromisso do V ENEJA com a educação <strong>de</strong> jovens e adultos se reforçava na<br />

perspectiva <strong>de</strong> estabelecer e avançar nos compromissos do Estado em relação à formulação <strong>de</strong><br />

políticas públicas, partindo da socieda<strong>de</strong>, na reafirmação do direito à educação básica para<br />

todos.<br />

O V ENEJA também <strong>de</strong>staca o compromisso dos participantes, que se expressam da<br />

seguinte forma:<br />

Pela assunção e consolidação da mudança <strong>de</strong> paradigma na compreensão da EJA,<br />

que não se confun<strong>de</strong> com a alfabetização, nem se restringe a ela; não se reduz a<br />

ações educativas compensatórias, nem a intervenções pontuais; que seja instrumento<br />

<strong>de</strong> cidadania, em tensão para a construção <strong>de</strong> uma outra or<strong>de</strong>m social, fertilizada no<br />

25 Aconteceu entre os dias 21 a 24 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2002, no SESC Venda Nova, sob a responsabilida<strong>de</strong> do Fórum<br />

Mineiro <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos, AEC/MG, CEDEFES, Conselho Municipal <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Belo<br />

Horizonte, Instituto Marista <strong>de</strong> Solidarieda<strong>de</strong>, MST/MG, Secretaria <strong>de</strong> Estado da <strong>Educação</strong>, Secretarias <strong>de</strong><br />

<strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte e Ipatinga, SESI/MG, UEMG e UFMG.


solo da cultura, da solidarieda<strong>de</strong>, da igualda<strong>de</strong> e do respeito às diferenças; pela<br />

valorização e apoio ao papel do MEC na mobilização e participação da socieda<strong>de</strong>,<br />

em busca <strong>de</strong> recursos necessários para a educação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> – acesso,<br />

permanência e sucesso, em coerência com a priorida<strong>de</strong> dada à EJA, expressos nos<br />

PPAs em todos os níveis; pela implementação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> formação inicial e<br />

continuada <strong>de</strong> professores com financiamentos próprios, que consi<strong>de</strong>rem o professor<br />

como trabalhador, contrárias a qualquer forma <strong>de</strong> avaliação que não seja diagnóstica,<br />

apontando para sua inclusão em políticas <strong>de</strong> valorização profissional que inclua piso<br />

salarial profissional nacional, plano <strong>de</strong> carreira e a própria formação inicial e<br />

continuada como inerente à qualida<strong>de</strong> da prática pedagógica, dando conta <strong>de</strong><br />

concepções <strong>de</strong> currículo e da satisfação das necessida<strong>de</strong>s dos sujeitos, consi<strong>de</strong>rando<br />

os saberes da vida e do mundo do trabalho; sua condição e cultura no mundo juvenil<br />

e adulto. (RELATÓRIO-SINTESE do V ENEJA, 2003, p. 02)<br />

Eles discutiram o papel dos fóruns pela forma como tem articulado pessoas e<br />

instituições em torno do fazer e refletir a educação <strong>de</strong> jovens e adultos, principalmente pelo<br />

papel formador, <strong>de</strong> contribuir com a troca <strong>de</strong> experiências, socialização <strong>de</strong> informações local e<br />

nacional, e pelo espaço formulador <strong>de</strong> políticas publicas no âmbito da esfera do po<strong>de</strong>r fe<strong>de</strong>ral,<br />

estadual e municipal.<br />

O VI ENEJA 26 foi realizado, em Porto Alegre, e teve como tema central “Políticas<br />

Públicas atuais para a educação <strong>de</strong> jovens e adultos: financiamento, alfabetização e<br />

continuida<strong>de</strong>”. A discussão principal estava em torno do “[...] gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio da área da EJA,<br />

que está em construir uma educação pautada na dimensão humana. A EJA <strong>de</strong>ve configurar<br />

um campo próprio nas políticas públicas, com especificida<strong>de</strong>s”. (RELATÓRIO-SÍNTESE do<br />

VI ENEJA, 2004, p.02)<br />

O Relatório do VI ENEJA, através das discussões, enfatiza que:<br />

26 Realizado <strong>de</strong> 08 a 11 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2004.<br />

O <strong>de</strong>safio está em educar ética e cientificamente para a cidadania e manter viva a<br />

participação da socieda<strong>de</strong> civil, das organizações no <strong>de</strong>bate com o governo e <strong>de</strong>mais<br />

esferas da vida pública, para continuar organizando lutas sociais que expressam as<br />

necessida<strong>de</strong>s sociais, políticas e culturais da população, como vem acontecendo<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1999 nos Encontros Nacionais <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos. (2004, p.03)


<strong>de</strong>ve atuar<br />

No bojo das discussões para superar esses <strong>de</strong>safios, a educação <strong>de</strong> jovens e adultos<br />

[...] como educação continuada, que envolve o apren<strong>de</strong>r ao longo <strong>de</strong> toda vida,<br />

estimulando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos que incluam educacional, cultural e<br />

socialmente os jovens e adultos como sujeitos da cidadania. (RELATÓRIO-<br />

SÍNTESE do VI ENEJA, 2004, p.04)<br />

O conceito <strong>de</strong> educação ao longo <strong>de</strong> toda a vida, ou seja, educação continuada, partiu<br />

da V CONFINTEA e tem sido discutido nos Encontros Nacionais e nos Fóruns locais a fim <strong>de</strong><br />

que as entida<strong>de</strong>s presentes se unam e façam efetivar uma ação atual <strong>de</strong> política pública<br />

<strong>de</strong>stinada a melhorar a EJA, priorizando o universo do educando.


3. OS FÓRUNS <strong>de</strong> EJA: funções, objetivos e estruturas<br />

Os Fóruns <strong>de</strong> EJA nasceram no Brasil a partir <strong>de</strong> dois parâmetros. Primeiro com a<br />

preparação para a V CONFINTEA, pois, antes que esse evento acontecesse, os segmentos<br />

envolvidos com a educação <strong>de</strong> jovens e adultos sentiram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater e refletir<br />

sobre a EJA.<br />

O segundo parâmetro por convocação do Ministério da <strong>Educação</strong> e Cultura (MEC)<br />

sugeria que todos os estados criassem um espaço <strong>de</strong> discussão para tratar as especificida<strong>de</strong>s da<br />

EJA que “o Governo Fe<strong>de</strong>ral por vezes a<strong>de</strong>riu, sem contudo assumir papel protagônico”. (DI<br />

PIERRO; GRACIANO, 2003).<br />

Então, vários estados se organizaram e criaram seus Fóruns <strong>de</strong> EJA, a fim <strong>de</strong><br />

trabalharem a EJA a partir das experiências das instituições locais.<br />

O primeiro Fórum foi o do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, consi<strong>de</strong>rado o pioneiro, a partir<br />

do qual outros estados começaram a se organizar.


“(...) Assistimos, nos últimos anos, ao surgimento dos Fóruns <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> e adultos<br />

no Brasil, que têm um espaço <strong>de</strong> encontros permanentes, <strong>de</strong> ações em parcerias, entre<br />

diversos segmentos envolvidos com a educação <strong>de</strong> jovens e adultos. Nesses encontros,<br />

a troca <strong>de</strong> experiências entre as inúmeras iniciativas <strong>de</strong>senvolvidas na EJA. (...). O<br />

surgimento dos fóruns vem criando, aos poucos, um movimento nacional, com o<br />

objetivo <strong>de</strong> estabelecer uma interlocução com os organismos governamentais a fim <strong>de</strong><br />

intervir na elaboração <strong>de</strong> políticas para a educação <strong>de</strong> jovens e adultos”. (SOARES,<br />

2004, p.26).<br />

Os Fóruns <strong>de</strong> EJA são caracterizados como um espaço <strong>de</strong> discussão, pois resultam do<br />

esforço coletivo <strong>de</strong> várias pessoas ligadas a entida<strong>de</strong>s, com o objetivo principal <strong>de</strong> refletir<br />

sobre a especificida<strong>de</strong> da EJA.<br />

O Relatório-Síntese do I ENEJA (1999, p. 02) enfatiza que os espaços dos Fóruns se<br />

constituem como um espaço para:<br />

• Tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o compromisso do educador <strong>de</strong> EJA;<br />

• Troca <strong>de</strong> experiências;<br />

• Formação do educador <strong>de</strong> jovens e adultos;<br />

• Melhoramento da qualida<strong>de</strong> do processo ensino-aprendizagem;<br />

• Discussão, análise e intervenção nas políticas <strong>de</strong> EJA;<br />

• Geração <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> pressão e acompanhamento das políticas públicas<br />

<strong>de</strong>stinadas à área.<br />

Des<strong>de</strong> sua efetivação, os Fóruns trazem as seguintes contribuições:<br />

A gran<strong>de</strong> contribuição dos Fóruns se expressa pela forma como têm articulado<br />

pessoas e instituições em torno <strong>de</strong> fazer e refletir a EJA, quer pelo papel formador,<br />

pela troca <strong>de</strong> experiências, socialização <strong>de</strong> informações e pela disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

recursos, assim como pelos inúmeros indicativos que vêm fazendo para a formulação<br />

<strong>de</strong> políticas públicas nas esferas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal.<br />

(RELATORIO-SÍNTESE do V ENEJA, 2003, p.01)<br />

Os Fóruns <strong>de</strong> EJA têm se instalado em quase todo o território nacional, com<br />

motivações diferentes na origem e no percurso <strong>de</strong> cada movimento local, visto que:


Compartilham dificulda<strong>de</strong>s comuns e têm instituído táticas <strong>de</strong> mobilização no<br />

enfrentamento <strong>de</strong>ssas dificulda<strong>de</strong>s, produzindo novas formas <strong>de</strong> ação, traduzidas em<br />

proposições <strong>de</strong> políticas públicas, em nível local, na articulação com estados e<br />

municípios. (RELATÓRIO-SÍNTESE do VI ENEJA, 2004, p.06)<br />

Apesar das dificulda<strong>de</strong>s, os Fóruns têm crescido e contribuído <strong>de</strong> forma positiva para o<br />

campo da EJA. Sua função englobará os seguintes aspectos:<br />

• Atuar em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma política pública governamental para a EJA, <strong>de</strong> modo integral,<br />

amplo, contínuo, em longo prazo, garantindo o acesso e a permanência dos jovens e<br />

adultos na escola regular;<br />

• Assumir o papel mediador das políticas públicas educacionais para a EJA;<br />

• Fortalecer a EJA no Estado;<br />

• Ampliar o conhecimento <strong>de</strong> EJA; o que é, como funciona, quais suas necessida<strong>de</strong>s e<br />

objetivos;<br />

• Cobrar, intervir e acompanhar as propostas políticas em favor dos menos favorecidos.<br />

(RELATÓRIO - SÍNTESE do XVI Encontro do Fórum, 2003, p.02)<br />

Os principais objetivos do Fórum <strong>de</strong> EJA se caracterizam pelas seguintes ações<br />

elencadas abaixo. Entretanto, algumas <strong>de</strong>ssas ações em prática ainda se encontram em busca<br />

<strong>de</strong> efetivação:<br />

• Promover a aproximação e a cooperação entre os diversos segmentos sociais que<br />

oferecem ou são beneficiários <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos no Estado da Paraíba;<br />

• Promover encaminhamentos relativos à EJA, no Plano Estadual <strong>de</strong> <strong>Educação</strong>;<br />

• Avaliar a execução do Plano Estadual <strong>de</strong> <strong>Educação</strong>, no que se refere à EJA;


• Contribuir para a solução <strong>de</strong> problemas inerentes à <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos,<br />

preservando uma convivência harmônica entre as instituições que oferecem essa<br />

modalida<strong>de</strong>;<br />

• Realizar reuniões, seminários <strong>de</strong> estudos e aprofundamento <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> interesse da<br />

<strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos; e<br />

• Incentivar a criação <strong>de</strong> Fóruns <strong>de</strong> Debates <strong>de</strong> EJA no âmbito dos municípios.<br />

Os Fóruns <strong>de</strong> EJA se caracterizam principalmente como um espaço <strong>de</strong>mocrático,<br />

plural e não partidário, on<strong>de</strong> os participantes possam autoconvocar-se, ou seja, um espaço que<br />

se encontra aberto à participação <strong>de</strong> todas as pessoas, estando ou não ligadas a órgãos<br />

governamentais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se interessem pela qualida<strong>de</strong> da EJA.<br />

No entanto, cada fórum estadual possui uma estrutura diferenciada. O Fórum do<br />

Estado da Paraíba, que se constitui nosso campo <strong>de</strong> pesquisa, possui um Grupo Articulador, é<br />

composto por pessoas <strong>de</strong> diferentes segmentos e instituições do Estado. Cabe ao Grupo<br />

Articulador pensar, planejar e avaliar os encontros acontecidos, como também escolher o tema<br />

a ser discutido em novos encontros, correlacionando-os com o contexto social.<br />

(ENTREVISTA AO MEMBRO DO GRUPO ARTICULADOR, em 26/12/2005).<br />

O Fórum da Paraíba 27 é um espaço <strong>de</strong> mudança e articulação, cujo objetivo principal é<br />

o <strong>de</strong> divulgar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a importância da <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos, num Estado em que<br />

os níveis <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> formal <strong>de</strong> jovens estão entre os mais baixos da Fe<strong>de</strong>ração.<br />

(IRELAND, 2000).<br />

27 No Brasil, temos uma população <strong>de</strong> 16 milhões <strong>de</strong> analfabetos. Em seu relatório, o Fórum <strong>de</strong> EJA apresenta<br />

um percentual <strong>de</strong> 22% da população adulta na Paraíba (RELATÓRIO – SÍNTESE do XIII FÓRUM, 2002, p.01).<br />

E, “<strong>de</strong> acordo com dados referentes a 2003 do IBGE, a taxa <strong>de</strong> analfabetismo <strong>de</strong> pessoas acima <strong>de</strong> 15 anos é <strong>de</strong><br />

25,2%, mais que o dobro da média nacional, que é <strong>de</strong> 11,6%. Significa que mais <strong>de</strong> 631 mil paraibanos não<br />

sabem ler ou escrever um simples bilhete” (JORNAL CORREIO, 2005).


3.1 O Fórum <strong>de</strong> EJA na Paraíba: cinco anos <strong>de</strong> trabalho<br />

O Fórum <strong>de</strong> EJA, no Estado da Paraíba, foi instalado no dia 27 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999, no<br />

auditório da Reitoria da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba. Entretanto, a primeira reunião que<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>aria uma série <strong>de</strong> outros encontros aconteceu em 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999 em<br />

Campina Gran<strong>de</strong>.<br />

Des<strong>de</strong> a sua criação, o Fórum tem apresentado crescimento quantitativo e qualitativo.<br />

Uma prova <strong>de</strong>ssa afirmação po<strong>de</strong> ser averiguada nas programações e nas listas <strong>de</strong> freqüência<br />

(em anexo), pois os temas discutidos nos encontros contribuem para uma maior articulação<br />

entre as instâncias que trabalham com a EJA.<br />

O Fórum Estadual <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos na Paraíba nasceu como<br />

resposta à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> diversas iniciativas <strong>de</strong> EJA, que necessitavam <strong>de</strong> uma maior<br />

interlocução entre os segmentos gestores <strong>de</strong> programas EJA, no entanto somado à<br />

exigência <strong>de</strong> uma maior mobilização e intervenção <strong>de</strong>sses atores na elaboração <strong>de</strong><br />

políticas públicas para a educação <strong>de</strong> jovens e adultos, foi outro elemento propulsor<br />

da criação do Fórum na Paraíba. (CONTRIBUIÇÕES PARA O VII ENEJA, 2005, p.<br />

01).<br />

O Fórum da Paraíba possui um caráter rotativo entre as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong> e<br />

João Pessoa, e a partir <strong>de</strong> 2001, realizam-se encontros também na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guarabira.<br />

Recentemente, foi acrescentado o Município <strong>de</strong> Bayeux, cida<strong>de</strong> vizinha <strong>de</strong> João Pessoa, mas<br />

com participação ativa nos encontros do Fórum.<br />

O Fórum <strong>de</strong> EJA tem como público-alvo participante nos encontros: pesquisadores,<br />

assessores técnicos, educadores, dirigentes e lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> órgãos governamentais e não-<br />

governamentais preocupados com a erradicação do analfabetismo no Estado da Paraíba.<br />

Os encontros existentes têm sido vistos como um espaço complexo <strong>de</strong> relações que<br />

não servem apenas para travar discussões, mas para <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar atitu<strong>de</strong>s e interlocutor dos


segmentos diferenciados. De acordo com Ireland, “O Fórum da Paraíba caracteriza-se como<br />

um espaço <strong>de</strong> discussão, formação e informação”. (RELATÓRIO - SINTESE do X FÓRUM,<br />

2001, p.05).<br />

No entanto, o Fórum apresenta a função <strong>de</strong> espaço indutor e formulador <strong>de</strong> políticas<br />

públicas para a EJA, pois, nos encontros dos fóruns, ao longo <strong>de</strong> sua existência (Paraíba), as<br />

discussões e os temas escolhidos estão sempre relacionados ao contexto, seja regional ou até<br />

mesmo nacional.<br />

Apesar dos problemas específicos da EJA, o Fórum da Paraíba tem os seguintes<br />

objetivos internos:<br />

• Discutir com professores e profissionais que atuam na EJA as políticas públicas<br />

voltadas para essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino;<br />

• Fomentar pesquisa e estudos sobre a EJA na Paraíba; e<br />

• Promover o intercâmbio <strong>de</strong> experiências formais e alternativas no campo da<br />

EJA.<br />

Mas o Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba também se apresenta como espaço <strong>de</strong> estratégia <strong>de</strong><br />

articulação dos segmentos participantes e vem contribuindo para uma maior reflexão, além <strong>de</strong><br />

oportunizar a junção dos segmentos envolvidos no sentido <strong>de</strong> haver uma maior mobilização.<br />

Com base nessa afirmação, no sentido <strong>de</strong> articular os segmentos e mobilização dos<br />

segmentos, fez-se necessário avaliarmos o espaço do Fórum a partir dos segmentos envolvidos<br />

com o intuito <strong>de</strong> proporcionar a qualida<strong>de</strong> dos serviços oferecidos e principalmente garantir a<br />

satisfação dos participantes. “Não po<strong>de</strong>mos falar <strong>de</strong> uma avaliação sem levar em conta os<br />

diferentes atores que ela envolve” (BARREIRA, 2000).


O Fórum da Paraíba é organizado pelo Grupo Articulador 28 que se reúne semanal,<br />

quinzenal ou mensalmente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da necessida<strong>de</strong> das discussões. Cabe ao Grupo<br />

Articulador discutir, propor e elaborar a programação dos encontros que ocorrem a cada três<br />

meses 29 .<br />

O grupo articulador trabalha nos bastidores, durante a preparação, sem quaisquer<br />

recursos prévios, mas confiantes, responsáveis e atuantes <strong>de</strong> modo a garantir que tudo flua a<br />

contento. Ao <strong>final</strong> <strong>de</strong> cada reunião, avalia o processo e escolhe o tema a ser discutido no<br />

próximo encontro. A escolha do tema está relacionada à necessida<strong>de</strong> expressada<br />

<strong>de</strong>mocraticamente pelo grupo. O encaminhamento se processa da seguinte forma:<br />

-Transformam-se as discussões grupais são transformadas em temáticas para os encontros<br />

estaduais (locais);<br />

-Viabilizam-se discussões e produções <strong>de</strong> materiais para alimentar os ENEJAs;<br />

-Sistematiza-se a produção <strong>de</strong> temas diversos relativos à EJA, através <strong>de</strong> relatórios, ensaios,<br />

etc.<br />

O Grupo Articulador é formado atualmente (em 2004) por aproximadamente 9<br />

representantes das seguintes entida<strong>de</strong>s:<br />

Projeto Escola Zé Peão/UFPB;<br />

Projeto Sal da Terra;<br />

Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> do Estado;<br />

Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> do Município <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>;<br />

28<br />

Informações que foram repassadas por um membro do Grupo Articulador, através <strong>de</strong> uma entrevista realizada<br />

em 16/03/05.<br />

29<br />

A partir <strong>de</strong> 2002, acontecem, anualmente, quatro encontros do Fórum <strong>de</strong> EJA, como também o encontro passa<br />

a ser estendido durante todo o dia, visto que, anterior a esse período, o encontro era apenas até meio dia.


Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> do Município <strong>de</strong> João Pessoa;<br />

Serviço <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Popular - SEDUP;<br />

Serviço Social do Comércio - SESC;<br />

Serviço Social da Indústria - SESI; e<br />

RELEJA.<br />

No entanto, o Fórum <strong>de</strong> EJA tem tentado apresentar uma consolidação estável frente à<br />

política <strong>de</strong> EJA, <strong>de</strong> como se articular com os segmentos que participam do encontro para<br />

realizar um trabalho integrado na educação <strong>de</strong> jovens e adultos, visando aten<strong>de</strong>r a toda a<br />

<strong>de</strong>manda existente. Essa ação do Fórum da Paraíba ainda permanece <strong>de</strong>sarticulada nos<br />

seguintes aspectos:<br />

• Sugestão <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> EJA para o estado e, principalmente, efetivá-<br />

las;<br />

• Estímulo <strong>de</strong> política das parcerias entre instituições presentes nos encontros;<br />

• Quebra <strong>de</strong> paradigmas <strong>de</strong> preconceitos contribuindo para que a educação <strong>de</strong><br />

jovens e adultos conquiste o lugar que merece como modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino;<br />

• Construção <strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> dados que subsidie a EJA no Estado da Paraíba;<br />

• Divulgação contínua <strong>de</strong> trabalho das diversas instituições que compõem o<br />

Fórum Estadual <strong>de</strong> EJA da Paraíba;<br />

• Deflagração <strong>de</strong> ações para erradicar o analfabetismo; e<br />

• Criação <strong>de</strong> meios para erradicar o analfabetismo.


Assim, <strong>de</strong>screveremos no quadro abaixo os encontros do Fórum <strong>de</strong> EJA realizados no<br />

período escrito na pesquisa:<br />

Encontros Temas discutidos Locais e datas<br />

I Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

II Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

III Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

IV Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

V Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

VI Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

VII Reunião/<br />

Encontro do VII<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

VIII Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

IX Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

“Estruturando o Fórum” Campina<br />

Gran<strong>de</strong><br />

14/12/1999<br />

“A importância do Fórum <strong>de</strong> EJA na Paraíba” João Pessoa<br />

17/02/2000<br />

“A Política nacional <strong>de</strong> EJA e as ações do Governo<br />

Fe<strong>de</strong>ral: perspectivas para o futuro”<br />

“As diretrizes Curriculares para a <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens<br />

e Adultos”<br />

“Avaliando a nossa experiência <strong>de</strong> parceria e<br />

articulação: limites e possibilida<strong>de</strong>s”<br />

“Comemorando o primeiro ano <strong>de</strong> instalação do<br />

fórum: perspectivas para o futuro”<br />

“Políticas Públicas <strong>de</strong> EJA para os Estados e<br />

municípios: limites e possibilida<strong>de</strong>s”<br />

Campina<br />

Gran<strong>de</strong><br />

12/04/2000<br />

João Pessoa<br />

15/06/2000<br />

Campina<br />

Gran<strong>de</strong><br />

09/08/2000<br />

João Pessoa<br />

08/12/2000<br />

Guarabira<br />

23/03/2001<br />

“Relatos <strong>de</strong> Experiências” João Pessoa<br />

08/06/2001<br />

“A educação <strong>de</strong> jovens e adultos no Plano Nacional<br />

<strong>de</strong> educação: como cumprir?”<br />

Campina<br />

Gran<strong>de</strong><br />

14/08/2001


X Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

XI Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

XII Reunião/<br />

Reunião do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

XIII Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

XIV Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

XV Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

XVI Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

XIX Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

XXI Reunião/<br />

Encontro do<br />

Fórum <strong>de</strong> EJA<br />

“Avaliar as ativida<strong>de</strong>s do Fórum no ano em curso e<br />

discutir os resultados do III ENEJA”<br />

“Discutir questões ligadas à oferta <strong>de</strong> educação <strong>de</strong><br />

jovens e adultos, a partir <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> uma pesquisa<br />

<strong>de</strong>senvolvida por membros do Fórum”<br />

“Debater a educação <strong>de</strong> jovens e adultos nos Planos<br />

Nacional, Estadual e Municipal <strong>de</strong> <strong>Educação</strong>”<br />

“Debater com os (as) candidatos (as) ao Governo do<br />

Estado da Paraíba as suas propostas <strong>de</strong> ação para a<br />

área <strong>de</strong> educação, com enfoque na <strong>Educação</strong> <strong>de</strong><br />

Jovens e Adultos (EJA)”<br />

João Pessoa<br />

31/10/2001<br />

Campina<br />

Gran<strong>de</strong><br />

15/03/2002<br />

Guarabira<br />

12/06/2002<br />

João Pessoa<br />

05/09/2002<br />

“A avaliação da aprendizagem na EJA” Campina<br />

Gran<strong>de</strong><br />

13/12/2002<br />

“<strong>Educação</strong> <strong>de</strong> jovens e adultos na Paraíba: cenários<br />

em mudança”<br />

“Políticas públicas e estaduais <strong>de</strong> EJA: o papel do<br />

Fórum”<br />

João Pessoa<br />

02/04/2003<br />

Campina<br />

Gran<strong>de</strong><br />

30/05/2003<br />

“Avaliação do Programa Brasil Alfabetizado” João Pessoa<br />

26/03/2004<br />

“A conjuntura atual e a continuida<strong>de</strong> das ações das<br />

políticas para a EJA”<br />

Guarabira<br />

18/08/2004


4. RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA POR SEGMENTOS<br />

A amostra foi composta <strong>de</strong> 25 participantes que freqüentam ou freqüentaram, no<br />

passado, os encontros do Fórum <strong>de</strong> EJA do Estado da Paraíba, os quais se divi<strong>de</strong>m em 5<br />

entrevistados da Re<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral (que estão distribuídos entre funcionários e professores da<br />

UFPB e participantes do Programa Alfabetização Solidária), 5 da Re<strong>de</strong> Estadual, 5 da Re<strong>de</strong><br />

Municipal, 5 do Sistema S e 5 entrevistados ligados a ONGs. Apresentaremos a seguir<br />

algumas informações básicas para se conhecer o perfil dos entrevistados <strong>de</strong> cada segmento da<br />

pesquisa como também o quadro <strong>de</strong> participação dos mesmos.


Quadro 1: Entrevistados da Re<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Fórum <strong>de</strong> EJA, João Pessoa, 2005<br />

1.2. Particip<br />

antes<br />

1.3. Entrevis<br />

tados<br />

1<br />

1.4. Cidad<br />

e on<strong>de</strong><br />

ministra aula<br />

<strong>de</strong> EJA<br />

Não ministra<br />

aula <strong>de</strong> EJA<br />

1.5. Pro<br />

grama em<br />

que<br />

ministra<br />

aula<br />

2<br />

João Pessoa Alfabetização<br />

Solidária.<br />

3 Não ministra<br />

aula <strong>de</strong> EJA<br />

---<br />

4 Não ministra<br />

aula <strong>de</strong> EJA<br />

---<br />

5 Guarabira Alfabetização<br />

Solidária<br />

1.6. N o<br />

<strong>de</strong><br />

encontros<br />

dos quais<br />

participou<br />

1.7. Ano<br />

da 1ª<br />

participação<br />

1.8. Tipo<br />

<strong>de</strong><br />

participação<br />

--- Dois 1999 <strong>de</strong>sistiu<br />

Três<br />

Doze<br />

Nove<br />

três.<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2003<br />

ocasional<br />

regular<br />

regular<br />

ocasional<br />

Quadro 2: Entrevistados da Re<strong>de</strong> Estadual do Fórum <strong>de</strong> EJA, João Pessoa, 2005<br />

1.9. Participa<br />

ntes<br />

1.10. Entrevist<br />

ados<br />

1<br />

2<br />

1.11. Cidad<br />

e on<strong>de</strong><br />

ministra aula<br />

<strong>de</strong> EJA<br />

1.12. Prog<br />

rama no<br />

qual<br />

ministra<br />

aula<br />

1.13. N o <strong>de</strong><br />

encontros<br />

dos quais<br />

participou<br />

1.14. Ano<br />

da 1ª<br />

participação<br />

1.15. Tipo<br />

<strong>de</strong><br />

participação<br />

João Pessoa 1º ciclo Dois 2004 ocasional<br />

João Pessoa 2º ciclo Um<br />

3 Não ministra da<br />

aula <strong>de</strong> EJA<br />

---<br />

4 João Pessoa 1º ciclo<br />

5 João Pessoa 1º ciclo<br />

Um<br />

Dois<br />

Dois<br />

2004<br />

2004<br />

2003<br />

2004<br />

ocasional<br />

ocasional<br />

ocasional<br />

ocasional


Quadro 3: Entrevistados da Re<strong>de</strong> Municipal do Fórum <strong>de</strong> EJA, João Pessoa, 2005<br />

1.16. Participa<br />

ntes<br />

1.17. Entrevist<br />

ados<br />

1<br />

2<br />

1.18. Cidad<br />

e on<strong>de</strong><br />

ministra aula<br />

<strong>de</strong> EJA<br />

Não ministra<br />

aula <strong>de</strong> EJA<br />

1.19. Prog<br />

rama no<br />

qual<br />

ministra<br />

aula<br />

1.20. N o <strong>de</strong><br />

encontros<br />

dos quais<br />

participou<br />

1.21. Ano<br />

da 1ª<br />

participação<br />

1.22. Tipo<br />

<strong>de</strong><br />

participação<br />

---- Três 1999 <strong>de</strong>sistiu<br />

João Pessoa PEJA Per<strong>de</strong>u a conta 1999<br />

3 João Pessoa 1º ciclo<br />

4 João Pessoa 1º ciclo<br />

5 João Pessoa 2º ciclo<br />

Seis<br />

Per<strong>de</strong>u a conta<br />

Dois<br />

2000<br />

2001<br />

2003<br />

Quadro 4: Entrevistados do Sistema S do Fórum <strong>de</strong> EJA, João Pessoa, 2005<br />

1.23. Participa<br />

ntes<br />

1.24. Entrevist<br />

ados<br />

1<br />

2<br />

1.25. Cidad<br />

e on<strong>de</strong><br />

ministra aula<br />

<strong>de</strong> EJA<br />

Não ministra<br />

aula <strong>de</strong> EJA<br />

1.26. Prog<br />

rama no<br />

qual<br />

ministra<br />

aula<br />

João Pessoa 1º e 2º ciclo. Dois<br />

3 João Pessoa 1º ciclo<br />

4 João Pessoa 1º ciclo<br />

1.27. N o <strong>de</strong><br />

encontros<br />

dos quais<br />

participou<br />

1.28. Ano<br />

da 1ª<br />

participação<br />

<strong>de</strong>sistiu<br />

<strong>de</strong>sistiu<br />

<strong>de</strong>sistiu<br />

<strong>de</strong>sistiu<br />

1.29. Tipo<br />

<strong>de</strong><br />

participação<br />

--- Dois 1999 <strong>de</strong>sistiu<br />

Dois<br />

Dois a três<br />

5 Santa Rita 1º ciclo Cinco<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2002<br />

ocasional<br />

ocasional<br />

ocasional<br />

regular


Quadro 5: Entrevistados vinculados a Ong’s que participam do Fórum <strong>de</strong> EJA, João Pessoa,<br />

2005<br />

1.30. Participa<br />

ntes<br />

1.31. Entrevist<br />

ados<br />

1<br />

2<br />

1.32. Cidad<br />

e on<strong>de</strong><br />

ministra aula<br />

<strong>de</strong> EJA<br />

Não ministra<br />

aula <strong>de</strong> EJA<br />

1.33. Prog<br />

rama no<br />

qual da aula<br />

João Pessoa 1º ciclo Oito<br />

3 Não ministra<br />

aula <strong>de</strong> EJA<br />

---<br />

4 Não ministra<br />

aula <strong>de</strong> EJA<br />

---<br />

5 João Pessoa Projeto Escola<br />

Zé Peão<br />

Tabela <strong>de</strong> participação dos entrevistados 30<br />

1.34. N o <strong>de</strong><br />

encontros<br />

dos quais<br />

participou<br />

1.35. Ano<br />

da 1ª<br />

participação<br />

--- Três 1999 regular<br />

Cinco<br />

Quatro<br />

Oito<br />

2001<br />

2001<br />

2003<br />

2003<br />

1.36. Tipo<br />

<strong>de</strong><br />

participação<br />

regular<br />

regular<br />

ocasional<br />

regular<br />

Regular Ocasional Desistente Total<br />

S. Fe<strong>de</strong>ral 2 2 1 5<br />

S. Estadual - 5 - 5<br />

S.Municipal - - 5 5<br />

Sistema ‘S’ 1 3 1 5<br />

ONG’S 4 1 - 5<br />

7 11 7 25<br />

30 Definimos a tabela a partir do tipo <strong>de</strong> participação e consi<strong>de</strong>ramos as seguintes legendas na pesquisa:<br />

Participante regular que freqüenta o encontro com mais assiduida<strong>de</strong>; Participante ocasional que freqüenta o<br />

encontro <strong>de</strong> vez em quando e Participante que <strong>de</strong>sistiu , ou seja, é o participante que freqüentava o encontro do<br />

fórum e, por algum motivo particular, <strong>de</strong>sistiu.


4.2 RESULTADOS DO ESTUDO<br />

De acordo com os objetivos da pesquisa, propusemos (<strong>de</strong>) explorar os seguintes<br />

conceitos-chaves que são variáveis para avaliar os cinco anos <strong>de</strong> atuação do Fórum <strong>de</strong> EJA na<br />

Paraíba:<br />

• O que motivou os participantes a irem ao fórum;<br />

• As expectativas dos participantes referentes ao fórum e o grau da sua realização;<br />

• A contribuição para a prática docente dos participantes;<br />

• Os aspectos positivos e negativos <strong>de</strong>tectados pelos participantes; e<br />

• A causa (ou causas) da <strong>de</strong>sistência e permanência dos entrevistados nos encontros do<br />

Fórum.<br />

Em seguida, apresentamos os resultados das respostas em relação aos fatores relativos aos<br />

encontros do Fórum <strong>de</strong> EJA.<br />

4.2.1 Motivação<br />

Entre os atributos para a avaliação do Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba, os entrevistados<br />

apontaram a motivação como aspecto fundamental, pois ela representa um impulso intimo e<br />

pessoal que estimula a participação nos encontros/reuniões dos fóruns. A motivação<br />

apresenta-se como uma busca fundamentada que irá contribuir com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

individual <strong>de</strong> cada participante.<br />

Segundo Courtis (1991) a maioria das pessoas trabalham melhor se forem bem<br />

motivadas e instruídas. Nesse contexto, torna-se imprescindível i<strong>de</strong>ntificar os fatores que


motivam as pessoas como também em que esses fatores <strong>de</strong>tectados influenciam para a<br />

realização <strong>de</strong> um trabalho com qualida<strong>de</strong>.<br />

As relações humanas po<strong>de</strong>m representar uma atitu<strong>de</strong>, um estado <strong>de</strong> espírito que <strong>de</strong>ve<br />

prevalecer em qualquer encontro/reunião entre pessoas, visto que o homem busca <strong>de</strong>scobrir<br />

coisas, realizar-se, atualizar-se, progredir e agregar coisas a sua existência.<br />

A esse respeito, acredita-se que a motivação se torna valorizada quando se constitui<br />

um espaço permanente <strong>de</strong> aprendizagem, <strong>de</strong>scobertas e transformações.<br />

De acordo com Fournies (1992), não há unanimida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>finir motivação, já que<br />

esse é um conceito <strong>de</strong> difícil apreensão tem sido utilizado com diferentes sentidos, e as<br />

pessoas são diferentes no que tange à motivação.<br />

A etimologia explica que o termo motivação <strong>de</strong>riva originalmente da palavra latina<br />

movere, que significa mover. A origem da palavra encerra a noção <strong>de</strong> dinâmica ou <strong>de</strong> ação,<br />

que é a principal tônica <strong>de</strong>ssa função particular da vida psíquica (BERGAMINI, 1997).<br />

A motivação é concebida como a energia para a aprendizagem, o exercício das<br />

capacida<strong>de</strong>s gerais do cérebro, da superação, da participação, da conquista, da <strong>de</strong>fesa, e,<br />

principalmente, do convívio social. Do convívio social, por centrar-se na interação <strong>de</strong> uma<br />

pessoa com outras. Isso porque nosso mundo interno se alimenta dos conteúdos que vêm do<br />

mundo externo. Estamos sempre em processo <strong>de</strong> transformação. O encontro do fórum é,<br />

portanto, um momento <strong>de</strong> convívio social, quando alguns dos presentes tentam buscar a visão<br />

<strong>de</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro dos princípios do Fórum, ou, enquanto outros tentam emergir uma disputa<br />

<strong>de</strong> campos entre as instituições presentes e os governos.<br />

De acordo com os objetivos <strong>de</strong>sta pesquisa, <strong>de</strong>screveremos abaixo as principais<br />

categorias <strong>de</strong> motivação que, <strong>de</strong> acordo com os entrevistados, servem como estímulos para<br />

continuarem participando do fórum.


• Interesse geral e curiosida<strong>de</strong><br />

Ao tratar da motivação, os entrevistados a vêem <strong>de</strong> vários ângulos, visto que estão<br />

interligados ao conceito, como motivo, causa, estimulador, interesse e curiosida<strong>de</strong>. Mas<br />

enfatizaremos a motivação como interesse e curiosida<strong>de</strong> que impulsionam os participantes a<br />

continuarem indo aos encontros do fórum, conforme está expresso a seguir:<br />

“Por interesse <strong>de</strong> trabalho, motivo <strong>de</strong> requerer mais conhecimento no ensino pedagógico”.<br />

(Entrevistado 5, Segmento Estadual)<br />

“Em principio, só curiosida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois, para obter novos conhecimentos e a participação com<br />

vários segmentos do nosso estado”.<br />

(Entrevistado 3, Segmento Municipal)<br />

Os entrevistados abordaram que o interesse estava centrado no trabalho, ou seja, na<br />

prática <strong>de</strong> ser professor, visto que o saber pedagógico precisa ser melhorado. E uma das<br />

formas <strong>de</strong> melhorar o fazer pedagógico seria o professor instigar e <strong>de</strong>spertar a curiosida<strong>de</strong> dos<br />

alunos a partir do diálogo coletivo e <strong>de</strong>mocrático, fundamentado principalmente na realida<strong>de</strong>.<br />

Segundo Freire (1997, p.95), “como professor, <strong>de</strong>vo saber que, sem a curiosida<strong>de</strong> que me<br />

move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino”.<br />

Para os entrevistados, a curiosida<strong>de</strong> é o princípio <strong>de</strong> todo ser humano, que o leva a<br />

querer adquirir conhecimentos que possam ser úteis à vida, sejam significativos ou<br />

insignificativos para <strong>de</strong>terminado momento. Mas “o exercício da curiosida<strong>de</strong> convoca a<br />

imaginação, as emoções, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conjecturar, <strong>de</strong> comparar, na busca da perfilização<br />

do objeto ou do achado <strong>de</strong> sua razão <strong>de</strong> ser”. (FREIRE, 1997, p. 98)


• Debater e elaborar documentos<br />

Em relação à categoria “<strong>de</strong>bater e elaborar documentos”, os entrevistados colocaram<br />

que essa ação (do Fórum) os influenciou a continuarem a participar dos encontros do Fórum<br />

<strong>de</strong> EJA, principalmente, porque o fórum po<strong>de</strong> ‘constituir’ um espaço político que mobiliza os<br />

educadores participantes a conhecerem questões sociais inerentes à EJA em nível local e<br />

nacional. O espaço do fórum é caracterizado como um espaço plural <strong>de</strong> idéias, que mantém a<br />

vitalida<strong>de</strong> dos acontecimentos da EJA no Brasil. (SOARES, 2002).<br />

De fato, os entrevistados apontam o Fórum da Paraíba como um espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates<br />

sobre a EJA, conforme se po<strong>de</strong> observar nas seguintes expressões:<br />

“Pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater questões pedagógicas inerentes à <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e<br />

Adultos e elaborar documentos reivindicatórios e projetos e/ ou ações em políticas públicas<br />

<strong>de</strong> educação”.<br />

(Entrevistado 1, Segmento Municipal)<br />

“... pelas discussões levantadas nestes fóruns que buscam <strong>de</strong>bater e respon<strong>de</strong>r<br />

questionamentos sobre a educação <strong>de</strong> jovens e adultos e sobre as políticas públicas <strong>de</strong> jovens<br />

e adultos <strong>de</strong>stinadas a este segmento (Ong’s), a nível nacional, estadual, municipal...”.<br />

(Entrevistado 5, Segmento Ong’s)<br />

Para o melhoramento em todos os aspectos da EJA, os entrevistados colocaram o<br />

Fórum como um espaço que po<strong>de</strong>ria ser utilizado não apenas para elaborar políticas<br />

<strong>de</strong>stinadas à EJA, mas o espaço do Fórum po<strong>de</strong>ria exercer a função <strong>de</strong> cobrar e intervir,<br />

quando necessário, em políticas públicas referentes à modalida<strong>de</strong> da EJA, em instâncias não-<br />

governamentais e governamentais, visto que sempre existirão entre essas instâncias e o Fórum<br />

limites que não foram superados.


• Mudanças e melhoramentos da EJA no Brasil<br />

Ao enfatizar, nesta pesquisa, a categoria “mudanças e melhoramentos da EJA no<br />

Brasil”, os entrevistados colocaram o encontro do Fórum como um espaço exclusivo ao<br />

campo da <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos que po<strong>de</strong> contribuir com a qualida<strong>de</strong> da EJA,<br />

conforme os relatos a seguir:<br />

“Os motivos foram <strong>de</strong> acreditar em uma mudança educacional no Brasil”.<br />

(Entrevistado 1, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)<br />

“Para apren<strong>de</strong>r mais sobre a EJA, discutindo e analisando a conjuntura atual, pois a mesma<br />

atinge a EJA, e o papel do fórum é criar subsídios que possam melhorar a qualida<strong>de</strong> da EJA<br />

no Brasil”.<br />

(Entrevistados 3, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)<br />

Os espaços dos encontros dos fóruns <strong>de</strong> EJA são momentos <strong>de</strong> promoção das ações <strong>de</strong><br />

políticas públicas que contribuem diretamente com o melhoramento da EJA, pois o Fórum<br />

reúne ou tenta reunir pessoas engajadas em vários segmentos (governamental e não-<br />

governamental), que socializam ações diferenciadas no sentido <strong>de</strong> fazer cumprir as ações<br />

básicas necessárias para qualquer pessoa, como: garantir a escolarização ao longo <strong>de</strong> toda a<br />

vida. Para Machado (2004), a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover ações <strong>de</strong> políticas públicas passa<br />

a ser da participação <strong>de</strong> todos os setores da socieda<strong>de</strong> envolvida com a EJA.<br />

De acordo com Ireland (2004), durante longos anos, a educação <strong>de</strong> jovens e adultos no<br />

Brasil permaneceu no esquecimento e na marginalida<strong>de</strong> Mas, com a Constituição <strong>de</strong> 1988,<br />

passou a ser estabelecida como direito <strong>de</strong> todos os que não tiveram acesso ao saber letrado. É<br />

a partir <strong>de</strong>sse direito que se iniciam, ao longo das décadas, programas (<strong>de</strong> diferentes<br />

segmentos) preocupados em oferecer continuida<strong>de</strong> da escolarização e diminuir o<br />

analfabetismo.


Soares (2002, p. 106) assevera que “o papel atual da união, posto no art. 8º, §1º da<br />

LDB, releva a função <strong>de</strong> articulação como capaz <strong>de</strong> impedir <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s e induzir ações<br />

continuadas e integradas entre os diferentes entes fe<strong>de</strong>rativos”.<br />

O papel da união como também da socieda<strong>de</strong> civil se <strong>de</strong>stina a lutar por ações <strong>de</strong><br />

políticas públicas para a EJA. Ações que tenham continuida<strong>de</strong> e favoreçam a qualida<strong>de</strong>, no<br />

sentido <strong>de</strong> garantir a permanência do alfabetizando em programas (refiro-me aqui a qualquer<br />

programa que trabalhe exclusivamente com a alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos) ao longo <strong>de</strong><br />

toda a vida.<br />

4.2.2 Expectativas e Realizações<br />

Mas não será possível estabelecer uma política efetiva sem aprofundar o sentido real<br />

do regime <strong>de</strong> colaboração entre União, Estados e Municípios e sem a participação<br />

das organizações da socieda<strong>de</strong> e dos movimentos populares. (IRELAND, 2004,<br />

p.136).<br />

Ao tratar <strong>de</strong> “expectativas e realizações”, os entrevistados enten<strong>de</strong>m que os<br />

participantes do Fórum aguardam algum tipo <strong>de</strong> beneficio ou contribuição para seu universo<br />

pessoal. É a partir da expectativa que o participante do Fórum po<strong>de</strong>rá sentir-se realizado<br />

pessoalmente, atingindo assim os i<strong>de</strong>ais, que serão favoráveis ou <strong>de</strong>sfavoráveis, visto que isso<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sejo individual <strong>de</strong> cada participante ingressado no Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba. A<br />

expectativa está intrinsecamente ligada à espera favorável do que se <strong>de</strong>seja e cuja realização<br />

se julga provável, em tempo anunciado ou conhecido.<br />

As expectativas e realizações, <strong>de</strong> certa forma, estão interligadas, mas são dois lados<br />

distintos <strong>de</strong> uma forma única. Descrevermos as expectativas <strong>de</strong> acordo com os entrevistados e,


em seguida, confrontamos os mesmos com as realizações para os entrevistados participantes<br />

do Fórum <strong>de</strong> EJA.<br />

Os tipos <strong>de</strong> expectativas que os entrevistados enfatizaram em comum foram os<br />

melhoramentos da qualida<strong>de</strong> da EJA e o conhecimento do papel político do Fórum.<br />

4.2.2.1 Expectativas<br />

Como expectativa principal é colocada pelos entrevistados a categoria “qualida<strong>de</strong> da<br />

EJA”, pois, para eles, o Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba é visto como um momento em que se<br />

permite analisar a EJA, com o objetivo <strong>de</strong> “melhorar a qualida<strong>de</strong>”. Em seguida, os<br />

entrevistados do Fórum enfatizaram a categoria “conhecer o papel político do fórum” <strong>de</strong> EJA,<br />

visto que o espaço também permite a reflexão sobre a especificida<strong>de</strong> da EJA para unificar as<br />

ações dos diferentes segmentos.<br />

Qualida<strong>de</strong> da EJA<br />

Para o estudo da categoria específica “qualida<strong>de</strong> da EJA”, os entrevistados enfatizaram<br />

que os encontros dos Fóruns são momentos para se discutirem metas que po<strong>de</strong>rão promover a<br />

qualida<strong>de</strong>. E, investindo na qualida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>remos não só oferecer vagas a todos, mas garantir<br />

a qualida<strong>de</strong> do ensino. Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>tectar a preocupação com a qualida<strong>de</strong> na fala <strong>de</strong>sse<br />

entrevistado:<br />

“Fazer uma análise profunda da EJA para investir na qualida<strong>de</strong>”<br />

(Entrevistado 5, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)


Com os movimentos <strong>de</strong> cultura popular nos anos 60, a criação do Mobral e, em<br />

seguida, o ensino supletivo dos governos militares e a criação da fundação Educar, extinta<br />

pelo governo Collor, a educação <strong>de</strong> pessoas jovens e adultas vem ganhando espaço e<br />

conquistando a<strong>de</strong>ptos em prol <strong>de</strong> sua qualida<strong>de</strong>.<br />

Como exemplo <strong>de</strong>ssa afirmação po<strong>de</strong>mos citar a “Declaração Mundial sobre <strong>Educação</strong><br />

Para Todos” e o “Plano <strong>de</strong> Ação para Satisfazer as Necessida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Aprendizagem”,<br />

que foram os principais documentos da Conferência Mundial <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> para Todos<br />

(Jomtien na Tailândia, 1990).<br />

O Brasil firmava o compromisso <strong>de</strong> erradicar o analfabetismo através do ensino<br />

oferecido a todos, com qualida<strong>de</strong>, entretanto esse ato se constitui uma tarefa difícil, posto que<br />

estamos nadando contra a “corrente da ausência”, incluindo a específica, formação específica,<br />

materiais pedagógicos, metodologia específica <strong>de</strong> EJA, e financiamento.<br />

Quando se investe na qualida<strong>de</strong> da educação <strong>de</strong> jovens e adultos, está se investindo em<br />

toda sua especificida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma que aos alunos que não tiveram acesso à escolarização na<br />

ida<strong>de</strong> certa, seja oferecido um ensino em que eles se reconheçam como sujeitos plenos, que<br />

tenham o direito <strong>de</strong> exercer a cidadania na construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> mais justa, solidária,<br />

<strong>de</strong>mocrática, participativa e sustentável.<br />

A qualida<strong>de</strong> da EJA tem sido discutida constantemente em diversos encontros dos<br />

Fóruns <strong>de</strong> EJA entre educadores participantes e vários segmentos, pois não adianta ampliar o<br />

número <strong>de</strong> vagas, sem garantir a qualida<strong>de</strong> do ensino em todos os aspectos. Para Freire (1997)<br />

e Soares (2002), o fazer pedagógico, na educação <strong>de</strong> jovens e adultos, <strong>de</strong>ve estar<br />

fundamentado nas questões sociais e políticas, porquanto ambos irão contribuir para que<br />

aconteça um processo educativo com qualida<strong>de</strong>.


A qualida<strong>de</strong> da EJA parte da idéia <strong>de</strong> se ter respeito por aquelas pessoas que não<br />

tiveram acesso à educação na ida<strong>de</strong> própria, garantindo-lhes esse acesso e a ação continuada<br />

<strong>de</strong> políticas públicas que valorizem a EJA em todos os aspectos.<br />

O Fórum <strong>de</strong> EJA se constitui um espaço <strong>de</strong>stinado à discussão e implantação no<br />

sentido <strong>de</strong> cobrar, reivindicar políticas <strong>de</strong>stinadas a contribuir com a melhoria da qualida<strong>de</strong>,<br />

visto que se discute e se reflete sobre o estado atual da EJA. O espaço do Fórum,<br />

isoladamente, não po<strong>de</strong> erradicar o analfabetismo, mas po<strong>de</strong> mobilizar os segmentos<br />

participantes do encontro <strong>de</strong> forma significativa para, juntos, construir uma educação cidadã,<br />

<strong>de</strong>mocrática, relacionada à vida.<br />

O espaço <strong>de</strong> discussão do fórum é apontado como um elemento <strong>de</strong>cisivo na busca <strong>de</strong><br />

uma política participativa e integradora <strong>de</strong> EJA.<br />

Conhecer o papel político do Fórum<br />

A categoria “conhecer o papel político do Fórum” consiste, para os entrevistados, em<br />

se conhecer mais sobre o papel político do Fórum, isso significa que alguns participantes dos<br />

encontros dos fóruns não conhecem realmente o papel político do Fórum. Po<strong>de</strong>mos comprovar<br />

nas respostas dos seguintes entrevistados,<br />

“Para conhecer mais sobre o Fórum”<br />

(Entrevistado 4, Segmento Estadual)<br />

“Para conhecer mais sobre a verda<strong>de</strong>ira função do Fórum”<br />

(Entrevistado, 4, Segmento Sistema “S”)


Os entrevistados respon<strong>de</strong>ram às perguntas e não <strong>de</strong>monstram compreensão do<br />

verda<strong>de</strong>iro sentido dos encontros para a EJA. De acordo com o Relatório-Síntese do XIX<br />

Encontro (2003), o Fórum possui <strong>de</strong>tém a função <strong>de</strong> fiscalizar e acompanhar as propostas<br />

políticas <strong>de</strong>stinadas à EJA em todos os aspectos, principalmente no que se refere ao número<br />

<strong>de</strong> pessoas que permanecem excluídas do processo educativo.<br />

Outros entrevistados, no entanto, enfatizaram que o espaço do Fórum proporciona aos<br />

participantes dos encontros o conhecimento das especificida<strong>de</strong>s no campo da EJA que, <strong>de</strong><br />

certa forma, estimulam os participantes a continuarem no Fórum opinando, obtendo novos<br />

conhecimentos, conforme eles expressam a seguir:<br />

“Para adquirir novos conhecimentos sobre a EJA, em torno <strong>de</strong> sua especificida<strong>de</strong>”.<br />

(Entrevistado 4, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)<br />

Os Fóruns <strong>de</strong> EJA, em nível local, chamam para si a assunção da tarefa política <strong>de</strong><br />

pressão junto ao Governo Fe<strong>de</strong>ral, como na fiscalização e no acompanhamento da aplicação<br />

<strong>de</strong> recursos da educação. (RELATÓRIO-SÍNTESE do VI ENEJA, 2004).<br />

Entretanto, como educadores, somos chamados a intervir e a pensar nas ações,<br />

po<strong>de</strong>ndo encontrar soluções favoráveis ou não a essa modalida<strong>de</strong>. “Como educadores, somos<br />

chamados a agir localmente, mas pensar nacional e globalmente” (IRELAND, 2000, p. 31).


4.2.2.2 Realizações<br />

A realização (ou realizações) está relacionada à pessoa, enquanto ser individual, que<br />

tenha alcançado todos os seus objetivos no terreno profissional, po<strong>de</strong>ndo colocar em prática<br />

tudo o que aprimorou em diferentes encontros.<br />

Mostraremos, a seguir, as realizações por segmento, alguns dos quais apresentaram<br />

convergências e divergências em relação a esse tópico. Veja-se o quadro abaixo.<br />

Tabela 1 – Realizações das expectativas dos Fóruns <strong>de</strong> EJA, João Pessoa, 2005<br />

SEGMENTOS ENTREVISTADOS SIM EM PARTE NÃO<br />

Segmento Fe<strong>de</strong>ral -<br />

Segmento Estadual 3<br />

Segmento Municipal 2<br />

Segmento Sistema “S” 4<br />

Segmento Ong’s -<br />

TOTAL 9<br />

0%<br />

60%<br />

50%<br />

80%<br />

0%<br />

37,5%<br />

-<br />

0%<br />

-<br />

0%<br />

1<br />

25%<br />

-<br />

0%<br />

5<br />

100%<br />

6<br />

25%<br />

5<br />

100%<br />

2<br />

40%<br />

1<br />

25%<br />

1<br />

20%<br />

-<br />

0%<br />

9<br />

37,5%<br />

* No segmento Municipal, registrou-se um caso sem resposta/ Pesquisa: Fonte direta.


Em termos gerais, percebe-se uma avaliação dividida, sendo que o número dos<br />

participantes com as expectativas realizadas e não realizadas são iguais. Também levanta-se a<br />

hipótese <strong>de</strong> que as expectativas po<strong>de</strong>m ser diferentes.<br />

O que chama a atenção são as diferenças significativas entre os segmentos. Segundo<br />

todos os entrevistados do Segmento Fe<strong>de</strong>ral, a expectativa ainda não foi realizada. Todos os<br />

pontos discutidos no campo da EJA no Fórum do qual participaram, ainda não atingiram a<br />

meta <strong>final</strong>, conforme escrito abaixo:<br />

“Ainda não se realizaram”.<br />

(Entrevistado 4, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)<br />

“Acredito que minhas expectativas não se realizaram ainda, porque é um processo <strong>de</strong><br />

construção a cada encontro do Fórum. Quando atingir os 100%, <strong>de</strong>ixo <strong>de</strong> freqüentar o<br />

fórum.”<br />

(Entrevistado 3, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)<br />

Já os entrevistados do Segmento Estadual apresentaram expectativas <strong>de</strong> forma<br />

semelhante, ou seja, para esses participantes, o Fórum <strong>de</strong> EJA consegue realizar suas<br />

expectativas, conforme se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar nas seguintes falas:<br />

“Foi realizada, pois obtive mais conhecimento”.<br />

(Entrevistado 2, Segmento Estadual)<br />

“Foi bastante valida, porque percebemos que as nossas realida<strong>de</strong>s não eram muito<br />

diferentes, e que a nossa pratica estava <strong>de</strong>ntro do contexto que foi bastante apresentado e<br />

discutido no EJA”.<br />

(Entrevistado 3, Segmento Estadual)<br />

Apenas dois entrevistados afirmaram não ter atingido suas expectativas, pois os<br />

encontros do Fórum ainda <strong>de</strong>ixam muito a <strong>de</strong>sejar. A ausência <strong>de</strong> uma participação efetiva e<br />

<strong>de</strong> mais compreensão dos aspectos sócio-políticos dos encontros dos Fóruns tem influenciado<br />

os participantes nessas respostas.


As respostas dos entrevistados do Segmento Municipal foram diversificadas. Dois <strong>de</strong>les<br />

<strong>de</strong>clararam que suas expectativas foram atingidas, porém um entrevistado colocou que não<br />

atingiu seus objetivos porque tudo que se discutia ficava apenas registrado em documento,<br />

conforme se po<strong>de</strong> observar na seguinte fala:<br />

“As minhas expectativas não foram realizas. Para mim, ficaram só em documentos escritos,<br />

ou seja, não foram postas em prática”.<br />

(Entrevistado 1, Segmento Municipal)<br />

Outro entrevistado, no entanto, afirmou que suas expectativas foram contempladas em<br />

parte, enquanto o terceiro preferiu não respon<strong>de</strong>r à questão <strong>de</strong>terminada.<br />

Os entrevistados do Sistema S apresentaram respostas que convergiram com outros<br />

segmentos ao afirmar que as expectativas foram atribuídas ao lado profissional da prática da<br />

EJA. Apenas o terceiro entrevistado colocou que a expectativa ainda está sendo realizada.<br />

“Ainda estou realizando as expectativas nos encontros”.<br />

(Entrevistado 3, Segmento Sistema “S”)<br />

O Segmento Ong’s colocou que cresceu com as participações nos encontros, em<br />

experiência, em <strong>de</strong>bater a especificida<strong>de</strong> da EJA com outros segmentos participantes. Isso<br />

po<strong>de</strong> ser po<strong>de</strong> comprovado no seguinte <strong>de</strong>poimento:<br />

“Os fóruns são momentos on<strong>de</strong> o grupo po<strong>de</strong> se expressar e <strong>de</strong>bater com representantes <strong>de</strong>ste<br />

segmento nos seus mais diversos níveis (fe<strong>de</strong>ral, estadual, municipal) a situação dos docentes<br />

e políticas <strong>de</strong>stinadas à EJA. O fato <strong>de</strong> sermos ouvidos por alguém é um gran<strong>de</strong> passo”.<br />

(Entrevistado 5, Segmento Ong’s)<br />

Mas, <strong>de</strong> acordo com os entrevistados, os Fóruns <strong>de</strong> EJA <strong>de</strong>veriam lutar mais para que<br />

seus espaços assumam uma postura combativa e tentem contemplar a pluralida<strong>de</strong> nas<br />

discussões, porque, às vezes, limita-se muito à alfabetização, como se po<strong>de</strong> verificar abaixo:


“Já cresci muito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio das participações na minha prática, nas minhas concepções e<br />

continuo lutando enquanto membro do grupo articulador para que o fórum assuma essa<br />

postura mais combativa e tente contemplar a pluralida<strong>de</strong>, característica da EJA. As nossas<br />

discussões, às vezes, se limita muito à alfabetização”.<br />

(Entrevistado 1, Segmento Ong’s)<br />

A alfabetização também po<strong>de</strong> consistir como a base fundamental <strong>de</strong> qualquer ser<br />

humano, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da sua condição social (LIMA, 2004). Também, o espaço do Fórum,<br />

enquanto formulador <strong>de</strong> políticas públicas do campo da EJA, exige “a mobilização da<br />

socieda<strong>de</strong>, para assegurar a qualida<strong>de</strong> do processo, seu acompanhamento, seus resultados”.<br />

(RELATÓRIO-SÍNTESE do VI ENEJA, 2004, p. 04).<br />

4.2.3 Contribuição para a prática docente<br />

Quando perguntados sobre o papel dos encontros do fórum <strong>de</strong> EJA, os entrevistados<br />

<strong>de</strong>clararam o fórum realmente acrescenta uma contribuição relevante à prática docente.<br />

“Para a prática docente trás benefícios no tocante à práxis educativa por envolver os<br />

docentes...”.<br />

(Entrevistado 1, Segmento Municipal)<br />

Entretanto, construir uma prática docente satisfatória, que atenda a todas as <strong>de</strong>mandas<br />

e necessida<strong>de</strong>s básicas do sistema educacional, implica investir na qualida<strong>de</strong> da educação <strong>de</strong><br />

jovens e adultos. (FREIRE, 1997; IMBERNÓN, 2004).<br />

A prática docente começou a receber a atenção merecida a partir da década <strong>de</strong> 1980,<br />

quando aconteciam mudanças no trabalho docente, que passava a exigir do professor a


eflexão sobre o trabalho cotidiano. No entanto, uma prática docente, que valorize os<br />

conhecimentos trazidos pelos educandos respeitando sua visão <strong>de</strong> mundo, requer a<br />

compreensão da prática educativa, porque a prática pedagógica pressupõe uma relação teórico<br />

- prática, pois a teoria e a prática são indissociáveis no processo educativo. (SCHMIDT;<br />

RIBAS; CARVALHO, 2003).<br />

A palavra prática <strong>de</strong>riva do grego praktikós, <strong>de</strong> prattein, e tem sentido <strong>de</strong> agir, realizar<br />

e fazer. Segundo Japiassu e Marcon<strong>de</strong>s (1993, p.1999), “diz respeito à ação que o homem<br />

exerce sobre as coisas, aplicação <strong>de</strong> um conhecimento em uma ação concreta efetiva”.<br />

A tarefa principal do educador <strong>de</strong> EJA é aprimorar a prática docente, pois<br />

“proporcionar uma educação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria ser a tarefa principal <strong>de</strong> qualquer<br />

professor” (LIMA, 2004, p.43).<br />

Neste estudo, os entrevistados articularam vários conceitos <strong>de</strong> contribuição para a<br />

prática docente que o fórum proporciona, <strong>de</strong>ntre os quais, os mais freqüentes foram:<br />

A troca <strong>de</strong> experiências;<br />

A postura do educador <strong>de</strong> EJA;<br />

O trabalho em sala <strong>de</strong> aula.<br />

Essas idéias aparecem em comum para todos os segmentos analisados nesta pesquisa.<br />

• Trocas <strong>de</strong> experiências<br />

Para os entrevistados, a troca <strong>de</strong> experiências no encontro do fórum se constitui um<br />

momento fundamental <strong>de</strong> aprendizagem, porque permite conhecer outras práticas <strong>de</strong> ensino<br />

que po<strong>de</strong>rão ser utilizadas em sala, aliadas às que o professor conhece, passando a ser um<br />

momento reflexivo, que contribui com a qualida<strong>de</strong> do ensino <strong>de</strong> EJA. Nesse sentido, os


entrevistados enfatizam a importância <strong>de</strong>ssa troca <strong>de</strong> experiências para a ampliação e o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da sua consciência reflexiva:<br />

“Na medida em que ajuda a conhecer outras experiências, assim como reflexão sobre a<br />

temática <strong>de</strong> EJA”.<br />

(Entrevistado 5, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)<br />

“Por possibilitar trocas <strong>de</strong> experiências entre os participantes”.<br />

(Entrevistado 1 Segmento Municipal)<br />

“Pois a cada Fórum era apresentada nova experiência e complemento a minha prática”.<br />

(Entrevistado 2 Segmento Ong’s).<br />

As trocas <strong>de</strong> experiências integram os professores com outras práticas <strong>de</strong> EJA<br />

reconhecidas, assim como permitem que aconteça à apropriação <strong>de</strong> uma nova prática,<br />

constituindo-se um momento rico, visto que as experiências darão subsídios para o educador<br />

atuar em sala <strong>de</strong> aula, principalmente aqueles que estão atuando pela primeira vez como<br />

educadores <strong>de</strong> EJA.<br />

No espaço do fórum, permite-se à troca <strong>de</strong> experiências entre os vários segmentos<br />

participativos. Esse é um espaço <strong>de</strong> aprendizagem para o educador, por reunir várias pessoas<br />

com ativida<strong>de</strong>s diferenciadas, o que contribui para a aquisição <strong>de</strong> novos métodos <strong>de</strong> ensino,<br />

que po<strong>de</strong>m enriquecer a prática educativa. Para Freire (1997), a troca <strong>de</strong> experiências é<br />

fundamental para a construção <strong>de</strong> uma prática educativa reflexiva e <strong>de</strong> aprendizagem coletiva.<br />

As trocas <strong>de</strong> experiências proporcionam conhecer a vida social dos alunos, o lugar<br />

social em que estão inseridos, o que fazem, o que gostam <strong>de</strong> fazer. O conhecimento <strong>de</strong>sses<br />

aspectos pelo educador torna o ensino e a aprendizagem mais significativos. A socialização<br />

dos relatos das experiências ten<strong>de</strong> a proporcionar um ensino <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que po<strong>de</strong> servir<br />

como meio para garantir a permanência dos educandos na escola, pois


Os relatos das experiências <strong>de</strong> alfabetização e elevação da escolarida<strong>de</strong> apontam para<br />

a construção <strong>de</strong> propostas fundadas nas orientações filosóficas da pedagogia<br />

libertadora da base freireana, intentam a diminuição do analfabetismo e a garantia da<br />

continuida<strong>de</strong> dos estudos e apontam para a intervenção do po<strong>de</strong>r público no estado<br />

da exclusão social dos alunos através do acesso à escolarização e escolarida<strong>de</strong><br />

(RELATÓRIO - SÍNTESE do IV ENEJA, 2002, p.04).<br />

As trocas <strong>de</strong> experiências que acontecem nos Encontros dos Fóruns apresentam uma<br />

ligação com a categoria seguinte, a formação do educador <strong>de</strong> EJA. Mas iremos <strong>de</strong>screvê-la<br />

separadamente, pois os entrevistados a registraram em duas categorias (trocas <strong>de</strong> experiências<br />

e formação do educador <strong>de</strong> EJA) distintas.<br />

• Formação do Educador <strong>de</strong> EJA<br />

Os entrevistados acreditam que o espaço do Fórum <strong>de</strong> EJA do Estado da Paraíba<br />

contribui com a formação do educador, pois atualmente é imprescindível investir na formação<br />

docente.<br />

“O Fórum contribui com a formação do educador <strong>de</strong> EJA”.<br />

(Entrevistado 5, Segmento Municipal).<br />

“Acredito que todo espaço <strong>de</strong> discussão política vem contribuir com a nossa formação<br />

continuada”.<br />

(Entrevistado 1, Segmento Ong’s).<br />

As mudanças que aconteceram na estrutura da socieda<strong>de</strong>, no processo <strong>de</strong> trabalho,<br />

passaram a exigir a formação do educador, para que ele não se limite apenas à transmitissão<br />

<strong>de</strong> conteúdos <strong>de</strong> forma mecânica e <strong>de</strong>scontextualizada, mas que prepare o educando para a<br />

vida.<br />

A formação assume um papel que vai além do ensino que preten<strong>de</strong> uma mera<br />

atualização científica, pedagógica e didática e se transforma na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar


espaços <strong>de</strong> participação, reflexão e formação para que as pessoas aprendam e se<br />

adaptem para po<strong>de</strong>r conviver com a mudança e com a incerteza. (IMBERNÓN,<br />

2004, p.18).<br />

Para os entrevistados, o espaço do Fórum <strong>de</strong> EJA possibilita a formação do educador<br />

por conseguir mobilizar diferentes segmentos à reflexão e, principalmente, à construção <strong>de</strong><br />

uma prática pedagógica contextualizada.<br />

Com a introdução das novas tecnologias, a escola, como um todo, precisou<br />

acompanhar as mudanças que apontam para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualificar as pessoas para<br />

enfrentarem o mercado <strong>de</strong> trabalho. As mudanças envolvem a escola, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> estrutura<br />

administrativa, à parte pedagógica, como os conteúdos a serem ensinados, os aportes teóricos<br />

a serem adotados e, sobretudo, a formação docente. (MAUÉS, 2003).<br />

A formação docente contribui para uma reflexão aprofundada da realida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />

promover um ensino <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, por estar prevista nas Diretrizes Curriculares Nacionais <strong>de</strong><br />

Formação <strong>de</strong> professores do Artigo 17 31 . A formação estabelece caminhos aos educadores<br />

para irem conquistando melhorias profissionais que atingem, principalmente, o trabalho em<br />

sala <strong>de</strong> aula. (IMBERNÓN, 2004; FREIRE, 1997).<br />

Os entrevistados afirmaram que os encontros dos fóruns também trazem gran<strong>de</strong><br />

contribuição para a prática docente, como se po<strong>de</strong> confirmar na fala seguinte:<br />

“A gran<strong>de</strong> contribuição que o fórum <strong>de</strong> EJA trás é dar subsídios para a prática do meu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento profissional satisfatório”.<br />

(Entrevistado 1, Segmento Sistema ‘S”)<br />

31 O Artigo 17 enfatiza que a formação inicial e continuada <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> EJA terá como referência as<br />

Diretrizes Curriculares Nacionais apoiadas em: I. ambiente institucional com organização a<strong>de</strong>quada à proposta<br />

pedagógica; II. Investigação dos problemas <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação, buscando oferecer soluções<br />

teoricamente fundamentadas e socialmente contextualizadas; III. Desenvolvimento <strong>de</strong> práticas educativas que<br />

correlacionem teoria e prática; e IV. Utilização <strong>de</strong> métodos e técnicas que contemplem códigos e linguagens<br />

apropriados às situações especificas <strong>de</strong> aprendizagem.


De acordo com os entrevistados, existe uma preocupação em se compreen<strong>de</strong>r a<br />

modalida<strong>de</strong> como um todo. A formação profissional específica para se trabalhar com o<br />

educando da EJA foi apontada por eles como uma gran<strong>de</strong> preocupação, porquanto essa<br />

modalida<strong>de</strong> apresenta <strong>de</strong>ficiências que po<strong>de</strong>riam ser resolvidas a partir da formação. Investir<br />

na formação do educador <strong>de</strong> EJA é contribuir com a qualida<strong>de</strong> em todos os aspectos.<br />

Segundo Freire (1997, p. 103), um educador “que não leva a serio sua formação, que<br />

não estu<strong>de</strong>, que não se esforce para estar à altura <strong>de</strong> sua tarefa não tem força moral para<br />

coor<strong>de</strong>nar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sua classe”.<br />

• Trabalho em sala <strong>de</strong> aula<br />

Os entrevistados enfatizaram que os encontros do Fórum <strong>de</strong> EJA apontam novos<br />

objetivos para o trabalho em sala <strong>de</strong> aula. Esses novos objetivos têm relação com a maneira<br />

pela qual o aluno <strong>de</strong>ve apren<strong>de</strong>r, através <strong>de</strong> conteúdos significativos, ou seja, conteúdos que<br />

estejam voltados para a sua realida<strong>de</strong> e que <strong>de</strong>sperte o prazer <strong>de</strong> continuar a apren<strong>de</strong>r.<br />

“Dá novos objetivos para se trabalhar em sala <strong>de</strong> aula”<br />

(Entrevistado 4, Segmento Estado).<br />

A sala <strong>de</strong> aula é o espaço físico da escola usado para o processo <strong>de</strong> ensino e<br />

aprendizagem. É um espaço <strong>de</strong> trocas <strong>de</strong> conhecimentos e <strong>de</strong> aprendizagem coletiva, como o<br />

espaço do fórum.<br />

Na sala <strong>de</strong> aula, a aprendizagem <strong>de</strong>ve acontecer a partir do diálogo, centrado na<br />

realida<strong>de</strong> do aluno, sobretudo com o professor/educador valorizando o conhecimento trazido


por esse aluno/educando, as suas experiências <strong>de</strong> vida acumuladas. Para Freire (1997), a<br />

valorização do conhecimento que o educando traz <strong>de</strong>ve ser ponto <strong>de</strong> partida, e não, ponto <strong>de</strong><br />

chegada do processo educativo.<br />

A priorização da relação dialógica em sala <strong>de</strong> aula permite a valorização do<br />

conhecimento que o educando traz. É sem dúvida, um dos eixos fundamentais nos quais <strong>de</strong>ve<br />

se apoiar o trabalho em sala <strong>de</strong> aula.<br />

A valorização do conhecimento contribuirá para uma reflexão aprofundada, e o ensino<br />

em sala <strong>de</strong> aula será significativo para os educandos da EJA.<br />

Essa, no entanto, é uma atitu<strong>de</strong> que se torna difícil, visto que ainda estamos presos a<br />

características <strong>de</strong> ensino do método tradicional, que reduz o aluno apenas ao ato <strong>de</strong> escutar e<br />

<strong>de</strong> memorizar conteúdos <strong>de</strong>sarticulados da realida<strong>de</strong>. Para Freire (1999), essa forma <strong>de</strong><br />

educador era entendida como um processo que leva o aluno a estar inserido na educação que<br />

ele chama <strong>de</strong> bancária. Freire (1999) enten<strong>de</strong> a educação bancária como um processo em que<br />

o educador <strong>de</strong>posita “comunicado”, que os alunos recebem, memorizam e repetem. A relação<br />

é vertical, o saber é dado, fornecido <strong>de</strong> cima para baixo, e autoritário, manda quem sabe.<br />

Esse tipo <strong>de</strong> educação pressupõe um mundo harmonioso, no qual não há contradições.<br />

Daí a conservação da ingenuida<strong>de</strong> do oprimido que, como tal, acostuma-se e se acomoda no<br />

mundo conhecido (o mundo da opressão) e, eis aí, a educação exercida como prática da<br />

dominação (FREIRE, 1999).


4.2.4 Aspectos fortes e aspectos <strong>de</strong>ficientes<br />

Ao tratar da categoria aspectos fortes e <strong>de</strong>ficientes relacionados ao fórum <strong>de</strong> EJA, os<br />

entrevistados enfatizaram que esses aspectos (fortes/<strong>de</strong>ficientes) contribuem para continuarem<br />

participando, ou para <strong>de</strong>sistirem <strong>de</strong> participar dos encontros do fórum <strong>de</strong> EJA.<br />

Eles vêem com aprovação os aspectos fortes, os impulsionam a continuarem a<br />

participação nos encontros; enquanto os aspectos <strong>de</strong>ficientes colocaram os encontros do fórum<br />

em posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>svantagem para os entrevistados.<br />

4.2.4.1 Aspectos fortes<br />

Os entrevistados apontaram como aspectos fortes as palestras e os <strong>de</strong>bates e a<br />

rotativida<strong>de</strong> dos encontros do fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba.<br />

Segundo Houaiss (2001), as palestras se caracterizam pelas trocas <strong>de</strong> palavras, <strong>de</strong><br />

idéias entre duas ou mais pessoas ou conferência sobre tema cultural ou científico, enquanto<br />

os <strong>de</strong>bates se caracterizam pela luta em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma causa justa, no sentido <strong>de</strong> expor razões<br />

em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma opinião ou contra um argumento, <strong>de</strong>cisão ou or<strong>de</strong>m. Portanto, são temas<br />

semelhantes e estão interligados nas colocações enfatizadas pelos entrevistados.<br />

Palestras e <strong>de</strong>bates<br />

Para os entrevistados participantes do fórum, as palestras e <strong>de</strong>bates constituem um<br />

aspecto forte e ativam a participação das pessoas porque levam <strong>de</strong>safios presentes na realida<strong>de</strong><br />

e procuram soluções pertinentes em coletivida<strong>de</strong>, pois nos encontros dos fóruns da Paraíba<br />

para os entrevistados se tem conseguido realizar os <strong>de</strong>bates constantes.


“As palestras e o material utilizado contribuem para estimular a minha participação nos<br />

encontros”.<br />

(Entrevistado 5, Segmento Estadual)<br />

“As Palestras e Debates trazem fortes discussões atuais sobre o campo da EJA e me fazem<br />

continuar a participar dos encontros”<br />

(Entrevistado 1, Segmento Sistema “S”)<br />

As palestras e os <strong>de</strong>bates mobilizam idéias <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados assuntos, com temas<br />

diferenciados que promovem as trocas <strong>de</strong> conhecimentos por fornecerem oportunida<strong>de</strong>s para<br />

que todos possam se expressar e enriquecer a prática <strong>de</strong> EJA. Para Freire (1997) como pessoas<br />

engajadas nas ações da socieda<strong>de</strong>, não <strong>de</strong>vem poupar oportunida<strong>de</strong>s para testemunhar e<br />

discutir um <strong>de</strong>terminado tema, cuja análise proporcionará a construção <strong>de</strong> uma pessoa com<br />

capacida<strong>de</strong> crítica, criativa e participativa em prol da qualida<strong>de</strong> nesse caso, a <strong>Educação</strong> <strong>de</strong><br />

Jovens e Adultos.<br />

As palestras e os <strong>de</strong>bates nos encontros do fórum contribuem para se evitar a<br />

fragmentação dos conteúdos abordados, pois <strong>de</strong>spertam o diálogo entre os segmentos e, <strong>de</strong><br />

acordo com o Relatório-Síntese do XVI Fórum <strong>de</strong> EJA (2003), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a existência dos fóruns o<br />

mesmo assumiu a idéia <strong>de</strong> que o diálogo constante e a pluralida<strong>de</strong> constituem princípios <strong>de</strong><br />

ação na especificida<strong>de</strong> da EJA. Os segmentos entrevistados enfatizaram que esse ponto<br />

contribui como um aspecto forte para continuarem a participar dos encontros do fórum <strong>de</strong> EJA<br />

da Paraíba.<br />

Rotativida<strong>de</strong> do Fórum<br />

Ao enfatizar a rotativida<strong>de</strong> como aspecto forte que os motiva a continuarem a<br />

participar do Fórum <strong>de</strong> EJA, os entrevistados justificaram que é <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> o encontro


do fórum contribuir para aten<strong>de</strong>r a outras localida<strong>de</strong>s do Estado, como Campina Gran<strong>de</strong> e<br />

Guarabira e, atualmente, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bayeux.<br />

“A <strong>de</strong>scentralização dos fóruns para aten<strong>de</strong>r diversas partes do Estado”.<br />

(Entrevistado 5, Segmento Ong’s)<br />

Eles acrescentaram, ainda, que a rotativida<strong>de</strong> é um meio <strong>de</strong> expandir o conhecimento e<br />

conhecer outras realida<strong>de</strong>s locais, porém permanece nos encontros dos Fóruns por não<br />

permitir que todos tenham acesso a ela e, principalmente, que no espaço do fórum se garanta a<br />

permanência.<br />

4.2.4.2 Aspectos <strong>de</strong>ficientes<br />

A categoria aspectos <strong>de</strong>ficientes diz respeito aos motivos pelos quais os participantes<br />

do fórum <strong>de</strong> EJA <strong>de</strong>sistem <strong>de</strong> ir aos encontros. Através das <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong>tectadas, po<strong>de</strong>mos<br />

incentivá-los a permanecer no Fórum e lutar para melhorar as ativida<strong>de</strong>s ali <strong>de</strong>senvolvidas.<br />

Os entrevistados enfatizaram nesta categoria que vêem os aspectos <strong>de</strong>ficientes como<br />

uma falha, carência que apenas os participantes dos encontros conseguem observar exceto<br />

quem organiza o Fórum. Esse ponto <strong>de</strong>ve ser observado, visto que foi enfatizado pelos<br />

entrevistados no sentido <strong>de</strong> melhorar os futuros encontros. A avaliação dos encontros, que<br />

possivelmente acontecem quase sempre ao <strong>final</strong> dos encontros realizados não <strong>de</strong>ve resumir-se<br />

apenas a parte técnica-pedagógica do encontro, mas a administração do Fórum <strong>de</strong> EJA, neste<br />

caso, o grupo articulador.<br />

Os aspectos <strong>de</strong>ficientes são quase impossíveis <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>tectados pelo grupo<br />

articulador, pois nesta pesquisa a fala dos participantes dos diferentes segmentos obteve maior<br />

peso avaliativo, no intuito <strong>de</strong> contribuir para futuras mudanças.


De acordo com os entrevistados da pesquisa o que chama a atenção neste aspecto é a<br />

falta <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> das ações discutidas no fórum, a presença <strong>de</strong> políticos e a organização<br />

geral dos encontros.<br />

Descreveremos essas categorias a seguir com base nas opiniões dos entrevistados.<br />

Falta <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong><br />

De acordo com os entrevistados, o Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba não tem dado<br />

continuida<strong>de</strong> às principais ações elencadas nos encontros. Isso se constitui um problema ainda<br />

sem solução, pois a falta <strong>de</strong> força política impe<strong>de</strong> que muitas ativida<strong>de</strong>s sejam <strong>de</strong>senvolvidas<br />

no fórum e, conseqüentemente, que o processo seja melhorado.<br />

“A não continuida<strong>de</strong> das políticas <strong>de</strong> EJA, pois o Fórum não dar continuida<strong>de</strong>s às ações<br />

discutidas”<br />

(Entrevistado 5, Segmento Estadual)<br />

As ações discutidas nos encontros dos fóruns permanecem sem serem sistematizadas,<br />

ou seja, existe a discussão em torno dos problemas (escolarização para todos), mas, no<br />

entanto, as ações propostas po<strong>de</strong>m-se encaminhar à instituição referida no sentido <strong>de</strong> intervir e<br />

melhorar o processo.<br />

Enten<strong>de</strong>mos, portanto, que a política <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> está diretamente relacionada ao<br />

processo <strong>de</strong> ensino e aprendizagem oferecido a todos os que não tiveram escolarida<strong>de</strong> na<br />

ida<strong>de</strong> própria, como a garantia <strong>de</strong>ssa escolarização e ampliação, po<strong>de</strong>ndo ser oferecida por<br />

parte das instâncias governamental e não-governamental e por parte da socieda<strong>de</strong>. Para se


cumprir o direito à educação para todos(as), as ações, no campo da EJA, <strong>de</strong>vem ser contínuas.<br />

(RELATÓRIO-SÍNTESE do VI ENEJA, 2004).<br />

A falta <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> das ações se constitui em um fator que prejudica a<br />

especificida<strong>de</strong> da EJA, mas, os Fóruns apresentam ainda uma força política que <strong>de</strong>sfavorece<br />

as ações propostas nos encontros, visto que:<br />

A continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> políticas públicas ultrapassa a instância da alfabetização, pois<br />

qualquer continuida<strong>de</strong> está vinculada a recursos que precisam ser mais bem<br />

distribuídos no âmbito das esferas governamentais e não–governamentais<br />

(RELATÓRIO – SÍNTESE do VI ENEJA 2004, p.06).<br />

Os informantes da pesquisa também enfatizaram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver mais<br />

concordância entre a efetivação <strong>de</strong> propostas discutidas e o tempo <strong>de</strong> viabilizá-las para aten<strong>de</strong>r<br />

a todas as <strong>de</strong>mandas discutidas. Isso po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>tectado nas falas registradas abaixo:<br />

“A não operacionalização das ações propostas. Ser uma ação pontual, não ter continuida<strong>de</strong><br />

sistemática em tempo hábil. Deveria ser uma ação que tivesse continuida<strong>de</strong>”<br />

(Entrevistado 1, Segmento Municipal)<br />

“...O Fórum <strong>de</strong>veria fazer o papel <strong>de</strong> cobrar por escrito através <strong>de</strong> um documento as<br />

mudanças que todas nos ansiamos a partir das discussões travadas nos encontros”<br />

(Entrevistado 3, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)<br />

A ausência <strong>de</strong> uma força política estável do Fórum interfere na continuida<strong>de</strong> das ações<br />

<strong>de</strong> EJA. Para os entrevistados do segmento fe<strong>de</strong>ral, o fórum <strong>de</strong>veria assumir o papel <strong>de</strong> cobrar,<br />

através <strong>de</strong> um documento, uma postura mais reivindicatória. “O Fórum <strong>de</strong>ve cuidar para que<br />

as propostas apresentadas não fiquem só no papel – exista ação prática”(RELATÓRIO-<br />

SÍNTESE do XV, 2003, p.08).


Presença <strong>de</strong> Políticos<br />

Os informes da pesquisa consi<strong>de</strong>ram a “presença <strong>de</strong> políticos” como um aspecto<br />

<strong>de</strong>ficiente no espaço do fórum. Este, porém, é um espaço <strong>de</strong>mocrático, aberto a todos os que<br />

estão direta ou indiretamente engajados com a EJA na Paraíba.<br />

“A presença <strong>de</strong> político (prefeito) e, etc”<br />

(Entrevistado 2, Segmento Municipal)<br />

“A presença <strong>de</strong> políticos aproveitando-se do momento para fazer sutilmente campanha ou<br />

tentando se promover...”<br />

(Entrevistado 4, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)<br />

“O tempo que se per<strong>de</strong> ouvindo palestras <strong>de</strong> políticos e governos que não acrescentam em<br />

nada o que já sabemos e já criticamos”<br />

(Entrevistado 2, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)<br />

A presença <strong>de</strong> políticos nos Fórum é consi<strong>de</strong>rada como um aspecto negativo para os<br />

informantes porque eles enten<strong>de</strong>m que essas pessoas se aproveitam daquele espaço para<br />

discutirem políticas <strong>de</strong> governo ou promover campanhas eleitorais.<br />

Um dos entrevistados, no entanto, contradiz a esse respeito, e <strong>de</strong>monstra satisfação<br />

com a presença <strong>de</strong> políticos:<br />

“Os encontros e os assuntos discutidos, principalmente quando conhecemos no encontro do<br />

Fórum a proposta <strong>de</strong> ação do político preste a ser candidato que permite avaliarmos se este<br />

realmente merece ser eleito”<br />

(Entrevistado 4, Segmento Sistema “S”)<br />

O Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba, <strong>de</strong> acordo com o entrevistado (acima), <strong>de</strong>sempenha o um<br />

papel político <strong>de</strong> articular todas as ações <strong>de</strong>stinadas à EJA, através das colocações dos<br />

candidatos, a partir das quais se po<strong>de</strong> avaliar se realmente são favoráveis à EJA. O encontro<br />

do Fórum tem como um <strong>de</strong> seus objetivos <strong>de</strong>bater com os (as) candidatos, seja qual for a


instância, suas propostas <strong>de</strong> ação para a área <strong>de</strong> educação, com enfoque na <strong>Educação</strong> <strong>de</strong><br />

Jovens e Adultos (RELATÓRIO do XIII ENCONTRO do FÓRUM, 2002).<br />

O Fórum é um espaço <strong>de</strong> construção do conhecimento <strong>de</strong> EJA, aberto a todos os<br />

educadores que estão interligados a ações da EJA. Então, é fundamental que os políticos<br />

(candidatos a algum cargo) apresentem propostas em relação à EJA. A partir <strong>de</strong>ssas idéias, os<br />

participantes (que escolhem seu candidato através do sistema <strong>de</strong> votação) terão a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> conhecer as propostas <strong>de</strong> cada político participante. “O importante é o Fórum tomar<br />

conhecimento e discutir como cada partido político está pensando o futuro político da EJA”<br />

(RELATÓRIO do XIII ENCONTRO do FÓRUM, 2002, p.01).<br />

Organização geral<br />

Ao tratar da organização, em âmbito geral, dos encontros dos fóruns <strong>de</strong> EJA, os<br />

entrevistados mostraram-se muito insatisfeitos, <strong>de</strong>clarando, inclusive, que está aquém do que<br />

realmente <strong>de</strong>veria, conforme registram as falas seguintes:<br />

“A organização, ou seja, não fazem material suficiente para todos nos encontros”<br />

(Entrevistado 2, Segmento Ong’s)<br />

“...A falta <strong>de</strong> organização e cumprimento <strong>de</strong> horário, <strong>de</strong> algumas palestras”<br />

(Entrevistado 3, Segmento Estadual)<br />

Para os entrevistados, os encontros são mal organizados, o material pedagógico é<br />

insuficiente, ou seja, nunca há material pedagógico para contemplar todos os que estão no<br />

encontro.<br />

O não cumprimento do horário pelos palestrantes convidados também contribui para a<br />

<strong>de</strong>sorganização, pois algumas ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser sacrificadas durante o encontro. Po<strong>de</strong>-se


perceber que, para os entrevistados, a <strong>de</strong>terminação do horário <strong>de</strong> início e término das<br />

ativida<strong>de</strong>s realizadas contribui para favorecer os participantes do encontro, e a falta <strong>de</strong><br />

organização é um aspecto negativo que leva muitos participantes a <strong>de</strong>sistirem do fórum <strong>de</strong><br />

EJA.<br />

4.2.5 Permanência e <strong>de</strong>sistência<br />

Consi<strong>de</strong>ramos o binômio “permanência e <strong>de</strong>sistência” como uma das mais importantes<br />

e fundamentais variáveis <strong>de</strong>sta pesquisa, pois consiste no resultado das outras categorias que<br />

discutimos anteriormente (motivação, expectativas e realizações, contribuição para a prática<br />

docente e aspectos fortes e <strong>de</strong>ficientes), as quais foram avaliadas segundo os participantes dos<br />

segmentos fe<strong>de</strong>ral, estadual, municipal, sistema “S” e Ong’s, inseridos no Fórum <strong>de</strong> EJA. No<br />

fundo, permanecer ou <strong>de</strong>sistir não constitui uma categoria – é uma <strong>de</strong>cisão que resulta <strong>de</strong> todo<br />

um processo. Isso po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>tectado na tabela abaixo:


Tabela <strong>de</strong> permanência e <strong>de</strong>sistência<br />

S. Fe<strong>de</strong>ral 4<br />

S. Estadual 5<br />

S.Municipal -<br />

Sistema ‘S’ 4<br />

ONG’S 5<br />

4.2.5.1 Permanência<br />

Permanência Desistência<br />

75%<br />

100%<br />

0%<br />

75%<br />

Total 18<br />

100%<br />

72%<br />

1<br />

25%<br />

0<br />

0%<br />

5<br />

100%<br />

1<br />

25%<br />

-<br />

0%<br />

7<br />

28%<br />

Em relação ao item “Permanência”, os entrevistados participantes do Fórum <strong>de</strong> EJA da<br />

Paraíba enfatizaram os motivos/causas principais que os fazem se sentirem motivados a<br />

continuar a participar dos Encontros dos Fóruns, quais sejam: os relatos <strong>de</strong> experiências e a<br />

articulação, no sentido <strong>de</strong> lhes trazerem novas informações sobre o campo da EJA, em nível<br />

local e nacional.


Acesso a informações<br />

Os entrevistados enfatizaram o “Acesso a informações” como a gran<strong>de</strong> contribuição<br />

para o professor <strong>de</strong> EJA. Os motivos/causas que os instigam a permanecer no Encontro do<br />

Fórum são as informações constantes e atuais sobre a EJA, conforme revelaram os discursos<br />

abaixo:<br />

“É uma gran<strong>de</strong> contribuição para o professor <strong>de</strong> EJA, pois tem informação que este não<br />

contém, e não tem acesso a várias informações.”<br />

(Entrevistado 1, Segmento Sistema S)<br />

As trocas <strong>de</strong> informações possibilitam uma reflexão do que está acontecendo, quais são<br />

as ações que po<strong>de</strong>rão ser encaminhadas, quais as que não serão e quais ficarão apenas no<br />

papel.<br />

Os entrevistados acreditam que as participações constantes nos encontros contribuem<br />

para se ter acesso a novas informações sobre a EJA, que são significativas.<br />

Articulação<br />

“Desse modo, entendo que é uma boa articulação na medida em que ajuda a reflexão sobre a<br />

EJA. É um bom espaço para a informação”.<br />

(Entrevistado 5, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)<br />

O espaço do Fórum <strong>de</strong> EJA é visto, para os entrevistados, não apenas como um espaço<br />

informativo, mas <strong>de</strong> articulação, porquanto proporciona a reflexão sobre a EJA. O Fórum da<br />

Paraíba “<strong>de</strong>verá ser um articulador, um mediador <strong>de</strong> conflitos existentes entre o município e o<br />

Estado” (RELATÓRIO do XV ENCONTRO do FÓRUM, 2003, p. 06).


Segundo Freire (1997), o momento fundamental na educação é o da reflexão crítica,<br />

que permite ao professor conhecer mais sobre o ensino, a fim <strong>de</strong> melhorar o processo<br />

educativo, pois o Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba constitui-se um espaço <strong>de</strong> informação que vai<br />

além das apresentações sobre dados reais <strong>de</strong> pesquisas e permite a reflexão crítica sobre a<br />

EJA, que contribuirá para superar a consciência ingênua.<br />

4.2.5.2 Desistência<br />

A variável <strong>de</strong>sistência consiste na abdicação <strong>de</strong> algo que se <strong>de</strong>sejava antes, e, hoje, não<br />

mais, nos Encontros dos Fóruns <strong>de</strong> EJA da Paraíba. Cada participante apresentou o motivo<br />

particular que contribuiu para sua <strong>de</strong>sistência <strong>de</strong>sses encontros. Os motivos em comum entre<br />

os segmentos foram a falta <strong>de</strong> interesse e <strong>de</strong> expectativas frustradas, aspectos consi<strong>de</strong>rados<br />

negativos. Importa ainda salientar que essas reflexões são preciosas para i<strong>de</strong>ntificar os<br />

problemas críticos num processo <strong>de</strong> avaliação para a melhoria da qualida<strong>de</strong> no Encontro do<br />

Fórum como um todo. A analisando a tabela referida, po<strong>de</strong>mos perceber que o segmento<br />

municipal apresenta <strong>de</strong>sistência <strong>de</strong> 100%, um número significativo em relação aos outros<br />

segmentos entrevistados. Estes, <strong>de</strong> acordo com a freqüência (anexo), são os que mais<br />

participam dos Encontros do Fórum da Paraíba. Também apresentaram motivos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistência<br />

diferenciados, conforme <strong>de</strong>scrito abaixo:<br />

“Por motivo <strong>de</strong> procurar a minha participação pedagógica em universida<strong>de</strong>. E por, <strong>de</strong> certo<br />

modo, o fórum não estimular a participação continua por não ser ele próprio contínuo”.<br />

(Entrevistado 1, Segmento Municipal)<br />

“Por falta <strong>de</strong> horário disponível”.<br />

(Entrevistado 3, Segmento Municipal)


Falta <strong>de</strong> interesse<br />

Os entrevistados colocaram como motivo/causa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistência do Encontro do Fórum a<br />

falta <strong>de</strong> interesse, conforme registra a fala a seguir:<br />

“Não participo mais dos encontros dos fóruns pela falta <strong>de</strong> interesse sobre a EJA”.<br />

(Entrevistado 5, Segmento Sistema S).<br />

Po<strong>de</strong>-se perceber que a falta <strong>de</strong> interesse é particular <strong>de</strong> cada pessoa e acontece quando<br />

ela não acha mais importante conhecer sobre algo. Nesse caso, a especificida<strong>de</strong> da EJA<br />

enfatizada no Fórum. No geral, os entrevistados passaram a não ter mais interesse em<br />

participar <strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas (entre essas, discussões, mesas redondas,<br />

grupos <strong>de</strong> trabalhos, etc.) pelo Fórum <strong>de</strong> EJA porque não encontraram aspectos significativos<br />

que contribuíssem com a essência real do evento.<br />

Expectativa frustrada<br />

A expectativa frustrada foi outro motivo/causa que levou os participantes entrevistados<br />

a <strong>de</strong>sistirem <strong>de</strong> participar dos fóruns <strong>de</strong> EJA.<br />

“O motivo que me levou a <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> participar do encontro foi a ausência da expectativa que<br />

consi<strong>de</strong>rava muito importante, ou seja, a minha expectativa maior era a elaboração <strong>de</strong> uma<br />

proposta efetiva <strong>de</strong> ação para a <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos. Como não aconteceu,<br />

<strong>de</strong>sisti”. (Entrevistado 1, Segmento Fe<strong>de</strong>ral)


Po<strong>de</strong>-se perceber, na resposta do entrevistado acima, que ele <strong>de</strong>tinha uma expectativa<br />

que não foi atendida. Essa ausência contribuiu como o motivo particular que o levou a <strong>de</strong>sistir<br />

<strong>de</strong> participar do Encontro.<br />

Ao todo, sete entrevistados <strong>de</strong>sistiram <strong>de</strong> participar do Encontro do Fórum <strong>de</strong> EJA, por<br />

motivos diferenciados, porém nenhum <strong>de</strong>monstrou que po<strong>de</strong>ria voltar a fazê-lo. Portanto, suas<br />

respostas não apresentam subsídios suficientes para se <strong>de</strong>senvolver uma análise mais crítica<br />

em relação ao aspecto aqui investigado.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Após cinco anos <strong>de</strong> existência, o Fórum da Paraíba se constitui como um meio <strong>de</strong><br />

solucionar os problemas relacionados à EJA, mas não como a única forma, pois os problemas<br />

relacionados requerem soluções que não são imediatas.<br />

Em suas respostas, nas quais sugerem soluções para os problemas da EJA, os<br />

segmentos participantes do Fórum enfatizam esse espaço como um meio para reflexão e<br />

discussão sobre a EJA, atentam para uma possível articulação, não apenas dos segmentos<br />

participantes, mas <strong>de</strong> uma ação <strong>de</strong> políticas públicas em setorieda<strong>de</strong>, ou seja, <strong>de</strong> todos os que<br />

estão envolvidos com a EJA.<br />

A pesquisa presente buscou analisar a construção histórica do Fórum <strong>de</strong> EJA da<br />

Paraíba, em que os informantes pu<strong>de</strong>ram enfatizar seu ponto <strong>de</strong> vista a respeito dos encontros<br />

do Fórum <strong>de</strong> EJA, como a construção política acontecia em cada encontro e quais as suas<br />

expectativas em relação a eles.<br />

Os resultados revelaram que os participantes regulares e ocasionais <strong>de</strong>tinham motivos<br />

diferenciados para continuar no Encontro, enquanto os que <strong>de</strong>sistiram estavam <strong>de</strong>cididos a não<br />

voltar a participar por algum motivo particular.<br />

O estudo mostrou que havia, na maioria dos educadores, motivação para fazerem parte<br />

do Fórum, quando este era direcionado ao seu lado profissional. Os informantes dos<br />

segmentos fe<strong>de</strong>ral, estadual, municipal, <strong>de</strong> Ong’s e do Sistema “S” participaram do Fórum<br />

com o objetivo <strong>de</strong> adquirir novas experiências, buscar mais soluções, apren<strong>de</strong>r mais sobre a<br />

EJA e apropriar-se <strong>de</strong> mais conhecimentos.


Mas, <strong>de</strong> acordo com os entrevistados dos segmentos Ong’s e Municipais, as ações<br />

políticas <strong>de</strong>stinadas à EJA, que são discutidas nos Encontros dos Fóruns, ainda permanecem<br />

<strong>de</strong>sarticuladas, ou seja, a função política do Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba ainda é tímida, no<br />

sentido <strong>de</strong> tomar <strong>de</strong>cisões. Essa é uma das razões pelas quais esse segmento foi o que<br />

apresentou o maior índice <strong>de</strong> porcentagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistência.<br />

As ações <strong>de</strong>stinadas à EJA, segundo Soares (2002, p. 153), <strong>de</strong>vem caminhar “em busca<br />

<strong>de</strong> uma política integradora <strong>de</strong> educação <strong>de</strong> jovens e adultos: articulando atores e <strong>de</strong>finindo<br />

responsabilida<strong>de</strong>s”.<br />

Para os entrevistados, os encontros do Fórum se apresentam como um espaço não<br />

apenas <strong>de</strong> discussão, mas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> contribuição para a prática docente, visto que, no Brasil,<br />

“qualquer” pessoa po<strong>de</strong> trabalhar com a EJA. Sabemos que a prática docente <strong>de</strong>stinada aos<br />

jovens e adultos requer uma formação específica. Essa formação é uma exigência dos<br />

“Parâmetros Curriculares Nacionais”, mas os atores com cargos públicos ignoram esse<br />

Parecer, e isso contribui sobremaneira para a <strong>de</strong>squalificação da EJA.<br />

Os entrevistados enten<strong>de</strong>m que o espaço do Fórum <strong>de</strong> EJA contribui com a prática<br />

docente por privilegiar educadores, engajados com a EJA, já que esse é um momento <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> troca <strong>de</strong> experiências positivas, que po<strong>de</strong>m ser aplicadas à ação dos novos<br />

profissionais interessados que atuam com a EJA e preten<strong>de</strong>m melhorá-la.<br />

Cada segmento entrevistado registra um aspecto fundamental do Encontro do Fórum.<br />

Os entrevistados do Segmento Fe<strong>de</strong>ral 32 (nesta pesquisa entrevistamos apenas os membros das<br />

universida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> Cajazeiras e da Paraíba) avaliaram os Encontros do Fórum como um<br />

32 Po<strong>de</strong>ríamos chamar o Segmento Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Segmento Universida<strong>de</strong>, visto que outras universida<strong>de</strong>s também<br />

participam dos Encontros do Fórum, mas, como entrevistamos apenas membros pertencentes ao Segmento<br />

Fe<strong>de</strong>ral, optamos por essa <strong>de</strong>nominação.


espaço <strong>de</strong> discussão e mudança, apesar <strong>de</strong> as pessoas ainda se encontrarem em processo <strong>de</strong><br />

organização, o que <strong>de</strong>ixa muito a <strong>de</strong>sejar, no sentido <strong>de</strong> as ações serem efetivadas.<br />

O Segmento Estadual e o Sistema “S” avaliam os encontros como fundamentais, para a<br />

troca <strong>de</strong> informações, visto que contribuem com a prática profissional do educador <strong>de</strong> EJA,<br />

mas acrescentam que ainda há muitos aspectos a serem discutidos.<br />

O Segmento Municipal avalia o Fórum como um espaço que traz novos dados, que<br />

aborda os indicadores sociais da alfabetização local e nacional, proporcionando uma visão<br />

mais ampliada da situação na busca <strong>de</strong> soluções. Ainda assim, seus componentes <strong>de</strong>sistem <strong>de</strong><br />

participar do Fórum <strong>de</strong> EJA.<br />

Para os entrevistados do Segmento Ong’s, os encontros do Fórum constituem um ponto<br />

fundamental, os quais sempre trazem novida<strong>de</strong>s, e as pessoas que <strong>de</strong>le fazem parte estão<br />

comprometidas com a EJA. Eles enfatizam ainda que os espaços dos fóruns precisam ser mais<br />

explorados pelos professores e <strong>de</strong>mais profissionais que ali trabalham.<br />

Constatou-se, através <strong>de</strong>sta pesquisa, que os Encontros do Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba se<br />

fazem necessários para o crescimento da EJA, posto que se fazem em busca <strong>de</strong> uma educação<br />

igualitária e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para que todos possam ter acesso a ela. Só assim, po<strong>de</strong>remos sonhar<br />

com um Brasil realmente alfabetizado.<br />

O Fórum da Paraíba também po<strong>de</strong>ria ser um espaço <strong>de</strong> se pressionar o governo, no<br />

entanto, essa função ainda é tímida, pois tudo o que se discute nesse evento não se concretiza,<br />

visto que as ações não são sistematizadas nem encaminhadas às entida<strong>de</strong>s questionadas.<br />

Os Encontros dos Fóruns também <strong>de</strong>vem proporcionar meios <strong>de</strong> estímulo à<br />

participação, e, conseqüentemente, à avaliação dos participantes dos diferentes segmentos.<br />

Assim como as pessoas são diferentes entre si, também a composição e estrutura das<br />

necessida<strong>de</strong>s variam <strong>de</strong> indivíduo para indivíduo (BALÇÃO; CORDEIRO, 1979, p. 84).


Sendo assim, ficam aqui algumas sugestões que po<strong>de</strong>m contribuir para a satisfação dos<br />

participantes do Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba:<br />

• Avaliar os encontros do Fórum <strong>de</strong> EJA da Paraíba, anualmente, em dois momentos:<br />

primeiro, com os participantes e, segundo, com o Grupo Articulador que normalmente,<br />

avalia o trabalho, mas ainda existe uma ausência <strong>de</strong> divulgação mais sistematizada.<br />

• O Grupo Articulador <strong>de</strong>verá ouvir mais, através <strong>de</strong> pesquisas registradas, sobre os<br />

participantes dos encontros e aten<strong>de</strong>r às sugestões, <strong>de</strong> acordo com o possível. Não<br />

basta apenas escolher os temas para as discussões, mas divulgá-los com antecedência<br />

para os segmentos.<br />

• As avaliações ocorridas nos Encontros <strong>de</strong>vem ser socializadas através <strong>de</strong> um<br />

documento e enviadas para todos os segmentos (unida<strong>de</strong>s) Fe<strong>de</strong>ral (Universida<strong>de</strong>s),<br />

Estadual, Municipal, Ongs e Sistema “S” dos quais os entrevistados fazem parte.<br />

Assim, acreditamos na avaliação como um processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> sujeitos, e não,<br />

como um movimento <strong>de</strong> natureza predominantemente técnica, portanto, ajuda no processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar e fortalecer a estrutura do programa do<br />

Fórum, como um todo.<br />

Enfim, o processo avaliativo que se propõe a contribuir com a qualida<strong>de</strong> dos encontros<br />

<strong>de</strong> EJA e alcançar os objetivos propostos <strong>de</strong>ve ser contínuo nos Fóruns, pois a forma <strong>de</strong><br />

avaliar, ao longo dos tempos, vem sofrendo mudanças conforme a experiência adquirida<br />

pelos que trabalham com educação. Nesse sentido, para alcançar esse objetivo, sugere-se a<br />

implantação <strong>de</strong> um programa permanente <strong>de</strong> avaliação, envolvendo todos os participantes


dos diferentes segmentos. Ora, todos nós avaliamos individualmente o cotidiano<br />

(sistematicamente ou não), então, com a palavra, o participante do Fórum.<br />

Isso significa acreditar que se po<strong>de</strong> compartilhar uma utopia.


REFERÊNCIAS<br />

AYRES, Robinson. Diversida<strong>de</strong> na <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos: o compromisso dos<br />

Municípios. Ipatinga: Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Ipatinga, 2003.<br />

BALCÃO, Yolanda Ferreira; CORDEIRO, Laerte Leite. Comportamento Humano na<br />

Empresa. Rio <strong>de</strong> Janeiro: FGU, 1979.<br />

BARREIRA, Maria Cecília Roxo Nobre. Avaliação Participativa <strong>de</strong> programas sociais. São<br />

Paulo: Veras editora, 2000.<br />

BERTAGNA. Regina Helena. O Formal e o Informal em Avaliação. In: Avaliação:<br />

construindo o campo e a critica. Florianópolis: Insular, 2003.<br />

BERGAMINI, Cecília. Motivação nas Organizações. São Paulo: Atlas, 1997.<br />

CASTRO, Maria Helena Guimarães. Avaliação do Sistema educacional brasileiro:<br />

tendências e perspectivas. Brasília: INEP, 1998.<br />

CEPAL. A Pobreza y distribuicion Del Ingresso. In: Panorama Social da América Latina<br />

2004. Disponível em:< http://www.cepal.org/>. Acesso em: 15 fev. 2005.<br />

CONTANDRIOPOULOS, A. P. A avaliação na área da saú<strong>de</strong>: conceitos e métodos. In:<br />

HARTZ, Z. M. A. (org.). Avaliação em Saú<strong>de</strong>: dos métodos conceituais à prática na<br />

analise da implantação <strong>de</strong> programas. Rio <strong>de</strong> Janeiro: FioCruz, 2000. p. 29-47.<br />

CONTRIBUIÇÕES PARA O VII ENEJA. Disponível em: .<br />

Acesso em: 21/10/2005.<br />

COURTIS, John. Os 44 erros mais freqüentes <strong>de</strong> gerencia e como evitá-los. São Paulo:<br />

Nobel, 1991.


DI PIERRO, Maria Clara; GRACIANO, Mariângela. A educação <strong>de</strong> jovens e adultos no<br />

Brasil: informe apresentado à Oficina Regional da UNESCO para América Latina y<br />

Caribe. São Paulo, Brasil: Ação Educativa, 2003.<br />

FERREIRA, Aurélio Buarque <strong>de</strong> Holanda. Novo Dicionário da língua Portuguesa. 2.ed. Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira, 1986.<br />

FOURNEIS, Ferdinand. Como conseguiu melhores <strong>de</strong>sempenhos <strong>de</strong> seus empregados. São<br />

Paulo: Makron, 1992.<br />

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 27.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.<br />

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 5.ed. São<br />

Paulo: Paz e Terra, 1997.<br />

GOMES, Romeu. A análise <strong>de</strong> dados em Pesquisa Qualitativa. In: Pesquisa Social: teoria,<br />

método e criativida<strong>de</strong>. Petrópolis: Vozes,1996.<br />

HOUAISS, Antonio. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Instituto Antonio<br />

Houaiss <strong>de</strong> Lexicografia, 2001.<br />

HOUTART, François. Análise <strong>de</strong> Conjuntura. Disponível em:<br />

. Acesso em: 20 fev. 2005.<br />

IBGE. Censo 2000. Disponível em:< www.ibge.gov.br>. Acesso em:30 mar. 2005.<br />

IMBERNÓN, Francisco. Formação Docente e Profissional: formar-se para a mudança e a<br />

incerteza. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2004. (Coleção Questões <strong>de</strong> Nossa Época, n. 77)<br />

IRELAND, Timothy Denis. Exemplo vivo <strong>de</strong> uma boa pratica <strong>de</strong> EJA. Retratos na Pare<strong>de</strong>:<br />

saberes docentes em educação <strong>de</strong> jovens e adultos. João Pessoa: Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> e<br />

Cultura/ Textoarte, 2004. p.135-137.<br />

IRELAND, Timothy Denis; PFEIFFER, Klaus Dietmar. Um mapeamento da oferta <strong>de</strong><br />

práticas <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos no Município <strong>de</strong> João Pessoa – PB. João<br />

Pessoa: UFPB, 2001. (Relatório Final).


IRELAND, Timothy Denis. A história recente da mobilização pela educação <strong>de</strong> jovens e<br />

adultos no Brasil à luz do contexto internacional. Alfabetização e cidadania: Revista <strong>de</strong><br />

<strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos: história e memória. São Paulo, n.9 , p.09-22, mar. 2000.<br />

IRELAND, Timothy Denis. O atual estado da arte da <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos no Brasil:<br />

uma leitura a partir da V CONFINTEA e do processo <strong>de</strong> Globalização. In: <strong>Educação</strong><br />

Popular: outros caminhos. João Pessoa: Universitária/UFPB, 1999.<br />

JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, D. Dicionário Básico da Filosofia. 2.ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Zahar, 1993.<br />

KLIKSBERG, Bernardo. Desigualda<strong>de</strong> na América Latina: o <strong>de</strong>bate adiado. 2.ed. São<br />

Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2001<br />

LIMA, Ivana Maria Me<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>. Construindo Caminhos pra amenizar a evasão no ensino<br />

noturno. In: SILVA, José Barbosa da. (org.) Retratos na Pare<strong>de</strong>: saberes docentes em<br />

educação <strong>de</strong> jovens e adultos. João Pessoa: Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> e Cultura/ Textoarte,<br />

2004. p. 41-48.<br />

LUDKE, M., ANDRÉ ,M.E.D. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo:<br />

EPU, 1986.<br />

MACHADO, Maria Margarida. A trajetória da EJA na década <strong>de</strong> 90 – Políticas Públicas<br />

sendo substituídas por “Solidarieda<strong>de</strong>”. Disponível em: . Acesso em: 20/07/04.<br />

MAUÉS, Olgaíses Cabral. Reformas internacionais da educação e formação <strong>de</strong> professores.<br />

Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Pesquisa, São Paulo, n. 118, mar. 2003.<br />

MEC. Conferência Regional Preparatória e V Conferência Internacional sobre <strong>Educação</strong><br />

<strong>de</strong> Adultos. Brasília: MEC/SEF, 1998.<br />

MINAYO, Maria Cecilia <strong>de</strong> Souza (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criativida<strong>de</strong>.<br />

Petrópolis: Vozes, 1996.<br />

MINAYO, Maria Cecília <strong>de</strong> Souza. O <strong>de</strong>safio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em<br />

saú<strong>de</strong>. São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro: HUCITEC-ABRASCO, 1992.


PAIVA, Jane. Assumindo compromissos: a socieda<strong>de</strong> civil e a tarefa da alfabetização.<br />

2004. Disponível em: < www. informação.srv/telecongresso/main >. Acesso em: 20. Julho.<br />

2004.<br />

PFEIFFER, Klaus Dietmar. Globalização Econômica e Políticas Educacionais na América<br />

Latina. In: Revista Temas em <strong>Educação</strong> da UFPB/CE, João Pessoa, n.5, 1996.<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do I Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do Estado<br />

da Paraíba, Campina Gran<strong>de</strong>, Janeiro <strong>de</strong> 2000. (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do II Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do Estado<br />

da Paraíba, João Pessoa, 21 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2000. (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do III Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, João Pessoa, 12 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2000. (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do IV Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, Campina Gran<strong>de</strong>, 19 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2000. (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do V Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do Estado<br />

da Paraíba, João Pessoa 10 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2000. (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do VI Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, Campina Gran<strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2000 (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do VII Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, Guarabira 23 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2001 (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do VIII Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, João Pessoa 08 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2001. (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do IX Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, Campina Gran<strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2001 (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do X Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do Estado<br />

da Paraíba, João Pessoa 31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2001. (Grupo Articulador).


RELATÓRIO-SÍNTESE do XI Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, Campina Gran<strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2002 (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do XII Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, Guarabira 12 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002 (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do XIII Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, João Pessoa 05 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2002. (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do XIV Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, Campina Gran<strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2002 (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do XV Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, João Pessoa 02 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2003. (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do XVI Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, Campina Gran<strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2003. (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do XIX Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, João Pessoa 26 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004. (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do XXI Encontro do Fórum <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e adultos do<br />

Estado da Paraíba, Guarabira 18 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2004. (Grupo Articulador).<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do I Encontro Nacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos: Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro - RJ, 1999.<br />

RELATÓRIO-SÍNTESE do II Encontro Nacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos: Campina<br />

Gran<strong>de</strong> - PB, 2000.<br />

RELATORIO-SÍNTESE do IV Encontro Nacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos: Belo<br />

Horizonte - MG, 2002.<br />

RELATORIO-SÍNTESE do V Encontro Nacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos – V<br />

ENEJA, 2003.


RELATORIO-SÍNTESE do VI Encontro Nacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos: Porto<br />

Alegre – RS, VI ENEJA, 2004.<br />

REZENDE PINTO, José Marcelino <strong>de</strong>. Financiamento da <strong>Educação</strong> no Brasil: Um Balanço<br />

do Governo FHC (1995-2002). Revista <strong>de</strong> Ciência da <strong>Educação</strong>, Campinas, v. 23, n.80, p.<br />

109-136, set. 2002. (Quadrimestral/ Número Especial).<br />

RICHARDSON, Roberto Jarry. (e colaboradores). Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3.ed.<br />

revista e ampliada. São Paulo: Atlas, 1999.<br />

SANTOS, Milton. O País Distorcido: o Brasil, a globalização e a cidadania. São Paulo:<br />

Publifolha, 2002.<br />

SANTOS, Milton. Por uma outra Globalização: do pensamento único à consciência<br />

universa. 7.ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Record, 2001.<br />

SINGER, Paul. Globalização e Desemprego: diagnóstico e alternativas. 3.ed. São Paulo:<br />

Contexto, 1999.<br />

SILVA, Telma Marques. A pobreza e a saú<strong>de</strong>: que perspectivas <strong>de</strong> vida saudável teremos para<br />

o século XXI?. In: Saú<strong>de</strong>, Desenvolvimento e Globalização: um <strong>de</strong>safio para os gestores<br />

do terceiro milênio. São Paulo: Ícone, 2002.<br />

SOARES, Leôncio. O Surgimento dos fóruns <strong>de</strong> EJA no Brasil: articular, socializar e intervir.<br />

Alfabetização e Cidadania, RAAAB – Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Apoio à Alfabetização do Brasil, n. 17, maio<br />

2004. p. 25-35.<br />

SOARES, Leôncio. Diretrizes Curriculares: <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: DP&A, 2002.<br />

SOARES, Maria Clara Couto. Banco Mundial: políticas e reformas. In: DE TOMMASI,<br />

Lívia; WARDE, Mirian Jorge & HADDAD, Sergio. O Banco Mundial e as Políticas<br />

Educacionais. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2003.p.15-40.<br />

SCHMIDT, Lei<strong>de</strong> Mara; RIBAS, Marina Holzmann; CARVALHO, Marlene Araújo <strong>de</strong>. A<br />

prática pedagógica como fonte <strong>de</strong> conhecimento. In: ALONSO, Myrtes (Org.). O trabalho<br />

docente: teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Pioneira, 2003.


TAVARES, Maria da Conceição. Globalização e o Estado Nacional. Folha <strong>de</strong> São Paulo, São<br />

Paulo, 12 out. 1997.<br />

TRIVINOS, Augusto Nibalto Silva. Introdução a Pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa<br />

qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.<br />

UM Em Cada Seis Paraibanos é Analfabeto. Jornal Correio da Paraíba, João Pessoa,<br />

mar.2005. Disponível em: . Acesso em: 02 mar. 2005.<br />

UNESCO. La educacion <strong>de</strong> personas jovens y adultas em América Latina y el Caribe:<br />

priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acción em el siglo xxi. Santiago, Chile: Unesco, 2000.


Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A)<br />

Eu, Ivana Maria Me<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> Lima, aluna do Programa <strong>de</strong> Pós - Graduação do Mestrado em<br />

<strong>Educação</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba (UFPB) estou realizando uma pesquisa com o<br />

título “O FÓRUM DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DA PARAÍBA: uma<br />

avaliação dos primeiros cinco anos <strong>de</strong> existência”, com o objetivo <strong>de</strong> avaliar a as ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>senvolvidas sob um olhar dos segmentos participantes. Para a realização do mesmo gostaria<br />

<strong>de</strong> solicitar sua participação voluntária respon<strong>de</strong>ndo as perguntas que serão feitas, porque você<br />

faz parte <strong>de</strong> algum segmento (fe<strong>de</strong>ral, estadual, municipal, Ong’s e Sistema “S”). No entanto,<br />

garanto o anonimato e o sigilo das informações, bem como o direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> participar<br />

da referida pesquisa. Enfatizo ainda, que os resultados serão apresentados e possivelmente<br />

publicados com absoluta fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> das informações.<br />

A sua participação nessa pesquisa certamente po<strong>de</strong>rá contribuir para a melhoria da qualida<strong>de</strong><br />

da EJA em todos os aspectos.<br />

Eu _________________________________________________, estando ciente dos objetivos<br />

da pesquisa aceito participar da mesma <strong>de</strong> livre e espontânea vonta<strong>de</strong>.<br />

__________________________________________________<br />

Assinatura do Entrevistado<br />

___________________________________________________<br />

Assinatura do Entrevistador<br />

João Pessoa, _______ <strong>de</strong> ____________ <strong>de</strong> _________.


Participante regular<br />

Participante ocasional<br />

Participante que <strong>de</strong>sistiu<br />

Questionário aplicado na Entrevista (Apêndice B)<br />

1) Você da aula em classes <strong>de</strong> EJA? ( ) Sim ( )Não<br />

2) Em qual cida<strong>de</strong>?_________________________________________________________<br />

3) E qual é o programa?______________________________________________________<br />

4) A qual segmento (Fe<strong>de</strong>ral, Estadual, Municipal, Ong’s, Sistema S, etc) você<br />

pertence?_________________________________________________________________<br />

5) Em quantos encontros do Fórum você já participou?_____________________________<br />

6) Em que ano foi o primeiro?_________________________________________________<br />

7) Porque você participa/participou do Fórum? Quais são/foram os motivos?<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

8) Quais são/foram suas expectativas ao Fórum?<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

9) Até que ponto estas expectativas se realizaram?<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________


10) O Fórum traz alguma contribuição a sua prática docente <strong>de</strong> EJA?<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

11) De qual maneira?<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

12) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra como positivo no Fórum?<br />

___________________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

13) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra negativo no Fórum?<br />

___________________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

14) Em caso <strong>de</strong> não participar mais: Porque <strong>de</strong>sistiu?<br />

___________________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

15) Faça uma avaliação geral dos fóruns em que você participou!<br />

___________________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________________<br />

Muitíssima obrigada pela colaboração!


1) Participante que <strong>de</strong>sistiu<br />

2) Participante ocasional<br />

3) Participante regular<br />

4) Participante regular<br />

5) Participante ocasional<br />

1) Você da aula <strong>de</strong> EJA?<br />

1) não<br />

2) sim<br />

3) não<br />

4) não<br />

5) sim<br />

2) Em qual cida<strong>de</strong>?<br />

1) (não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

2) João Pessoa<br />

3) (não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

4) (não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

5) Guarabira<br />

Entrevistas por Segmentos (Apêndice C)<br />

SEGMENTO FEDERAL<br />

Dos cinco participantes, 4 dão aula na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João Pessoa.


3) E qual é o programa?<br />

1) (não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

2) Programa Alfabetização Solidária.<br />

3) (não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

4) (não da aula)<br />

5) (não da aula)<br />

4) A qual segmento você pertence?<br />

1) UFPB<br />

2) UFPB<br />

3) UFPB<br />

4) UFPB<br />

5) UFPB<br />

5) Em quantos encontros do Fórum você já participou?<br />

1) dois encontros<br />

2) três<br />

3) doze encontros<br />

4) em três<br />

5) três encontros.<br />

6) Em qual ano foi o primeiro?<br />

1) 1999<br />

2) 1999


3) 2000<br />

4) 2001<br />

5) 2003.<br />

7) Porque você participa/participou do Fórum? Quais são/foram os motivos?<br />

1) Porque me i<strong>de</strong>ntifico com a <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos. Os motivos foram <strong>de</strong> acreditar<br />

numa mudança educacional no Brasil.<br />

2) Conhecer as políticas para EJA; Socializar experiências e contribuir para o crescimento da<br />

EJA no Estado.<br />

3) Para apren<strong>de</strong>r mais sobre a EJA, discutindo e analisando a conjuntura atual, pois a mesma<br />

atinge a EJA. e o papel do Fórum é criar subsídios que possam melhorar a qualida<strong>de</strong> da EJA<br />

no Brasil.<br />

4) Para adquirir novos conhecimentos sobre a EJA, em torno da sua especificida<strong>de</strong>.<br />

5) Por participar <strong>de</strong> uma ong que trabalha com EJA e compor o grupo articulador do fórum.<br />

Interesse pela temática da EJA e por pesquisador.<br />

8) Quais são/foram suas expectativas ao fórum?<br />

1) Foram a <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater e buscar uma solução para os alunos inclusos na <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e<br />

Adultos.<br />

2) De <strong>de</strong>nunciar boas perspectivas <strong>de</strong> luta para ampliar esse direito as classes populares.<br />

3) Em adquirir novas experiências através das discussões que envolvem os problemas da EJA.<br />

4) Fazer uma analise profunda da EJA para investir na qualida<strong>de</strong>


5) Momento <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> informações e experiências sobre EJA; momento <strong>de</strong> reflexão sobre a<br />

política <strong>de</strong> EJA no Estado, e momento <strong>de</strong> buscar sensibilizar o po<strong>de</strong>r publico para assumir a<br />

política <strong>de</strong> EJA no momento política publica.<br />

9) Até que ponto estas expectativas se realizaram?<br />

1) Não se realizaram, porque <strong>de</strong>ixei a discussão teórica para uma prática interdisciplinar.<br />

2) Não se realizaram.<br />

3) Acredito que minhas expectativas não se realizaram ainda, porque é um processo <strong>de</strong><br />

construção a cada encontro do Fórum. Quando atingir os 100%, <strong>de</strong>ixo <strong>de</strong> freqüentar o fórum.<br />

Temos sempre que discutir o papel da EJA.<br />

4) Ainda não se realizaram<br />

5) Na medida em que estamos precisando visibilida<strong>de</strong> da temática <strong>de</strong> EJA e um maior<br />

interesse do po<strong>de</strong>r público para política <strong>de</strong> EJA e uma articulação das diversas experiências.<br />

10) O Fórum trás alguma contribuição a sua prática docente <strong>de</strong> EJA?<br />

1) Sim, no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar pra critica do projeto.<br />

2) Sim<br />

3) Sim, é impossível pensar a EJA, quando comecei a ensinar adultos em 1997.<br />

4) Sim<br />

5) Sim, na medida em que ajudar a conhecer outras experiências, assim como reflexão sobre a<br />

temática <strong>de</strong> EJA.<br />

11) De qual maneira?<br />

1) Olhar diferente, para cada aluno na buscar da conscientização social.


2) No que se refere aos aspectos técnicos e pedagógicos nada a acrescentar. A nível político<br />

em parte.<br />

3) As mudanças na especificida<strong>de</strong> da EJA, como envolver trabalho e educação, como também<br />

em vista a situação da EJA, em muitos aspectos, e como uma gran<strong>de</strong> parte (número <strong>de</strong><br />

pessoas) não sabe ler, nem escrever e o problema do analfabetismo funcional.<br />

4) Nos conteúdos discutidos sobre o qual tenho curiosida<strong>de</strong>, pois contribuíram para uma nova<br />

postura <strong>de</strong> um educador <strong>de</strong> EJA<br />

5) Na medida em que há uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexão e troca <strong>de</strong> experiências.<br />

12) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra positivo no fórum?<br />

1) O <strong>de</strong>bate.<br />

2) À vonta<strong>de</strong> dos Educadores em buscar e conquistar meios para uma política “<strong>de</strong>finida” que<br />

garanta a qualida<strong>de</strong>, o acesso e permanência dos educadores na escola.<br />

3) As discussões sobre a especificida<strong>de</strong> da EJA, como: evasão, repetência, formação dos<br />

professores, os dados no Brasil sobre a EJA. Como também as trocas <strong>de</strong> experiências.<br />

4) A socialização das experiências positivas, as palestras quando ministradas por pessoas que<br />

realmente sabem alguns temas trazidos para a discussão.<br />

5) A Articulação entre entida<strong>de</strong>s e instituições que trabalha com EJA. É um momento <strong>de</strong><br />

informação e reflexão sobre a prática <strong>de</strong> EJA e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter uma maior visibilida<strong>de</strong><br />

a temática <strong>de</strong> EJA.<br />

13) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra negativo no fórum?<br />

1) As propostas não serem incluídas com práticas.


2) O tempo que se per<strong>de</strong> ouvindo palestras <strong>de</strong> políticos e governos que não acrescenta em<br />

nada o que já sabemos e já criticamos.<br />

3) Algumas palestras em não trazer nenhuma contribuição, também não trazem outros<br />

palestrantes <strong>de</strong> outros estados para falar da EJA, pois na maioria das vezes os assuntos e as<br />

pessoas se repetem, tornando o encontro cansativo, como também as discussões permanecem.<br />

O fórum <strong>de</strong>veria fazer o papel <strong>de</strong> cobrar por escrito através <strong>de</strong> um documento às mudanças<br />

que todas nos ansiamos a partir das discussões travadas nos encontros.<br />

4) A presença <strong>de</strong> políticas aproveitando-se do momento para fazer sutilmente campanha ou<br />

tentando se promover; a falta <strong>de</strong> pressionar o po<strong>de</strong>r público, a não continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> políticas<br />

públicas.<br />

5) A falta <strong>de</strong> uma ação mais positiva e reivindicatória do fórum porquanto como uma entida<strong>de</strong><br />

da socieda<strong>de</strong> civil.<br />

14) Em caso <strong>de</strong> não participar mais porque <strong>de</strong>sistiu?<br />

1) Por que não houve expectativa para uma proposta efetiva <strong>de</strong> ação direta e inclusiva na<br />

<strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos.<br />

2) (sem resposta, por que não <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> participar)<br />

3) (sem resposta, por que não <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> participar)<br />

4) (sem resposta, por que não <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> participar)<br />

5) (sem resposta, por que não <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> participar)<br />

15) Faça uma avaliação geral dos fóruns em que você participou!<br />

1) A avaliação que faço é que é, importante ter, é um meio, mais não é solução.<br />

2) Regular.


3) Acredito que conseguir articular algo interessante em termo <strong>de</strong> assunto com o meu trabalho,<br />

mas o fórum em termo <strong>de</strong> discussão e mudança ainda <strong>de</strong>ixa muito a <strong>de</strong>sejar.<br />

4) Nos fóruns que participei percebi que as pessoas estão tentando se organizar, mas ainda<br />

<strong>de</strong>ixa muito a <strong>de</strong>sejar por isso, consi<strong>de</strong>ro como um futuro espaço <strong>de</strong> mudança.<br />

5) Desse modo entendo que é uma boa articulação na medida em que ajudo a na reflexão<br />

sobre a EJA, a um bom espaço para a informação.


1) Participante ocasional<br />

2) Participante ocasional<br />

3) Participante ocasional<br />

4) Participante ocasional<br />

5) Participante ocasional<br />

1) Você da aula <strong>de</strong> EJA?<br />

1) sim<br />

2) sim<br />

3) não<br />

4) sim<br />

5) sim<br />

2) Em qual cida<strong>de</strong>?<br />

1) João Pessoa<br />

2) João Pessoa<br />

3) Não dá aula <strong>de</strong> EJA<br />

4) João Pessoa<br />

5) João Pessoa<br />

SEGMENTO ESTADUAL


3) E qual é o programa?<br />

1) 1º ciclo<br />

2) 2º ciclo<br />

3) Não dá aula <strong>de</strong> EJA<br />

4) 1º ciclo<br />

5) 1º ciclo<br />

4) A qual segmento você pertence?<br />

1) Estadual<br />

2) Estadual<br />

3) Estadual<br />

4) Estadual<br />

5) Estadual<br />

5) Em quantos encontros do Fórum você já participou?<br />

1) dois encontros<br />

2) um encontro<br />

3) um encontro<br />

4) dois encontros<br />

5) dois encontros<br />

6) Em qual ano foi o primeiro?<br />

1) 2004<br />

2) 2004


3) 2004<br />

4) 2003<br />

5) 2004<br />

7) Porque você participa/participou do Fórum? Quais são/foram os motivos?<br />

1) Porque comecei a ensinar a EJA e sentir a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> me atualizar.<br />

2) Buscar e adquirir novos conhecimentos.<br />

3) Porque a escola estava com duas turmas <strong>de</strong> EJA, e queríamos saber como funcionava a o<br />

EJA com outras escolas.<br />

4) Para adquirir mais experiência.<br />

5) Porque lecionava na EJA.<br />

8) Quais são/foram suas expectativas ao fórum?<br />

1) De adquirir conhecimentos sobre a EJA.<br />

2) Foram boas<br />

3) Trazer novas experiências e conhecimentos para adaptamos e colocarmos em nossa prática.<br />

4) Para conhecer mais sobre o fórum<br />

5) Para apren<strong>de</strong>r mais sobre a EJA.


9) Até que ponto estas expectativas se realizaram?<br />

1) Não se realizaram, <strong>de</strong>ixou muito a <strong>de</strong>sejar.<br />

2) Foi realizada, pois obtive mais conhecimento.<br />

3) Foi bastante válida, porque percebemos que a nossa realida<strong>de</strong> não era muito diferente, e que<br />

a nossa prática estava <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> o contexto que foi apresentado e discutido no EJA.<br />

4) Em todas<br />

5) Ainda não se realizaram.<br />

10) O Fórum trás alguma contribuição a sua prática docente <strong>de</strong> EJA?<br />

1) Sim<br />

2) Sim<br />

3) Não<br />

4) Sim<br />

5) Sim<br />

11) De qual maneira?<br />

1) Pelas trocas <strong>de</strong> informações entre e com outros participantes do Fórum.<br />

2) Houve uma troca <strong>de</strong> conhecimentos.<br />

3) Por não ser professora <strong>de</strong> EJA, os conhecimentos não pu<strong>de</strong>ram ser aplicados em sala <strong>de</strong><br />

aula.<br />

4) Dá novos objetivos para se trabalhar em sala <strong>de</strong> aula.<br />

5) Através das palestras e discussões.


12) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra positivo no fórum?<br />

1) As Inter-relações pessoais (As trocas <strong>de</strong> Informações).<br />

2) Palestras, amiza<strong>de</strong>s que foram que foram conquistadas. Como também os trabalhos em<br />

grupos e as dinâmicas.<br />

3) O aspecto positivo é um espaço que se dá aos profissionais para discutir suas práticas,<br />

conhecer nossas realida<strong>de</strong>s, etc.<br />

4) Os assuntos discutidos<br />

5) As palestras e o material utilizado<br />

13) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra negativo no fórum?<br />

1) O horário é muito cansativo.<br />

2) Pontualida<strong>de</strong><br />

3) A cobrança <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> inscrição e a falta <strong>de</strong> organização e cumprimento <strong>de</strong> horário, <strong>de</strong><br />

algumas palestras.<br />

4) A organização e a falta <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> políticas que envolvem a EJA<br />

5) A não continuida<strong>de</strong> das políticas <strong>de</strong> EJA.<br />

14) Em caso <strong>de</strong> não participar mais porque <strong>de</strong>sistiu?<br />

1) (não <strong>de</strong>sistir)<br />

2) (não <strong>de</strong>sistir)<br />

3) (não <strong>de</strong>sistir)<br />

4) (não <strong>de</strong>sistir)<br />

5) (não <strong>de</strong>sistir).


15) Faça uma avaliação geral dos fóruns em que você participou!<br />

1) É muito importante a realização dos fóruns, pois contribui com a nossa pratica, porque há<br />

trocas <strong>de</strong> informações e os temas abordados são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para o nosso<br />

crescimento profissional.<br />

2) Todos que participaram foram bons.<br />

3) Avaliação positiva, à medida que lhe proporcionava um espaço <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong> práticas,<br />

trazendo-lhes novos conhecimentos.<br />

4) Os Fóruns foram bons, mas ainda há muita coisa a ser discutida.<br />

5) As palestras não foram bem transmitidas.


1) Participante que <strong>de</strong>sistiu<br />

2) Participante que <strong>de</strong>sistiu<br />

3) Participante que <strong>de</strong>sistiu<br />

4) Participante que <strong>de</strong>sistiu<br />

5) Participante que <strong>de</strong>sistiu<br />

1) Você da aula <strong>de</strong> EJA?<br />

1) não<br />

2) sim<br />

3) sim<br />

4) sim<br />

5) sim<br />

2) Em qual cida<strong>de</strong>?<br />

1) (Não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

2) João Pessoa<br />

3) João Pessoa<br />

4) João Pessoa<br />

5) João Pessoa<br />

SEGMENTO MUNICIPAL


Dos cinco participantes, 4 dão aula na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João Pessoa.<br />

3) E qual é o programa?<br />

1) (não da aula <strong>de</strong> eja)<br />

2) PEJA<br />

3) 1º ciclo<br />

4) 1º ciclo<br />

5) 2º ciclo<br />

4) A qual segmento você pertence?<br />

1) Município<br />

2) Município<br />

3) Município<br />

4) Município<br />

5) Município<br />

5) Em quantos encontros do Fórum você já participou?<br />

1) três encontros<br />

2) todos <strong>de</strong> 2002 até 2004<br />

3) seis encontros<br />

4) per<strong>de</strong>u a conta<br />

5) dois encontros.<br />

6) Em qual ano foi o primeiro?<br />

1) No ano <strong>de</strong> 1999


2) Sem resposta<br />

3) Sem resposta<br />

4) Não se lembra<br />

5) não lembra do ano, apenas do local <strong>de</strong> realização na UNIPÊ.<br />

7) Porque você participa/participou do Fórum? Quais são/foram os motivos?<br />

1) Pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater questões pedagógicas inerentes a <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e<br />

Adultos e elaborar documentos reivindicatórios <strong>de</strong> projetos e/ ou ações em políticas públicas<br />

em educação.<br />

2) Para adquirir mais experiências e informações.<br />

3) Em principio só curiosida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>pois para obter novos conhecimentos e a participação, com<br />

vários segmentos do nosso estado.<br />

4) Participei porque esperava que fosse obter novida<strong>de</strong>s, porém nada <strong>de</strong> novo.<br />

5) Porque, vivo a procura <strong>de</strong> inovações, porque procuro saber novos dados, novos segmentos<br />

que possam surgir.<br />

8) Quais são/foram suas expectativas ao fórum?<br />

1) Várias: <strong>de</strong> que com o Fórum pudéssemos elaborar documentos reivindicatórios que<br />

realmente, tivessem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> melhorias educacionais nas políticas<br />

públicas em educação.<br />

2) As minhas expectativas foram frustradas<br />

3) Foram consi<strong>de</strong>radas boas como os <strong>de</strong>bates bem discutidos e participativos.<br />

4) Os encontros sempre aconteciam à mesma coisa


5) Muito boa, pois os dados que foram <strong>de</strong>monstrados pelos palestrantes foram <strong>de</strong> uma<br />

importância muito gran<strong>de</strong> para mim, pois até então para mim eram <strong>de</strong>sconhecidos.<br />

9) Até que ponto estas expectativas se realizaram?<br />

1) As minhas expectativas não foram realizadas. Para mim, ficaram só em documentos<br />

escritos, ou seja, não foram postas em prática.<br />

2) Em parte<br />

3) Em vários pontos como a união e discussão dos segmentos em grupos por uma<br />

alfabetização para nosso Estado, nossos alunos da EJA.<br />

4) Não quis respon<strong>de</strong>r.<br />

5) A partir do momento em que <strong>de</strong>sconhecia “vários aspectos”, esses aspectos foram<br />

totalmente esquecidos.<br />

10) O Fórum trás alguma contribuição a sua prática docente <strong>de</strong> EJA?<br />

1) Sim. Para a prática docente trás benefícios no tocante a práxis educativa por envolver os<br />

docentes em <strong>de</strong>bates sobre a EJA e possibilitar trocas <strong>de</strong> experiências.<br />

2) O Fórum contribui com a formação do educador <strong>de</strong> EJA.<br />

3) Sim<br />

4) Contribui pouco, porque a experiência do professor, já vem <strong>de</strong> longas datas.<br />

5) Com certeza<br />

11) De qual maneira?<br />

1) Por possibilitar trocas <strong>de</strong> experiências entre os participantes, discussões sobre a melhoria da<br />

atuação do professor <strong>de</strong> EJA.<br />

2) Conhecendo a vida social, dos alunos, <strong>de</strong>ntro das experiências apresentadas.


3) Foi <strong>de</strong> suma importância os relatos <strong>de</strong> experiência em sala <strong>de</strong> aula<br />

4) Nas dinâmicas, e no modo <strong>de</strong> pensar o outro.<br />

5) De várias maneiras, pois os encontros nos mostram as verda<strong>de</strong>iras estratégias para lidarmos<br />

com alunos (motivação).<br />

12) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra positivo no fórum?<br />

1) O encontro entre os docentes, à elaboração <strong>de</strong> documentos reivindicativos, porém negativo,<br />

pois fica só no escrito e os <strong>de</strong>bates.<br />

2) Os <strong>de</strong>bates com pessoas do Projeto Pés no Chão, e os professores da Universida<strong>de</strong> Luiz <strong>de</strong><br />

Sousa Junior e José Francisco <strong>de</strong> Melo Neto.<br />

3) As trocas <strong>de</strong> experiências<br />

4) Encontro com as colegas, porque a equipe continua a mesma.<br />

5) O encontro com vários profissionais da área, experiências <strong>de</strong>monstradas, dados e<br />

informações novas.<br />

13) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra negativo no fórum?<br />

1) A não operacionalização das ações propostas. Ser uma ação pontual, não ter continuida<strong>de</strong><br />

sistemática em tempo hábil. Deveria ser uma ação que tivesse continuida<strong>de</strong>.<br />

2) A presença <strong>de</strong> político (prefeito) e, etc.<br />

3) O não atendimento <strong>de</strong> nossas reivindicações (como gratificações para os professores).<br />

4) Sempre as normas<br />

5) Na minha visão não existe<br />

14) Em caso <strong>de</strong> não participar mais porque <strong>de</strong>sistiu?


1) Por motivo <strong>de</strong> procurar a minha formação pedagógica em universida<strong>de</strong>. E por, <strong>de</strong> certo<br />

modo o fórum, não estimular a participação continua por não ser ele próprio continuo.<br />

2) Por que até agora nunca paguei para fazer estes encontros, infelizmente está acontecendo.<br />

3) Por falta <strong>de</strong> horário disponível<br />

4) Por tudo que já falei<br />

5) Desistir <strong>de</strong> participar<br />

15) Faça uma avaliação geral dos fóruns em que você participou!<br />

1) Os <strong>de</strong>bates foram positivos e proveitosos. Contudo, a ano continuida<strong>de</strong>, digo a realização<br />

dos fóruns ser mais sistematizado, ser continuo e que realmente as ações fossem colocadas em<br />

prática, o que não são. Isto é negativo.<br />

2) Todos foram ótimos.<br />

3) Foi muito importante para mim, pois tive oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer e participar <strong>de</strong> relatos<br />

com outros segmentos e conhecer melhor o programa EJA.<br />

4) Não acrescentou nada<br />

5) Os fóruns no qual participei foram muito importantes todos trouxeram dados<br />

importantíssimos, dados que não são divulgados e nos sempre ficamos sem enten<strong>de</strong>r alguns<br />

aspectos que estão inseridos na EJA.


1) Participante ocasional<br />

2) Participante ocasional<br />

3) Participante ocasional<br />

4) Participante regular<br />

5) Participante que <strong>de</strong>sistiu<br />

1) Você da aula <strong>de</strong> EJA?<br />

1) sim<br />

2) sim<br />

3) sim<br />

4) sim<br />

5) não<br />

2) Em qual cida<strong>de</strong>?<br />

1) João Pessoa<br />

2) João Pessoa<br />

3) João Pessoa<br />

4) Santa Rita<br />

5) (Não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

SISTEMA “S”


3) E qual é o programa?<br />

1) 1º e 2º serie.<br />

2) 1º serie<br />

3) 1º serie.<br />

4) 1º serie<br />

5) (Não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

4) A qual segmento você pertence?<br />

1) Sistema Sesi<br />

2) Sistema Sesi<br />

3) Sistema Sesi<br />

4) Sistema Sesi<br />

5) Sistema Sesi<br />

5) Em quantos encontros do Fórum você já participou?<br />

1) aproximadamente em <strong>de</strong>z encontros<br />

2) dois encontros<br />

3) <strong>de</strong> dois a três encontros<br />

4) cinco encontros<br />

5) dois encontros<br />

6) Em qual ano foi o primeiro?<br />

1) No ano <strong>de</strong> 2000


2) No ano <strong>de</strong> 2001<br />

3) No ano <strong>de</strong> 2002<br />

4) No ano <strong>de</strong> 2002<br />

5) No ano <strong>de</strong> 1997<br />

7) Porque você participa/participou do Fórum? Quais são/foram os motivos?<br />

1) Para adquirir mais conhecimento, experiência e integração com outras entida<strong>de</strong>s que<br />

participam do fórum.<br />

2) Por interesse <strong>de</strong> trabalho, motivo <strong>de</strong> requerer mais conhecimento no ensino pedagógico.<br />

3) Para adquirir mais conhecimentos<br />

4) Para apren<strong>de</strong>r mais<br />

5) Porque lecionava na EJA.<br />

8) Quais são/foram suas expectativas ao fórum?<br />

1) Curiosida<strong>de</strong>s nas informações que os organizadores preparavam para os participantes.<br />

2) Foram boas<br />

3) Positiva<br />

4) Para conhecer mais sobre a verda<strong>de</strong>ira função do fórum<br />

5) Para adquiri mais experiência.<br />

9) Até que ponto estas expectativas se realizaram?<br />

1) Quando coloca em pratica a informação adquirida no meu lado profissional.<br />

2) Realizaram na experiência e em ter mais conhecimento<br />

3) Ainda estou realizando nas expectativas nos encontros


4) Em todas<br />

5) através da prática vivenciada no fórum.<br />

10) O Fórum trás alguma contribuição a sua prática docente <strong>de</strong> EJA?<br />

1) Sim<br />

2) Sim<br />

3) Sim<br />

4) Sim<br />

5) Sim<br />

11) De qual maneira?<br />

1) A gran<strong>de</strong> contribuição que o Fórum traz e dar subsídios para a pratica do meu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento profissional satisfatório.<br />

2) No <strong>de</strong>senvolvimento das aulas<br />

3) Nas palestras e teorias<br />

4) Porque trás mais objetivos para sala <strong>de</strong> aula<br />

5) Através das palestras.<br />

12) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra positivo no fórum?<br />

1) Palestras e <strong>de</strong>bates trazem fortes discussões sobre o campo da EJA e me fazem continuar a<br />

participar dos encontros.<br />

2) Palestras, amiza<strong>de</strong>s que foram que foram conquistadas. Como também os trabalhos em<br />

grupos e as dinâmicas.<br />

3) Trocas <strong>de</strong> experiências


4) Os encontros e os assuntos discutidos, principalmente quando conhecemos no encontro do<br />

fórum a proposta <strong>de</strong> ação do político preste a ser candidato que permite avaliarmos se este<br />

realmente merece ser eleito.<br />

5) O material utilizado<br />

13) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra negativo no fórum?<br />

1) Pontualida<strong>de</strong> que em alguns encontros não foram cumpridos.<br />

2) Pontualida<strong>de</strong><br />

3) A distancia, a horária, falta <strong>de</strong> planejamento, e a falta <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> políticas públicas.<br />

4) A organização e a falta <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> políticas que envolvem a EJA<br />

5) Pontualida<strong>de</strong>.<br />

14) Em caso <strong>de</strong> não participar mais porque <strong>de</strong>sistiu?<br />

1) (sem resposta, porque não <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> participar do fórum)<br />

2) (sem resposta, não <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> participar do fórum)<br />

3) (sem resposta não <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> participar do fórum)<br />

4) (sem resposta, não <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> participar do fórum)<br />

5) Falta <strong>de</strong> interesse.<br />

15) Faça uma avaliação geral dos fóruns em que você participou!<br />

1) É uma gran<strong>de</strong> contribuição para o professor <strong>de</strong> EJA, pois tem informação que este não<br />

contem e não tem acesso a várias informações<br />

2) Positivas, porque tudo que foram realizados foi <strong>de</strong> aproveitamento<br />

3) Todos os encontros que participei foram bons


4) Contribui para mim em 70% em relação aos conteúdos<br />

5) As palestras não foram bem transmitidas.


1) Participante regular<br />

2) Participante regular<br />

3) Participante regular<br />

4) Participante ocasional<br />

5) Participante regular<br />

1) Você da aula <strong>de</strong> EJA?<br />

1) não<br />

2) sim<br />

3) não<br />

4) não<br />

5) sim<br />

2) Em qual cida<strong>de</strong>?<br />

1) (não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

2) João Pessoa<br />

3) (não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

4) (não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

5) João Pessoa<br />

Segmento Ong’s


3) E qual é o programa?<br />

1) (NÃO DA AULA)<br />

2) Alfabetização, no Programa Brasil Alfabetizado.<br />

3) (não da aula <strong>de</strong> EJA)<br />

4) (não da aula)<br />

5) Alfabetização na Primeira Laje, do Projeto Escola Zé Peão.<br />

4) A qual segmento você pertence?<br />

1) Ong’<br />

2) Ong’s<br />

3) Ong’s<br />

4) Ong’s<br />

5) Ong’s<br />

5) Em quantos encontros do Fórum você já participou?<br />

1) sinceramente não sei quantificar. Nos últimos 3 anos acredito que participei <strong>de</strong> todos.<br />

2) oito encontros<br />

3) cinco encontros<br />

4) quatro encontros<br />

5) oito encontros<br />

6) Em qual ano foi o primeiro?<br />

1) Entrei no Zé Peão em 1997, não sei dizer que ano participei do primeiro.<br />

2) No ano <strong>de</strong> 2001


3) No ano <strong>de</strong> 2001<br />

4) No ano <strong>de</strong> 2003<br />

5) No ano <strong>de</strong> 2003.<br />

7) Porque você participa/participou do Fórum? Quais são/foram os motivos?<br />

1) Participo por que acredito na <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos e como sujeita <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>,<br />

sei o quanto precisamos lutar e reivindicar para que se tenha uma política <strong>de</strong> EJA mais<br />

contextualizada com a realida<strong>de</strong> dos nossos alunos.<br />

2) Para se socializar com os outros alfabetizadores e trocarmos experiências.<br />

3) Hoje participo por reconhecer que a educação necessita ser refletida coletivamente,<br />

antigamente, no início participava para me atualizar, hoje por me sentir parte e responsável<br />

pelas mudanças.<br />

4) Estava participando do Projeto Escola Zé Peão e fomos convidadas a participar<br />

(educadores), isso no primeiro, nos outros além <strong>de</strong> ser convidada fui, porque gostei do<br />

primeiro.<br />

5) Primeiro por participar <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> EJA, pelas discussões levantadas nestes fóruns<br />

que buscam <strong>de</strong>bater e respon<strong>de</strong>r questionamentos sobre educação <strong>de</strong> jovens e adultos e sobre<br />

as políticas publicas <strong>de</strong>stinadas a este segmento, a nível nacional, estadual, municipal. É um<br />

importante espaço on<strong>de</strong> quem participa da EJA po<strong>de</strong> dar suas contribuições.<br />

8) Quais são/foram suas expectativas ao fórum?<br />

1) Vejo o fórum como um espaço plural <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> experiências, mas acredito que sua função<br />

política ainda é muito tímida. As ações estão muito direcionadas para a organização dos


encontros periódicos e a participação dos ENEJA’s não temos uma ação combativa <strong>de</strong><br />

reivindicação e protesto.<br />

2) Maravilhosa, porque nos apren<strong>de</strong>mos com as experiências apresentadas pelos<br />

representantes do fórum e os participantes (professores, organizadores).<br />

3) Dividir experiências, aprofundar as questões atuais mais relevantes no campo da <strong>Educação</strong><br />

<strong>de</strong> Jovens e adultos e contribuir <strong>de</strong> forma significativa.<br />

4) O fórum é um momento importante, on<strong>de</strong> se discuti as questões políticas da EJA, é também<br />

uma troca <strong>de</strong> experiências muito gostosa.<br />

5) Debater a atual situação da EJA a nível nacional e estadual e buscar possíveis soluções para<br />

este segmento educacional.<br />

9) Até que ponto estas expectativas se realizaram?<br />

1) Já cresci muito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio das participações, na minha pratica, nas minhas concepções e<br />

continuo lutando enquanto membro do grupo articulador para que o fórum assuma essa<br />

postura mais combativa e tente contemplar a pluralida<strong>de</strong> característica da EJA, nossas<br />

discussões, às vezes, se limitam muito a alfabetização.<br />

2) A cada encontro que eu participei.<br />

3) No que se refere à divisão <strong>de</strong> experiência, acredito que a sistemática po<strong>de</strong>ria ser em forma<br />

<strong>de</strong> rodízio. Uma experiência por vez cancã os participantes, po<strong>de</strong>ríamos conhecer em cada<br />

fórum um pouco (algo direcionado) <strong>de</strong> cada uma. Exemplo: 1º Clientela e objetivos; 2º<br />

Metodologia e avaliações. E, apresentações <strong>de</strong> painéis, ou grupos.<br />

4) Em todos os sentidos que citei acima.<br />

5) A questão da organização. Os fóruns são momentos on<strong>de</strong> o grupo po<strong>de</strong> se expressar e<br />

<strong>de</strong>bater com representantes <strong>de</strong>ste segmento nos seus mais diversos níveis (fe<strong>de</strong>ral, estadual,


municipal). A situação dos docentes e políticas <strong>de</strong>stinadas a EJA. o fato <strong>de</strong> sermos ouvidos<br />

por alguém, já é um gran<strong>de</strong> passo.<br />

10) O Fórum trás alguma contribuição a sua prática docente <strong>de</strong> EJA?<br />

1) Acredito que todo espaço <strong>de</strong> discussão política vem contribuir com a nossa formação<br />

continuada.<br />

2) Sim, pois a cada fórum era apresentado nova experiência e complemento a minha prática.<br />

3) Com certeza. A maior <strong>de</strong>las é a certeza <strong>de</strong> que eu não estou sozinha. Muitas pessoas<br />

acreditam na concepção <strong>de</strong> uma pedagogia libertadora.<br />

4) Sim<br />

5) Sim, com relação a organização política, pois contribuiu para uma aquisição <strong>de</strong> uma maior<br />

criticida<strong>de</strong>.<br />

11) De qual maneira?<br />

1) Como já mencionei anteriormente cresci muito nas discussões e a partir disso assumi uma<br />

postura mais critica e coerente.<br />

2) Na Metodologia<br />

3) Na medida em que aborda a realida<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciada na EJA<br />

4) Servi para uma melhor compreensão do panorama político ao qual estava atuando, assim<br />

como (uma melhor compreensão nas discussões dos outros grupos <strong>de</strong> EJA)<br />

5) Traz diversos conhecimentos <strong>de</strong> experiências diversas apresentadas, contribuindo assim<br />

para diversificar as aulas, assim como também <strong>de</strong>spertar o meu <strong>de</strong>sejo pela busca <strong>de</strong> um maior<br />

conhecimento nesta área.<br />

12) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra positivo no fórum?


1) O fato <strong>de</strong> ser itinerante (encontros em João Pessoa, Guarabira e Campina Gran<strong>de</strong>) é muito<br />

positivo no meu entendimento; a diversida<strong>de</strong> no que diz respeito às experiências que estão<br />

representadas no grupo articulador; a troca <strong>de</strong> experiências.<br />

2) A troca <strong>de</strong> experiências<br />

3) Troca <strong>de</strong> experiências, abertura para discussões e para fazer ouvida a voz dos educadores,<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação e levantamento <strong>de</strong> novas propostas.<br />

4) Como já citei, é um espaço privilegiado sobre discussões a cerca das dificulda<strong>de</strong>s<br />

encontrada pelo grupo.<br />

5) A <strong>de</strong>scentralização dos fóruns para aten<strong>de</strong>r diversas partes do Estado. A organização, os<br />

<strong>de</strong>bates e experiências apresentadas.<br />

13) Que aspectos você consi<strong>de</strong>ra negativo no fórum?<br />

1) Não temos autonomia financeira para realizar os encontros e outras ativida<strong>de</strong>s, acredito que<br />

esse aspecto é mais complicado; o pouco tempo <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> dos participantes do grupo<br />

articulador; a rotativida<strong>de</strong> dos participantes que estão presentes nos encontros.<br />

2) A organização, ou seja, não fazem o material suficiente para todos os participantes.<br />

3) O tempo. Demora muito para acontecer. O numero <strong>de</strong> horas é pequeno. Sinto muita falta <strong>de</strong><br />

atitu<strong>de</strong>s mais criticas do grupo nas colocações. Almejo ver revoluções e articulação para a<br />

mudança equiparada aos <strong>de</strong>bates.<br />

4) Acredito que <strong>de</strong>veria ser acrescentado nas pautas do Fórum, momento <strong>de</strong> oficinas<br />

pedagógicas e ser mais divulgados.<br />

5) Deveria ter uma maior divulgação


14) Em caso <strong>de</strong> não participar mais porque <strong>de</strong>sistiu?<br />

1) (não <strong>de</strong>sistir)<br />

2) (não <strong>de</strong>sistir)<br />

3) (não <strong>de</strong>sistir)<br />

4) Não <strong>de</strong>sistir apenas diminuir a minha participação, pois estou engajada em outras<br />

ativida<strong>de</strong>s e tenho incompatibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horário.<br />

5) (não <strong>de</strong>sistir)<br />

15) Faça uma avaliação geral dos fóruns em que você participou!<br />

1) Acredito que são espaços que precisam ser mais explorados pelos professores e os <strong>de</strong>mais<br />

profissionais que trabalham com a <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos.<br />

2) Acho o Fórum fundamentalmente importante e que, sempre tem novida<strong>de</strong> e que as pessoas<br />

estão nele, estão comprometidas com a EJA, por isso que acho muito importante.<br />

3) Acredito que <strong>de</strong>veriam abarcar outras experiências <strong>de</strong> alfabetização. A sistemática precisa<br />

ser diferenciada para que esperemos este momento <strong>de</strong> crescimento com mais expectativas.<br />

Sinto falta <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> sensibilização.<br />

4) Os <strong>de</strong>bates foram bons.<br />

5) As contribuições foram positivas quanto aos <strong>de</strong>bates, informações e esclarecimentos sobre<br />

programas <strong>de</strong>stinados a EJA sobre as experiências apresentadas.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!